--- Sempre vi a expressão e/ou (com barra), mas ultimamente tenho visto e,ou (com vírgula) e, às vezes, sem barra e sem vírgula. Afinal, devo usar barra, vírgula ou não usar nenhum dos dois (Ex. As pessoas e ou coisas são fundamentais...) P. R. Ribeiro, Lavras/MG


Não existe manifestação oficial sobre a grafia de e/ou, talvez porque seja um anglicismo. Mas a convenção ainda é usar a barra, havendo uma leve tendência a eliminar qualquer traço entre as duas conjunções [e ou]. Vírgulas entre elas, jamais.


--- É necessária a utilização de e/ou quando se deseja apresentar alternativas não mutuamente exclusivas? Ronaldo Nogueira, Fortaleza/CE


Tem havido, infelizmente, um abuso de e/ou, quando bastaria empregar a conjunção ou para denotar exclusão e a conjunção e para alternativas que não necessariamente se excluem. Vamos a casos reais, formulados por consulentes:
 

1) Favor indicar nome de um escritor negro e/ou mulato.
    ERRADO. O indivíduo não é negro e mulato ao mesmo tempo, portanto o “e” está sobrando. São alternativas mutuamente excludentes. O correto é: “um escritor negro ou mulato”.


2) Pode tomar chá e/ou café. 
    ERRADO. Basta o E: pode tomar chá e café. A escolha está implícita: sei que posso tomar chá e, se quiser, café. Só se um excluísse realmente o outro se usaria “ou”, isto é, quem tomasse café não poderia tomar chá, e vice-versa.
 

3) Fico grato se você puder me responder e/ou mandar material sobre o assunto. 
    CORRETO. Com isso o leitor quer dizer que é grato em qualquer situação: se eu apenas responder; se eu apenas mandar o material (sem responder); se eu responder e além disso mandar o material.


Vê-se, então, que só deve usar e/ou quem deseja deixar claríssimo que se trata de três situações distintas. Mas nem sempre isso é fundamental. Na maioria dos casos, até mesmo neste último exemplo, as opções ficam implícitas apenas com o uso de ou.


--- Quando me refiro a uma data seguida da expressão próxima, estou dizendo que o fato ocorrerá na mesma semana? Por exemplo: se digo numa quarta-feira (27/2): a reunião ocorrerá na próxima sexta-feira. Estou dizendo que a reunião ocorrerá no dia 1º/mar ou no dia 8/mar? Sheila Schreck, São Leopoldo/RS


Em princípio, o entendimento de próximo é exatamente o dia mais perto, o da mesma semana, que no caso do exemplo seria dia 1º de março.  Mas algumas pessoas poderiam entender “próximo” o que vem depois da semana corrente. Aí se trataria do dia 8 de março. Por isso, é preciso cuidado para não se criar nenhuma ambiguidade; deve-se colocar no texto uma indicação mais precisa, como a data, caso em que a palavra próximo fica como reforço:


Teremos uma reunião na segunda-feira 13.
A reunião será realizada na próxima sexta-feira (1º de março).


Observe que este/esta ou neste/nesta não deixa margem a dúvida:


A reunião ocorrerá excepcionalmente neste domingo.
Nesta quinta-feira haverá uma palestra e na próxima faremos a reunião.