Na madrugada de um certo inverno
Em: 16/06/2020, às 20H31
(Chico Acoram Araújo)*
Na madrugada de um certo inverno. A noite por um fio.
Acordei. A essas horas, ainda no turvo?
O galo mudo, pássaros bem quietinhos, sequer um pio!
Os galhos das árvores balouçando lá fora - obscuro.
Escuto um agradável ruído naquela quase manhã.
Será chuva? Será o vento nas folhas das palmeiras?
Ou será a suave brisa vinda do Marataoan?
Fui olhar. Chovia de mansinho. Alvissareiras!
Frias gotas d´água caíram no meu rosto, a abolhar.
Na noite anterior, minha mãe falou: vai chover!
Quantas saudades, meu Deus, da janela a chuva contemplar!
Um rio de lembranças inunda o meu ser,
Ouvir o cair da chuva no teto da casa de palha,
Nos dias de aguaceiros em um belo amanhecer.