Maratona com ataque terrorista
Por Cunha e Silva Filho Em: 16/04/2013, às 09H59
Cunha e Silva Filho
A 117ª Maratona de Boston nos Estados Unidos, realizada em concomitância com um feriado estadual, o “Dia do Patriota,” foi este ano surpreendida com um ato de covardia, insensatez resultando num tragédia de, pelo menos, até agora, três mortes de inocentes, um dos quais uma criança de oito anos, sendo que 144 ficaram feridos, alguns com membros mutilados, incluindo adultos e crianças. Não há dúvida de que essa ação de barbárie foi cometida por um insano, que tanto pode ser cidadão americano quanto estrangeiro residente ou não no país.Os crimes de terrorismo constituem, a meu ver, um dos mais execrandos atos de pusilanimidade dos tempos atuais que se possa fazer contra o ser humano. É tão abominável quanto qualquer crime hediondo que se cometem mundo afora.
O Presidente americano Barack Obama, que é um homem prudente mas firme, em pronunciamento à nação, não fez uso do termo “ ataque terrorista”. Ele tem lá suas razões de se portar assim. Comportou-se diplomaticamente, como Chefe de Estado a quem cabe medir bem as circunstâncias e o momento delicado por que está passando o mundo com as ameaças, não obstante possam não passar de bravatas do ditadorzinho norte-coreano, Kim Jong-un que, me parece, querer brincar de guerra contra os países por ele tidos como inimigos: o seu vizinho, a Coreia do Sul, o Japão e os EUA. Ora, leitor, até agora não posso atinar por que motivos Kim Jong-un, herdeiro de uma linhagem de ditadores coreanos, que vem de avô e pai, esteja se portando com bazófias de belicista e senhor das armas, espalhando notícias pelo mundo de que seu Grande Exército seria capaz de atingir duramente a Coréia do Su, o Japão ae os Estados Unidos.
Julgo que nem a China nem a Rússia, dois países de grande projeção mundial, ainda que tenham relações de certa forma ideológicas com a Coreia do Norte, estão dispostos a se alinhar ao novel ditador norte-coreano. Kim Jong-um deveria é procurar formas e meios de se reunificar aos irmãos vizinhos, no mínimo restabelecer vínculos de boa vizinhança e até de comércio e intercâmbio cultural, e não exibir-se diante do mundo para demonstrar poder de fogo que seguramente não possui.
Nem a ONU nem nenhum outro organismo mundial relacionado a guerra ou à paz aprovam as bravatas do pueril ditador norte-coreano. O que ele devia, sim, fazer seria melhorar as condições do povão lá que vive com dificuldades de toda a sorte.
O mundo precisa é de paz, de “ democracia real”, segundo o conceito bem formulado e convincente do professor e cientista da Universidade de Sydney, o australiano Simon Tormey, comentado em trechos de entrevista a João França, originalmente publicada no jornal “El Diário,” de Barcelona (jornal O Globo, Prosa, 13/04/2013.
A era das ditaduras precisa acabar o quanto antes. O de que o nosso Planeta precisa é um banho de democracia, não a de fachada, que ainda infelizmente temos em inúmeros países, mas uma democracia que, conforme falou o citado professor australiano, que se renove com o apoio e a participação ativa e contínua do povo, ou como ele pondera numa referência à situação político-econômica da Espanha: (...) “há muita criatividade [aludindo ao interesse do povo espanhol por renovação dede uma democracia renovadora]. Nunca vi tanta gente tão pouco dogmática como na Espanha. Há uma política muito mais plástica, que chamo de política evanescente e que consiste em buscar o comum, tecer redes com outros, provar novos tipos de iniciativas .” (...)
Por essa direção é que as nações autoritárias deveriam enveredar, e não perpetuando regimes de governo isolados e sem a participação popular.Só a busca incessante da paz entre as nações importa à humanidade .Essa lição serve a muita democracia de fancaria, sobretudo que se oculta pelo rótulo democrático mas potencializa modos de agir através da manutenção de novos no poder mas de linhagem oligárquica, o que redunda na manutenção do status quo que não se deseja alterar substancialmente.
Retomando o atentado com traços inegavelmente terroristas ocorrido em Boston num dia de celebração cívica de uma competição com participantes de outras nacionalidade, inclusive de brasileiros, fica mais difícil a qualquer competidor, a qualquer desportista participar em novos competições pelo mundo afora sem a certeza de que estarão seguros de acontecimentos indesejáveis como o ocorrido na acidade americana. Por outro lado, esta tragédia serve também como outra alerta às autoridades de segurança de um país para que todas as precauções sejam cuidadosamente tomadas em todas as suas dimensões e conduzidas sem o fantasma da paranóia, mas com discernimento e prudência.
Oxalá logo logo a polícia americana, o FBI consigam descobrir os responsáveis por esse ato desumano, que ceifou inclusive uma criança entre as vítimas fatais e deixou tantas pessoas feridas e em estado grave.
O terrorismo é uma das manifestações mais horrendas a que um ser humano pode chegar. Ato de extrema covardia, que se serve de inocentes para infligir desafetos, pessoas, instituições, países etc.O ser humano é dotado de inteligência, de raciocínio, de arbítrio para evitar a prática de atos de brutalidade inominável. Somente levados pela insânia do facciosismo, do pensamento distorcido e doentio, irmão siamês da crueldade sem limites, do fanatismo cego e destruidor, uma pessoa ou grupo de pessoas podem cometer atrocidades dessa natureza.
A Humanidade ainda não perdeu o seu lado de bondade, de gesto de carinho, de misericórdia, de compaixão e de solidariedade para com seu semelhante. O lado bom do ser humano ainda subsiste felizmente. Do contrário, seria decretar-se o fim da vida na sacrificada Terra, morada de todos nós, que deve ser protegida contra os inimigos da Humanidade..