Maranhão Sobrinho, voz do simbolismo brasileiro
Em: 09/11/2021, às 12H35
José Américo Augusto Olímpio Cavalcanti dos Albuquerques Maranhão Sobrinho. Este é o nome completo de um expressivo nome da literatura brasileira: Maranhão Sobrinho. Nascido em Barra do Corda - MA, em 15 de agosto de 1879 e falecido em Manaus-AM, a 25 de dezembro de 1915, ele tornou-se uma das grandes vozes do simbolismo brasileiro. Consta entre os notáveis autores coletados por Andrade Murici no célebre Panorama do Simbolismo Brasileiro. Estabelecido em São Luiz jovem, dedicar-se-ia à literatura com destaque. Em 1903, estava em Belém do Pará. Em 1908, fundou a Academia Maranhense de Letras. Logo migraria para Manaus, onde se dedicaria à literatura e fundaria a Academia Amazonense de Letras.
Em 1913, Maranhão Sobrinho publica no Diário do Piauhy, o poema O Mar:
O mar
Ouve! O mar escarpando as rochas na agonia
do sol, parece ter na voz o humano acento
de dor! Reza, talvez. Vai recolher-se. O dia
se ajoelha e a tarde, em sonho, abraça o firmamento.
Como nós, pode ser que a tristeza e a alegria
o mar sinta também; precisa, em movimento,
trazer um coração... quem sabe o que irradia,
no seu íntimo, em doce e azul recolhimento!
Escuta! Uma onda vem beijar-se os pés. Não há de
calma os seios rasgar sobre os basaltos. Quérulas
as ondas todas são. Ouve-lhe a voz. Piedade!
O mar leva-me a crer que tem paixões mortais,
em que rolam, brilhando, as lágrimas das pérolas
e palpita, fervendo, o sangue dos corais...
Maranhão Sobrinho,
Diário do Piauhy - Órgão Oficial dos Poderes do Estado, Ano III, Nº 31, 7 de fevereiro de 1913.
LEIA O POEMA DE MARANHÃO SOBRINHO NO DIÁRIO DO PIAUHY.
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Edição: Dílson Lages