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Em 1941 a Academia Brasileira de Letras criou o Prêmio Machado de Assis, um dos mais requintados do país. Este ano o Prêmio ABL de poesia foi para o maior poeta brasileiro vivo: o nosso querido e amado Manoel de Barros, com Escritos em verbal de ave (2011).

Dia 19 de julho de 2012, a ABL conferiu os prêmios pelas obras, a saber:

 

 

 “Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto da obra, a Dalton Trevisan; Prêmio ABL de Poesia a Manoel de Barros, pelo livro Escritos em verbal de ave; Prêmio ABL de Ficção, a Alberto Mussa, pelo livro O Senhor do lado esquerdo; Prêmio ABL de Ensaio e Crítica Literária, a Ricardo Leão, pelo livro Os Atenienses: a invenção do cânone nacional; Prêmio ABL de Literatura Infanto-Juvenil, a Marisa Lajolo, pelo livro O poeta do exílio; Prêmio ABL de Tradução, a Rubens Figueiredo, pela tradução de Guerra e paz de Tolstói; Prêmio ABL de História e Ciências Sociais, a Caio César Boschi, pelo livro Exercícios de pesquisa  histórica; e o Prêmio ABL de Cinema, a Marcelo Rubens Paiva, pelo roteiro do filme Malu de Bicicleta” (Fonte: Academia Brasileira de Letras, Julho – 2012).

 

 

Conforme a matéria divulgada pelo “Campo Grande News”, Manoel de Barros não compareceu à solenidade e a pintora Martha Barros, filha do autor, quem representou o poeta no evento, registrando o seguinte depoimento: Ficamos felizes, pois é muito importante receber um prêmio como este da Academia Brasileira de Letras. Ver o trabalho do meu pai ser reconhecido sempre é gratificante”.

Parece profecia poética, mas na primeira obra Poemas concebidos sem pecado (1937), Manoel de Barros escreveu um poema, apontando sua entrada na academia: “Entrar na Academia já entrei/mas ninguém me explica por que essa torneira aberta/neste silêncio de noite/parece poesia jorrando...” (BARROS, 1937). Palavra abençoada é profecia de poeta. Sim, Manoel. “Palavra abençoada pela inocência é ave” e a tua poesia voou tão fora da asa que os teus desenhos de voz jorraram nos olhos dos imortais, os quais se renderam ao canto de arrebol do velho Bernardo que, depois de sua morte, transviu no êxtase do chão. Parabéns poeta!

Parabéns a Marisa Lajolo, pela conquista do Prêmio de Literatura Infanto-juvenil. Parabéns ao consagrado Dalton Trevisan. Parabéns a todos os premiados!

 

NOTA: Infelizmente a ABL não atribuiu o Prêmio de Ilustração que poderia ser para Alexandre Camanho, ilustrador da obra premiada de Lajolo. Nesta mesma coluna, leiam uma breve divulgação intitulada O poeta do exílio de Marisa Lajolo nas mãos de Alexandre Camanho e ainda o texto Escritos em verbal de ave e a transfiguração de Bernardo. Clique nos títulos abaixo.

 

 

Por Rosidelma Fraga - Coluna Poiesis – Portal Entretextos

Teresina, PI.