[Flávio Bittencourt]
Manifestações críticas em El País e El Mundo sobre o Tintim de Spielberg
Carlos Boyero, de El País, e Alberto Luchini, de El Mundo, manifestaram publicamente suas opiniões sobre o spielberguiano O segredo do Licorne.
"(...) Quando o lendário presidente francês Charles De Gaulle disse que, em termos de fama internacional, seu único e verdadeiro rival era Tintim, ficou claro o quanto um personagem dos quadrinhos poderia se tornar relevante para a cultura mundial. E não se tratava de um super-herói norte-americano de fácil apelo, mas sim um jovem repórter belga dotado apenas de inteligência e boas companhias. (...)"
(MARINA DE CAMPOS, de O NACIONAL online [Segundo Caderno], de Passo Fundo-RS, em 20.1.2012;
título da reportagem:
"A terceira dimensão de Tintim
Adaptação de Spielberg utiliza nova tecnologia para fazer jus ao famoso personagem dos quadrinhos criado pelo belga Hergé")
(http://www.poppe-stamps.com/?t=6&stamp_no=1915722&grp=c3fe04f1b5303cd6ed2bbd40f14e6b54&qry=54d0f855a282e736d5ad176a522378ab)
"TONERRE DE BREST, COMO SE
DISCUTE, HOJE, O TINTIM DE SPIELBERG
PELO MUNDO!"
(COLUNA "Recontando estórias do domínio publico")
BRASÃO DA CIDADE FRANCESA DE
COLOMBEY-LES-DEUX-ÉGLISES:
(http://fr.wikipedia.org/wiki/Fichier:Blason_de_la_ville_de_Colombey-les-Deux-%C3%89glises_(52).svg)
"(...) Durante a II Guerra [O GENERAL HENRI HONORÉ GIRAUD], [...] (obteve o) apoio de Roosevelt e dos Estados Unidos. Internamente, porém, foi preterido pelos sectores sindicalistas e esquerdistas da resistência francesa, que acabaram por apoiar Charles de Gaulle. (...)"
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Henri_Giraud)
Nicolas Sarkozy à Colombey-les-Deux-Eglises,
le 9 novembre 2010 (Eric Feferberg/Reuters):
(http://www.rue89.com/2011/01/03/colombey-les-deux-eglises-vs-jarnac-le-match-des-cimetieres-183429)
"(...) Durante a Segunda Guerra Mundial [O GENERAL CHARLES DE GAULLE] rivalizou com o general Henri Giraud na liderança das forças militares e da Resistência francesa. Ao passo que o general Giraud tinha o apoio de Roosevelt e dos Estados Unidos, De Gaulle foi preferido pelos sectores de esquerda da Resistência, que preferiam a postura mais antiamericana de De Gaulle, mesmo durante guerra. (...)"
(TRECHO DO VERBETE 'CHARLES DE GAULLE ', WIKIPÉDIA,
http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_de_Gaulle)
O ATOR DE NIRO INTERPRETA MAFIOSO ÍTALO-AMERICANO
NO FILME ERA UMA VEZ NA AMÉRICA (diretor: SERGIO LEONE,
EUA / ITÁLIA, 1984) :
(http://apotpourriofvestiges.blogspot.com/2011/10/once-upon-time-in-america-unabridged.html)
"(...) Data de 1947 a primeira tentativa de adaptação ao cinema das aventuras de Tintin. Filme de animação em regime stop motion, Le Crabe Aux Pinces d’Or (baseado no álbum O Caranguejo das Tenazes de Ouro) foi realizado por Claude Misonne. O filme teve apenas duas exibições públicas, uma vez que a falência do produtor (e a sua fuga para a Argentina) levaram as autoridades a apreender tudo o que tinha. O filme teve finalmente edição em DVD em 2008. (...)"
(http://sound--vision.blogspot.com/2011/10/mes-tintin-spielberg-9-rumo-america-do.html)
O GRANDE ATOR ESTADUNIDENSE ROBERT DE NIRO,
TRABALHANDO (interpretando personagem no filme
ERA UMA VEZ NA AMÉRICA [Once Upon a Time in America / C'era una volta in America
EUA / ITÁLIA, 1984]):
(http://apotpourriofvestiges.blogspot.com/2011/10/once-upon-time-in-america-unabridged.html)
O PERVERSO TRAFICANTE DE ESTUPEFACIENTES
(especialmente ópio) ALAN [PERSONAGEM DO BELGA HERGÉ]
segundo o criador estadunidense Steven Spielberg,
DÁ ORDEM A BANDIDO-A-ELE(ALAN)-SUBORDINADO
[NO ÁLBUM DE HERGÉ, A MERCADORIA ILEGAL SEGUIA
EM LATAS DE CARANGUEJO, para que policiais de aduanas
por onde a droga passava não descobrissem o verdadeiro
conteúdo das famosas latas]:
(http://www.tintimportintim.com/2011/09/imagens-ineditas-do-filme-as-aventuras.html)
MARAVILHOSA OBRA GRÁFICO-LÚDICA
QUE HOMENAGEIA UM ÁLBUM DE TINTIM
E FOI COLADA EM LATA, PARA
DAR A IMPRESSÃO QUE pulou de
dentro de uma estória em quadrinhos:
(http://collections.vivastreet.be/timbres-cartes+hoeilaart-1560/la-celebre-boite-de-tintin-et-le-crabe-aux-pinces-d--or/33063336,
onde se pode ler:
"La célèbre boîte de Tintin et le crabe aux pinces d'or - état proche du neuf - objet de collection
Annotations sur la boîte :
Crabe extra - Product of Morocco - Marque déposée - Distribué par Omar Ben Salad - Mis en conserve à Bagghar - Poids net égouté 77g - Composition : Bachi-Bouzouks, Ectoplasmes, Doryphores, Iconoclastes - Colorants E7/E77")
"NÃO EXPERIMENTE DROGAS,
NEM MESMO 'uma vez só':
OS TRAFICANTES QUEREM
QUE VOCÊ FAÇA ISSO,
PARA QUE, ao fim e ao cabo,
VOCÊ E SUA FAMÍLIA SEJAM HORRENDAMENTE
DESTRUÍDOS"
(Coluna "Recontando estórias do domínio público")
(http://pcamaralimagens.blogspot.com/2010/01/ilha-australiana-e-invadida-por.html)
CURIOSO COMENTÁRIO DE UM LEITOR A UMA CRÍTICA (adiante transcrita),
DIVULGADA NO site TINTIM POR TINTIM:
"Só tive pena de não aparecer o tráfico de droga [TRÁFICO DE ÓPIO EM LATAS DE CARANGUEJO EM CONSERVA] presente no álbum 'O caranguejo das Tenazes de Ouro' apesar (de as) latas aparecerem [NO FILME DE STEVEN SPIELBERG DE QUE ORA SE TRATA] ",
http://www.tintimportintim.com/2012/01/critica-as-aventuras-de-tintim.html
ESTRADA DE RODAGEM FECHADA (pelo
equivalente ao IBAMA, daquele país)
POR CAUSA DE ESPETACULAR
MIGRAÇÃO DE CARANGUEJOS VERMELHOS,
QUE COBREM O CHÃO DA COR VERMELHA:
[http://pcamaralimagens.blogspot.com/2010/01/ilha-australiana-e-invadida-por.html,
onde se pode ler:
"(...) O local é conhecido como a 'Galápagos do Oceano Índico', devido à sua grande biodiversidade, comparável à do arquipélago que fica no Oceano Pacífico.
A Ilha Christmas é um paraíso para pássaros e 14 espécies de caranguejos, incluindo o maior invertebrado no mundo, o caranguejo-coco. (...)"]
ARTISTA ITALIANA: BIANCA CASTAFIORE
(personagem do criador belga Hergé),
"O ROUXINOL MILANÊS", cantora de ópera
e colecionadora de jóias:
(http://www.letintinmovie.com/bianca-castifiore)
O ATOR BELGA JEAN-PIERRE TALBOT -
como Tintim, repórter jornal
conservador/católico Le Petit Vingtième
[EFETIVAMENTE, NO MUNDO DITO "real",
O CRIADOR HERGÉ TRABALHOU NESSE
VEÍCULO IMPRESSO DE COMUNICAÇÃO,
tendo ocupado a função de editor-chefe]
E DOIS COLEGAS (sendo um deles, cãozinho)
TRABALHANDO EM FILME ANTIGO (película [hoje cult]
que não foi de animação [NÃO FOI UM DESENHO ANIMADO]):
(http://ochapeupensador.blogspot.com/2009/07/tintin-o-filme.html)
O JORNALISTA E POLÍTICO
ITALIANO - de centro-direita -
GIANFRANCO FINI, atual
presidente da Câmara dos Deputados
da Itália:
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Gianfranco_Fini)
O General Charles de Gaulle,
passando tropas em revista:
(http://www.allposters.co.uk/-sp/General-Charles-de-Gaulle-Who-Takes-Control-of-France-in-1940-and-Leads-Resistance-Against-Hitler-Posters_i4173191_.htm)
General Charles de Gaulle:
(http://blogs.telegraph.co.uk/news/benedictbrogan/100124647/france-needs-us-to-survive/)
"SERÁ TINTIM UM SER DE CENTRO-DIREITA?
SERÁ TINTIM UM JOVEM GAULLISTA?"
(COLUNA "Recontando estórias do domínio público?"
"FOI DIVULGADO NO SECOLO D'ITALIA online
UM TEXTO MUITO CURIOSO NO QUAL É CITADO
CERTO PROFESSOR [*] (colega de Umberto Eco
na Universidade de Bolonha) PARA QUEM -
contra as visões de "patrulhas ideológicas" stalinistas -
TINTIM É DE CENTRO-DIREITA. JÁ SE AFIRMOU
QUE TINTIM FOI gaullista. SE FOSSE BRASILEIRO,
EM MEADOS DOS ANOS 80, TINTIM SERIA
TANCREDISTA?".
(COLUNA "Recontando estórias do domínio público",
acrescentando-se que o texto citado - em idioma italiano -
está transcrito, adiante)
[*] - Prof. Dr. Antonio Faeti ["(...) docente di storia della letteratura per l’infanzia all’Università di Bologna (...)"].
OS ESTADISTAS BRASILEIROS
TANCREDO NEVES E JOÃO GOULART,
CONFABULANDO:
(http://kynoma.blogspot.com/2010/08/centenario.html)
EM HOMENAGEM AO POVO DA CIDADE DE
COLOMBEY-LES-DEUX-ÉGLISES (DEPARTAMENTO DE HAUTE-MARNE,
REGIÃO ADMINISTRATIVA DE CHAMPAGNE-ARDENNE
[Nordeste da República Francesa]),
AO ATOR BELGA JEAN-PIERRE TALBOT
(nasc. em Spa [LIÈ], em agosto de 1943)
E AO ATOR ESTADUNIDENSE ROBERT DE NIRO
(nasc. em Nova Iorque [EST. DE NOVA IORQUE, EUA], também em ago. / 1943),
A QUEM SE DESEJA MUITA SAÚDE E VIDA LONGA,
AGRADECENDO AO FOTÓGRAFO
ERIC FEFERBERG, DA AGÊNCIA REUTERS,
PELA EXCELENTE FOTOGRAFIA DO PRESIDENTE FRANCÊS
NICOLAS SARKOZY, NO CEMITÉRIO DE COLOMBEY-LES-DEUX-ÉGLISES,
QUE SOLENEMENTE REVERENCIAVA A MEMÓRIA DO
PRESIDENTE DE GAULLE (GOVERNANTE CUJA IMAGEM FOI
TÃO BEM CAPTADA FOTOGRAFICAMENTE QUANTO A DO
JORNALISTA E POLÍTICO ITALIANO GIANFRANCO FINI), E À JORNALISTA
MARINA DE CAMPOS, DO JORNAL O NACIONAL, DE PASSO FUNDO,
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (BRASIL), PARA
OS ADVOGADOS E ESTADISTAS BRASILEIROS
JOÃO BELCHIOR MARQUES GOULART (1919 - 1976) E
TANCREDO DE ALMEIDA NEVES (1910 - 1985),
PARA O MILITAR E ESTADISTA FRANCÊS - que amava as estórias de Tintin -
GENERAL CHARLES ANDRÉ JOSEPH MARIE DE GAULLE (1890 - 1970) - como também
para seu colega GENERAL HENRI HONORÉ GIRAUD (1879 - 1949)
[TAMBÉM ESTE ÚLTIMO PATRIOTA E HOMEM DE ESTADO] - E PARA
OS ATORES FRANCESES
GEORGES WILSON (1920 - 2010) E
JEAN BOUISE (1929 - 1989),
in memoriam (A E. FEFERBERG, M. CAMPOS, N. SARKOZY e
G. FINI, DA MESMA FORMA QUE AOS ATORES
QUE AINDA ESTÃO VIVOS, CITADOS, DESEJA-SE
LONGEVIDADE E PERFEITA SAÚDE)
Georges Wilson (1961) e Jean Bouise (1964): atores deram vida ao Capitão nos cinemas,
onde também se lê:
"(...) Em 1961, foi produzido "O Mistério do Tosão de Ouro" (Le Mystère de la Toison D'or), o primeiro filme de Tintim com atores reais. O ator francês Georges Wilson (1920-2010) interpretou brilhantemente o papel do Capitão. Já em 1964, foi lançado o longa "Tintim e as Laranjas Azuis" (Tintin et les Oranges Bleues), também com atores reais. Desta vez o intérprete de Haddock foi o francês Jean Bouise (1929-1989). (...).
(http://www.tintimportintim.com/2011/01/capitao-haddock-70-anos_08.html)
23.1.2012 - Carlos Boyero, de El País, e Alberto Luchini, de El mundo [AS SEDES DE AMBOS OS DIÁRIOS ESTÃO LOCALIZADAS EM MADRI, ESPANHA], já expuseram, crítico-jornalisticamente, suas opiniões sobre a spielberguiana fita cinematográfica O segredo do Licorne - Vejamos o que escreveram eles. (PARA FAZER ESSE FILME, SPIELBERG E JACKSON GASTARAM 130 MILHÕES DE DÓLARES AMERICANOS.) F. A. L. Bittencourt ([email protected])
"(...) Carlos Boyero (El País) también comenta que Tintín se ha convertido en un “Indiana Jones en dibujos animados”. Su reseña habla de una “carísima y digna” película de aventuras, pero no “memorable”.
Alberto Luchini (El Mundo), en cambio, quedó mucho más conforme, al asegurar que Spielberg ha conseguido el filme “más espectacular de su filmografía”, alcanzando la “perfección absoluta” en los escenarios y en los rasgos de los personajes. (...)"
(http://www.pochoclos.com/estrenos/aventuras-tintin-adventures,
quando se assinala que diversidade de opiniões,
como é do conhecimento geral, é muito saudável!)
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TEXTO PUBLICADO
PELO SECOLO D'ITALIA online:
"Cultura
Spielberg sdogana Tintin
e lo celebra in un kolossal
Désirée Ragazzi
Spielberg sdogana Tintin, personaggio cult della destra francese utilizzato anche ai tempi della “Nouvelle Droite”. Un mito del fumetto contestato dalla sinistra che lo ha liquidato di pubblicazione in ristampa come un becero conservatore e persino come razzista. Accuse immeritate che gli sono piovute soltanto perché era un anticomunista convinto. Il regista americano, per nulla condizionato dalle critiche demagogiche della sinistra, ora porta sul grande schermo l’intrepido ragazzo reporter nato dalla fantasia di Hergé e che avrà il volto di Jamie Bell. Le avventure di Tintin: il segreto dell’Unicorno, che arriverà in Italia il 28 ottobre mentre negli Usa uscirà per Natale, ha nel cast anche Daniel Craig, Simon John Pegg e Nick Frost. Un sogno che Steven Spielberg inseguiva dal 1983 quandò incontrò per la prima volta il disegnatore belga Georges Remi in arte Hergé, che inventò il fumetto. Trent’anni dopo il regista è riuscito a trasformare il fumetto in un kolossal tridimensionale da 140 milioni di dollari.
Il film racconta la storia del giovane e curioso reporter che si ritrova tra le grinfie del diabolico Ivan Ivanovitch Sakharine (Daniel Craig), convinto che abbia rubato un tesoro inestimabile legato al perfido pirata Red Rackham. Ma con l’aiuto del suo cane Milou si ritroverà a viaggiare attraverso il mondo alla ricerca dell’Unicorno, una nave naufragata che forse nasconde la chiave di un’immensa fortuna e di un’antica maledizione.
Un film che ridà smalto a un mito del fumetto che per intere generazioni ha affascinato la destra giovanile. «Tintin – ha spiegato Antonio Faeti, docente di storia della letteratura per l’infanzia all’Università di Bologna – è un avventuriero borghese e come tale va collocato in quella parte della destra francese non precisamente gollista quanto di tradizioni lealiste, al tempo stesso conservatrice e liberal. Ancora, Tintin è un avventuriero, ama l’altrove e valorizza la differenza. Figlio, cioè, di quella borghesia retta, perbene, coraggiosa e cavalleresca. Hergé era il portatore di questi valori che potremmo definire di centrodestra».
Tintin è un giovane reporter belga, protagonista di avventure in ogni parte del globo insieme all’inseparabile cagnolino Milù (Milou). A partire dal nono albo della serie Il granchio d’oro è affiancato dal collerico capitano Haddock, e a partire dal dodicesimo albo Il tesoro di Rackam il Rosso dallo scienziato Trifone Girasole. Tintin non ha passato né famiglia; di lui non si conosce l’età e nonostante la sua professione dichiarata sia quella di reporter, vive molte avventure senza che questa professione venga direttamente esercitata. Per “ovviare” alla contraddizione data da un personaggio costantemente impegnato in viaggi attorno al mondo senza una evidente fonte di reddito, l’autore Hergé lo fa partecipare (nella sua prima “avventura in due parti”) a una fortunata caccia al tesoro, che (evidentemente) permette a lui e ai suoi soci (il capitano Haddock e il bizzarro scienziato Professor Trifone Girasole) di vivere di rendita.
I personaggi cattivi con cui Tintin si deve confrontare sono in genere spie, falsari, trafficanti di droga e schiavi. Il fumetto viene realizzato graficamente nel 1929 e un anno dopo sul Corrierino esce Tintin chez le Soviets, in cui Hergé denuncia le nefandezze del regime bolscevico e comunista. Hergé critica apertamente la cosiddetta “sana” economia sovietica. Nel fumetto il protagonista Tintin visitando un impianto si rende conto che in realtà è un semplice stabile. Scopre anche che il regime non distribuisce il pane ai bambini piccoli che non sono comunisti e utilizza all’estero le colture degli agricoltori ma solo a fini di propaganda. Hergé riesce quindi a fotografare un sistema di violenze che l’intellighentzia italiana ha “accettato” solo alla fine degli anni Ottanta, quando caduto il Muro di Berlino è finita l’infatuazione per il socialismo reale ed è crollato il mito del “paradiso” comunista.
Tintin è protagonista di altri bellissimi fumetti avventurosi, con storie ambientate in ogni parte del mondo: Europa, estremo Oriente, Russia, Medio Oriente, Africa, America e perfino sulla luna. Ed è stato il primo a rivelare nel 1960 l’esistenza del Dalai Lama in Tintin in Tibet, considerato un vero capolavoro fumettistico. Fra le tante pubblicazioni ci sono Le avventure di Tintin. La stella misteriosa ispirato ai racconti di Giulio Verne, Le avventure di Tintin. I sigari del faraone ambientato in Egitto, Le avventure di Tintin - Obiettivo Luna, Le avventure di Tintin. Il tesoro di Rakam il Rosso.
E ora ottant’anni dopo Spielberg lo celebra in un kolossal senza farsi frenare da preconcetti che invece hanno accompagnato per tanti anni Tintin e il suo inventore. Preconcetti che riescono fuori nell’ultimo nell’articolo che il venerdì di Repubblica ha dedicato all’autore del fumetto. Il settimanale accusa Hergé di essere reazionario e collaborazionista («vanta anche innumerevoli tintinnofili illustri, indifferenti al suo sospetto passato di collaborazionista da cui, dopo processo e carcere l’ha salvato proprio la celebrità del suo eroe)». In realtà il venerdì non perdona a Hergé la grande pecca di essere stato un anticomunista antisovietico. L’articolo descrive Tintin paladino delle riscosse civili contro degrado ambientale e culto del denaro e “sdegnosetto” verso le foghe capitalistiche oltre Atlantico. Secondo la vulgata comune inoltre, il reporter è uno strenuo animalista, un sostenitore del Dalai Lama e si schiera in difesa della Cina occupata dal Giappone. È un terzomondista e sta dalla parte degli indios in difesa dei popoli e delle culture locali. Ma, proprio per questo motivo è coerentemente anticomunista e antiinternazionalista. In sostanza, è un apostolo delle terza via: incarnava il pensiero dei giovani degli anni Trenta ed era l’espressione della generazione degli indignati ante-litteram. Una sorta di indignati genuini. Quindi alla luce di quanto sta accadendo in questi giorni basta rileggere Tintin per rendersi conto che gli indignati odierni sono solo un bluff."
(http://www.secoloditalia.it/stories/Cultura/1845_spielberg_sdogana_tintin_e_lo_celebra_in_un_kolossal/)
Ilha Christmas,
Oceano Índico:
(http://pcamaralimagens.blogspot.com/2010/01/ilha-australiana-e-invadida-por.htm
===
SOBRE O JORNAL
SECOLO D'ITALIA
(em francês):
"(...) Mais ce journal est resté proche de Futur et liberté pour l'Italie et de Gianfranco Fini jusqu'en février 2011, date à laquelle il est passé sous le contrôle de la composante ex-AN interne au PdL dans son Comité d'administration. (...)" [http://fr.wikipedia.org/wiki/Secolo_d%27Italia].
MAS QUEM É GIANFRANCO FINI?
(ADIANTA-SE QUE O HOMEM FOI FASCISTA
E HOJE AFIRMA, EM OUTRAS PALAVRAS,
QUE NÃO HÁ NADA PIOR DO QUE O FASCISMO
[as palavras são nossas, mas a ideia é essa,
como V. Sª. pode confirmar na leitura, a seguir
sugerida, do verbete da Wikipédia, em português,
sobre esse jornalista é político, apóia o
presidente italiano e que, atualmente (JAN. / 2012)
é o presidente da Câmara dos Deputados da Itália]
===
VERBETE 'GIANFRANCO FINI ',
WIKIPÉDIA:
"Gianfranco Fini
Gianfranco Fini (Bolonha, 3 de janeiro de 1952) é um político e jornalista italiano, atual presidente da Câmara dos deputados da Itália e antigo líder do partido pós-fascista Aliança Nacional (Alleanza Nazionale), que posteriormente fundiu-se com a Forza Italia, de Silvio Berlusconi, para formar o partido de centro-direita Povo da Liberdade (PdL) (Il Popolo della Libertà).
Fini foi também vice-Presidente do Conselho de Ministros (equivalente a vice-primeiro ministro) e Ministro das Relações Exteriores da Itália, no governo Berlusconi, entre 2001 e 2006.
Fini é um dos líderes históricos do extinto Movimento Sociale Italiano-Destra Nazionale (Movimento Social Italiano - Direita Nacional), partido fundado em 26 de dezembro de 1946 por remanescentes da República Social Italiana e ex-expoentes do regime fascista, como Arturo Michelini. O partido se dissolveu em 27 de janeiro de 1995, e a maior parte dos seus membros filiou-se à Aliança Nacional, enquanto uns poucos ligaram-se Movimento Social Chama Tricolor (Movimento Sociale Fiamma Tricolore).
Deputado por diversas legislaturas, Fini foi vice-presidente do Conselho de Ministros e ministro dos Negócios Estrangeiros durante o Governo Berlusconi II e III (2001 a 2006). Foi vice-presidente do Governo no segundo Governo Berlusconi e ministro do Exterior no Berlusconi III. É, desde 30 de abril de 2008, presidente da Câmara dos Deputados da Itália.
É autor de dois livros: Un'Italia civile (1999 ISBN 8879284738) e L'Europa che verrà. Il destino del continente e il ruolo dell'Italia (2003 ISBN 888112484X).
Relações com o fascismo
Em visita a Israel, denunciou os erros do fascismo e a tragédia do Holocausto, definindo as leis raciais fascistas como "mal absoluto do século XX". Vários órgãos da imprensa noticiaram a declaração, interpretando o "mal absoluto" como se fosse aplicável ao fascismo em si.[1].
Todavia, até 1994, quando teve início o primeiro governo de Silvio Berlusconi, Fini afirmava sua crença no fascismo e sua admiração por Mussolini:[2]
- "Acredito ainda no fascismo, sim, acredito." 19 de agosto de 1989;
- "Ninguém pode nos pedir que abjuremos a nossa matriz fascista", Il Giornale, 5 de janeiro de 1990;
- "Mussolini foi o maior estadista do século. E se vivesse hoje, garantiria a liberdade dos italianos", 30 de setembro de 1992;
- "...quem foi vencido pelas armas mas não pela história está destinado a saborear o doce gosto da revanche... Depois de quase meio século, o fascismo está idealmente vivo...", maio de 1992;
- "Mussolini foi o maior estadista do século... Existem fases nas quais a liberdade não se inclui entre os valores importantes", junho de 1994).
Posteriormente, ao rever publicamente algumas das suas posições ideológicas e dar declarações sobre as leis raciais fascistas como "mal absoluto," provocou a ira de vários militantes e a saída de Alessandra Mussolini da Aliança Nacional, para fundar o movimento Libertà d'azione (Liberdade de ação), depois renomeado para Azione sociale ("Ação social").
Em 2008, Fini voltou a provocar a indignação dos seus prosélitos ao conclamar a direita a doravante reconhecer-se no antifascismo, distanciando-se das ideologias que marcaram o seu passado político. Tais declarações motivaram a revolta do seu antigo porta-voz Francesco Storace, que o acusou de incitar ódios e de dar razão aos expoentes da extrema-esquerda, que por anos negaram a tragédia das foibe.[3]
Fundação do PDL e expulsão do partido
Em março de 2009, Fini fundiu seu partido Aliança Nacional com o partido de Berlusconi, Il Popolo della Libertà, e era visto por muitos como o herdeiro político do premiê italiano até à ruptura entre os dois.[4]
Em Julho de 2010, Berlusconi afastou Fini devido a “divergências insanáveis”, e disse que não estava disposto a aceitar “um partido dentro do partido”. Assim, pressionou Fini a abandonar a presidência da Câmara dos Deputados, mas este recusou demitir-se e desafiando o primeiro-ministro afirmou que os seus apoiantes no Parlamento “não hesitarão em opor-se às escolhas injustas do Executivo ou contrárias ao interesse geral.” Deste modo, Berlusconi perdeu a maioria que dispunha, pois 32 deputados apoiantes de Fini abandonaram o partido de Berlusconi para criarem o seu próprio grupo parlamentar.
A expulsão de Fini ocorreu após vários meses de divergências com Berlusconi. Quando o Governo quis propor uma lei que reduzisse drasticamente as escutas telefónicas feitas pelos magistrados e impedisse os jornalistas de as citarem, Fini opôs-se e obrigou Berlusconi a suavizar a proposta. Em nome da “moralidade e legalidade”, também apelou aos políticos que estejam a ser investigados que se demitam das suas funções, numa altura em que três ministros eram acusados de corrupção e tráfico de influências e que posteriormente tiveram de abandonar os seus cargos.
Referências
Bibliografia
- Goffredo Locatelli, Daniele Martini, Duce addio. La biografia di Gianfranco Fini, 1994 ISBN 8830412651
- Corrado De Cesare. Il fascista del Duemila. Le radici del camerata Gianfranco Fini. Kaos Edizioni, 1995 ISBN 889530461
- Federico Guiglia, Para Enrico. Gianfranco Fini. Cronaca di un leader, 2002 ISBN 8871666291
- Stefano Marsiglia, Collettivo Malatempora. Fini. Una storia nera, 2004 ISBN 8884250404
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Gianfranco_Fini)
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O RESPONSÁVEL PELO site TINTIM POR TINTIM
ESCREVEU A SEGUINTE RESENHA SOBRE O FILME
DE SPIELBERG:
Eu não sabia bem como começar este texto. É um pouco difícil falar sobre um filme tão esperado, mas que finalmente chega às telas de todo o país. Foram anos sonhando com uma adaptação de Tintim para os cinemas, e de 2008 pra cá - quando nasceu este blog - cada notícia, por mais irrelevante que fosse, só aumentava a expectativa. Na última sexta-feira (e novamente na terça) eu finalmente pude matar minha curiosidade. Por mais que as imagens e vídeos divulgados contribuíssem para boas expectativas, eu ainda estava com um pé atrás.
Agora que tenho uma opinião mais ou menos definida, vou tentar falar aqui sobre tudo o que eu achei do filme. Como tenho muita coisa para dizer, talvez volte aqui para falar mais sobre o assunto. Fique à vontade para comentar, questionar ou criticar...
O filme é uma boa pedida para o público em geral. É evidente que os cineastas tinham o desejo de agradar aos fãs, por isso respeitaram muito do original. Mas para atrair um novo público, ideias novas precisaram ser acrescentadas, o que talvez desagrade aos fãs mais puristas. Eu me despi de qualquer preconceito e fui ver o filme ciente de que o objetivo não era copiar os álbuns para as telas e, com esse pensamento em mente, não me decepcionei.
Os créditos iniciais são excelentes, pois além do visual estilizado e da trilha sonora envolvente, fazem uma homenagem às mais diversas aventuras do repórter. Quando o filme propriamente dito começa, os fãs reconhecem de cara um personagem que não está nos álbuns, mas é o mais importante para a existência de Tintim. A primeira cena de rosto do protagonista é uma clara tentativa de comparar a versão digital com a original, como se o desenho feito à mão fosse a verdadeira cópia. O alívio chegaa quando eu vejo que aquilo funciona, e o Tintim de Spielberg não é um boneco de plástico com os olhos mortos, mas sim um jovem que poderia ser real, vivendo num mundo mais realístico impossível.
Assim como nos álbuns de Hergé, o filme não perde tempo com apresentações e a aventura começa logo nos primeiros minutos. É quando Tintim encontra uma das réplicas o Licorne, navio que dispensa apresentações para quem conhece a história. Os acontecimentos seguem o enredo do álbum quase de perto, mas uma ou outra cena é acrescentada para explica melhor os fatos - como o porquê do navio ter caído e quebrado o mastro, e como Tintim ficou sabendo da história do Licorne antes de conhecer o Capitão Haddock.
A fusão das duas histórias principais ("O Caranguejo das Tenazes de Ouro" e "O Segredo do Licorne") é muito bem-feita. Os elementos principais foram aproveitados, resultando em uma história que faz sentido, que poderia tranquilamente ter sido escrita por Hergé. Ideias que certamente passaram pela cabeça do autor, como dar um descendente ao pirata Rackham, foram colocadas em prática, mas algumas com certo exagero (os vidros à prova de balas que o digam). Outras ideias inéditas somaram muito ao roteiro, como a pista deixada por Barnabé para que seus algozes fossem encontrados, ou a relação do mordomo Nestor com o castelo de Moulinsart.
O Capitão Haddock ganhou mais profundidade. Os roteiristas optaram por uma versão mais parecida com a do álbum de estreia do personagem, "O Caranguejo das Tenazes de Ouro", em que ele passa a maior parte do tempo bêbado, ou com dificuldades para manter a sobriedade. O roteiro, na verdade, gira em torno do velho lobo do mar, que tem suas origens explicadas através da história de seu antepassado, o capitão do Licorne.
A cena da batalha entre o Licorne e os piratas é uma das mais fenomenais que o cinema já viu, ganhando de lavada dos quatro "Piratas do Caribe". A bem-coreografada luta entre Sir François e o pirata Rackham é uma maravilha de se ver, bem como as transições entre os flashbacks e a narração do Capitão Haddock no deserto e no posto de Afghar. Esta foi uma das minhas partes favoritas, e acredito que se tornará facilmente uma daquelas sequências memoráveis do cinema, como a pedra que rola atrás de Indiana Jones em "Os Caçadores da Arca Perdida".
Falando no arqueólogo, em alguns momentos não tem como não lembrar do personagem que levou Spielberg a conhecer Tintim. A cena da biblioteca, o movimento nas ruas da fictícia cidade marroquina, tudo tem um pouco das aventuras de Indy, outrora comparado ao repórter. A perseguição em Bagghar é outro espetáculo cinematográfico. Não está nos livros, mas é uma soma e tanto para a ação do filme. É impossível imaginar algo como aquilo sendo feito com atores reais. O resultado é estonteante.
O filme está recheado de easter-eggs, que deixam qualquer fã ansioso para assistir com o controle remoto em mãos e identificar cada um deles. Eu não vejo a hora! Tudo tem um clima de homenagem à obra de Hergé, desde os retratos de personagens dos álbuns no mercado de pulgas até as paredes do apartamento de Tintim, que estampam recortes de jornal contando as antigas aventuras do repórter. O whisky Loch Lomond está lá, o periódico Le Petit Vingtième está lá, e até uma referência ao clássico "Tubarão", também de Steven Spielberg, foi garantida.
No fim das contas, "As Aventuras de Tintim" atingiu as expectativas. Não foi uma adaptação ao pé-da-letra, como eu já imaginava, mas respeitou a essência da obra de Hergé. Com certeza uma ou outra cena que não está nos álbuns não faria falta no filme - em especial o confronto final - mas, como um todo, o resultado foi satisfatório. É uma ótima pedida como apresentação da série aos leigos, e funciona muito bem como início de uma franquia que, espero, não deve terminar tão cedo. O final deixa um bom gancho para uma continuação, mas só me traz uma tristeza: vai demorar para chegar."
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VEJA Rio / Exposições:
"Nos tempos de Bolão e Azeitona
Mostra na Biblioteca Nacional resgata histórias em quadrinhos produzidas nos primórdios do século passado, livres da patrulha do politicamente correto
Entre os 3 milhões de periódicos que ocupam 17 quilômetros de estantes da Biblioteca Nacional, no Centro, uma categoria chama atenção em particular. Trata-se da coleção de histórias em quadrinhos, a maior e mais antiga da América Latina. Dela fazem parte desde preciosidades como a primeira tira desenhada no Brasil, Impressões de uma Viagem à Corte, de Angelo Agostini, publicada em A Vida Fluminense, em 30 de janeiro de 1869, até edições em mangá, estilo japonês em voga entre os fãs do gênero. É possível conhecer parte desse fenomenal acervo na exposição Desenhar para Sonhar, junto ao hall de entrada do edifício. Dividida em cinco módulos, a mostra se propõe a traçar um panorama da produção nacional sobre o assunto. "Mais do que exibir um retrato da riqueza gráfica desse tipo de narrativa, o que queremos é apresentar um panorama de como os jovens e as crianças têm se divertido nos últimos 150 anos", diz Carla Ramos, chefe da divisão de publicações seriadas da instituição.
Página de Réco-Réco, Bolão e Azeitona, capa de O Tico-Tico e desenho de Os Sobrinhos do Capitão: parte de um acervo de preciosidades
Em meio aos desenhos em exibição, há exemplares capazes de atrair a fúria das patrulhas politicamente corretas que recentemente se insurgiram contra Monteiro Lobato e imaginários conflitos de classe e raça em O Sítio do Pica Pau Amarelo. No clássico Chiquinho, criado por Luís Gomes Loureiro em 1915, o pequeno herói que remete ao americano Buster Brown tem como comparsa nas traquinagens Benjamim, um garoto negro inspirado em um dos empregados da casa do autor e responsável pelas piores barbaridades, quase sempre coroadas com surras de escova desferidas pelos adultos ao fim de cada epopeia. Há tramas em que o nome dos personagens, de cara, já provocaria protestos em militantes mais empedernidos. Em uma das séries populares das décadas de 30 e 40, de autoria de Luiz Sá, três gaiatos viviam de pregar peças uns nos outros. Um deles, negro, de traços caricatos, recebia o nome de Azeitona (uma denominação entre jocosa e pejorativa, usada na época no Ceará, o estado natal do autor). O outro, gordo (ou obeso, para não ofender os mais suscetíveis a potenciais ofensas), chamava-se Bolão. A trinca era completada por Réco-Réco, um sujeito permanentemente atormentado por seus cabelos arrepiados. Nas historietas, o fumo era liberado, podia-se tomar um trago aqui ou ali e a molecada costumava atacar passarinhos com estilingue. "Essas situações precisam sempre ser compreendidas dentro de um contexto de época", explica Álvaro de Moya, estudioso do assunto e autor dos livros Shazam! e História da História em Quadrinhos. "Era comum certa maldade dos personagens, como também punições exageradas, já que os quadrinhos tinham um papel pedagógico, com toques de humor. Qualquer tentativa de enxergar nisso traços de discriminação racial ou apologia à violência e a desvios de conduta é pura bobagem."
O caráter de época é reforçado, principalmente entre as obras mais antigas, pelos traços ligados aos padrões visuais comuns a cada período — como o rebuscamento do art nouveau nos desenhos do início do século XX e as linhas econômicas do art déco, alguns anos mais tarde. Outra característica marcante são as piadas em estilo pastelão, que hoje soariam ingênuas. Entre as raridades a ser conferidas na mostra, chamam atenção exemplares de O Tico-Tico, considerada a primeira revista infantil do país, criada em 1905 e extinta em 1962. "São verdadeiras preciosidades, de tão raras", afirma a curadora Carla. Sem dúvida, um tesouro que merece ser tratado com a reverência destinada a peças de valor histórico.
O mocinho virou bandido
O protagonista da animação As Aventuras de Tintim, de Steven Spielberg, já foi rotulado de racista a algoz de animais selvagens
Com estreia marcada para a próxima sexta (20), a animação As Aventuras de Tintim, dirigida por Steven Spielberg, desembarca nos cinemas tendo como protagonista um personagem que passou os últimos anos envolto em confusões. O intrépido jornalista criado pelo quadrinista belga Hergè em 1929 já foi rotulado como racista, eurocêntrico, defensor do imperialismo, destruidor do meio ambiente, algoz de animais selvagens e outras besteiras. Recentemente, seus editores na Bélgica tiveram de se defender de uma série de processos movidos por entidades que se julgam ofendidas por suas peripécias. No Brasil, o álbum mais polêmico da coleção de 24 volumes, Tintim no Congo, editado pela Companhia das Letras em 2009, traz um aviso na contracapa advertindo que a obra, originalmente escrita em 1930, "reproduz as atitudes colonialistas da época" e que retrata os congoleses "de acordo com estereótipos burgueses e paternalistas daquele tempo".
O resultado é que, sob a mira da artilharia politicamente correta, os livros deixados pelo desenhista, morto em 1983, têm passado por sutis adaptações, como a remoção de um copo de uísque ou a troca do texto escrito em um quadro-negro de uma sala de aula. Todas inócuas diante de suas qualidades, como o desenho refinado e os enredos mirabolantes. "O que existe é um exagero", diz o arquiteto Chicô Gouvêa, fanático pela série. Dono de uma vasta coleção de objetos ligados ao repórter topetudo, ele não aguentou esperar o filme chegar ao Brasil e usou suas milhas em uma companhia aérea para vê-lo em Portugal, em outubro. "É excelente, mistura várias histórias, e até a cantora Bianca Castafiore, personagem de O Cetro de Okotar, entra na trama de forma interessante", adianta. Detalhe: quem espera mais barulho vai se decepcionar. A versão cinematográfica não tem nenhum elemento que possa incomodar os mais sensíveis.
Desenhos de Tintim no Congo e Gouvêa com sua coleção: personagem polêmico"
(http://vejario.abril.com.br/edicao-da-semana/exposicao-na-biblioteca-nacional-666173.shtml)
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