Luto em Minas: morre Afonso Ávila

Affonso Ávila, considerado um dos mais importantes brasileiros da contemporaneidade, morreu na tarde de quarta-feira (26), em Belo Horizonte, devido a uma parada cardíaca, aos 84 anos. Fundador do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), Ávila vinha enfrentando problemas de saúde, tendo ficado internado por um mês em decorrência de um enfisema pulmonar. Ele havia recebido alta há cerca de uma semana.

O mineiro, nascido em 1928, tinha no currículo diversos prêmios, como o Jabuti, conquistado pela obra ‘O visto e o imaginado’. Também são de sua autoria ‘Código de Minas’, ‘Cantaria Barroca’, ‘O Poeta e a Consciência Crítica’ e ‘Égloga da Maçã’, lançado neste ano. Na literatura, Ávila investiu na poesia e no ensaio. Também atuou como jornalista e se destacou como estudioso do barroco, estilo bastante presente nas cidades históricas de Minas Gerais.

Editou a revista Vocação e colaborou na edição da revista Tendência. Seu primeiro livro de poemas, ‘Carta do solo’, foi publicado em 1961 e traduzido para o espanhol no ano seguinte. Também ajudou a organizar a Semana Nacional da Poesia de Vanguarda, realizada em 1963 na Universidade Federal de Minas Gerais (UFRJ). Assumiu a direção do Centro de Estudos Mineiros da instituição em 1969.

O governador Antonio Anastasia emitiu nota lamentando a morte de seu conterrâneo. ”A literatura brasileira perde um de seus grandes valores. O trabalho de Affonso Ávila, como poeta e ensaísta, é reconhecido não só em Minas Gerais, mas em todo o Brasil. Especialista em barroco, deu grande contribuição à conservação do patrimônio histórico e arquitetônico mineiro. A seus familiares levo a solidariedade de todos os mineiros. Seu legado servirá para aplacar a dor de seus parentes e amigos neste momento de tristeza", escreveu. O enterro será realizado nesta quinta-feira (27), no cemitério Parque da Colina, em Belo Horizonte.

 

Defensor do barroco

 

Ele prefere ser chamado de pesquisador, ensaísta e poeta. Mas isso não resume Affonso Ávila. A lista é longa: ele trabalhou para JK, dirigiu o Centro de Estudos Mineiros da Universidade Federal de Minas Gerais, participou ativamente de importantes movimentos literários, criou o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais e inaugurou toda uma corrente de pesquisas e ensaios a respeito do Barroco no Brasil.

Mineiro de Belo Horizonte, Affonso Ávila nasceu em 1928. Lia muito na adolescência, e ao lado de sua então futura esposa, Laís Correa de Araujo, aguardava ansioso pelos cadernos literários dos jornais do Rio e de São Paulo todos os fins de semana. “Sempre quis escrever”, diz ele. Em 1953, publicaria seu primeiro livro de poesia. De lá pra cá, organizou a histórica Semana de Poesia de Vanguarda, em 1963, ganhou diversos prêmios – entre eles o Jabuti, com O visto e o imaginado – e realizou trabalhos de levantamento e conservação do patrimônio artístico e arquitetônico das cidades históricas mineiras.

 

Fonte: Revista de História