NOTA AOS MES ESTIMADOS LEITORES:

O ARTIGO ABAIXO FARÁ PARTE DO MEU LIVRO

POLIEDORO DE INSÂNIAS

             (ARTIGOS )

Lula e seus heterônimos

(Republicado com acréscimos, revisado e melhorado)_

Cunha e Silva Filho

Uma vez, escrevia um artigo chamado “O Intocável”. Não aludi ao nome de quem seria o epíteto, mas depois das eleições últimas, sendo eleito pela terceira vez, de forma distanciada e sem as minhas motivações primeiras que tive de seus desempenhos como político na condição de Chefe da Nação, agora penso um pouco diferente dos meus arroubos de vários artigos atacando, de forma educada, como é do meu estilo, os erros palmares que aconteceram sob o conhecimento do Presidente ou por falta de real conhecimento do que vinha ocorrendo em seus mandatos.

Um jornalista de O Globo tem uma outra definição para o desempenho do Lula chamando-o de Lula 1, Lula 2 e Lula 3, este último com a pretensão, no meu juízo, de profetizar” o que possa advir de seu terceiro mandato.

O certo é que o Brasil mudou muito em tantos ângulos da nossa realidade social, econômica, política, cultural etc. Ora, tais mudanças sinalizariam para um novo mandato lulista de forma mais cautelosa, notadamente em razão de sua idade mais provecta agora. Sua experiência política seus contratempos diversos, inclusive com um prisão que, pela ordem jurídica, o pôs em liberdade e não o colocou na ilegibilidade logo após a sua libertação. Candidatou-se tendo como opositor um governo que só encrencou a vida nacional, com retrocessos seguidos de retrocessos justamente pelo fato de que agia por diretrizes anacrônicas e perigosas ao futuro da democracia brasileira.

Não se sabe se. na consciência do Lula houve uma “mea culpa” pelo menos de foro íntimo devida a graves erros e cometidos por correligionários seus, quando pipocaram escândalos de altíssima gravidade chamados de Mensalão, “Petrolão e outros quejandos. Em resumo: malversações recorrentes do Erário Público, ou práticas ilícitas de gente do alto escalão pertencente ao PT ou coligadas a esse partido.

Fausto Wolf falecido), grande jornalista e escritor, o eminente tradutor Ivo Barroso (falecido) e um chargista talentoso de cujo nome não me recordo agora, e o escritor Antônio Torres e outros desancavam ilicitudes do petismo.

Grandes jornais brasileiros dedicavam páginas e páginas(pareciam capítulos de uma novela sobre temática política brasileira) falando mal do Mensalão e do papel preponderante da Polícia Federal nas múltiplas investigações de material que pudesse levar à prisão e perda de cargos e mandatos de maus político conluiados com o empresários desonestos e corruptos, um jogo duplo de corruptores e corrompidos envolvendo o dinheiro público ou superfaturamentos e monopólios de licitações públicas.

Escrevi um ensaio um tanto longo em inglês falando sobre fakenews e sobre o papel indecoroso de alguns políticos brasileiros, especialmente tendo como núcleo temático as artimanhas e desmandos no petismo, que, infelizmente não teve nenhuma repercussão.

Contudo, com a vitória do PT e alguns erros e discrepâncias que ainda carrega, como o gigantismo de ministérios, em número de 37, a volta de alguns políticos-chave e a ambígua manutenção do presidente do Banco Central, o neto do Bob Campus, reconhecidamente um bolsonarista, meu papel como escritor é primeiro, observar o desempenho do Presidente Lula e o resultado positivo de suas promessas de reconstruir um governo democrático digno dos futuros anais da histórica política nacional.

O melhor disso tudo, apesar dos reparos que sumariamente fiz linhas atrás, com a sua plena maturidade e larga experiência de governante, só auguro ao primeiro mandatário atual frutos de uma governança voltada para a dimensão social em vários setores tema que deve ser prioritário nas esferas da educação pública, na saúde, na segurança pública, no combate sem trégua a um escalada de violência sem precedentes, na valorização dos professores de todos os níveis, num urgente aumento real, não migalhas. ao funcionalismo federal que há. pelo menos, quase dez anos tem os seus salários congelados injustamente pelos últimos governos federais, ao passo que o alto custo de vida não cessa de crescer ao bel prazer do comércio e da indústria, máxime nos itens vitais: alimentos remédios e planos de saúde.

Falando de planos de saúde, devo clamar, indignado, por um pergunta: Até quando os Planos de saúde no país aumentarão absurdamente de tal sorte que levarão seus usuários a deixá-los ou mesmo ter que  abandoná-los  pela  simples razão   que não cessam de majorar anualmente seus usuários? Por que a ANS não é dura com esses comerciantes da medicina que não são punidos pelo governo federal que os controlam, e que, ambiguamente, são os primeiros a concederem aumentos a esses planos de saúde? Eles tomam um parte considerável do salário da lasse média, de um matricula pública municipal ou estadual e mesmo federal?

Como pode um governo federal congelar salários por tanto tempo se pratica um laissez-faire nos aumentos de todos os itens indispensáveis à sobrevivência da sociedade, e não falo apenas das classes despossuídos, dos “merdunchos” de que falava o contista João Antônio (1937-1996), mas da classe média baixa e média média que, sem aumento - repito - ( o que é uma injustiça flagrante e imperdoável ) por longo tempo, no caso de serem funcionários barnabés, vivem atualmente endividados sem que os salários os mantenham até ao fim do mês. Os ricaços, os “borbulhantes” continuam a gastar no luxo pantagruélico e na gastança hedonista e indiferente dos que estão em aperturas financeiras . Cuidado, Presidente Lula. Pense em todas essas questões aqui sumariamente afloradas.