Lançamentos: O auto do cônego e o O auto da revolta, de Halan Silva

[Dílson Lages]

Halan Silva escreve ensaios e ficção. Entre suas obras, está a clássica obra As formas incompletas: apontamentos para uma biografia , estudo sobre a vida e o obra do poeta piauiense H. Dobal. No campo da ficção, entre suas obras as novelas Cambacica e Pedra Negra, livros em que se revelam compromisso social, crítica de costumes e a abordagem de aspectos identitários do Piauí. Agora ele nos oferta 2 belíssimos autos, publicados pela nova aliança editora, O auto do Cônego e  O auto da revolta.

Os autos recém-lançados por Halan Silva (Nova Aliança Editora) são uma profunda crítica ao poder. Ele critica a fé e a política,  levando-nos a questionar o sentido das revoluções e das utopias. São textos que desemborcam em um fundo moral, indagando ainda o sentido da bondade e da justiça. As cenas têm Campo Maior como cenário, nos anos de 1925 e 1926.

Em O auto do Cônego, temos uma beata centenária e a ânsia de um filho por herança. Em O Auto da revolta, a passagem da coluna prestes em Campo Maior. Unindo as duas obras, além dos temas centrais que a percorrem, há o estilo bem humorado próprio do gênero literário em que se materializa a obra e da escritura inconfudível do autor.

Os personagens aparecem designados pelo seu lugar social. No caso de O Auto da Revolta, alguns deles personificam a própria força institucional, especificada pelo advérbio sempre em explicação ao modo de agir. Por exemplo, Frei Gusmão (sempre de Batina), Major Alberto (sempre de uniforme).

Desperta o interesse do leitor ainda um olhar humano para o vaqueiro, cuja atenção volta-se para a espoliação e a opressão. Tanto o vaqueiro Ceará quanto Chico Cearense encarnam essa humanidade. Também figuram nas obras o latifúndio como concentrador de renda figura e a vida social de Campo Maior. Trata-se de obra de evidente senso estético.

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