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Miguel Carqueija

 

Resenha do filme “Young and innocent” — Gaumont, Inglaterra, 1937. Direção: Alfred Hitchcock. Roteiro de Charles Beaumont, Edwin Geenwood e Anthony Armstrong.

 

Personagens e elenco:

Erica Burgoyne.........................................................Nova Pilbeam

Robert Fisdall...........................................................Derrick De Manet

Coronel Burgoyne....................................................Percy Marmont

Old Will....................................................................Edward Rigby

Inspetor Kent...........................................................John Longden

 

            Pouco lembrado nos dias atuais, “Jovem e inocente” é um filme policial simpático e divertido, baseado na convicção de uma jovem de forte personalidade, Erica, da inocência do rapaz Robert acusado de assassinato por provas circunstanciais. A polícia está convicta de sua culpa, inclusive o Coronel Burgoyne, da Scotland Yard; mas Erica, sendo embora a filha do coronel e chefe de polícia, após um encontro acidental com Robert concence-se da sua inocência e passa a ajudá-lo na fuga e na busca das provas que apontem o verdadeiro culpado.

            O filme tem alguns pontos fracos, como sequer interrogarem o marido da atriz assassinada, ou o excesso de confiança de Erica — magistralmente interpretada por Nova Pilbeam, atriz inglesa que, afora o nome exótico, naquele tempo era muito nova mesmo, e gozava de grande prestígio no cinema britânico. A sua voz era marcante, propiciando à personagem um tom taxativo.

            A fotografia é em preto-e-branco, como eram as películas da fase inglesa de Hitchcock. Mesmo assim é extraordinária a sequência em que a câmera vai se aproximando aos poucos do músico de uma orquestra até mostrar, de perto, o seu tique nervoso — o toque do assassino.

            Esta cena faz parte da sequência final quando Erica, tornada ela própria uma fugitiva da lei, Robert e o aliado Will jogam tudo para pegar o verdadeiro culpado.

            É um filme de suspense que prende a atenção e merece ser visto.

 

Rio de Janeiro, 1° de janeiro de 2017.