Interessante crítica de Marcelo Hessel sobre o novo filme com Demi Moore
Por Flávio Bittencourt Em: 03/01/2011, às 20H28
[Flávio Bittencourt]
Interessante crítica de Marcelo Hessel sobre o novo filme com Demi Moore
Ensina M. Hessel que uma fashion victim pode virar trendsetter de uma hora pra outra.
"Wonderful photoset of New York in the 1930s"
(http://metkere.com/en/2008/11/)
.
(http://www.clubeletras.net/blog/cinema/leo-o-primeiro-leao-da-metro-goldwyn-mayer/)
"OS BRUTOS TAMBÉM AMAM"
(INVENÇÃO VERBAL-EXÓTICA DE UM TRADUTOR DE TÍTULOS DE FILMES AMERICANOS,
QUANDO MINHA SAUDOSA TIA MARIA DE LOURDES ARAUJO LIMA DINIZ
NÃO MAIS TRABALHAVA NESSE RAMO DA INDÚSTRIA CULTURAL ESTADUNIDENSE,
uma vez que já era funcionária concursada (8º lugar [HOMENS INCLUÍDOS] no
primeiro concurso - o de 1933 - que admitiu mulheres no hoje bicentenário
Banco do Brasil S. A.), sendo que ela foi responsável por traduções
[PRODUÇÃO DAS LEGENDAS] de filmes da METRO e outras companhias
cinematográficas quando, em sua juventude, morou em bairro popular de Nova Iorque,
EUA: o famoso Bronx,
UMA FALSA FAMÍLIA DE ATORES (atores-personagens-do-filme,
casualmente interpretados por atores do cinema de Hollywood),
QUE AJUDAM A PROMOVER VENDAS DE sonhos de consumo burguês,
ALIENADOS E "SEM SENTIMENTOS":
Divulgação/Califórnia
"FILME QUE CRITICA CONSUMISMO ESTREIA NESTA SEXTA
Do R7
Amor por Contrato tem Demi Moore no elenco
Amor por Contrato - Uma família perfeita está de mudança. Ao chegar no novo bairro, Kate (Demi Moore), Steve (David Duchovny), Mick (Ben Hollingsworth) e Jenn (Amber Hear) chamam a atenção dos vizinhos, sempre de forma muito positiva. Mas toda a perfeição desta família mascara um segredo: eles foram criados para compor uma estratégia de marketing de uma empresa que quer vender produtos de luxo para famílias de todo o mundo."
CARTAZ ORIGINAL DO FILME SHANE, CUJO TÍTULO FOI, NO BRASIL,
TRADUZIDO PARA ' OS BRUTOS TAMBÉM AMAM'
(http://www.coverbrowser.com/covers/essential-movies/9)
DEMI MOORE:
(http://centralmusical80.blogspot.com/2010/11/musas-do-cinema-da-decada-de-80-p4.html)
"AMOR POR CONTRATO É UMA TOCANTE ESTÓRIA PEQUENO-BURGUESA DE AMOR,
NO CONTEXTO DE UMA ATUALIDADE CONSUMISTA, AGRESSIVA E MERCADOLOGICAMENTE
INTERESSADA"
(COLUNA "Recontando estórias do domínio público")
"OUVIR UM sim DE DEMI MOORE NÃO PARECE SER POUCA COISA -
e isso acontece, em certa altura do filme!"
(IDEM)
(http://digitei.blogspot.com/2010_03_01_archive.html)
DAVID DUCHOVNY:
(http://abaixodolimitedapele.blogspot.com/2010/08/californication-trailer-da-4a-temporada.html)
"PODE ATÉ SER QUE PUBLICITÁRIOS E ESPECIALISTAS EM MARKETING
NÃO CHEGUEM A TANTO, CARO CRÍTICO MARCELO HESSEL, MAS...
OS (PEQUENOS) VENDEDORES TAMBÉM AMAM!"
(COLUNA "Recontando estórias do domínio público")
"VAMOS CRITICAR A CRÍTICA? ENTÃO... MÃOS À OBRA!"
(IDEM)
HOMENAGEANDO O COMPETENTE E BEM-INFORMADO
CRÍTICO DE CINEMA MARCELO HESSEL,
do portal Omelete, A QUEM SE DESEJA SAÚDE,
VIDA LONGA E CONTINUIDADE DE SUA MAGNÍFICA
PRODUÇÃO DE SEMPRE ÓTIMAS ANÁLISES DE FILMES DA
ATUALIDADE (e que ele me desculpe pela pequena,
efetivamente pequena, objeção aqui assinalada),
A MEMÓRIA DA TRADUTORA DE CINEMA E TEATRO -
profissional com registro junto à SBAT - E BANCÁRIA APOSENTADA
SRª MARIA DE LOURDES ARAUJO LIMA DINIZ e
TODAS AS PESSOAS QUE PARTICIPARAM DA ELABORAÇÃO
DA MUITO CURIOSA FITA RECENTE AMOR POR CONTRATO
(EUA, 2010)
4.1.2011 - Segundo o crítico de cinema Marcelo Hessel, o filme (muito bem elaborado, como aqui se o percebe) Amor por contrato, com Demi Moore e David Duchovny - ora em cartaz -, é fraco e ingênuo e não percebe que uma pessoa do tipo fashion victim pode tornar-se um ser trendsetter - Amor por contrato é uma tocante estória pequeno-burguesa de amor, no contexto de uma atualidade consumista e mecadologicamente interessada, que, no Brasil, mereceu a apreciação jornalística do crítico de cinema Marcelo Hessel. Mas é preciso um glossário - pequeno "dicionário" de termos estranhos a um dado público que desconhece certos termos especializados, expressões de outros idiomas, regionalismos, coloquialismos etc. - para entender essa crítica? Não exatamente, mas é melhor dar uma examinada básica num parágrafo da crítica (muito interessante) de M. Hessel, exarada no portal Omelete ponto com, para que se entenda o que aqui [nesta nota introdutória] se procura transmitir. Vamos tentar re-transformar a "omelete" em ovo de galinha ainda intocado para que o fulcro da presente mensagem metacrítica possa ser convenientemente oferecida ao gentil leitor e à amável leitora desta Coluna despretensiosa. Bem, trendsetter é quem dita moda, não seguindo tendências em voga, mas criando-as. Já a fashion victim é o coitado ou a coitada que deseja se vestir, se portar, se maquiar - e assim por diante - como os outros estão fazendo. Pior: ela quer comprar objetos - alguns, caros - que os outros estão comprando. O resultado é que a fashion victim pode terminar endividada na praça: "feliz", mas toda encrencada, não ficando distante da circunstância de levar pancadas de credores violentos, quando estes, com essa finalidade, contratam capangas atarracados. Voltamos, porém, à crítica da crítica de M. Hessel. Afirma o respeitado crítico de cinema do veículo eletrônico Omelete que há ingenuidade em não se perceber que a VÍTIMA DA MODA pode vir a ser uma PESSOA QUE DITA MODA. O filme teria um ponto fraco ao não perceber que há pessoas que RECUSAM O MODISMO. Nossa objeção (pequena) à objeção (grande) do crítico ao filme é trivial: VENDEDORES AFASTAM-SE DE PESSOAS QUE EM HIPÓTESE ALGUMA COMPRARÃO OS OBJETOS QUE ELES DESEJAM VENDER. A todo momento vemos pessoas querendo conquistar amorosamente outras, religiosos insistentes querendo converter o próximo (insinuando que quem impede a conversão é o diabo em pessoa, por mais esdrúxula que essa idéia possa parecer), políticos pedindo votos, pessoas adeptas da psicanálise afirmando que quem não vai ao divã está produzindo uma "denegação", já que "é bem neurótico" (*risos*) e, last but not least, vendedores dizendo que "TODOS JÁ COMPRARAM O PRODUTO (TAL), NÃO ACREDITO QUE O SENHOR (OU A SENHORA) VÁ FICAR SEM ISSO", vale dizer, INSINUANDO QUE COMPRAR ISSO OU AQUILO GERA FELICIDADE. Mas... por favor! MILHÕES, BILHÕES DE PESSOAS DIZEM QUE NÃO VÃO COMPRAR O QUE O COMPRADOR LHES QUER "empurrar". MILHÕES! BILHÕES! Com todo o respeito pelas inteligentes apreciações de M. Hessel - que é crítico de cinema competente, bem-informado e conhecedor da história do cinema brasileiro e do cinema mundial -, AS PESSOAS DO TIPO "fashion victim" QUE O FILME APRESENTA SÃO MOSTRADAS PRIVILEGIADAMENTE PORQUE AS OUTRAS - as que não vão comprar coisas que a falsa família vende [VEJA, NA CRÍTICA MENCIONADA, QUAL "falsa família" É ESSA] - NÃO INTERESSAM AO DESENVOLVIMENTO DA NARRATIVA, ORA BOLAS. As pessoas que da família falsa se afastam ficam fora de cena, porque "elas próprias" se retiram. "Criticando a crítica", fica evidente que DIANTE DE TANTA GENTE DIZENDO QUE NÃO COMPRA ISSO OU AQUILO, DIANTE DE MILHÕES DE PESSOAS AFIRMANDO QUE não, o diabo não as dominou, mas, desculpe, elas não vão aderir a essa ou àquela religião revelada, QUE, MUITO OBRIGADO, MAS EU NÃO TENHO DINHEIRO PARA FAZER TERAPIA CARA (mas... há os apoios psicológicos públicos e gratuitos, nas redes públicas de saúde!), de tanta gente dizendo que PREFERE MERGULHAR NO CONSUMISMO BOÇAL A SEGUIR OS DITAMES APAVORANTES DO PARTIDO COMUNISTA e até que NÃO, MUITO OBRIGADO, NÃO VOU QUERER ADERIR A ESSE SEGURO DE VIDA AÍ, POR FAVOR... não é possível que se afirme que o filme considera que TODOS OS CONSUMIDORES SÃO IMBECIS QUE VÃO QUERENDO COMPRAR QUALQUER COISA QUE SE LHES OFEREÇA. Francamente! Mas por que cargas d'água Marcelo Hessel tem tanto preconceito contra POSTURAS ANTICONSUMISTAS? O final é puro, amoroso, NÃO-EXAGERADO. Sabe-se que a luta do cinema contemporâneo é contra o excesso de "teatralização" (grandiloquente) das cenas. O CRÍTICO PARECE QUE NÃO GOSTA DE QUE ACONTEÇAM SITUAÇÕES CORRIQUEIRAS - e não grandiosas, sob refletores do mundo inteiro (mas o que é Hollywood mostrar algo singelo, senão jogar os tais refletores num cotidiano regular e comum?) - DE PESSOAS DE SE ENCONTRAM DE FORMA SINGELA, será por preferir fulgurantes tragédias gregas? Desencontros shakespearianos de Montecchios e Capuletos (na "vida real" parece que ele se reúnem secretamente pra casar os filhos...)? (*risos*) O que quer afinal este inteligente senhor, que tão bem escreve? Que o consumismo hollywoodiano, que promove vendas de tantos badulaques pelo mundo inteiro, saia fazendo a autopropaganda "risonha e franca" [ESSA EXPRESSÃO É MUITO UTILIZADA POR SÉRGIO CABRAL, PAI] do consumismo desvairado que promove? Ou, talvez, que defenda claramente que "o ter" deve prevalecer sobre o "o ser"? Marcelo Hessel quer que a "fábrica de sonhos" da Califórnia "não tenha sentimentos". Hessel, os vendedores também amam! hahahah (ESTA MATÉRIA É UMA HOMENAGEM A ELE, PORQUE COM M. HESSEL, COMO ACIMA SE VIU, APRENDEMOS - e que Marcelo Hessel continue a nos presentear COM AS SUAS EXCELENTES CRÍTICAS DE CINEMA!) F. A. L. Bittencourt ([email protected])
CRÍTICA DE MARCELO HESSEL EM
OMELETE - ENTRETENIMENTO LEVADO A SÉRIO
Amor por Contrato | Crítica
"Hollywood comete mais um de seus surtos moralistas contra a frieza da modernidade
23 de Dezembro de 2010
Hollywood de vez em quando parece se incomodar com sua vocação para o escapismo. Esse mal estar acumulado então gera filmes morais que se maquiam de gêneros populares, como a comédia romântica, para denunciar a suposta frieza e a insensibilidade da vida moderna.
A mercantilização do estilo de vida é o alvo de Amor por Contrato (The Joneses), um O Show de Truman sobre os males dessa coisa nefasta que é a publicidade. David Duchovny e Demi Moore fazem o casal Jones, Ben Hollingsworth e Amber Heard são seus "filhos", todos eles funcionários de uma empresa de self marketing. Eles são pagos para se instalar num bairro abonado e exibir objetos de desejo aos vizinhos - que nem desconfiam que essa família perfeita que acaba de se mudar é, na verdade, uma vitrine viva.
A estreia na direção do roteirista e produtor Derrick Borte tem uma premissa interessante, mas ela se esvazia a cada instante de filme, mais exatamente quando vai ficando claro que Amor por Contrato não tem o menor interesse em discutir os efeitos da publicidade em si, e sim em repetir os sermões e as situações de sempre, como a do casal que não deveria se apaixonar mas confunde vida profissional com pessoal.
O mundo hoje é feito de trendsetters, sejam eles pagos ou não, e observar a reação das pessoas afetadas por eles é o que tiraria um filme como Amor por Contrato do lugar-comum. O filme trata os consumidores como tratariam os publicitários de Mad Men: como uma massa amorfa, que repete padrões de comportamento sem pensar. Não é assim hoje em dia; uma fashion victim pode virar trendsetter de uma hora pra outra, e é esse aspecto da modernidade que o filme, com sua cabeça de velho moralista, não pegou ainda.
O único coadjuvante que Amor por Contrato acompanha com algum interesse, para diagnosticar as consequências da propaganda no público, é um tipo que não existe mais depois da crise de crédito de 2008, o cara que se afoga em parcelas e pode perder a própria casa. O filme de Borte, então, não só é sensacionalista - o desfecho dado a esse personagem é um acinte - como anacrônico.
Isso sem contar o desinteresse com que são tratados os protagonistas (o drama do filho mais velho é revelado em uma cena cortada abruptamente, como se fosse esse um drama pesado demais para um filme que se prometia tão leve) e o desleixo da direção (a cena final não tem o menor clima, emoção, nada).
Enfim... Amor por Contrato é o tipo de filme que aquele professor charlatão de teoria da comunicação passaria a primeiro-anistas de uma faculdade de publicidade sem processo seletivo. Quem deve estar feliz, ao final, são os anunciantes, afinal Hollywood, apesar da discurseira ocasional, não deixa de ser um paraíso para o product placement".
(http://www.omelete.com.br/cinema/amor-por-contrato-critica/)