Hoje, pelo Zoom, às 16h: Roteiro para leitura de As Pedras Doentes da Rua do Fio, de João Pinto
Em: 20/06/2020, às 09H54
[João Pinto]
Olá, pessoal, segue aqui algumas orientações que irei expor como bate-papo, em O círculo literário Virtual (Entretextos), dia 20/06, às 16 horas pelo Zoom, organizado pelo escritor Dilson Lages, membro da Academia Piauiense de Letras.
Roteiro:
1. Da parte do rascunho à impressão, em Belo Horizonte;
2. O foco da narrativa: o livro apresenta dois narradores, um nordestino e outro amazônico;
3. O livro lida com dois cenários diferentes;
4. Sua construção caracteriza-se pela fragmentação;
5. O discurso se opera no interior dos parágrafos, a subverter o tradicional numa narrativa em prosa;
6. Parte do enredo. A valorização de personagens femininos; e a intenção de refletir o tema do Alzheimer como proposta maior do livro.
Corrigindo títulos ou, em sequência, a ordem de minha produção contística dos meus livros: Luzes Esvaídas, Projeto Petrônio Portella, 1991; O ditador da terra do sol, Projeto valores da terra, Prefeitura de Manaus; e Contos de uma aula no vermelho, livraria Valer, Manaus.
APÊNDICE
“CONTRATEI um pedreiro para construir um reservatório no lugar do formigueiro. Mas o pedreiro pôs tudo a perder com esta ideia, Seu Vinvim, se construir um reservatório, terá de comprar uma bomba-sapo para alimentar a caixa d’água e depois acabou seu sossego na rua. Mas sovinar água é desumano, seu Bernardo, Então, seu Vinvim, o patrão é quem manda, apenas dei um palpite. Quando ia saindo, chamei-o novamente e ponderei, Numa coisa você tem razão, seu Bernardo. Nesta rua ainda não há água encanada. E sei o sofrimento da gente. Mas qual é a sua ideia para construir no lugar? Um porão, seu Vinvim. Porão? As pessoas da cidade não fazem porão nas casas, são espaços inúteis e criadores de insetos. Então, seu Vinvim, faça seu reservatório. Mas à noite, ao dormir, a ideia do porão passou a remoer meu cérebro como dor de dente. Foi indo, foi indo até que me acalmou.” Cenário nordestino
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“As águas do rio Negro moviam com força a proa dos barcos, uns que saíam e outros que chegavam lotados do interior. Era intenso o tráfego no rio, gente e bagagens que saiam ou entravam para suas caixas de madeira. Agora iria conhecer o outro lado da região. Atrás do ladrão que fugia. O barco ia lotando com redes atracadas nas madeiras num amplo convés, que sufocava quem era passageiro. Uma buzina bizarra produzia um som potente ao repetir várias vezes sua partida. E as pessoas acenavam e jogavam beijos às que ficavam. Agora viajaria a uma cidade do Madeira. E, ao persegui-lo, nem imaginava, repetia o gesto de outros aventureiros que caçaram tesouros na Amazônia com bravura, mas a malária e os bicos das araras os deixaram sepultados na floresta.” Cenário amazônico
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COMO PARTICIPAR
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