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TIBOR MORICZ APRESENTOU
CONTO DE ADRIANO SIQUEIRA
INTITULADO "Uma noite com um vampiro":
"Conto – Uma noite com um vampiro.
Por Tibor Moricz
— Cara! Você é quadradão mesmo.
Além de não conseguir nenhuma garota nesta espelunca, ainda tinha que aturar os bêbados que tiravam sarro do meu terno. Empurrei o bêbado para ele se tocar que não queria papo. Minha esposa era muito brava. Se chegasse em casa com cheiro de bebida, ia me encher durante toda a madrugada.
— Esta bem, cara! Não precisa empurrar. Pelo jeito você não tem sorte com as garotas daqui, mas não esquenta, você está vendo aquelas ali? As três garotas estão sozinhas. Aqueles corações estão cheios de luxúria só para nós.
Eu já estava de saída e, bravo, disse para o bêbado sair da minha frente. Ele levantou as mãos e me deixou sair do bar. Na volta para casa, no carro, pensava nos foras que tomava todas as noites – esperava não apanhar quando chegasse em casa – quando, de repente, ouvi uma buzina.
Eram as três garotas num carro bem ao lado do meu. Acelerei um pouco, mas elas acompanharam a velocidade do meu carro. Jogavam beijos e queriam que encostasse. Parece que minha sorte mudara. Paramos os carros na beira da estrada e elas vieram em minha direção. Cheias de amor, mal podia acreditar. Até sentir pontas de facas no peito e um cano de revólver no queixo.
— Seu carro é bom demais para ficar em suas mãos, seu nerdzinho estúpido.
Levaram meu carro. Mas que droga! Sentei-me na calçada com as mãos na cabeça. O que fazer? Minha mulher vai mesmo me matar. Como sou otário. Senti um vento frio e uma mão no meu ombro. Olhei rapidamente e vi… Era o bêbado, que também me seguira e ria muito.
— Relaxa, cara! Parece que as garotas gostaram mais do seu carro do que do seu terno. Não fica assim, não. Dei um susto nelas. Vamos lá! O seu carro está bem perto.
O que tinha a perder? Andei com ele por um tempo e, por milagre, meu carro estava mesmo encostado com as portas abertas. Corri, pensando que elas o abandonaram, mas a realidade era bem pior. As três garotas, mortas dentro dele. Muito sangue. Vomitei por um bom tempo. O bêbado colocou a mão em meu ombro e eu me afastei.
— Ah, cara! Eu recuperei seu carro. Está tudo certinho.
— Certinho? Você as matou! Você matou todas!
— Você é um mal-agradecido, mesmo! Está bem. Estou indo, cara. Valeu!
Ele sumiu pelos matos da beira da estrada. Agora eu estava ferrado mesmo. Nada podia ser pior. Então escuto um barulho de sirene.
— Levanta as mãos! No chão! Deitado!
Fui preso. Meu companheiro de cela era bem legal. Bateu minha cabeça nas grades da janela só duas vezes. Acho que quebrei o nariz. Suspeito de homicídio! Foi o que o delegado me disse. Três mulheres mortas, perfurações no pescoço. Falaram que eu estava brincando de vampiro. Eu contei que fora o bêbado, mas nem me deram bola.
O meu companheiro de cela se levanta e vem na minha direção. Acho que quer a janta e pelo olhar, eu era o prato da noite.
— Já falei para não olhar para mim.
Quando ia me dar um soco, seus olhos ficaram arregalados olhando para a janela. Era o vampiro.
— Cara, você está mesmo encrencado, sorte sua que eu ia passando. Posso ajudar. Você só precisa me convidar para entrar aí e acertar a fuça desse babaca que está te enchendo.
— Não! Você me colocou nesta encrenca. Você é um vampiro. Guarda! Guarda! O vampiro está aqui! Vem ver!
Irritado o grandalhão tenta me acertar mas eu consigo amortecer o soco com o travesseiro.
— Você não acha que os meninos vão ouvir você, acha? Ainda mais com o novo amigo de quarto. Quanto tempo vai levar pra ele furar o travesseiro e acertar a sua cara?
— Está bem! Então, entra logo!
Quando olhei para a janela ele já não estava mais lá. Em seguida escutei um barulho como se alguém tivesse quebrado um graveto e depois um estrondo, como se um armário tivesse caído. Meu companheiro de cela estava morto. O vampiro segurava o corpo caído e bebia o sangue direto do pescoço da vítima. O cheiro de sangue me fez vomitar de novo.
— Estava muito bom! Vamos sair daqui. Ah… Meu nome é Isac e o seu é…
— B-B-Beto.
— Certo B.B.Beto. Vamos sair sem barulho. Fique atrás de mim.
Ele arrancou a porta da cela e, segurando-a com as mãos, caminhou em direção à saída. Os policiais atiraram, mas a porta era de aço. Pressionou os policiais contra a parede e gritou para que eu saísse correndo sem olhar para trás. Corri para casa, mas sabia que a noite não havia acabado e precisava pensar em uma boa desculpa para não apanhar ainda mais… Eu não resisti à fadiga e tudo ficou escuro.
Acordei sentado na minha poltrona. Olhei ao redor da sala e não havia sinal de ninguém.
— Maria!
Pelo barulho que vinha da cozinha, ela parecia nervosa. Talvez procurasse o rolo de macarrão. O cheiro de vômito e bebida era motivo suficiente para ela concluir que eu passara a noite na farra. Foi quando ouvi aquela voz que me gelou.
— B.B.Beto?
— Isac? O que está fazendo aqui? Eu não o convidei pra entrar.
— Sei que não, mas segui o bom senso e pensei: “Meu amigo B.B.Beto vai se encrencar com a esposa. Então vou ajudá-lo e assim ele me perdoará por causa da noite horrorosa”.
A porta da geladeira se abriu e o braço da minha esposa apareceu.
— Ops!
— Maria? Essa não!
— Essa geladeira não fecha direito, B.B. Que porcaria!
— Você a matou? Mas que droga! Será que não fica um minuto sem matar alguém?
— Olha aí você de novo. Ela quase me matou, sabia? Ficou dizendo que eu era seu amigo e que levava você para o mau caminho, então pegou o rolo de macarrão e veio para cima de mim… E você sabe que isso dói. Então, dei um sopapo nela e pronto.
— Droga! Droga! Saia da minha casa! Sai! Sai!
— Está bem! Para de empurrar. Você quer um conselho? É melhor vir comigo. A polícia vai gostar dessa geladeira tanto quanto eu. Além disso, daqui a pouco é dia e isso não vai fazer bem para você.
— Espera aí! Como é que é?
— Bem é que… Achei que você era frágil para continuar essa vidinha moribunda que leva, então…
— Pode parar! Não fala nada! Cadê o espelho? Cadê? Oh, não! Cadê meu… Reflexo?
— Sabia que você ia gostar. Nem precisa agradecer. Você ficou até mais bonitão com esse terno.
— Saia da minha frente.
— Não fica assim, não. Olha, conheço uma casa noturna da hora. Lá tem um monte de garotas legais.
— Eu vou sozinho.
— B.B.! Não vai me deixar entrar no carro? Espera… Mas que cara mal-agradecido.
***
Esse conto poderá ser lido, junto a muitos outros, no livro Adorável Noite de Adriano Siqueira, que pode ser adquirido aqui."
(http://esooutroblogue.wordpress.com/2011/09/22/conto-uma-noite-com-um-vampiro/)
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DIAGRAMA DA DISPOSIÇÃO DE
ESCRAVOS NUM NAVIO NEGREIRO
(SÉCULO XVIII):
"Slave ship diagrams, 18th century
C009/9247 Rights Managed
Credit: LIBRARY OF CONGRESS/SCIENCE PHOTO LIBRARY
Release details: Model and property releases are not available
Keywords: 1700s, 1788, 18th century, abolition movement, adult, africa, african, america, americas, artwork, black, black-and-white, blueprint, britain, british, brookes, captive, captives, captivity, cargo, colonial, cultural, culture, deck, decks, diagram, england, english, etching, europe, european, female, historical, history, hold, humanity, illustration, imprisoned, inhuman, inhumane, male, man, many, men, monochrome, multiple, overcrowded, plan, prisoner, prisoners, regulated slave trade act of 1788, shelf, shelves, ship, slave, slave ship, slavery, slaves, stowage, technological, technology, trade, trans-atlantic, transatlantic, transport, transportation, transporting, uk, woman, women"
(http://www.sciencephoto.com/media/410031/enlarge_
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VERBETE 'John Rackham',
Wikipédia:
"John Rackham
John Rackham, conhecido como Calico Jack, foi um capitão pirata inglês durante o século XVIII. Seu apelido surgiu graças às roupas coloridas feitas de “calico” que ele sempre vestia. Calico é lembrado por empregar em sua tripulação as duas mulheres piratas mais notórias de seu tempo, Anne Bonny e Mary Read. Rackham e a maioria de sua tripulação foi executada na Jamaica no dia 17 de Novembro de 1720.
Índice |
Carreira de pirata
Como tripulante
John Rackham serviu sob o comando do notório pirata Charles Vane. Os serviços de Rackham duraram até um dia em que Vane recusou-se a engajar em batalha um veleiro francês. Graças à recusa de Charles Vane, sua tripulação resolveu fazer um motim, e foi nomeado Rackham como novo capitão. Logo após ser nomeado como capitão, Rackham atacou o veleiro francês, e o derrotou – tudo isso enquanto estava fortemente intoxicado graças a grande quantidade de rum que consumiu naquele dia.
Como capitão
Depois disso, Rackham decidiu aceitar uma oferta de “Perdão Real”, e navegou para a costa de New Providence. Durante esse tempo, Rackham conheceu e se apaixonou por uma mulher casada chamada Anne Bonny. Rackham encantou-se com Anne e gastou grande parte de suas pilhagens com ela. Ele então juntou-se à tripulação do Capitão Burgess, um pirata que virou corsário que atravessava o Caribe na busca de navios espanhóis.
Quando o caso entre Rackham e Anne Bonny tornou-se público, o Governador de New Providence ameaçou chicotear Anne por adultério. Ao invés de deixar Anne para trás para ser castigada, o casal resolveu reunir uma tripulação e roubar um veleiro. Temendo que a tripulação se recusasse a navegar ao lado de uma mulher, Anne vestiu-se como homem e tomou o nome de Adam Bonny. Ela se tornou um membro respeitado da tripulação, e lutou ao lado de seus companheiros em numerosos ataques bem sucedidos.
Depois das autoridades de Bahamas enviarem um navio fortemente armado para capturá-los, Rackham e alguns de sua tripulação foram forçados a fugir. Eles foram capturados em seguida por um navio espanhol, mas conseguiram escapar navegando pela Jamaica e tomando vários navios pesqueiros e um pequeno veleiro. O governador resolveu pôr um fim na carreira de Rackham e despachou o caçador de piratas Jonathan Barnet.
Captura e execução
Alguns historiadores dizem que Rackham tentou, antes de ser capturado, um acordo com o governador, no qual ele se entregaria se clemência fosse garantida para Anne e para outra mulher pirata, chamada Mary Read. Em Outubro de 1720, Capitão Barnet surpreendeu Rackham e sua tripulação do barco Revenge, quando estavam todos bêbados – a maioria da tripulação estava desmaiada no convés. Apenas as duas mulheres, Anne e Mary, lutaram (Existem rumores que alegam que Rackham se escondeu durante a batalha).
Rackham e sua tripulação foram finalmente levados para julgamento em Saint Jago de la Veja, na Jamaica, no dia 16 de Novembro de 1720. Rackham e os membros da sua tripulação foram sentenciados à forca por pirataria, e foram executados no dia seguinte. Apenas Anne Bonny e Mary Read sobreviveram, ambas dizendo que estavam grávidas. Mary Read morreu depois, na prisão, ou no nascimento do filho, ou de febre. Anne Bonny desapareceu. Acredita-se que foi paga uma grande quantia pelo seu pai rico para tirá-la da prisão.
Quando o juiz perguntou à Rackham quais seriam suas últimas palavras, ele disse "Quem você pensa que é? Por acaso você é Deus para ter o direito de decidir o meu destino e de meus homens? Pegue suas palavras pomposas e as enfie no lugar de seu corpo em que o sol jamais bate. Encontro você em outra vida. Adeus." Alguns ainda alegam que, depois de enforcado,o corpo de John Rackham fora colocado em uma gaiolinha de ferro,na qual fora pendurada na entrada do porto de Kingston,com seu corpo em decomposição como advertencia para outros piratas.
Na cultura popular
- John Rackham serviu de inspiração para o pirata Rackham o Terrível em dois livros: O Segredo do Licorne e O Tesouro de Rackham o Terrível, que fazem parte da série As Aventuras de Tintim, de Hergé.
- John Rackham apareceu também no jogo Sid Meier’s Pirates.
- A bandeira “Jolly Roger” de Rackham pode ser vista no filme A Ilha da Garganta Cortada, de 1995 e no filme Piratas do Caribe: A Maldição da Pérola Negra, de 2003.
- “Calico Jack” é uma música do álbum Port Royal, da banda Running Wild
- John Rackham aparece ainda num livro de autoria portuguesa "A Pirata" de Luisa Costa Gomes em que a protagonista é Mary Read uma das mulheres da sua tripulação.
- Na série de desenho animado As Trigêmeas, existe um episódio chamado "As Piratas", em que as Trigêmeas encontram Mary Read e juntas, se disfarçam de marinheiros e fazem parte da tripulação de Anne Bony e John Rachkam.
- No mangá sobre pirataria One Piece, existe um personagem com alcunha de “Calico”. Seu nome, entretanto, é “Calico” York.