Eduardo Carranza (1913-1965)
Em: 13/11/2009, às 15H25
Só o fogo e o mar podem olhar-se
sem fim. Nem sequer o céu com as suas nuvens.
Só o teu rosto, só o mar e o fogo.
As chamas, e as ondas, e os teus olhos.
Serás de fogo e mar, olhos escuros.
De onda e chama serás, negros cabelos.
Conhecerás o desenlace da fogueira.
E saberás o segredo da espuma.
Coroada de azul como a onda.
Aguda e sideral como a chama.
Só o teu rosto interminavelmente.
Como o fogo e o mar. Como a morte.
Eduardo Carranza (1913-1965)