Cunha e Silva Filho


                             Se é verdade que, fora da região palestina e de Israel, os dois povos se entendem , sem conflitos nem sangue derrama, como são palestinos e judeus que moram em Nova Iorque ou em São Paulo, por que não seriam exeqüível a busca pela paz entre eles nas sua regiões precariamente demarcadas?
                            O pronunciamento do presidente Mahmous Abbas na ONU foi uma passo seguro e inteligente de um homem que, mesmo arrostando a oposição do grupo Hamas, procura uma abertura que deveria ter sido concretizada desde quando, em 1947, se criou o Estado de Israel após a Segunda Guerra Mundial. Não se pode duvidar das sérias intenções de Abbas em desejar que uma nova fase de paz para seu sofrido povo. 
                            Se Yasser Arafat (1929-2004) a despeito de todos os esforços não o conseguiu, mesmo sendo uma figura carismática e desejosa de um país independente para os palestinos, cujos esforços de paz lhe valeram, em 1994, um Nobel de Paz, compartilhado com Shimon Peres e Yitzak Rabin(1922-1995), tenho esperança de que o discurso de Abbas reivindicando a condição de uma Estado livre e com fronteiras asseguradas pelos organismos mundiais, à frente a ONU, terá boa repercussão e haverá de conseguir seu objetivo. Os aplauso que obteve da 66ª Assembléia da ONU são fortes sinais de que é possível haver o Estado da Palestina.
                          Lamentavelmente, os EUA mais uma vez decepcionam as nações que partilham do mais do que justo pedido de Abbas. Sempre se alinhando, por motivos inconfessáveis e até diplomaticamente injustos, o veto norte-americano à pretensão de um Estado Palestino coloca a nação americana na contramão das práticas democráticas e mais acirra a animosidade das facções palestinas que votam desprezo aos governos americanos, e agora ao presidente Barack Obama com manifestações e slogans contra a pessoa de Obama, chamando-o também de criminoso. Obama, ainda neste aspecto, não se distingue dos seus antecessores cooptado que fica aos desígnios da política israelense.
                         Se de todo Mahmoud Abbas não lograr um assento na ONU, que pelo menos aos palestinos seja destinada a condição de “Estado Observador”. Não é o ideal, mas já um espaço de conquista 
                        O que não pode continuar é a existência de um permanente estado beligerante entre palestinos e judeus que, aís sim, não levará a caminho algum da tão necessária paz. Hoje mesmo, 24 de setembro, houve a morte de um palestino por parte de militares judeus nas constantes desavenças pela reconquista dos territórios palestinos que foram tomados ilegalmente pelos judeus. A Faixa de Gaza, o geopolítica e economicamente controvertido território Cisjordânia, envolvendo ajuda financeira internacional, a parte de Jerusalém Oriental que caberia aos palestinos, as invasões de judeus em acampamentos de palestinos, os check-points que Israel estrategicamente coloca a fim de dificultar a entrada de palestinos no seu próprio território são alguns entre tantos outros constrangimentos impostos por Israel ao povo árabe 
                        Se o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyhu, como em tantas vezes no passado sob outras lideranças, sinaliza para que primeiro os palestinos entrem em negociações com Israel, essa atitude me parece já gasta e esfarrapada, porquanto não levará a solução alguma que resulte no reconhecimento de um Estado palestino. 
                        A meu ver, tal como se criou o Estado judeu em 1947, por decisão de governos sob a autoridade e o poder da ONU, só também pelo voto de aprovação dos membros efetivos deste organismo internacional será criado o esperado Estado palestino. Negociações de paz entre os dois povos serão inócuas, declaração de tréguas igualmente hão de concretizar a formação de um povo árabe independente e soberano.