É pique! É pique! É hora! É hora! É hora! Rá-tim-bum!!!
Por Gabriel Perissé Em: 16/08/2010, às 14H00
[Gabriel Perissé]
Um leitor escreve:
"Sou um apaixonado por etimologia... e seu blog é, para mim, um grande achado... Qual a origem de 'rá-tim-bum'?"
Meu caro, "rá-ti-bum" parece reproduzir o som de instrumentos musicais em momentos festivos, em especial nas apresentações circenses. O "rá" seria da caixa, os pratos fariam o "tim", e o bumbo, o "bum". Foi incorporado às festas de aniversário como complemento ao "Parabéns pra você", depois de um animado "É pique! É pique! É hora! É hora! É hora!"
Há uma outra explicação, que inclui esse bordão "é pique, é pique, é hora, é hora". Tudo isso viria do ambiente estudantil da Faculdade de Direito do largo de São Francisco, em São Paulo.
Naquele tempo, na década de 1930, "é pique, é pique" teria sido uma saudação jocosa ao estudante Ubirajara Martins, conhecido pelo apelido de "pique-pique", porque vivia aparando barba e bigode com uma tesourinha. O "é hora, é hora" teria sido um grito de guerra de botequim, criado pelos estudantes para pedir uma nova rodada de cerveja, depois de transcorrido o tempo suficiente para que a bebida gelasse em contato com as barras de gelo.
O "rá-tim-bum" (explicação meio bizarra...) teria sido uma referência a um certo rajá indiano chamado Timbum (ou coisa que o valha). O rajá, em visita à faculdade, virou motivo de outra brincadeira de botequim. Os alunos de Direito, lá reunidos, comemoravam fosse o que fosse gritando — "É pique-pique, pique-pique, é hora, é hora, é hora... rajá... tim... bum!"
Essa história um tanto mirabolante está documentada, porém, no Suplemento da prestigiosa Revista Pesquisa FAPESP n. 102, de agosto de 2004 (págs., 57-8), na matéria "O Brasil que as Arcadas vislumbraram", assinada por Fabrício Marques.