DOIS CULPADOS PELOS DESMANDOS GOVERNAMENTAIS DO BRASIL?
Por Cunha e Silva Filho Em: 10/07/2022, às 16H34
DOIS CULPADOS PELOS DESMANDOS GOVERNAMENTAIS?
Cunha e Silva Filho
Encontraram malandramente, pelo menos, dois bodes expiatórios para os desgovernos e autoritarismos da crise brasileira em vários aspectos: 1) a inflação em países importantes e ricos, como os Estados Unidos, a Inglaterra.2) a guerra na Ucrânia. Com esses dois trunfos o governo brasileiro se desvencilha de maiores críticas e palavrões dirigidos aos políticos e ao governo central no que diz respeito dos desmandos dos nossos dirigentes palacianos. Postos nestes termos, não vou discutir aqui esses dois bodes expiatórios, mas vou expor temas que, indiretamente, a eles estão transversalmente associados. Meu temas em crônicas não são uma exploração únivoca, mas confluem ou defluem do chamado eixo central. São, antes, formas metonímicas sob o manto das digressões possíveis e convenientes no ato da escrita.
Ora, isso não deixa de configurar cinicamente duas fake News impostas, goela abaixo, na sociedade dividida em fanatismos dangerosísssimos (me inspirei, nessa expressão, no grande Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), que foi um dos cronistas mais argutos e atuais do seu tempo, célebre pelos seus corajosos artigos publicados no saudoso Jornal do Brasil) bolsonaristas e petistas.
Para suavizar ainda mais a indignação geral da nação surgiu, ontem, na tela da TV uma manifestação popular em diversos lugares da “Marcha de Jesus,” numa das quais não faltou a presença indesejável e ambígua do presidente da República atual, assim como um comício em que o Lula, mais uma, vez, tenta recuperar um partido já ruído e desacreditado.
Ora, quanta alienação arquitetada nos subterrâneos de manipuladores ocultos em palácios ou lugares (in)determinados a fim de de, mais um vez, engabelarem a sociedade cindida propositalmente a fim de manterem seus privilégios eternos e autoritários e convivendo com milhões de famintos e analfabetos funcionais uma população carecente de maior tranquilidade paz interior num país assolado por crimes e violências diárias, particularmente nos grandes centros urbanos.
Não só de fé vive uma nação depredada por politicagem oportunista e ávida de abiscoitar uma fatia de poder em mandatos conseguidos por vários tipos de indivíduos que querem dar continuidade a seus projetos pessoais quando assumirem os altos cargos de mandatos. E , mais um vez, serão os vitoriosos de eleitores despreparados ou que se reparam para escolher candidatos sem as mínimos condições orais e intelectuais de exercerem funções públicas.
Um nação que se preza cuidaria incontinenti de seu locus de prioridade mais relevante :a educação de seus filhos. Não a educação edulcorada que vemos em eventos efêmeros cuja continuidade pode, muitas vezes, se reduzir temporalmente ao dia alegre e festivo dos eventos e debates que têm mais o poder de dar aparência de aprimoramentos eficazes e certeiros nos seus objetivos traçados no âmbito da educação de crianças, jovens e adultos.
Ora a ferida crônica, secular não reside nesses eventos de cunho elitista e falsamente agregadores das reais carências de instrumentos eficazes e efetivos que só mudanças políticas públicas sérias e comprometidas com o bem-estar social poderiam colimar.
A escola pública brasileira, ou seja, as estaduais e municipais, estão no mesmo passo de cágado de determinadas décadas (inclusive durante o longo período da ditadura militar, quando o ensino era precário e os professores sofriam privações decorrentes de salários aviltantes e indecorosos).Isto porque as escolas pública, geralmente seriam supostamente destinadas aos pobres enquanto que aos ricos havia as renomadas escolas particulares conhecidas dos que lidam com ensino e educação ne nosso país.
Era um verdadeiro apartheid de formas de ensino-aprendizagem. Por outro lado, é também verdade que, aproximadamente, nas décadas que vão até os anos de 1960 ou 1970, havia colégios (Liceus) públicos nas capitais ou mesmo em cidades mais desenvolvidas do território nacional um ensino de alta qualidade comprofessores que eram respeitados pela sociedades locais.
Eu citaria o antigo Liceu Piauiense, onde, no início dos anos de 1960, cursei o científico. Nele havia professores de altíssimo nível educacional, professores catedráticos do hoje ensino médio, escritores, intelectuais, autores de livros que lecionaram ali durante muito tempo.
Hoje, tem-se maior instrumental técnico-científico, mas isso não atinge a maior parte do ensino público estadual ou municipal. Da mesma forma que a remuneração dos professores continua aviltante para vergonha clamorosa de governadores e prefeitos de plantão. A sociedade afluente não tem apreço aos professores, os quais são até motivos de motejos no que tange aos seus crônicos salários baixíssimos para a alta relevância de sua missão educativa. Grosso modo, a Escola Tradicional ainda é melhor do que a Escola dita Moderna, visto que de moderna só tem o nome, uma vez que o ensino-aprendizagem é deficiente em repetindo os salários dos docentes são baixíssimos.
Neste país assimétrico social e culturalmente, o que se vê são falácias no campo da educação e do ensino. Por exemplo, é o caso de se citar, na Pasta da Educação, ali haver passado uns três ou quatro ministros que tão-só deram exemplos de como não ser ministro da educação, sobretudo porque, no atual governo federal, a educação sofreu uma desvalorização sem precedente e com um agravante, sinais de corrupção e de propina num conluio entre o último ministro e pastores evangélicos que nem mesmo pertenciam aos quadros do funcinalismo federal no setor da educação. Que péssima imagem no exterior de um país que tem dado as costas não somente para a educação mas notadamente para os magnos problemas sociais, culturais, financeiros, assim como retrcessos estruturais na saúde, na segurança pública, nos transportes, e no recrudescimento da fome de milhões de brasileliros.
Um país onde a fome reacende com vigor fora do comum para vergonha da sociedade brasileira dividida, individualista, cúmplice, dissoluta, hedonista e hipócrita e indiferente às grandes questões que nos desafiam: criminalidade galopante, insegurança, injustiça social e, para concluir, uma sociedade decadente, indiferente, vivendo do instante glamuroso sob a ameaça do medo e da impunidade crônica.