Ultimamente, guardo os romances extensos para as férias, pois não gosto nada da sensação de nunca mais acabar o livro que tenho em mãos e, durante o período de trabalho, sobra-me efectivamente pouco tempo para ler apenas por prazer (só um niquinho da noite, pois costumo dar uma caminhada de cerca de uma hora depois do jantar quando o tempo está bom). Gosto, pois, de livros mais curtos para os poder despachar durante a semana aos bochechinhos (como, por exemplo, O Sentido do Fim, de Julian Barnes, ou O Segredo de Joe Gould, de Joseph Mitchell; deste último falarei aqui um dia destes) e, por acaso, descobri na Internet uma página que fala de alguns pequenos romances que não conseguimos parar de ler e nos roubarão apenas uma noite se decidirmos não dormir. Um deles é, curiosamente, A Vegetariana, de Han Kang, que publiquei o ano passado, mas consta da lista o clássico O Processo, de Franz Kafka, A Invenção de Morel, de Adolfo Bioy Casares (o amigo de Borges) ou Perto do Coração Selvagem, de Clarice Lispector – bem como as obras de duas autoras que quero muito ler em breve: a argentina Samanta Schweblin (só conhecia contos, mas o seu romance Distancia de rescate tem sido finalista de prémios importantes como o Man Booker International) e Anne Carson (que escreveu um romance em verso, Autobiography of Red). Romances à medida da minha disponibilidade. 

Maria do Rosário Pedreira