CUNHA E  SILVA  FILHO:  ESCRITOR E CRÍTICO LITERÁRIO (REPUBLICAÇÃO ATUALIZADA)

                     

                           ENTREVISTA CONCEDIDA  PELO  AUTOR   AO  PROFESSOR E ESCRITOR  MARANHENSE  GIVALDO QUINZEIRO:  

                      

          O escritor, ensaísta e crítico literário Cunha e Silva Filho concedeu uma entrevista a Sky Culture e-Magazine.  Nesta entrevista, Cunha e Silva Filho, que também é Pós-Doutor em literatura  comparada,  fala, além do seu mais recente livr  Ferreira Gullar, Adailton Medeiros, da literatura piauiense e da atual conjuntura política brasileira.

       Cunha e Silva Filho é piauiense de Amarante, mas hoje reside no Rio de Janeiro. Confira a entrevista.

       Sky Culture e-Magazine:  Quem é Francisco da Cunha? Fale-nos também da sua atividade cultural.

       Cunha e Silva Filho: Sou um escritor nascido em Amarante, Estado do Piauí,  que, atualmente,  vive de escrever  sobre gêneros  diferentes: crônicas, ensaios,  crítica literária,  resenhas,  traduções de poesia, memórias e temas  relacionados à política nacional e internacional. Uso o nome literário Cunha e Silva Filho na minha produção acadêmica e fora da academia. 

       Por influência paterna, fui,  ainda adolescente, levado a escrever sobre literatura em jornais de Teresina, capital do Estado do Piauí. Em 1964, deixei Teresina para estudar Medicina no Rio de Janeiro, mas logo mudei meus planos e decidi ingressar no curso de Letras (Português-inglês) da antiga Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, hoje UFRJ. Paralelo a isso, continuava a enviar artigos para jornais de Teresina. Ingressei por concurso de provas e títulos  no magistério municipal e estadual do Rio de Janeiro, lecionando português, literatura brasileira e inglês. Mais tarde, voltei à Universidade Federal do Rio de Janeiro para fazer mestrado em literatura  brasileira;  em seguida, doutorado em literatura brasileira e, finalmente, Pós-doutorado em literatura comparada.

         Fiz novamente concurso  de provas e títulos para a  disciplina de língua Inglesa do centenário Colégio Militar  do Rio de Janeiro.  Ao mesmo tempo, fui lecionar literatura brasileira e língua inglesa nos cursos de Letras e de Comunicação e Jornalismo da Universidade Castelo Branco, Rio de Janeiro. Foram longos anos de magistério médio e quase   uma década de superior. Atualmente, estou aposentado da atividade docente, mas, sempre que possível,  publicando livros, prefácios, traduções, crônicas, artigos em blogs, sites, jornais e revistas   culturais. Ultimamenate, venho  escrevendo  para a revista  romena  Orizont Literar Contemporan (OLC),   sedida em Bucareste. Nela  escrevo sobre literatura e  temas de  política brasileira e  internacional,  focando nestas ultimas  questões, entre  outras,  concernentes à  defesa da   paz  mundial.  e contra governos ditatoriais  ou autoritários.  

       Sky Culture e-Magazine: Qual o seu gênero literário? Quais obras publicadas?

       Cunha e Silva Filho: Segundo afirmei  numa das  perguntas anteriores,  utilizo mais de um gênero  literário na minha atividade escrita. Além de outros  livros  coletivos, tenho as seguintes  obras  publicadas: Da Costa e Silva: uma leitura da Saudade. Teresina: Academia Piauiense se de Letras/ Universidade Federal do Piauí, 1996; As ideias no tempo (Teresina: Gráfica do Senado Federal /Academia Piauiense de Letras, 2009); Breve introdução ao curso de Letras: uma introdução (Rio de Janeiro: Litteris Ed: Quártica, 2009); Apenas memórias (Rio de Janeiro: Quártica,  2016). Paisagem, vida e linguagem em Enéas Athanpazio: um leitura de O campo no coração.Balneário Camboriú, Santa Catarina: Editora Minarete /SC, 2018.

        Por outro lado, devo  assinalar que disponho  de  um vasto  número de textos publicados em jornais, revistas,  no meu Blog “As ideias no tempo” e no site de literatura   “Entretextos”, coluna “Letra Viva”, que,  organizados,   me renderiam  pelo menos  duas dezenas de   livros. Presentemente,  estou  organizando  um livro  escrito em inglês  e francês focalizando   temas  em defesa da paz mundial,    discutindo  o gravíssimo problema da violência   no Brasil e no mundo  e, numa outra  parte da obra       discutindo   questões atinentes à literatura,  linguagem, história  literária,   periodização,  critica literária,   entre outros  temas    de análoga natureza.

     Sky Culture e-Magazine: Atualmente, o Senhor está se dedicando a escrever algum livro? Se sim, fale-nos um pouco a respeito. Tem previsão de lançamento?

     Cunha e Silva Filho: A par dos livros publicados referidos  atrás,  tenho  quase prontos, faltando apenas  organização final,   as  obras:  As duas faces da literatura: ensaios de literatura brasileira), Poemas  traduzidos,  Ensaios  de literatura de autores piauienses, Poliedro de insânias (crônicas e artigos), In defence of the world peace and other themes(with  some texts also in French). Pretendo também publicar  a minha Tese de Doutorado, de título O conto de João Antônio: na raia  da  malandragem,  o meu ensaio  de pesquisa de Pós-Doutorado,  de título Álvaro Lins e Afrânio Coutinho: dois críticos e uma polêmica (2014).

       Não obstante estar  escrevendo  sempre no meu Blog “As ideias no tempo” e no site “Entretextos”, direção do  escritor  Dílson Lages, coluna ”Letra Viva,” alguns   textos   postados  nesses dois   espaços  virtuais são postados  também  no site  americano www.academia.edu.com., - Francisco da Cunha e Silva Filho.

       Obviamente,  todos os livros inéditos, uns vinte e três livros,  quase organizados e já referidos  numa nota  posta no site  "Entretextos",  estão  esperando  para serem  editados.  Não sei se serão editados. Por outro lado, nutro o desejo de escrever  mais  ensaios  sobre literatura brasileira ou mesmo  de literatura  estrangeira, assim como  continuar  fazendo mais traduções de poesia. Não vou  parar por falta de  editores. Ficaria, sim, regozijado se essas obras viessem à luz. É impensável a ideia de parar de escrever, que é o que conta para qualquer  escritor.

Sky Culture e-Magazine:    Como o   Senhor vê  a atual produção literária brasileira? Há algum autor ou obra que o Senhor destacaria?

Cunha e Silva Filho: O país está em crise  financeira,   porém, apesar disso,  a literatura continua sendo  produzida e muito, seja  custeada  pelos autores, seja  editada   pelo mercado, instituições culturais,  convênios,  fomentos,  editoras  universitárias e outros  meios, dentro os quais os blogs,  os e-books,  os sites. Sei que  o número  é grande, no entanto, posso  afirmar ser, em muitos  autores,  de alta qualidade. 

       Os autores se multiplicaram  por toda a parte  do país. São muitos e muitos jovens escritores  com projetos de manter-se em atividade, seja na ficção,  na poesia,  no ensaio. Nesta entrevista,  vou puxar a brasa para a minha sardinha. No  Piauí, por exemplo,  estamos assistindo a uma  movimentação  intensa  e jamais vista de novos autores,  poetas, romancistas, contistas, ensaístas. Autores didáticos,  e críticos literários. Muitos deles incursionam  por mais de um gênero  literário.

       Este impulso formidável  que  os autores  piauienses   tiveram  só pode ser  bem  aplaudido e   com muita alegria  pelo  universo  literário  piauiense. 

      Com o   o título  bastante sugestivo.    As pedras doentes da Rua do Fio (Belo Horizonte : Caravana Grupo Editorial, 2019, 293 p.).  João Pinto   estreou como  contista com o pequeno livro de contos Luzes esvaídas, em 1991,   apresentado  pelo  poeta  Francisco Miguel de Moura. Publicou;  depois, saíram  mais dois livros de contos,    O  ditador da terra do sol (2002) e    Contos de uma aula no vermelho (2014).

     Ficcionista    de amplos recursos literários,    não  só pela  forma  original de narrar,  mas também  por outros  predicados  de autêntico criador de vidas  humanas.  Linguagem  renovada,  viva,    plena de humor,  de enunciados sentenciosos,  de deslocamentos  espácio-temporais,  com visíveis   traços  da linguagem  cinematográfica, com forte  pendor para cenas  de um  sensualismo nunca  descambando  ao decalque  datado do  cediço  naturalismo   descritivismo- narrativo oitocentista,      com apurado  gosto por aforismos. Linguagem  repassada  de  um lirismo   contido      e   de uma modernidade de  expressão   e  construção sintático-estilística.   João Pinto é  um    peregrino  cultivador  da forma literária, um    cativo   da elaboração   estética,    primeiro traço da sua narrativa.     Pinto é    piauiense, porém radicado em Manaus;.

      Vejamos outros autores piauienses das gerações mais novas:  o  poeta,  ficcionista,   autor  didático,   ensaísta  e autor  de livros  infanto-juvenis,   Dílson Lages Monteiro.     Inegavelmente,   na atualidade,  é  um dos mais   laboriosos    autores   piauienses,  inteiramente  dedicado  à literatura e ao magistério, dedicado  igualmente   à incessante  divulgação  da literatura  piauiense fora dos limites do  Piauí;  o habilidoso contista  Milton Borges, do qual resenhei  um  ótimo livro  de contos Sabor de vingança (2015);    o romancista   Edmar Oliveira, autor do romance  Sitiado, prefaciado pelo escritor José Ribamar  Garcia;    um novo  e promissor contista  surge no  Piauí,  de Oeiras,  J .L. Rocha do Nascimento, autor  de dois livros de contos: Um clarão dentro da noite ( 2019) e Os pés descalços de Ava Gardner (2020). Também  tive  boas informações da obra  ficcional  de Austragésilo  Brito,  cuja obra  mais  recente é  Ruínas do amanhecer,  com prefácio do ficcionista  José  Ribamar Garcia.  Resta conferir.

        Quanto  a poetas   mais novos,    em outra oportunidade,  a eles me referirei  mais demoradamente. Ultimamente,     tive contato   com a poesia  de Raimundo Fonseca, maranhense, mas  vivendo em Amarante.  Fonseca  tem  um  facilidade   imensa  para criar   excelentes rimas. Seus  versos, via de regra,   têm índole,  popular.  São ritmados,   espontâneos  e  a temática,    com frequência,  se volta  para    poetizar     situações existenciais um tanto  moralizantes   e  sobre  figuras  humanas de sua admiração.

     Penso  que, se tentar  alçar   voos  mais altos  na variação de formas poéticas não tradicionais, dar-se-á muito bem,  porquanto  fina   sensibilidade  ao poético   não lhe falta;   o poeta    Francisco Gomes  me parece  ter  valor, como se constata numa  primeira leitura do livro, com título  extenso, O despertar  selvagem  do azul  cavalo doméstico (2018).    Com um deles o poeta  Luiz Filho de Oliveira tive mais contato  através de leituras mais  demoradas,      das quais  resultou um ensaio meu   É um poeta  de boa qualidade e  com   bastante preparo   intelectual. 

    Quanto à ficção de jovens ou menos jovens,   tive  uma excelente   impressão  de Geovane Monteiro,    que  também  é  poeta  e me parece  ter talento  igualmente  para o ensaio   crítico. Dele  fiz um   ensaio do  livro  de contos Paradeiro (2016),  de resto   bastante lido  por leitores  de textos  meus  Fiquei feliz  por conhecer o valor    inegável desse  jovem autor  piauiense.

     Outro  que estreou  mais  velho    é José de Ribamar Nunes,   autor de um  romance   surpreendente pela sua qualidade literária, aliciante  estória e recursos  narrativos,  Morro do Querosene (2019), que tive o prazer de resenhar; a contista  Nileide B. Soares Nil, natural da cidade de Regeneração, PI.,  autora de um livro  de suave  teor  literário, Contos encantados (2002), prefaciado pelo crítico M.Paulo Nunes;  o cronista de primeira linha,  sem dúvida um vocacionado para os relatos circunstanciais do   cotidiano ou  vasculhando  o passado  piauiense,  José Maria Vasconcelos, também  autor  de livros  sobre  questões  de língua  portuguesa. É um normativista    e um vernaculista com alicerce na “ última   flor  do Lácio.”        

       Dos poetas  e não poetas (mortos  e  vivos )  menos novos, contudo ainda não velhos, mencionaria, entre outros,  o poeta, contista,  cronista  e divulgador  de autores mais novos Cineas Santos;  o jornalista,   poeta   e  o mais conhecido historiador  da literatura   piauiense,  Herculano  de Moraes;  o  poeta H. Dobal, o mais   importante poeta  piauiense,  a meu ver, depois de Da Costa e Silva,   também cronista,  memorialista e  tradutor;  o Álvaro Pacheco é também um dos bons poetas  piauienses; o  premiado poeta Elmar Carvalho (também  ficcionista,  ensaísta, cronista, contista,   memorialista e  critico  literário);  o poeta, teatrólogo  e divulgador cultural Virgílio Queirós; o poeta,  contista e  ensaísta  José Bezerra Filho; o festejado  poeta  tropicalista Torquato Neto;  o premiado  poeta   Rubervam Nascimento;  o poeta lírico-social   Carlos Alberto Gramoza; o competente poeta    Paulo Machado; o   apreciado poeta de Amarante,  Carvalho Neto;  a poeta Sonia Leal Freitas, autora de um livro magnífico, O Cedro do Éden (2002).

     Considero Sonia Leal Freitas    uma das mais importantes  poetas   piauienses, cedo arrebatada   desta vida. Sobre ela,  escrevi  um ensaio  já publicado. Foi também  contista. Como poeta, foi muito longe no que tange à  alta qualidade de seus versos,   uma  verdadeira    artista,     uma  virtuose;    a  inventiva e sintética poeta, Graça Vilhena (a estrear  brevemente também  como   ficcionista); o  incansável pesquisador cultural   Kenard Kruel;    o conceituado jornalista  Deocléco Dantas;   o jornalista Magno Pires,  homem    atento à vida  social e política brasileira,  mais vista nos seus  defeitos  e vilanias.   Jornalismo   pessoal,    corajoso e fluente  nos temas  abordados. De   poético só tem  o título do seu livro  Desabrochar das Rosas (1996);    o  bem atualizado,  talentoso  ensaísta  e ficcionista  Halan Silva;  o ensaista João Kennedy Eugênio; o poeta  Oliveira Neto,  muito  elogiado por  outro   bom  poeta,   o Hardi Filho que se  incumbiu de selecionar,  organizar e apresentar   um  antologia  sobre Oliveira  Neto, sob o título Oliveira Neto - poeta do amor  e da alegria (1993);  o novelista  Cândido Carvalho Guerra,   bem   aplaudido por A.Tito Filho; a ensaísta Maria Nilza, prefaciada  por Enéas Athanazio,    ilustre escritor  de Santa Catarina; a ensaísta  Raimunda Celestina  Mendes da Silva,   estudiosa e  pesquisadora  do tema da seca na  literatura  piauiense, incluindo referências  não somente no campo  ficcional mas também na poesia,     com  um  bem fundamentado   ensaio,  provavelmente    um estudo pioneiro  no seus moldes   de aproximação  crítica do tema  selecionado,   Para uma historiografia  literária  do Piauí.(2013)

         Entre os mais velhos ou não tão velhos, poetas  ou  ficcionistas  ( vivos ou falecidos) e sem citar os  antiquíssimos      e ilustres  escritores  piauienses,  podemos  lembrar    o  maior poeta piauinese de todos os  tempos, Da Costa  e Silva; o mais importante historiador  do Piauí,  o professor  Odilon Nunes; o grande conhecedor  da língua portuguesa, professor  Tonhá (Antônio Veríssimo  de Castro),  professor catedrático de língua portuguesa do Liceu Piauinese e da Escola Normal Antonino Freire, autor de duas obras  importantes sobre questões  filológico-estilísticas,  uma  das quais li na adolescência,   Adorno  de palavras (1949). Era natural do   Maranhão;  o biógrafo e jornalista  José Maria Soares  Ribeiro;    um dos mais  proeminentes intelectuais  do Piauí  A.Tito Filho, cronista  admirável,  jornalista de alto nível,   filólogo,  dicionarista,    historiador de temas  histórico-políticos,    grande  orador;   um dos mais  notáveis e prolíferos  jornalistas doutrinários     que o Piauí já teve:    Cunha e Silva. Além de  ilustre professor   catedrático de história do Brasil da Escola Normal Antonino Freire, foi  professor de geografia  do Liceu Piauinense, educador, poeta (sobretudo sonetista),  contista bissexto,  crítico literário bissexto,   humanista, orador  eloquente e de improviso,     e homem de vasta  cultura  literária, histórica,  filosófica, política e sociológica,  a par de  ser  conhecedor   de  latim, italiano, relativamente  inglês e  francês,  este  último   (eu mesmo fui seu  aluno durante  quatro  anos no Ginásio "Des Antônio Costa")  lecionou durante vários anos.  

      Quanto aos que  ainda estão  em atividade, (me desulpando antecipadamente   pelas omissões  de alguns autores),     na ficção,  na crítica  literária,    na historiografia literária, como dicionarista da literatura  brasileira,   um esteta,   na opinião  do   saudoso poeta  maranhense Adaílton Medeiros,   é fundamental  mencionar  o mais  famoso  escritor  piauiense vivo: Assis Brasil. Autor  de renome  nacional,    escritor  dos mais  produtivos ( com mas de cem livros publicados!)   que  o  país  tem,   premiado  mais de uma vez. Assis Brasil  torna-se,   desse modo,  uma figura de proa   no cenário  de  autores  piauienses mais festejados;   o professor   titular de direito,   jurista, humanista,    ensaísta (geralmente de viés filosófico),  pensador, orador   primoroso, conferencista,  latinista       e memorialista  Celso Barros Coelho; o eruditíssimo   professor (  latinista)  de direito penal   José de Ribamar  Freitas; o eminente  jurista,   rigoroso  critico literário   e   historiador Wilson de Andrade  Brandão;  o veterano  e respeitado    crítico  literário, professor   M. Paulo Nunes, também    educador    de grandes méritos;  o  prolífero romancista   William Palhas Dias; o general J.E.Mendes da Rocha,   escritor  dedicado a temas  de política nacional e a temas  mlitares,  pois  serviu  bravamente na  Segunda Guera Mundial, na Itália;    os ficcionistas   de grandes méritos  Fontes  Ibiapina e    Magalhães  da Costa; o romancista, Sant'Ana, cujo nome completo é Edmar Vasconcelos de Sant'Ana,  elogiado por um  professor   de Londres,  Bruce Corrie, e por escritores  como  José Louzeiro e o jornalista Raul  Soeiro.  Não sei por que  o professor   Edmar   que,   por sinal,   me lecionou  desenho  no Ginásio "Des. Antônio Costa,"  não foi mais  divulgado. Mereceria sê-lo.Parece-me que   só tenha  escrito o referido  romance, uma  ficção que, só pelo título,  Quando?...  Depois da Quermesse! me soa inquiridor e  inquietante, além de enigmático. O professor  Edmar,  me parece, morava em Petrópolis;

           Não se poderia  também   olvidar   o nome  de  um   importante   escritor  piauiense residente em Brasília,  Afonso Ligório, ficcionista premiado na Itália  graças ao valor  de uma de suas  obras, o romance histórico   Capitania do açúcar (Recife: Bagaço, 2000. 324 p.) Ligório é exímio cronista, mormente   no que tange ao gênero memorialístico. Suas páginas, retratando  a Teresina  no passdo,  são   admiráveis   em todos os sentidos. Li algumas na excelente  revista Presença, dirigida pelo  veterano e aplaudido   crítico literário  M.Paulo Nunes; a romancista   bem recebida pela crítica Alvina Gameira;   a ilustre  jurista e acadêmica,  com  várias obras na área jurídica,    Fides  Angélica  Omati; a ensaísta e crítica literária Maria Gomes Figueiredo dos Reis;     o eminente  economista e historiador de temas econômicos e sociais,  Raimundo Nonato Monteiro de Santana;  o  professor e cientista Jônatas de Barros, Ph.D em Física pela Universidade de Londres, autor de vários  estudos na área científica;  o jornalista e ensaísta  Carlos Said (incansável divulgador  da literatura piauiense); o ilustre   ensaísta,  poeta e ficcionista Francisco Venceslau dos Santos falecido  há pouco tempo;  o ensaísta Fabiano  de Cristo Rios Nogueira;  o ensaísta  José Carlos de  Santana Cruz,  a ensaísta Maria  do Socorro  Rios Magalhães;   o ensaísta,    cronista  e autor didático de   língua  latina, Carlos Evandro Eulálio (grande estudioso do poeta Mário Faustino e um dos mais  importantes críticos literários  piauiense da atualidade);   o poeta,  cronista, contista,  romancista, crítico  literário  e historiador literário  Francisco Miguel de Moura; o poeta,  ficcionista e ensaísta (sobretudo de ensaios científicos ), Humberto Guimarães;    o ficcionista  Oton Lustosa,    autor  do romance Vozes da Ribanceira (2003),   muito  bem   aplaudido  e estudado  por alunos  de letras em universidade  piauiense  e pela crítica dentro e fora do Piauí;  o incansavel historiador  Reginaldo Miranda,  também  ficcionista; a historiadora  Teresinha  Queirós,  uma  das mais  brilhantes   escritoras   piauienses da atualidade, também dedicada  ao ensaísmo  literário;   o operoso   historiador Cid de Castro  Dias; o jornalista  e   escritor Zózimo Tavares,  que cultiva   um  jornalismo   límpido e produtivo,  sobretudo   focando  temas  da vida política  do Piauí;  o poeta  Ataualpa A.P. Filho,  piauiense  residente em Petrópolis,  membro da Academia Petropolitana de Letras. Escreveu,    entre  outras,     a obra Um vazio em um espaço de vida (1982); também  membro da Academia Brasileira de Poesia ; o historiador e memorialista José Pedro de Araújo Filho;  o pesquisador de temas  políticos,    jornalista     e memorialista  José Lopes dos Santos;   o  historiador  e  pesquisador  Dagoberto de Carvalho  Jr.,  ilustre   estudioso e especialista  na obra  de Eça de Queirós; o  historiador  Paulo Gutenberg de Carvalho  Souza; o historiador  Francisco  Alcides do Nascimento;  a memorialista Cléa Rezende Neves de Melo; a historiadora Maria Miranda Dias; o destemido   historiador, memorialista e     pesquisador  de tems  políticos Jesualdo  Cavalcanti Barros; o  incansável  pesquisador  e dicionarista   Cláudio Bastos; o ilustre  historiador   e pesquisador Edison  Gayoso C. Branco Barbosa;  o  respeitado  e competente  poeta, ensaísta,  meticuloso     historiador  literário  Alcenor  Candeia Filho; o agradável  texto do  memorialista,  poeta  e ficcionista  Assis Fortes; o  dicionarista  literário,   cronista, ficcionista,      historiador literário, autor didático   e poeta  Adrião Neto,   escritor  prolífero   e incansável. Lembremos de um nome de um ficionista  piauiense  que viveu fora do Piauí, chamado  Permínio Ásfora (1913-2001), descendente de árabes,  nasceu em Valença, PI.,  autor que,  na sua ficção,   produz  romances de viés polítco-social,  como são exemplos  os livros Sapé (1940), Noite grande( 1947) Vento Nordeste(1957), O eminente senador(1973),  pelo que pude  me informar, contam-se como obras ficcionais de sua lavra. 

Quanto a  novos  ou menos jovens autores que já  foram  consagrados nacionalmente, a minha  primeira   intenção era não mencionar  nenhum  por enquanto, já que parte  das minha pesquisas  se volta  mais  para autores mais   velhos,  bem velhos ou já falecidos. Contudo, entre os novos  e um pouco  menos novos, a  literatura  brasileira   pode contar  com um  grande número  de nomes   já com sucesso  ou a caminho do sucesso.

 Entretanto,  para não dizer que não mencionei alguns autores com  maior  reconhecimento nacional na ficção, teríamos, entre outros, os nomes de  Godofredo de Oliveira Neto, romancista  e ensaísta,  Bernardo Carvalho, João Gilberto Noll,  Milton  Hatoum, Luiz Rufatto, Patrícia Melo,  Michel Laub,  Marcelino Freire,  Ana Miranda, Cristovão Tezza, Paulo Lins, Adriana Lisboa,   entre muitos outros  que  aí  estão  experimentando  novas linguagens,  novos temas, novos desafios e  caminhos  para a literatura brasileira.

Na poesia, sendo a quantidade de autores muito grande, novas vozes  poéticas se cruzam  com vozes mais  experientes numa  profusão de nomes, muito bons ou  ótimos,  outros  apenas  desejosos  de  parecerem  poetas mas que não trazem  nenhuma novidade  nem originalidade  a seus  versos.

 Contudo,  podemos  pensar em nomes como os de Alexei Bueno,  Armando Feitas Filho,  Ana Cristina Cesar, Cacaso, Glauco Mattoso, Paulo Leminski,  Torquato Neto,  Bráulio  Tavares,  Francisco Alvim, Geraldo Carneiro, Chacal, Sebastião Uchoa Leite, Lélia Coelho Frota, Nelson Ascher, Ivan Junqueira, Adélia  Prado, Bruno Tolentino,  Regis Bonvicino, Paulo Henriques Britto(notável tradutor) Duda Machado,  Age de  Carvalho, Salgado Maranhão, Eucanaã Ferraz,  e tantos outros  poetas, cada qual  fazendo  a sua própria  caminhada poética e  indiferentes aos antigos  grupos,  manifestos,  teorias  poéticas, novas vanguardas, quer dizer,  uma poesia  que  pode permanecer a despeito de  marcos temporais, além dos ismos. Porém, sem perder  o pé consciente no legado da tradição literária   constituída  pelos grandes poetas  brasileiros do passado, tradição esta  que,  por sua vez, está  associada  à grande tradição  literária  universal, sobretudo do Ocidente. 

Sky Culture e-Magazine:   

Recentemente perdemos o poeta Ferreira Gullar, sobre o qual o Senhor escreveu. Qual a importância de Ferreira Gullar? O que significa a morte de Ferreira Gullar para a literatura brasileira?

Cunha e Silva Filho: Depois de alguns  livros  consagrados (A luta corporal, O poema  sujo)  pela crítica especializada,  o poeta Ferreira  Gullar, no meu juízo,   passou a ser  conhecido  nacionalmente  por dois motivos  fundamentais:  o primeiro motivo por  ter  sido  o principal teórico e mentor  do  chamado  movimento  neoconcretista (1959)  da poesia brasileira; que foi  a dissidência  diante  do  Concretismo  de 1956, quando retomou para a poesia  a valorização do  discursivo e não do meramente   vanguardismo    subversor   do verso  de corte  tradicional da geração  de 45. 

 O geometrismo, o espacialismo, a  atomização ou  desarticulação  vocabular, o trinômio verbo-voco-visual concretista  já  apresentava o desgaste  desse tipo  de poesia  espácio-visual-semântico, que - não se pode  omitir  este fato -,  deixou  algumas   marcas, sobretudo,  no espaço da página em branco   das formas  poéticas que se lhe seguiram. Gullar  soube  discernir  uma forma  de poesia   renovadora   que poderia dar certo  sem se  submeter  aos poemas  gráficos  e geométricos. Não se poderia permanecer  indefinidamente  imitando  o espaço  branco  da página  lembrando   formas figurativas, tipográficas. A poesia  é também sintaxe, sentido  e vida. Alia as formas de desvios  semânticos, sonoros e rítmicos, sem necessariamente   ficar presa  ao visual-espacial-geométrico.

 O que  importa  é o poema bem  realizado   e esteticamente    inovador.  Daí também  ter sido  Gullar  um  crítico  ácido a tudo aquilo que, nas formas   da pintura, por exemplo,  ou nas artes  plásticas em geral,    se apresentasse   ao público como  objeto artístico,  como obra de Arte, como foi  o exemplo do urinol e Marcel Duchamp exibido no Salão dos Independentes  em Nova Iorque (1917).

O segundo motivo  fundamental na sua atividade de escritor, de crítico de arte e de cronista se assenta  na sua visão  política, a qual   sofreu  igualmente  um processo  de mudança, de um esquerdista   na mocidade,   passou  a ser, na   maturidade e velhice,  um crítico  corrosivo e implacável da esquerda  brasileira, mas sem aderência e submissões  aos  exageros  e danos  do capitalismo  selvagem ou às falácias de uma  direita  contra qual   também  dirigiu sua  crítica e desta mostrou   seus  erros e vícios  crônicos  sempre com  coragem   e uma certa rebeldia que tanto me agradavam como leitor cativo de sua  crônicas.

 Não houve nele retrocesso  nem  no campo  ideológico  nem  no  das artes em geral. Talvez, conforme insinuou na última crônica tratando da questão da arte publicada na sua coluna de domingo da Folha de São Paulo, estivesse  esperando  por  uma nova   arte, uma nova linguagem,  não simulacros  ou contrafações  sem valor algum do prisma  artístico.  Procurou a beleza das formas bem  arquitetadas,  sem, entretanto,   negar  a tradição,  que ensina,  e sem  se  render  à mesmice  no domínio  do poético.

  Sky Culture e-Magazine:  O Senhor foi amigo do poeta Adailton Medeiros? O que o Senhor tem a nos dizer sobre Adailton Medeiros?

Cunha e Silva Filho: Francamente, diria que conheci o poeta Adailton Madeiros,  nascido em 1938,  em Angical,   Caxias, Maranhão, mais do ponto  de vista  da amizade do que mesmo   como  poeta lido  em profundidade.. Era meu intento  pelo menos  estudar sua poesia em trabalho de maior  fôlego. O que li dele como  poeta e como ensaísta foi suficiente para  reconhecer-lhe os méritos.). Adailton  Medeiros se distinguia  também como  um   dicionário  ambulante  da vida literária  brasileira. Conhecia  os bastidores de muita gente, sobretudo dos mais velhos da vida literária nacional.

 No entanto,  sua  participação nos movimentos de  vanguarda se deu  por ter  aderido  ao  movimento  poesia-práxis (ou praxismo) proposta  poética  revolucionária  que, a partir de 1962, ano de seu  aparecimento, no geral,  se  opôs a todo o passado da poesia  brasileira, sem,  é claro,   descartar   alguns  traços  das outra  vanguardas  precedentes. Seu teórico   maior foi o poeta  MÁrio Chamie, com o livro-chave do  movimento, Lavra  lavra (1962) Sua orientação   teórica  se fez em torno  da revista  Práxis, a qual  publicava os poemas  do grupo.Como o Neo-concretismo, teve viés social e  popular. Aproveitou  as contribuições  advindas dos mass media, mas   recusa  a armadura mecanicista do  Concretismo..

 Emprega amiúde  os vocábulos   dispostos em forma  de linhasignos (ou linossignos), os recursos da teoriada nformação.Seus  poemas,visualmente,   procuram  uma disposição gráfica do poema numa leitura horizontal, vertical,  cruzada,  necessitando para tanto da colaboração do leitor. A poesia-práxis não  subestimou o  valor do verso, da semântica. Assim,  não perdeu  seu     valor estético, emotivo, significativo e humano. Adaílton  Medeiros  publicou  os seguintes  livros de poesia: O sol fala aos sete reis das leis das aves ( (1972); Cristó-vão Cristo: Imitações (1976); Lição do mundo ( Rio de Janeiro: Edição-7, 1992); Bandeira  vermelha ( Editora Caetés,  2001), Poema Ser Poética e mais oito Pré-Textos ( Rio de Janeiro: Achiamé,1982), com introdução de Francisco Venceslau dos Santos. Em prosa: Braçadas de palmas (discurso, 1981), Floração de Minas (discursos, 1982), Quatro ensaios, in SAMUEL, Rogel. (org.). Literatura básica. Petrópolis,RJ.: Vozes, 1985, v.1) Na ficção: escreveu a novela Revoltoso Ribamar Palmeira (Rio de Janeiro: Matacavalos, 1978).

Da  sua biografia  intelectual  é curioso  acrescer que Medeiros  escreveu  em poesia  sua dissertação de Mestrado, sob o título Poema Ser Poética e mais oito Pré-Textos submetida  à Faculdade de Letras da UFRJ e  por esta  aprovada.  Dele verti  para o inglês um  poema  “Sinos,” extraído do livro Bandeira vermelha (p.78) atrás mencionado. A minha versão foi, posteriormente, publicada na IX Antologia  internacional palavras no 3º milênio (São Paulo: Phoenix Editora, 11, Homenagem  póstuma,  2010).

Sky Culture e-Magazine:  O Senhor esteve recentemente no Piauí, fazendo o lançamento do seu mais recente livro. Fale-nos desse lançamento e do seu livro.

Cunha e Silva Filho: O livro  em consideração  tem  o título de Apenas memórias 1.ed. (Rio de Janeiro: Quártica, 2016, 304 p.). O seu  lançamento, primeiro,  se deu no Rio de Janeiro, depois,  o lancei em Teresina, Piauí.  Foi um lançamento  festivo,  em memorável noite de autógrafo,  com amigos,  escritores e familiares com  direito à entrevista concedida ao jornal  Diário do Povo, Teresina, Piauí,  e entrevista  filmada concedida  ao jornalista  e ficcionista  Rivanldo Feitosa da   TV Meio-Norte. A apresentação do meu  livro  ficou  por conta  do  escritor Dílson Lages  Monteiro, que  escreveu  uma  substancial   introdução  lida  num momento  do lançamento.

Foi o terceiro  livro  que  lancei em Teresina. A obra   dá conta de considerável parte das minhas  memórias,  desde os primeiros anos da minha  infância  em Amarante,  depois relatos do final da infância  da adolescência em Teresina até à minha  mudança  para o Rio de Janeiro a fim de  cursar uma universidade. Nessas memórias,  que não  são rigorosamente   cronológicas,   repasso aos olhos do  leitor  como se deu a minha formação  intelectual,  iniciada  em Teresina  e continuada no Rio de Janeiro.

 O mais  importante nas memórias foi traçar  os tumultuados e aflitivos   anos  dos meus estudos  de Letras na  UFRJ realizados   durante a ditadura  militar  enfrentados com coragem,  determinação  e  vontade  de sair vitorioso. A minha vida pessoal, em alguns lances que alvitrei escolher como  fundamentais  ao relatos  na obra,  adquire  toda uma carga  de  emoção,  momentos  engraçados e situações  desagradáveis, relatos escritos  com  passagens   às quais  pudesse  imprimir   um  clima  poético com  o objetivo  de não entediar  o leitor com  textos  demasiado áridos. Suponho que  alcancei  meus objetivos e oxalá  que o leitor  tenha  fruído   com prazer  o meu  texto.

 Elaborei  a obra  me utilizando de relatos  novos  de mistura com   textos  já  publicados em jornais  do Piauí, no meu Blog “As ideias no tempo” e em sites   que  republicavam   os  textos.  Basicamente, pois,  é tudo isso   que  reuni  num volume misturando  passado presente  e futuro. Acredito que o saldo foi  positivo, principalmente  porque,  num  estreito círculo  de leitores e amigos,  o livro  mereceu  elogios e, até agora,  sobre ele saíram quatro  resenhas da obra  feitas  por três  especialistas   em Literatura.  e uma  por um   experimentado  jornalista  piauiense. Confesso que Apenas Memórias foi um dos livros que, até à data presente, mais me deu prazer de escrever e organizar. 

Sky Culture e-Magazine:  O Senhor escreve também sobre política. Como o Senhor ver o atual momento político do Brasil?

Cunha e Silva Filho: Não é que desprezo a política brasileira, mas, quando  sobre ela medito,  só vejo à minha frente  um cenário  sombrio,  desesperador,  onde campeia  sobretudo, além  da  politicagem,  o grave   problema da corrupção que ronda quase cem  por cento dos  políticos, não só  dos que estão em Brasília, mas em cada  Estado da Federação. Por isso, só posso  admirar  o que  a Operação Lava  Jato tem feito  a fim de  punir efetivamente  e afastar de  nossa  vida pública  os maus governantes,  os ladrões que infestam  o nosso sistema  político  e os nossos  governos.   Por tais  motivos é que meus artigos  têm, em geral,  um cunho   polêmico,  rebelde, satírico, irônico. Não poderia  ser de outra forma, já que  estão aos olhos perplexos  dos cidadãos  de nossa  Pátria   as marcas  de desgoverno  e da alta  corrupção  de que foi  vítima a sociedade brasileira, pelo menos,   de uns quinze anos  até à data presente.

Sinto, todavia,  um pouco de alívio  quando  os políticos,  com todos os seus defeitos  e com todo  um comportamento  censurável,  depuseram a   Sra.  Dilma  Rousseff do  poder e praticamente liquidaram   com a hegemonia do lulopetismo   que não podia mais  governar   o Estado  Brasileiro.

 Vejo  o novo  governo Temer,  a despeito de nele ainda persistirem   políticos que  apoiaram  o lulopetismo, com a chamada  base aliada  do PT, com alguma esperança de que   os atuais  ocupantes do poder   repensem  os malfeitos   e procurem  vias  de soluções democráticas   com uma nova   forma  de governar   menos contaminada   de falcatruas   e  desídias tão  recorrentes  durante  a era  petista.
 Só espero  que as mudanças   que deseja  implantar  o novo governo   não prejudiquem  a geração de jovens  que ingressaram e ingressam   no mercado do  trabalho e no setor  público.

No plano  internacional,   tem sido  um  objetivo   primacial   dos meus  artigos  denunciar  os crimes   cometidos  por ditadores  no mundo  inteiro, chamar  a atenção dos  organismos   internacionais   responsáveis  pela segurança dos povos  oprimidos, das nações que não respeitam   sua sociedade  civil,  de governos que  cometem  atrocidades  em guerras civis  que ceifam   milhares de  inocentes pelo mundo afora. Enfim,   pelo uso  da palavra, continuarei a   deblaterar  contra  os que ameaçam  a liberdade de expressão, contra o terrorismo   mundial,   contra os genocídios  praticados em pleno  século XXI, contra os preconceitos  de toda   espécie, ou seja,  meus artigos   visam  ao desejo   de ver o mundo, quer ocidental, quer oriental,   com mais harmonia,  paz  e prática  do humanismo – único caminho  para se evitar o mal maior repugnado pela consciência  dos homens de bem em qualquer parte  e em qualquer  época.

Sky Culture e-Magazine:   Deixe o endereço do seu blog ou site, caso tenha para que os nossos leitores possam acessar.

Cunha e Silva Filho:  Meu blog : “As ideias no tempo”

Sky Culture e-Magazine:  Faça as suas considerações finais.

Cunha e Silva Filho: Quero agradecer  ao entrevistador, escritor  Gilvaldo Quinzeiro,  pela  oportunidade que me  propiciou a falar um pouco  da minha vida de escritor  e de outras facetas  resultantes  dessa atividade  que requer tanto desprendimento  e tremendos sacrifícios num pais  onde é espinhoso  um  intelectual conseguir, hoje mais do que  no passado, ser   visível, sobretudo  quando  não pertence  a grupelhos, igrejinhas  ou nichos  que, em cada  época,  tornam mais   dificultosa a penetração  de alguns  autores nos meios   editoriais  mais mobilizados  para  os lucros  em produções  que estejam   afinadas com os vários tipos   de obras de qualidade, muitas vezes,  duvidosa. Não obstante  todos  esses percalços  enfrentados  pelo escritor  brasileiro,   ele não desiste. Sua afirmação como produtor de obras  literárias ou de estudos  teóricos e críticos se situa   acima  das mesquinharias  próprias  do ser humano.