Compartilhando a Cabana da Montanha com uma Nuvem 


Rogel Samuel


"Uma cabana solitária no cume da montanha se sobressai sobre mil outras; 

Sua metade ocupada por um monge velho e a outra metade por uma nuvem: 

Ontem à noite houve uma tempestade e a nuvem foi soprada para longe; 

Sobretudo porque uma nuvem não é igual igual ao modo quieto do homem velho". 


Poema de Kuei-tsung Chih-chih (um monge que morou numa cabana humilde em Lu-shan)

(H.C. Warren. Essays in Zen Buddhism – Second Series 352-2).



O comentarista e tradutor Warren diz que "ele esclarece habilmente a sua avaliação da Vacuidade; o verso não será entendido somente como descrevendo a sua cabana solitária onde ele morou em companhia com as nuvens".

O monge a cabana a montanha e a nuvem foram varridas pelo sopro da tempestade. Só a nuvem desapareceu, mas a montanha ficou. As ilusões são como nuvens. A meditação quieta do velho monge é sólida como a montanha. Sua cabana é seu mosteiro. Por que a iluminação do velho monge é uma tempestade? Diziam os mestres Zen que há dois meios de atingir a iluminação: tirar algodão do manto e quebrar uma pedra. O velho quebrou a pedra.