(Miguel Carqueija)

Poe será lembrado "enquanto livros forem lidos"

COMO EDGAR ALLAN POE FOI HOMENAGEADO NUMA FANTASIA MÍSTICA            

     Em princípios de 2010 foi lançada no Brasil a antologia “Poe 200 anos”, organizada por Ademir Pascale e Maurício Montenegro, edição da Andross. Tratava-se de uma seleção de contos de autores nacionais, homenageando os 200 anos de nascimento do grande gênio das letras norte-americanas, mestre da literatura gótica (1809-1849). Participei dessa antologia com um dos contos, “O quarto caso de Dupin”, e o prefácio.
     Algum tempo antes, em fins de 2008, lancei pela Giz Editorial o romance “Farei meu destino”, fantasia mística muito à mangá shojo, que prestava homenagem a alguns universos ficcionais (como registrado no pórtico) ou seja “Branca de Neve e os sete anões”, “Sailor Moon”, “Construtores” e “Homens de Preto” (Walt Disney, Naoko Takeushi, Charles Sheffield, Steven Spielberg). É também uma versão da “deusa da Lua”, Diana, da mitologia grega. Fato é que a Diana de “Farei meu destino” não é uma deusa, mas uma personagem poderosa e predestinada.
     A aventura se passa numa Terra futura dizimada pela guerra, pela fome e por catástrofes diversas, um cenário pós-apocalíptico. Outros detalhes podem ser vistos na página da editora, www.gizeditorial.com.br.
     Há, porém, uma homenagem muito singular nesse livro: a presença de Edgar Allan Poe como um dos personagens. O autor de “O corvo”, “Os crimes da Rua Morgue”, “Manuscrito encontrado numa garrafa” e “A queda da Casa de Usher” aparece no mundo onírico, como um mestre espiritual guiando a pequena Diana na luta contra o Mal em estado puro.
     Quem conhece a obra de Poe percebe o caráter misterioso do escritor, sua enigmática sensibilidade em relação ao universo, as portas surrealistas que ele abre em seus incríveis textos, que tomam os leitores em vertigem. Assim, foi fácil escolher Poe como um dos mestres espirituais do mundo onírico.
     Atualmente comecei a trabalhar numa novela onde intervirão Poe, São Tomás de Aquino, Santa Joana D’Arc e o tão misterioso Nostradamus.