Rogel Samuel

 

Minha saudosa amiga, Dona Maria Augusta Pereira Batista, era uma senhora idosa na casa de quem eu morei na minha juventude no Rio de Janeiro.

Eu a conheci no mosteiro budista de Santa Teresa.

Habitei um quarto no apartamento dela na Praça da Cruz Vermelha, em frente ao bar Ali Babá, que era um bar de bandidos que, naquele tempo, eram amistosos e de cuja convivência privar era um privilégio.

D. Maria Augusta, que morava só, cuidou de mim como uma mãe, e certamente foi umas das melhores pessoas que conheci.

Era pobre, mas de família ilustre, meio-parente do Dr. Joaquim Murtinho e tinha – abandonada! – uma casa na Pedra de Guaratiba.

Abandonou aquela casa no dia em que faleceu o marido.

Um dia, fomos, eu e ela, ver a casa.

Ainda estava lá, tal como ela a deixou, a mesa posta para o almoço daquele dia, dez anos antes, em que o seu ex-marido faleceu.

Tudo estava intacto, como num museu, como naquele dia!

Feliz saudade, Amiga!