Chica da Silva de Oliveira, Chico Rei e dois quilombos do Pai Ambrósio 

Existem dados sobre eles que não estão na Wikipédia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

DR. SÉRGIO BRITTO: formado pela Faculdade Nacional de Medicina,

não exerceu a profissão de médico obstetra o ator veterano e

multipreminado do teatro brasileiro Sérgio Bitto; na telenovela 

Xica da Silva, ele interpretou com máxima competência dramatúrgica

o papel de uma alta autoridade governamental da confiança da Corte

de Lisboa, vale dizer, um dos superiores hierárquicos do contratador 

João Fernandes de Oliveira, que foi marido de Chica da Silva "na vida

real" (a legenda é da Coluna "Recontando...", mas a foto de

de S. Britto, está, na Web, em:

http://cacilda.folha.blog.uol.com.br/arch2008-01-01_2008-01-31.html)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

 

INSTITUIÇÕES DE CIÊNCIA E CULTURA COMO

O IHGMG AJUDAM A PRESERVAR A MEMÓRIA DO

PERÍODO COLONIAL DA HISTÓRIA BRASILEIRA -

REPRODUÇÃO DA CAPA DE EDIÇÃO DA REVISTA,

DE OUT./2006, DO RESPEITADO INSTITUTO, NA QUAL

ESTÁ REPRODUZIDA A IMAGEM (QUE NÃO É DO

BRASIL-COLÔNIA, NEM DO BRASIL-IMPÉRIO)  

DO AVIÃO 14 BIS

(http://tjmar.sites.uol.com.br/ihgmg/revista.htm)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ZEZÉ MOTTA É XICA DA SILVA, NO FILME DIRIGIDO POR CARLOS DIEGUES

(http://thebestsecretary.blogspot.com/2008_12_04_archive.html)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

TAÍS ARAÚJO É XICA DA SILVA, NA TELENOVELA DA EXTINTA

TV MANCHETE

(http://4.bp.blogspot.com/_l1k4tvRFGlY/SpSB0Z-EmkI/AAAAAAAAArU/kHdqc6rWt9I/s400/chica+da+silva.jpg)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://www.jblog.com.br/heloisatolipan.php?blogid=107&archive=2009-09)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

 

(http://memoriadatv.blogspot.com/2007_09_01_archive.html)

 

 

(http://www.tvaqui.com.br/site/2009/09/17/zeze-motta-concede-entrevista-ao-tvaqui/)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

(http://nucleodemoda.wordpress.com/2009/03/03/arezzo-inverno-2009/)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://zezemottaascantrizes.blogspot.com/2009/10/zeze-motta-na-fatos-fotos-1977.html)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://oglobo.globo.com/cultura/kogut/nostalgia/default.asp?a=294&periodo=200811)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://zezemottaascantrizes.blogspot.com/2009/09/zeze-motta-na-novela-xica-da-silva-1996.html)

 

 

 

 

 

 

 

  

 

  

A GRANDE ATRIZ BRASILEIRA (nasc. Rio de Janeiro, 1921)  RUTH DE SOUZA [QUE

NESSA FOTO, ESTÁ COM ZEZÉ MOTTA] FARÁ 89 ANOS EM 12 DE MAIO DE 2010

(Sem a legenda, a fotografia acima reproduzida está, na Web, em: http://zezemottaascantrizes.blogspot.com/2009/07/zeze-motta-em-corpo-corpo-1984.html)

 

 

"(...) o contratador João Fernandes (...) comprou (Chica da Silva) de um médico do Tijuco, em 1753. (...)".

(Marco Antônio Corteleti, trecho de artigo adiante reproduzido na íntegra)

"(...) O relacionamento durou 16 anos, período em que Chica teve 13 filhos. 'Essa era praticamente a única forma de uma negra entrar na sociedade branca naquela época', afirma Júnia Furtado, ao citar uma cena na produção de Cacá Diegues que nunca ocorreu. 'O início do filme mostra Chica sendo oferecida ao conde de Valadares. Na época, Chica já era mãe de 14 filhos (ela já tivera um do seu antigo dono) e vivia com o contratador', revela [a professora Júnia Furtado]". 

(Idem, ibidem)

 

 

                                               Para Ruth de Souza, Zezé Motta, Taís Araújo e

                                               à memoria da figura hístórica de João Fernandes,

                                               o distinto e apaixonado "servidor da ex-escrava"

                                               Francisca da Silva de Oliveira

 

Abordagem eclético-"científico/mitológica"  - Enquanto Júnia Furtado, pesquisadora da Fafich, procurou, com rigor científico-metodológico, desmitificar a figura da Chica da Silva histórica, Viriato Corrêa, por exemplo, com grande talento literário, "colocou lenha na fogueira" no mito de Chico Rei, o que, francamente, "É BOM, TAMBÉM!". Na esfera desta Coluna de recontação de estórias - de estórias e histórias, diga-se de passagem, oficiais ou não - ambos os enfoques são respeitados. Explica-se: o importante, aqui, é falar deles, repetitivamente até, de preferência: Chica da Silva, Chico Rei, Ambrósio e outros seres - como Zumbi dos Palmares, por exemplo - que, afrodescentes ou africanos forçadamente imigrados, agigantaram-se com o passar do tempo, em razão de fatos de suas biografias verdadeiras ou de lendas que sobre eles coletivamente foram inventadas. Mas aqui não há um "racismo às avessas": na "Recontando..." não se fala só de negros, indíos, poloneses, russos, alemães, italianos, franceses, barbadianos, ianques, indianos, árabes, ingleses e outros não-portugueses no Brasil. Se a personalidade ligada a Portugal, por ex., a do contratador de diamantes [nascido em Mariana-MG, em 1720, e falecido em Lisboa (Portugal), em 1779] João Fernandes, tiver contraído núpcias com uma ex-escrava, como Chica da Silva, dele se falará com especial atenção. Afinal, sem ele, não haveria a estória, tal como conhecemos, da (felizmente) desconcertante Chica da Silva. Não há "racismo às avessas", então, nem antilusitanismo, desde que o poderoso português ou brasileiro servindo à Coroa Portuguesa tenha "servido de escada" a negros, indíos, poloneses, russos, alemães, italianos, franceses, barbadianos, ianques, indianos, árabes, ingleses e outros não-portugueses no Brasil, imigrados ou não (os não-imigrados, como todos sabemos, são os nossos irmãos indígenas e os filhos, netos e bisnetos de imigrantes que já nasceram por aqui). É por isso que este esforço introdutório de pesquisa é dedicado, também, a um brasileiro leal a Portugal, mais exatamente ao marido de Chica da Silva. Afinal, ele foi o marido de Chica da Silva! E, como se procura mostrar algo que não está na Wikipédia, os verbetes da Wikipédia correspondentes - no anexo deste suelto - aos três (Chica da Silva, Chico Rei e Ambrósio) são também reproduzidos. É bom comparar, boa leitura! [E os comentários resultantes do científico confronto estabelecido pelo amável leitor desta coluna podem ser mandados para o endereço e-mail [email protected] - e aqui eles serão disponibilizados para público conhecimento, adicionados no final do suelto. FB]

"CHAFARIZ DA CÂMARA (de Diamantina-MG)

Chafariz da Câmara - Diamantina - Minas Gerais

No tempo em que ainda não havia água canalizada nas casas, escravos eram incumbidos de buscar o líquido em áreas estratégicas onde foram construídos os chafarizes das cidades. O modelo dessas construções eram feitos de alvenaria e cantaria, apresentando uma ou mais bicas de onde saem à água. Para ilustrar o que é hoje um adereço a cidade, os chafarizes recebiam carrancas ou animais marinhos como decoração. Em alguns casos até frontões com volutas, diversos tipos de esculturas e tarjas.
Para nomear esses locais, geralmente, eram dados os nomes que faziam referência a alguma instituição de importância, como igrejas ou prédios públicos, localizados nas proximidades. Dessa forma a proximidade com o antigo prédio da Casa de Câmara e Cadeia. O chafariz da Câmara foi construído em 1861, e apresenta nas bicas seis máscaras: cinco em pedra sabão e uma em cimento. Possui ainda frontão, ao alto, onde está exibida a data de 1890". (http://www.desvendar.com/cidades/diamantina/roteirododiamante.asp)
 

UM - A)

MARCO ANTÔNIO CORTELETI ESCREVEU UMA RESENHA SOBRE A PESQUISA DA PROFESSORA JÚNIA FURTADO

 

"Pesquisa contesta mito de Chica da Silva

Historiadora da Fafich diz que ex-escrava viveu segundo os rígidos padrões morais e sociais da época

Marco Antônio Corteleti

 

O.gif (1206 bytes)alegado apetite sexual, a promiscuidade e as crueldades que sempre pontuaram as histórias contadas sobre Chica da Silva, a ex-escrava que freqüentou a fechada elite mineira do século XVIII, podem não passar de mitos. É o que sugere a professora Júnia Furtado, do departamento de História da Fafich, autora de estudo que mostra que a ex-escrava não era a mulher devassa retratada no filme Xica da Silva, de Cacá Diegues, lançado na década de 70, ou na novela homônima da Rede Manchete, exibida no ano passado.
"Através dos documentos pesquisados e do comportamento de toda a sua vida foi possível montar um colcha de retalhos que contradiz completamente a personalidade da Chica conhecida por todos nós", relata Júnia. Segundo a professora, a própria estabilidade do casamento com um nobre branco, o fato de Chica freqüentar a elite e todas as irmandades brancas do Tijuco e de ter sido enterrada no cemitério da Igreja de São Francisco de Assis (destinado aos brancos ricos) são provas suficientes de que ela era uma mulher que se portava de acordo com os padrões morais e sociais da época. "Caso contrário, seria impossível que Chica tivesse esses privilégios", reforça a pesquisadora.

Cena falsa

Chica.jpg (9579 bytes)A mulher que inspirou as atrizes Zezé Mota, no filme, e Taís Araújo, na novela, conseguiu, como tantas outras, sua carta de alforria através do concubinato com um nobre branco, o contratador João Fernandes, que a comprou de um médico do Tijuco, em 1753. O relacionamento durou 16 anos, período em que Chica teve 13 filhos. "Essa era praticamente a única forma de uma negra entrar na sociedade branca naquela época", afirma Júnia Furtado, ao citar uma cena na produção de Cacá Diegues que nunca ocorreu. "O início do filme mostra Chica sendo oferecida ao conde de Valadares. Na época, Chica já era mãe de 14 filhos (ela já tivera um do seu antigo dono) e vivia com o contratador", revela.
Depois da separação, Fernandes voltou para Portugal levando consigo seus quatro filhos homens, que receberam títulos de nobreza do Império Português. No Brasil, Chica recebeu propriedades deixadas pelo contratador que lhe garantiram a sobrevivência e a educação das filhas.
De acordo com Júnia, a ex-escrava tornou-se conhecida por sua crueldade e pelo grande apetite sexual graças ao livro Memórias do Distrito Diamantina, do século XIX, escrito por Joaquim Felício dos Santos. "A publicação faz de Chica a única negra a figurar em um registro histórico e o autor encontra no sexo e na perversidade os pretextos para uma escrava merecer tal destaque", diz.
Júnia chegou à desmitificação de Chica após estudar o seu comportamento em diversos documentos da época - registros de batismo, carta de alforria, títulos nobiliárquicos dados aos filhos e outros aspectos de sua vida no século XVIII. Além de Diamantina, a professora também pesquisou a vida da ex-escrava em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Macaúbas (perto de Santa Luzia), Mariana e em Portugal. A pesquisa ainda não terminou mas, segundo Júnia, o que foi apurado até agora é suficiente para reconstruir a personagem histórica. A expectativa é de que o trabalho seja concluído até meados de 1999.
A professora estuda a vida de Chica há um ano para o projeto Pólo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha. Financiado pela Finep e Fapemig, o trabalho foi premiado pelo concurso 8º Dotação em Pesquisa sobre Mulher e Relações de Gênero, promovido pelas fundações Ford e Carlos Chagas.

Júnia Furtado reconstruiu a personagem histórica de Chica da Silva". (http://www.ufmg.br/boletim/bol1207/pag4.html

 

UM - B)

VERBETE 'CHICA DA SILVA' DA WIKIPÉDIA

http://pt.wikipedia.org/wiki/Chica_da_Silva

 

DOIS - A)

VIRIATO CORRÊA ESCREVEU SOBRE CHICO REI

"Chico Rei
In “Meu Torrão”


E o velho, apontando-me o Alto da Cruz, pergun­tou-me:
Não vê, lá em cima, uma pia de pedra?
Vejo.
Tem mais de duzentos anos.
Era em , numa daquelas tardes silenciosas que envolvem a velha cidade num lençol de doçura. O velho fala­va-me de coisas antigas.
— Naquela pia de pedra é que as negras de Chico Rei, nos dias de festa, lavavam os cabelos empoados de ouro. Conhece a história de Chico Rei? inter­rogou-me.
— Não. Sentou-se. Sentei-me.

— Chico Rei, disse ele, era o monarca de uma nação qualquer lá da África. E rei poderoso, com uma corte nu <!--[if !vml]--><!--[endif]-->merosa e um exército respeitado pelos reis vizinhos. O seu povo vivia feliz e farto, cultivando a terra.

Um dia chegou a notícia de que os reinos próximos esta­vam sendo atacados pelos brancos europeus que escravi­zavam os negros. Uma cidade vizinha tinha sido cercada de surpresa, quando a população dormia e quase toda ela escravizada.
O monarca reuniu o seu exército e preparou-se para resistir. Se os brancos invadissem qualquer pedaço do seu país, o seu povo lutaria até vencer ou até morrer.
Uma noite vieram-lhe trazer uma notícia assustadora: uma das suas aldeias tinha sido assaltada por um bando de negreiros(1) e os habitantes presos e reduzidos à .
Mas os inimigos estavam ainda em terras do seu reino e podiam ser combatidos. Mandou reunir imediatamente as tropas e imediatamente as enviou ao encontro dos assal­tantes.
Foi no dia seguinte à partida do exército que se deu a grande desgraça.
Noite profunda. A cidade real dormia desprevenida, sem defesa. De repente ouvem-se tiros, gritos, alaridos. A população acorda trêmula, assustada. Eram os negreiros que chegavam. A guarda do palácio vem para a rua. Vêm para a rua o rei, a rainha, os príncipes.
O monarca tenta resistir com os poucos soldados de sua guarda. Mas é impossível repelir o ataque: os negrei­ros servem-se de armas de fogo que ninguém ali conhece.
(1) Negreiro — o que escraviza os negros para vendê-los.
Chega o momento desesperador: ou todo o mundo foge ou será escravizado. Começa a debandada. É o salve-se quem puder. Mas a cidade está cercada por todos os lados.
Dá-se então o desastre. Quase toda a gente é subju­gada. Os brancos não respeitam nada, nem as mulheres, nem as crianças. São todos amarrados como se amarram bichos, metidos em algemas e tocados pelos caminhos como se faz com as boiadas.
Ele, a mulher, os filhos, toda a família, toda a corte, têm a mesma sorte dos outros negros.
A caminhada pela floresta dura dias.
Uma tarde chega-se à beira de uma praia. Há um navio no porto. Para dentro do porão do navio atira-se toda aquela multidão sem dó nem piedade. Lá dentro ca­bem apenas cem pessoas e, no entanto, são quinhentas que metem lá dentro.
Depois o navio começa a balançar e todas aquelas cria­turas, ali no porão imprensadas, sem fôlego, uivam, gritam, rugem no desespero de quem sente que vai morrer por falta de ar.
E, na verdade, começa a morrer gente, a morrer. To­dos os dias os negreiros atiram ao mar dois, três, cinco cadáveres.
Ele, o rei, resiste a todas as amarguras e a todos os sofrimentos. Morrem-lhe dois filhos e ele não diz palavra.
Afinal o navio chega ao Rio de Janeiro. O bando de negros é exposto numa praça onde os compradores os exa­minam como os ciganos examinam os cavalos que querem comprar.
Ele, a mulher, os filhos que lhe restam e quase toda a sua gente, são vendidos para as fazendas de Minas Gerais.


E Chico Rei vem aqui para com a mulher.
Dizem que nunca houve no mundo escravos mais tra­balhadores e mais cumpridores dos seus deveres do que eles dois. Os próprios senhores os respeitavam. Contam que, alguns anos depois, o ex-soberano, trabalhando sem descanso, conseguiu juntar dinheiro para comprar a carta de alforria(1) de sua mulher. Mais tarde era a sua própria liberdade que ele comprava.
Todo o mundo esperava que os dois, já quase velhos, fossem descansar dos sofrimentos que a sorte lhes dera. Mas, eles continuaram a trabalhar dia e noite e agora mais do que nunca.
Tempos depois, os dois libertavam um filho. Os três trabalhando, trabalhando, libertaram outro. Os quatro, ago­ra, libertaram mais um. E reunidos, compraram a alforria de uma outra figura da corte. Mais outra figura arrancada da , mais outra, outra mais.
O reino africano ia-se, pouco a pouco, recompondo. O antigo monarca já recebia dos seus as mesmas homenagens que lhe eram prestadas lá na África.
E Chico Rei (assim era ele conhecido em ) voltou a governar a sua gente como lá nas suas terras afri­canas.
Verdadeira vida de soberano a sua. A mulher passou a ter honras de rainha. O filho mais velho as de príncipe herdeiro, as noras de princesas.
E o reino negro, que por algum tempo desapareceu, ressuscitou e teve na terra mineira vida risonha e feliz.
( 1) Carta de alforria — carta de liberdade que o senhor dá ao escravo.


Até a riqueza veio ao encontro daquela gente. Chico Rei, com o dinheiro de seu povo, comprou as magníficas minas da Encardideira. E com o ouro das minas os negros viveram vida de luxo.
As festas do dia 6 de janeiro de cada ano foram as mais bonitas a que esta cidade já assistiu. Chico Rei, a mulher, os filhos, toda a , toda a corte, toda a gente que compunha o reino, iam à igreja pela manhã.
Que riqueza! As mulheres levavam os cabelos empoados de ouro e, ali, naquela pia de pedra que dois séculos não derrubaram, lavavam elas os cabelos.
O pó de ouro ia-se depositando no fundo da pia. Ao terminar a festa havia centenas e centenas de oitavas de ouro em pó.
Vendia-se depois todo esse ouro em pó. E libertavam-se depois mais e mais escravos.
Chico Rei não queria apenas a liberdade dos seus sú­ditos. Queria a de todos os negros.
 

DOIS - B)

VERBETE 'CHICO REI' DA WIKIPÉDIA

http://pt.wikipedia.org/wiki/Chico_Rei 

 

TRÊS - A)

T. J. MARTINS ESCREVEU SOBRE DOIS QUILOMBOS DE  AMBRÓSIO 

"DOIS Quilombos do Ambrósio. Um em Cristais-MG outro em Ibiá-MG    
Pesquisas Escolares
Escrito por T.J. Martins   
19-Jul-2009
O historiador que mais se aprofundou sobre o tema acima citado, sem dúvida foi Waldemar de Almeida Barbosa. Nascido em 23.10.1907 em Dores do Indaiá-MG, filho de militar, professor, administrador e historiador, faleceu em 04.12.2000, na cidade de Belo Horizonte - MG. É até hoje muito querido em sua terra natal.
              Entre seus numerosos livros, segundo matéria publicada pela Associação de Amigos de Dores do Indaiá - ADI, “Alguns deles devem ser destacados como "A Bandeira de Minas Gerais", "A verdade sobre Tiradentes", "Tiradentes Patrono Cívico do Brasil", "O Triângulo na Bandeira Tiradentes", "A Capitania de Minas Gerais", "Geografia Humana e Econômica do Brasil", "A Câmara dos Deputados como fator da Unidade Nacional", "A História de Minas" (em 3 volumes), "O Aleijadinho de Vila Rica", "A verdade sobre Cláudio Manoel da Costa", " Pequena História da Polícia Militar de Minas" e outros”.
               Para estudantes, professores e pesquisadores de História, o mais lembrado dos livros do Professor Waldemar é, sem dúvida, “Dicionário Histórico-Geográfico de Minas Gerais”. Indispensável. Quanto ao seu livro “Negros e Quilombos em Minas Gerais”, parece que o próprio Almeida Barbosa não o colocava entre seus melhores.
            
  Realmente, quando lhe pedi sugestões para a minha pesquisa sobre os Quilombos do Campo Grande, o próprio Professor Waldemar, em carta-resposta de 06.10.1990, deixou-me a impressão de que não ficara satisfeito com esse livro, uma vez que me disse: “Penso que mais útil que o livro ‘Negros e Quilombos’ lhe seria outro livro meu, ‘A Decadência das Minas e a Fuga da Mineração’, também esgotado”.
            Após ter lido ambos os livros fiquei encantado com a capacidade de pesquisa de Almeida Barbosa. No entanto, aquele que mais se entranhou à historiografia quilombola, sem dúvida, foi o Negros e Quilombos em Minas Gerais.
            Porém, Almeida Barbosa trouxe, em “Negros e Quilombos”, dados que indicam claramente a existência de uma sistematização – que ele negou - na luta dos quilombos do Campo Grande, onde o Quilombo do Ambrósio ocuparia o lugar de destaque. Deixou pistas evidentes de conotações – que ele não explorou - entre as batalhas de 1741, 1743, 1746 e 1758-1760. Além disto, apesar de vislumbrar os palcos das primeiras lutas nas “imediações de Piuí e Formiga”, excluiu dali o Ambrósio que, a seu ver, sempre teria se localizado em Ibiá, onde nega e chega a ironizar as tímidas indicações dos colegas Leopoldo Corrêa[1] e L. Gonzaga Fonseca[2]. Este foi seu grande equívoco: Houve DOIS Quilombos do Ambrósio sim. Mas, o primeiro deles, atacado em 1746, ficava mesmo na “imediações de Piuí e Formiga”, precisamente ao norte da atual cidade de Cristais-MG.
            Para demonstrar a distinta localização dos dois quilombos do Ambrósio – um atacado em 1746 (Formiga-Cristais) e outro em 1759 (Campos Altos-Ibiá) – vamos demonstrar os enganos e equívocos de Waldemar de Almeida Barbosa, ao supor que o Quilombo do Ambrósio atacado em 1746 pelo capitão Antônio João de Oliveira também se situasse na região limítrofe entre as atuais cidades de Ibiá e Campos Altos, para onde, na verdade, se mudaram os quilombolas somente após a mencionada guerra de 1746, sendo, este segundo Quilombo do Ambrósio, destruído em 1759 por Bartolomeu Bueno do Prado.
            A impressão que temos é a de que, o Professor Waldemar, embora tenha tentado disfarçar, sempre acreditou mesmo que os negros foram muito bem tratados pelos seus senhores[3] e que, além disto, sempre foram muito submissos ao regime escravista. Agora, o pior foi o Professor afirmar que as “lendas” neste sentido, teriam sido criadas pelos próprios negros[4]. Evidente o equívoco.
            Assim, entendendo Almeida Barbosa que os negros eram submissos e conformados com a escravidão, seu livro não exsurge de pesquisas forras, na medida em que, salvo melhor juízo, ele as direcionou para levar aos seus leitores a essência destes pré-julgamentos com que o preambulou. Senão, vejamos.
            A introdução do capítulo “IV – Quilombo do Ambrósio”, de “Negros e Quilombos”, submetida à outra verdade inscrita e outras páginas desse mesmo livro, já revela contradição insanável:
            No capítulo “VII – A Revolução que Não Houve”, onde quis associar um outro fato de 1821 aos Quilombos do Campo Grande, na verdade para projetar nestes a idéia subliminar da epígrafe, Waldemar admite que “a Revista do Arquivo Público Mineiro, ao lado de documentos valiosíssimos publicou também vários trabalhos destituídos de qualquer valor histórico. Como exemplo, podemos citar “Quilombolas – Lenda Mineira Inédita – por Carmo Gama, constante do volume IX[5].      
            No entanto, na introdução do capítulo IV do mesmo “Negros e Quilombos”, onde Waldemar quis provar que só houve um único Quilombo do Ambrósio, o de Ibiá, ele lançou em seu 2º parágrafo exatamente as informações criadas e citadas pelo romancista Carmo Gama no seu “Lenda Mineira Inédita”, a exemplo de “todas as qualidades de um bom general”, “caçadores, magarefes e agricultores”, etc.[6]. Como se vê, logo de cara, dois pesos e duas medidas para uma mesma fonte, como, aliás, próprio autor volta a validar ao início da página 32 do seu mesmo livro. Porém, na página 79, como se viu acima, a invalida. Esta contradição compromete a imparcialidade do autor.
            Trabalhando com uns poucos documentos dos códices 45, 50, 76 e 84 da SC do APM, mas deixando de citar a maioria dessas fontes, Waldemar omitiu, por exemplo, as várias indicações desses documentos de que o quilombo atacado em 1746 ficava na Comarca do Rio das Mortes[7]. Seu objetivo, neste capítulo, foi provar, contra tudo e contra todos, que os dois quilombos do Ambrósio só existiram em Ibiá. Exagerou.     
             Menciona pedaços da carta de Gomes Freire ao rei, datada de 08.10.1746[8], faz restrospecto onde incide em total equívoco também sobre os locais dos ataques de 1741 e 1743, arrematando com a seguinte premissa-insinuação:
            “Muita tinta se tem gasto sobre a localização do Quilombo do Ambrósio, quando os documentos são claríssimos a respeito. A própria carta de Gomes Freire de Andrada, de que publicamos acima alguns trechos, é precisa na sua localização: na parte do Campo Grande, entre a Comarca de São João Del Rei e a de Goiás[9]. Negritamos a palavra “entre”.
            Ora, será que o Professor Waldemar não sabia que, em 1746, as fronteiras da “Comarca de São João Del Rei e a de Goiás” haviam chegado somente ao Arraial do Tamanduá? Será que não sabia que, daí para frente, em 1746, até a região da atual Piumhi, nascentes do São Francisco, no entendimento dos homens-bons de São João e São José Del Rei, TUDO ficava “entre a Comarca de São João Del Rei e a de Goiás”? Note-se que ele não afirma o contrário. Apenas insinua em premissa. Veja o que registra na sequência:
            “O sr. Leopoldo Corrêa, erudito pesquisador, no seu livro Achegas à História do Oeste de Minas – Formiga e Municípios Vizinhos, cita o trecho de um testamento, para concluir que o Quilombo do Ambrósio situava-se nas imediações de Formiga. Eis o trecho do referido. 'Saibam todos quantos este instrumento de testamento virem que, sendo no ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1814, aos 13 dias do mês de abril do dito ano, nesta fazenda do Quilombo do Ambrósio, na Aplicação de Nossa Senhora da Ajuda dos Cristais, Comarca do Rio das Mortes...'. Ora, conclui o autor acima citado, se a fazenda tem o nome de Quilombo do Ambrósio, logicamente foi aí, nessa fazenda perto de Formiga, que existiu o famoso quilombo[10].
            Note-se que o Professor Waldemar não afirma que esse colega errou. Apenas insinua no contexto de premissas. Veja o que registrou na sequência do seu livro:
            “Em primeiro lugar, é preciso compreender que a expressão 'Quilombo do Ambrósio', pela fama que adquiriu, passou a designar vasta região. Assim, a fazenda de Constantino Barbosa da Silva localizava-se no Quilombo do Ambrósio: estava situada  entre o rio Lambari, afluente do rio Grande e o rio Jacaré. No auto da medição da referida sesmaria lê-se: 'Aos trinta de maio de 1766, nesta paragem chamada Quilombo do Ambrósio”[11].
            Veja-se que sem afirmar nada, Almeida Barbosa teria provado – num aparente silogismo - que o Quilombo do Ambrósio NÃO ficava na região de Formiga. Será que provou? Claro que não. Pois a sua conclusão contrariou, isto sim, a real verdade de suas próprias premissas. Vejamos:
            “Em primeiro lugar”, a expressão que passou a designar vasta região foi a expressão “Quilombos do Campo Grande” e não “Quilombo do Ambrósio”.  Almeida Barbosa, aqui, contrariou grosseiramente a realidade que ele mesmo deixou escrita  no verbete "Campo Grande" em confronto com o verbete "Quilombo do Ambrósio", p. 101/192 e 396/397 do seu próprio Dicionário Hitórico-Geográfico de MG, também de 1971.   
             As sequentes citações que Waldemar fez,  também em "Negros e Quilombos", das sesmarias de Pamplona para dizer que só em Ibiá existiu o Quilombo do Ambrósio são também absurdas. Primeiro, porque nenhuma das cartas de Pamplona diz que ALI FICAVA o Quilombo do Ambrósio. Segundo, porque a existência do Segundo Ambrósio de Ibiá não pode ser considerada como negativa do Ambrósio de Cristais. Afinal, ele insinua que conhecia o Mapa do Campo Grande.  Almeida Barbosa hipervalorizou as imprecisas e posteriores cartas de sesmaria de Pamplona e tentou desmoralizar a anterior carta de sesmaria e o preciso Processo Judicial de Medição e Demarcação de Constantino Barbosa "da Cunha", que fez passar por "da Silva". O radicalismo em que se fechou foi tão exagerado e autista que o levou a negar a conclusão de Leopoldo Corrêa com um documento que, na verdade, confirmava o que dizia o Pesquisador de Formiga-MG. Veja-se a que ponto chegou Almeida Barbosa para manter o SEU ponto de vista contra tudo e contra todos.
             Ora, nenhum outro quilombo, nem mesmo o de Ibiá, foi chamado, em uma Carta de Sesmaria ou num Processo Judiciai de Medição e Demarcação, de Quilombo do Ambrósio, com as expressões "Sítio do Quilombo do Ambrósio", ou "paragem chamada o Quilombo do Ambrósio", ou datando atos judiciais dentro de um Processo de Demarcação de Sesmaria, como, por exemplo "Sítio do Quilombo do Ambrósio, 2 de julho de 1766", como está escrito no documento que citou com o nome errado, para contrapor um fato que, na verdade, confirmava e ampliava. O que é incrível é que seu livro continua sendo citado e COPIADO por dezenas de autores, inclusive na Internet, sem que ninguém se aperceba desse estupendo erro ou constate o seu propósito.
             Ao desfechar a falsa afirmação acima, o Professor Waldemar atraiu para si a autoria de um sofisma, na verdade, de autoria do famigerado Inácio Corrêa Pamplona. Será que se confundiu ou contou com a provável confusão que a maioria das pessoas faria pensando que esse “rio Lambari”, fosse o outro Lambari, o afluente do Pará?
Não. Não é crível que um pesquisador culto como o Professor Waldemar de Almeida Barbosa não soubesse que esse local “entre o rio Lambari, afluente do rio Grande e o rio Jacaré” fosse o mesmíssimo e que delimitava exatamente a “Aplicação de Nossa Senhora da Ajuda dos Cristais”, referida no documento citado pelo colega Leopoldo Corrêa, atestando que ali ficava o Quilombo do Ambrósio.
            Mas, não é só isto. Teria errado também no nome do Sesmeiro que citou para contrapor a informação do colega Dr. Leopoldo: chamou-o de “Constantino Barbosa da Silva”, cuja carta de Sesmaria, datada de 19.04.1765, no entanto, lhe atribui o nome de Constantino Barbosa da CUNHA[12].
            E o pior. O local da sesmaria desse Constantino é o mesmo local onde o capitão Antônio João de Oliveira requereu sesmaria em 1747[13] e que, falecido este em 1759, Bartolomeu Bueno do Prado requereu a mesma sesmaria, no mesmo lugar, em 1760[14].  
Tem mais. Esse Constantino Barbosa da Cunha esteve junto com Diogo Bueno da Fonseca e Bartolomeu Bueno do Prado em todos os lances do ataque ao Quilombo do Cascalho, em 1760[15], tendo assinado junto com estes todas as atas da Guardamoria de Carrancas, dando a precisa localização do Quilombo Queimado, na verdade, a Primeira Povoação do Ambrósio.
Tem mais. Uma das atas da Guardamoria de Carrancas, também assinada por Constantino Barbosa da Cunha, foi a fonte do texto-orelha do “Mapa de Todo o Campo Grande, Tanto da Parte da Conquista, que Parte com a Campanha do Rio Verde, e São Paulo, como de Pihui, Cabeceiras do Rio de São Francisco e Goiases”, mapa este que mostra, exatamente “entre o rio Lambari, afluente do rio Grande e o rio Jacaré” o topônimo “Primeira Povoação do Ambrósio – Despovoada”. Almeida Barbosa citou esse mapa, em outro contexto, onde também se equivocou[16], mas nada comenta sobre a duplicada indicação toponímica nas regiões das atuais Cristais e Ibiá, respectivamente, "Primeira Povoação" e "Quilombo", ambas do Ambrósio.
          
Neste erro, ou desatenção, Almeida Barbosa não ficou sozinho. Todos os demais historiadores  e geógrafos  que mencionaram esse mapa também nada viram. Nem mesmo que estavam estudando esse mapa de “cabeça para baixo”. A informação sobre a duplicidade toponímica e a inversão do norte nesse mapa foi divulgada pela primeira vez em 1995, em nossa primeira edição de “Quilombo do Campo Grande[17].
Outra chance que o Professor teve de se aperceber de seus equívocos, também a perdeu, pois estava na fonte da afirmação que fez de que:
           “Afinal, a tropa chegou ao Quilombo Grande, que o povo denominava Quilombo do Ambrósio. Parte da negrada fugiu. Outra parte foi arrasada com as granadas e armas de fogo. Foi uma grande mortandade. Muitos foram feitos prisioneiros. A luta terrível durou 7 horas apenas. Tudo o que aí havia, casas, paióis, armazéns, tudo foi destruído[18]. Este texto, seguramente, teve como fonte a famosa carta que Câmara de Tamanduá escreveu à rainha Maria Iª em 20 de julho de 1793.
            Evidente, pois, que o Professor Waldemar de Almeida Barbosa leu esse conhecidíssimo documento publicado pela Revista do APM. Porém, pelo visto, não viu que nesse mesmo documento está escrito também que:
O Quilombo da Boa Vista, de que fala a Ata da Guardamoria de Carrancas, ficava na “(...) serra vertentes do rio Sapucaí, defronte do destruído Quilombo do Ambrósio (...)[19]. Isto, realmente, confere com o mapa do Campo Grande que mostra, de um lado e de outro do rio Grande, portanto, defronte um do outro: a) na margem direita, a “Primeira Povoação do Ambrósio Despovoada”; b) na margem esquerda do rio Grande, “Quilombo da Boa Vista, aonde se fez a situação o cap. França”.
Outra coisa que comprovamos, através de dezenas de evidências – umas sutis e outras gritantes – foi que após os ataques malsucedidos de 1746, Gomes Freire proibiu que se falasse o nome do Rei Ambrósio, bem como, que se fizesse qualquer referência ao local onde ficava a Primeira Povoação do Ambrósio. Pamplona continuou com esse “trabalho”, a mando do próprio Gomes Freire[20], inclusive para manter o obsessão desse governador falecido em 1763: abocanhar o Triângulo Goiano, hoje, Mineiro. 
O segundo Quilombo do Ambrósio, situado na região entre as atuais Ibiá e Campos Altos só foi destruído por Bartolomeu Bueno do Prado em 1759. Recentemente, descobrimos nos arquivos do Ultramar, que a UnB pôs na Internet, que o Rei desse Quilombo do Ambrósio realmente foi morto somente em final de 1759.
Portanto, a alusão que, inadvertidamente, fez em 12.02.1757, José Antônio Freire de Andrada, irmão de Gomes Freire, ao “Quilombo Grande, junto ao do Ambrósio que da outra vez foi destruído[21] não pode se referir ao fato acima, que ainda não ocorrera. Portanto, o governador José Antonio só pôde ter-se referido ao Quilombo do Ambrósio de Cristais, na verdade, indicado como Primeira Povoação do Ambrósio na toponímia do citado Mapa do Campo Grande – como, aliás, restou provado pelas atas da Guardamoria de Carrancas, pelo Mapa de Todo o Campo Grande, pela Carta de Sesmaria de Constantino Barbosa da Cunha e o seu Processo de Demarcação, indicado pelo Professor Waldemar, e pela Carta da Câmara de Tamanduá/1793, entre outras dezenas de documentos que indicamos em nosso livro.
Nesta desatenção, o Professor Waldemar também não está sozinho. Fomos o primeiro autor a divulgar essa conclusão fartamente documentada, óbvia e ululante.
Aliás, até hoje, os doutores da USP e da UFMG, que trataram desse tema, não só negam todos os fatos acima demonstrados, como insistem em fingir que os nossos livros não existem. Problema deles. O Arquivo Público Mineiro – APM, pôs na Internet todo o seu acervo colonial. Confira. A UnB, por sua vez, disponibilizou na Internet todo o acervo colonial do Ultramar. Confira. A casa caiu para a falsa historiografia.
O Professor Waldemar de Almeida Barbosa, ao contrário dos referidos doutores-historiadores de hoje, sempre procurou a verdade. Vejam-se, por exemplo, os títulos de algumas de suas obras, como “A Verdade Sobre Tiradentes”, "A Verdade Sobre Cláudio Manoel da Costa“, "A verdade sobre a história de Belo Horizonte”, etc.   A Verdade...  
Assim, temos certeza de que, se ainda fosse vivo, o Professor Waldemar, sem dúvida - apesar de se chatear, pois não gostava de errar - iria reconhecer o nosso trabalho e mandar reeditar o seu utilíssimo “Negros e Quilombos” com as correções que acima demonstramos necessárias, entre outras.
           Por outro lado, é preciso ficar claro que o nosso confrade Dr. Leopoldo Corrêa também  teve deficiências.  Como não teve acesso à documentação de 1746, pois nem as menciona em seu livro, ele deu a entender que só tinha existido o Ambrósio de Formiga-Cristais, em 1759-1760, negando pois a existência comprovada do segundo Quilombo do Ambrósio, o de Campos Altos-Ibiá. A tese dos DOIS quilombos do Ambrósio, dando razão parcial a ambos os colegas, foi apresentada pela primeira vez em nosso Quilombo do Campo Grande - a História de Minas Roubada do Povo, no ano de 1995.
          Portanto, esta nossa crítica técnica é uma homenagem ao trabalho do Professor Waldemar de Almeida Barbosa que, aliás, segundo dizem, ao mesmo tempo que não gostava de aduladores, sempre apreciou o debate e o bom combate. Respeitosas saudações, Mestre, onde quer que esteja. Nossos respeitos também ao nosso falecido confrade, Dr. Leopoldo Corrêa, com quem o reconciliamos e vice-versa.  
Tarcísio José Martins
19.07.2009


[1] Autor de Achegas à História do Oeste de Minas – Formiga e Municípios Vizinhos.
[2] Autor de História de Oliveira.
[3] Negros e Quilombos em Minas Gerais, p. 21 e segs.
[4] Negros e Quilombos em Minas Gerais, p. 17-20.
[5] Negros e Quilombos, p. 79.
[6] Compare-se o 2º § de Negros e Quilombos, p. 31, com 2º § de p. 832, p. 834, 835 e seguintes da citada Revista do APM. Como se vê, o critério de Waldemar, aqui, foi usar a mesma fonte (sem valor histórico, como ele disse).
[7] Por exemplo em Negros e Quilombos em Minas Gerais, p. 39, citando SCAPM Cód. 45, fl. 78v. Waldemar usou informação fora de sua cronologia, pois o documento que cita está claramente datado de 03.10.1747, bem como, nada menciona sobre a Comarca do Rio das Mortes que está claramente indicada nesse documento.
[8] APM SC 45, fl. 64v (até 65).
[9] Negros e Quilombos em Minas Gerais, p. 33.
[10] Negros e Quilombos em Minas Gerais, p. 33.
[11] Negros e Quilombos em Minas Gerais, p. 33-34, cit. “Museu de São João Del Rei, Sesmarias, Maço C-1”.
[12] APM SC 140, fls. 111v a 113v, de 19.04.1765.
[13] APM SC 90, fls.36v a 37, de 24.03.1747.
[14] APM SC 129, fls. 99 de 18.12.1760.
[15] Destacando-se aquela encontrada em APM SC 103, p. 8v. a 12v., entre outras.
[16] Negros e Quilombos, p. 50, onde se equivoca também quanto ao número de casas do Quilombo do Careca.
[17] Quilombo do Campo Grande – A História de Minas Roubada do Povo, Editora Gazeta Maçônica, 1995, p. 175 e seguintes.
[18] Negros e Quilombos em Minas Gerais, p.38 e 39, sem citar qualquer documento . Confere, no entanto, com a “Carta à rainha Maria Iª”, de 1793, in Revista do Archivo Público Mineiro, Ano II, 1897, p. 376.
[19] Revista do Archivo Público Mineiro, Ano II, 1897, p. 386.
[20] AHU-ACL-N-MG doc. 66609, fls. 33.
[21] APM-SC 116, fls. 98, v e 99".

  

TRÊS - B)

VERBETE 'QUILOMBO DO AMBRÓSIO' DA WIKIPÉDIA

http://pt.wikipedia.org/wiki/Quilombo_do_Ambr%C3%B3sio

Veja, também, de autoria do advogado e pesquisador Tarcísio José Martins, do IHGMG (Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais)

http://tjmar.sites.uol.com.br/

 

=== 

 

PESQUISA SOBRE IHGMG LANÇADA NA EFEMÉRIDE: CENTENÁRIO, EM 2008 (LIVRO DE JORGE LASMAR, MEMBRO EFETIVO DO TRADICIONAL INSTITUTO CUJA SEDE FICA EM BELO HORIZONTE)

(http://tjmar.sites.uol.com.br/ihgprincipal.htm)

[NESTA COLUNA JÁ SE MENCIONOU O IGHA - INSTITUTO GEOGRÁFICO E HISTÓRICO DO AMAZONAS (fundado em 1917) - COMO VOCÊ PODE CONFERIR EM:

http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/a-brasileira-que-venceu-o-concurso-miss-terra-2009,236,2960.html, onde consta o emblema do IGHA, com o símbolo do Amazonas no centro de seu escudo:

 

 

 

   

 

, sendo o brasão do Estado do Amazonas aquele que a seguir está reproduzido.].

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

(http://www.manausonline.com/tur_hist_escudoam.asp)

 

NÃO CONFUNDIR O EMBLEMA DO AMAZONAS (ESTADO DO BRASIL)

COM O EMBLEMA DO AMAZONAS (ESTADO DA VENEZUELA), CUJO BRASÃO,

EVIDENTEMENTE, É OUTRO, COMO A SEGUIR SE PODE CONFIRMAR.

(http://venezuelaparatodos.wordpress.com/2007/01/24/estado-amazonas/)

[BREVEMENTE, NA COLUNA "RECONTANDO ESTÓRIAS DO DOMÍNIO PÚBLICO":

Animais da Heráldica - UM TUCANO NO BRASÃO DO AMAZONAS VENEZUELANO,

aguarde!]

 

"PRÉDIO DA PREFEITURA (ANTIGA CASA DA INTENDÊNCIA) [de Diamantina, cidade natal do presidente JK; obs. - Edificação tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)]

Predio da Prefeitura - Antiga Casa da Intendência - Diamantina - Minas Gerais

A Intendência

Neste local, eram tomadas decisões importantes que controlavam toda a vida do Distrito de Diamantina. Dali fiscalizavam a atuação dos funcionários, inclusive os caixas; controlavam os moradores e escravos residentes na Demarcação, por meio de registro em livro de matrícula; eram emitidas ordens de expulsão e prisão; assim como

era autorizada a busca de uma pessoa ou casa; forneciam licenças aos lavradores, roceiros, criadores e condutores; expulsavam os considerados vadios; e era programada a condução dos processos e devassas, sendo juiz da administração e de seus empregados. De todos os órgãos, esse era o mais temido e os poderes do Intendente aterrorizavam toda a população". (http://www.desvendar.com/cidades/diamantina/roteirododiamante.asp)

 

"PRAÇA JK [em Diamantina-MG]

Praça JK - Diamantina - Minas Gerais

No centro dessa praça está a estátua de JK, em tamanho natural, considerado como o grande filho de Diamantina, recebendo, assim, a glamurosa homenagem. A imagem traja terno e está com a mão esquerda no bolso do colete e a mão direita segurando um papel dobrado, simbolizando, provavelmente um documento ou pauta de música, como conta a sabedoria local. Possui os pés um diante do outro, como se estivesse caminhando, e um olhar voltado à esquerda.

Além da estátua compõem a paisagem da praça, um banco corrido de alvenaria, ilhas ajardinadas e palmeiras. Há também lampiões antigos e dois holofotes que dão à estátua um certo efeito especial. O local é um dos mais apreciados pelos seresteiros e é palco do Dia da Seresta, que ocorre tradicionalmente todos os anos.

 

:: Serviço

Localização: Entre as ruas Macau de Cima e Macau de Baixo
Informações: Secretaria Municipal de Turismo - (38) 3531-2972"

(http://www.desvendar.com/cidades/diamantina/roteirododiamante.asp)

 

zezemotta

(http://mondomoda.wordpress.com/2009/10/24/zeze-motta/)

 

(http://imagesvisions.blogspot.com/2008/01/exposio-de-fotografias-ruth-de-souza-62.html)

 

"Taís [Bianca Gama de Araújo] e Caetano [Veloso] na 10ª edição do Festival de Verão

de Salvador, no Parque de Exposições Agropecuárias, em Itapuã, Bahia (18/1/2008)"

(http://origin.contigo.abril.com.br/celebre/tais-araujo-391620.shtml?ft=4p

 

 (http://imagesvisions.blogspot.com/2008/01/exposio-de-fotografias-ruth-de-souza-62.html)

 

AO VISITAR DIAMANTINA, NÃO DEIXE DE CONHECER A CASA DE CHICA DA SILVA E A CAPELA DEDICADA A SANTA QUITÉRIA, ONDE REZAVA CHICA DA SILVA!