[Flávio Bittencourt]

Células autônomas do Alf (Animal Liberation Front)

Elas são temidas pelas pessoas - mentalmente doentes - que fazem maldades contra os animais.

 

 


 

 

 

PETA: OUTRO GRUPO DE DEFESA DOS ANIMAIS:

"Os protestos pelos direitos do animais feitos pelo Peta

 

10.out.12 - Ativista Ingrid E Newkirk, co-fundadora da ONG Peta, que defende os direitos dos animais, puxa uma charrete (victoria carriage, em inglês) em Mumbai, na Índia, como forma de demonstar o sofrimento imposto aos cavalos que têm de puxar o veículo, uma popular atração turística na cidade Rafiq Maqbool/AP

(http://noticias.uol.com.br/album/2012/08/08/os-protestos-pelos-direitos-do-animais-feitos-pelo-peta.htm)


 

 

 

 

 

 

 

"Animal Liberation Front

Animal Liberation Front ou ALF (Frente de Libertação Animal, FLA) é um nome utilizado por ativistas dos direitos animais que usam a ação direta para libertá-los, incluindo resgates de instalações e sabotagens, como modo de protesto e boicote econômico à experimentação em animais, o uso de animais como roupa, alimento ou outras indústrias baseadas na exploração de animais. Qualquer ação direta que promova libertação animal e que "toma toda precaução razoável para não por em perigo vidas de animais (humanos ou não)" pode ser reivindicada como feita pela FLA, enquanto que seja consistente com os outros objetivos da organização.[1]

Índice

Características

A FLA é um modelo de luta horizontal (sem líderes). As células do grupo, atualmente ativas ao redor de 35 países, operam clandestinamente e independentemente uma das outras. Uma célula pode consistir em uma só pessoa. Robin Webb, que cuida da Animal Libertion Front Press Office, no Reino Unido, tem uma frase sobre este modelo de ativismo: "Por isto que o FLA não pode ser destruído, não pode ser infiltrado, não pode ser parado. Você, todos e cada um de vós: vocês são o FLA".

Diretrizes do Frente de Libertação Animal

  • Infligir dano aos que lucram com a miséria e a exploração dos animais.
  • Libertar animais desde centros de abuso, como laboratórios, granjas, fábricas, fazendas de pele, etc, e colocá-los em bons lugares onde possam viver naturalmente, livres de sofrimento.
  • Revelar o horror e atrocidades cometidas contra animais atrás de portas fechadas (matadouros), realizando ações diretas não violentas e libertações.
  • Tomar todas as preocupações necessárias para não causar danos a animais humanos e não-humanos.
  • Qualquer grupo de pessoas que sejam veganas e que realizem ações de acordo com as diretrizes da FLA tem o direito a nomear-se parte do FLA.[1]

Reivindicações das ações diretas

Animal Liberation Front.

As ações são reivindicadas anonimamente contatando as repartições de imprensa do Front, que publicam algumas delas em sua página[2] ou no Bite Back,[3] sobre ações diretas. A repartição de imprensa é dirigida por Webb no Reino Unido e por Jerry Vlasak nos Estados Unidos.

Grupo de apoio

Apesar da ALF não ter existência formal, o Animal Liberation Front Supporters Group (ALFSG) existe para apoiar ativistas que são presos por ações em favor da libertação animal.

Referências

Ver também

Ligações externas

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Animal_Liberation_Front)

 

 

 

 

 

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"Uma ideia radical de liberdade

Tuesday, September 4th, 2012
Fonte: http://www.swissinfo.ch/por/politica_suica/Uma_ideia_radical_de_liberdade.html?cid=33380558
* * *
Por Andrea Tognina, swissinfo.ch
 

 


Leitura anarquista à mostra em Saint-Imier. Os anarquistas são poucos. Muitas vezes são vistos com desconfiança. Cultivam uma utopia que há muito parece irrealizável. A história deles é marcada por muitas derrotas, mas hoje muitos movimentos sociais são baseados em ideias e práticas libertárias .

“Agora o anarquismo (…) ocupa o lugar que nos movimentos sociais dos anos 1960 era ocupado pelo marxismo; mesmo se não se consideram anarquistas, recorrem à ideia da anarquia e se definem em relação a ela”, escreveu recentemente o antropólogo americano David Graeber, um dos intelectuais de referência do movimento Occupy Wall Street.

A frase pode parecer fruto do otimismo voluntário de um militante anarquista, mas é verdade que dos anais recentes dos movimentos sociais aparecem cada vez mais elementos do pensamento libertário: princípio da autogestão, decisões baseadas no consenso, recusa da hierarquia.

Com alguns anos de atraso, o anarquismo parece renascer a partir de 1989. “Nos últimos 15 anos o anarquismo está voltando” observa Gabriel Kuhn, filósofo anarquista de origem austríaca.  A queda dos regimes  comunistas de uma certa maneira deu razão aos anarquistas.  Para a esquerda anticapitalista, o pensamento marxista tradicional perdeu terreno.

“Nos anos 1990 muitas pessoas criticaram o socialismo autoritário, mas tinham reservas acerca do anarquismo. Era considerado utópico, romântico e caótico. Porém, retomaram vários princípios do anarquismo como a democracia pela base, a organização horizontal,  o ceticismo acerca da hierarquia e dos políticos e ainda o princípio da ação direta”, explica Kuhn.

Encontro Gabriel Khun em Saint-Imier, na região do Jura do cantão de Berna, no recente encontro internacional anarquista organizado por ocasião dos 140 anos do congresso em que surgiu a Internacional antiautoritária.

Foi aqui que começou a primeira fase da história do movimento anarquista,  com a presença significativa de anarquistas no movimento operário de alguns países e da experiência revolucionária da Comuna de Paris e da revolução espanhola. Esta fase pode ser considerada encerrada ao final da Segunda Guerra Mundial.

 

Da luta de classes à rebelião social

O pensamento anarquista reaparecerá  nos movimentos dos anos 1960, época de grande aspiração libertária. “Na nova esquerda de 1968, o anarquismo muda de característica. Os aspectos culturais passam a ter um papel mais importante.  A rebelião contra a ordem burguesa toma o lugar tradicional da luta de classes”, diz Gabriel Khun. O anarquismo influencia a nova esquerda e, por sua vez, é influenciado por ela. O movimento se abre a novas perspectivas. “A questão central da economia passa a ser vista de maneira mais crítica e a atenção se volta para outras formas de dominação: o patriarcado, o racismo, a discriminação por motivos sexuais, a destruição da natureza.”

Depois de 1968, o anarquismo se diversifica. “Há ciclos de gerações e 68 é um ponto importante, os anos 1980 com o movimento punk, os anos 1990 com a insurreição zapatista no México, o início do movimento altermundialista e o advento da internet”, observa Marianne Enckell, arquivista do Centro Internacional de Pesquisa sobre o Anarquismo (CIRA, na sigla em francês), em Lausanne (oeste).

A visão de grande geração de revolucionários do século 19, mesmo se não é esquecida, tende a ser colocada em segundo plano em relação às tentativas de construir no cotidiano, tanto quanto possível, os espaços autônomos. “É cada vez menos a visão do momento de mudar e cada vez mais a tentativa de imaginar a aplicação da ideia anarquista na vida cotidiana”, resume Edy, um dos animadores da editora anarquista La Baronata, do Ticino (sul), também presente em Saint-Imier. A palavra-chave, nesse contexto, parece ser autogestão.

 

A anarquia cotidiana

Na última década, o movimento libertário encontrou um terreno fértil de reflexão e de experimentação nas várias realidades de autogestão surgidas na Itália, Espanha e outros países.  E graças à sua estrutura horizontal e flexível, soube entender e absorver rapidamente os impulsos provenientes de outros movimentos sociais.  “O Molino, por exemplo (um centro social  em regime de autogestão lançado em 1996, no cantão do Ticino , sul), foi influenciado pelo movimento zapatista do México.  Companheiros e companheiras estiveram no Chiapas e do que viram extrapolamos teoria e prática que nos serviram de fio condutor”, conta Paolo, um dos ativistas do centro social.

“O interessante para nós anarquistas e libertários é adotar métodos de consenso horizontal, autogestão,  sem delegar.  Não é preciso ir tão longo como ao México, basta ver o que ocorre em Val di Susa, com o movimento NoTav (que se opõe à linha ferroviária de alta velocidade entre a França e a Itália)”,  afirma Luca um dos editores e redator do jornal anarquista do Ticino  Voce Libertaria.

Sem dúvida que o movimento anarquista abre-se a movimentos afins, mesmo se a  tendência a contornar o poder ao invés de combatê-lo frontalmente não tem unanimidade. Porém, amplos setores parecem ter abandonado os conceitos de hegemonia elaborados na teoria política do século 19, privilegiando a articulação com outros movimentos  sociais.  “Na época, proclamávamos nossas teorias, hoje estamos aqui para aprender”, afirma Peter, ativo há 40 anos no anarquismo no Ticino.

 

Pragmatismo radical

“Hoje, somente os anarquistas totalmente minoritários recusam-se a colaborar com outros, mas não fazem grande coisa.  Além disso, os anarquistas sozinhos não farão a revolução, mas as pessoas. Não queremos fazer as coisas no lugar das pessoas, não somos uma vanguarda revolucionária”, explica Michel Némitz, do centro cultural em regime de autogestão Espace Noir de Saint-Imier, um dos organizadores do encontro internacional.

O anarquismo parece hoje privilegiar a práxis, a ação concreta inspirada na metodologia libertária, o que está na raiz histórica do movimento. Como escreve David Graeber, “o anarquismo procurou ser um discurso ético sobre a prática revolucionária”. Um discurso ético baseado no pressuposto que a liberdade não pode ser conquistada com medidas autoritárias e a mudança social começa com a mudança das relações cotidianas.

É claro que o movimento anarquista não é desprovido de ingenuidade, de dogmatismo e às vezes de ambiguidade.  No entanto, continua a ser o interprete mais radical, e por isso insubstituível, dos princípios fundamentais a Revolução Francesa: liberdade, igualdade, fraternidade.

“Só serei livre quando todas os seres humanos que me rodeiam, homens e mulheres, também serão livres. A liberdade dos outros homens,  longe de negar ou limitar minha liberdade, é, ao contrário, a premissa necessária e a confirma”, escreveu Michail Bakunin. Hoje os ecologistas anarquistas aplicariam esse conceito aos animais, à vegetação e às montanhas.

 

Andrea Tognina, swissinfo.ch
Adaptação: Claudinê Gonçalves

DECLARACAO FINAL DO ENCONTRO INTERNACIONAL DO ANARQUISMO

Thursday, August 23rd, 2012

08 AO 12 DE AGOSTO DE 2012 EM SAINT-IMIER

Após cinco dias de debates e de trocas para relembrar nossa história, preparar nossos combates futuros e converter nossos esforços, nós reafirmamos o valor das posicões e resolucões do congresso de Saint-Imier que funde o anarquismo social permitindo futuros desenvolvimentos, e assegurando as bases de uma unidade de acão sincera entre todos os setores combativos e antiburocráticos da luta social. O congresso de Saint-Imier esteve aberto à diversidade e à pluralidade de pensamentos e práticas do movimento trabalhista antiburocrático e federalista, construindo o movimento libertário crescente.

Foi recusado o partidarismo, hierarquisado, institucional e eleitoralista, defendido pelas correntes do socialismo autoritário. Foi combatida a concepcão estatal de mudanca que objetivou e objetiva hoje a conquista; a ocupacão do estado como forma de transformacão social. O congresso de 1872 igualmente proclamou sua vontade de combater todo tipo de organizacão hierarquisada, burocrática, constituída por exercer o comando e suscitar a delegacão, a submissão e a obediência. Por isso, o congresso se opôs à federacão das organizacões trabalhadoras e das lutas, bem como a livre iniciativa, o projeto socialista de gestão direta e de mudanca social; como propôs a maior parte das formas de organizacão de concepcões não hierárquicas no movimento trabalhista, em suas lutas e no projeto socialista libertário.

Numerosas lutas, acões militantes e tentativas revolucionárias precederam e acompanharam o congresso internacional de 1872. O anarquismo tem lugar nessa história. Ele constitue hoje um movimento político que reagrupa experiências numerosas e aquisições comuns à um grande número de coletivos e organizacões específicas, sindicais de luta social e populares. O anarquismo traz sua contribuição para a construção de um movimento coerente, capaz de uma intervenção eficaz e forte, que busca a coerência entre os meios e os fins afim de mudar radicalmente a sociedade.

Para nós, o anarquismo alimenta as lutas socias e se alimenta destas mesmas lutas. Ele traz a sua contribuição ao movimento popular de auto-emancipacão e de auto-organizacão. Cada resistência, cada luta, cada dissidência, cada alternativa remete à questão da liberdade e da igualdade. Cada combate social abre possibilidades que devem nos acompanhar à liberação social e política.
A transformação social radical que reinvindicamos e nos prepara para a nossa ação só pode resultar da vontade, da auto-determinação e compromisso consciente das classes populares, dos indivíduos, homens e mulheres que estão hoje dominados/as por este sistema injusto. Nós estamos em uma verdadeira guerra social e econômica, em diferentes intensidades, mas cada vez mais extensa, mais viva, mais brutal. Uma situação de insegurança social e de precariedade se generaliza, saqueia o bem comum, destruindo os servicos públicos, procurando instaurar o medo, a resignação e a submissão, impondo o capitalismo por toda parte. Esta política é conduzida tanto pelos capitalistas, que pelos governos, à seu saldo. Estes últimos tentam impôr uma colonização total em nossas condições de existência, mobilizando nossas atividades ao serviço da reprodução do sistema.

Paralelamente, existe um ressurgimento de antigas dominações: patriarcado, discriminação sexual e de gênero, xenofobia, racismo, servidão, exploração. Estas desigualdades renovadas servem a reforçar a valorização capitalista e garantir a reproducão geral do sistema.
O anarquismo denuncia um só sistema de enquadramento e de dominação que obedece cada dia mais a uma lógica oligárquica. O anarquismo não sub-avalia em nenhuma maneira os espaços de liberdades individuais e civis, os serviços publicos e de bem comum e os quais políticas de redistribuição de riquezas, transferida para a solidariedade social, que permanece. Os anarquistas acreditam defender e alargar estas aquisições. Todos estes avanços foram conquistados no passado por lutas sociais. A esperança de mudar a sociedade graças a conquista do poder do estado é largamente desqualificada. A conquista do poder institucional, a integração no poder estatal e a ação governamental, a participação às eleições não nos trazem nada de melhoras das condições de vida comuns, dos direitos políticos e sociais. Ao contrario, é recusando a delegacão do estado a definição e o governo do bem comum que a população pode defender eficazmente seus interesses e suas aspirações. É agindo pelas mesmas, multiplicando e reforçando suas organizações, tomando parte das riquezas sociais e dos meios de produção e de distribuição, impondo suas necessidades, criando suas próprias formas de organização e lutando sob o campo cultural que as classes populares podem se opor a barbárie do sistema, ganhar sua emancipação e melhorar suas condições de existência.
Os partidos de esquerda nao são mais forças de progresso e justica social. Já não defendem as aquisições anteriores.
Pelo contrário, eles precipitam a ruína e o desmantelamento das nossas conquistas sociais. A burocratização do movimento trabalhista e social, a poltica de delegação orientada à integração em instituições estatais, a recusa da luta e a imposição da paz social a todo preço, a submissão aos objetivos, as estratégias, aos valores capitalistas de globalização nos levam a uma regressão social, política e ecológica de grande envergadura.
Por isso a eficácia da luta e da construção de alternativas concretas estão ligadas à ação direta popular, porque ela se apóia na convicção de que os grupos sociais devem se emancipar e agir sob uma base federalista e solidária. Nessa sociedade de classes, não existe nem consenso nem compromisso possível que satisfariam o interesse comum. Nós reinvindicamos claramente o não senso com os poderes. A acão direta é encarregada da proposição plural da transformação social. Ela se inclina à uma pluralidade de formas organizacionais e de ações capazes de federar as resistências populares. Os anarquistas agem ao seio dos movimentos de luta afim de garantir sua autonomia, de as federar em uma perspectiva revolucionária e libertária, para construir o poder popular, à caminho de uma emancipação politica, econômica e social. Nosso projeto é o comunismo libertário. Nós reinvindicamos a convergência das tradições e das experiências acumuladas nesse senso: comunalismo livre, auto-governo municipal, autogestão, conselhos de trabalhadores e populares, sindicalismo de base, de combate e de gestão direta; livre acordo para a criação; a experimentação, a associação, o federalismo e as alternativas e atos. Isso significa a construção desde a base de um poder popular direto, não estatal.

Nós queremos a ruptura com o capitalismo. Nós lutamos pela autogestão em uma sociedade futura fundada sob a liberdade e a igualdade. Este objetivo implica formas de organização diversas sob todos os domínios da vida social e econômica. Uma tal orientação chama uma sociedade auto-instituida, um desenvolvimento social e econômico escolhido livremente. A socialização das forças de produção e de troca, a autogestão social constituindo a forma principal. Um acesso igualitário aos recursos disponíveis e renováveis, e aos meios da sociedade vem apoiar as possibilidades de livre associação, de experimentação econômica e de exploração da organização das condições de existência. A autogestão é fundada sob a livre organização dos e das trabalhadores/as, dos/as consumidores/as e são membros/as da sociedade após a abolição do estado, em um quadro de auto instituição politica, de democracia direta e de direito das minorias. O anarquismo social, o anarco sindicalismo e o sindicalismo revolucionário, bem como o comunismo libertário defendem um projeto político fundado sob uma coerência entre fins e meios, entre ações cotidianas e lutas revolucionárias, entre movimento crescente de auto emancipação e transformação social radical. Desde 1872 nosso movimento contribue com tantos outros homens e mulheres livres para abrir este caminho. Nosso engajamento hoje é de seguir com esse projeto longamente levando com ele a luta direta dos povos.

Saint Imier, 12 de agosto de 2012.

Fonte: OSL (Organizacao Socialista Libertaria) Suiça.

Traducão: Rafael Bosa ([email protected])

http://www.anarchisme2012.ch/

[França] Relatório do 70º Congresso da Federação Anarquista francófona

Thursday, June 21st, 2012

fecc81decc81ration-anarchisteDe 26 a 28 de maio de 2012 foi realizado, em Rouen, o 70º Congresso da Federação Anarquista. Estes três dias de encontro são importantes para nós, militantes da Federação Anarquista, porque não só nos permitem fazer o balanço do ano anterior da nossa organização (relatórios de diversos secretariados e administração), mas também, e mais importante ainda, por estas jornadas constituírem um momento de escolhas, debate e reflexão sobre a nossa ligação às lutas e perspectivas em termos federativos.

O nosso Congresso abordou, em primeiro lugar, a situação social tanto na França como fora das suas fronteiras. Foram discutidas e analisadas as revoluções no Oriente Médio, nos países a que chamam “árabes” assim como a chegada a bordo da tão recente primavera dos nossos primos do Quebéc [Canadá] ou ainda as “crises” grega e espanhola, o retorno dos “socialistas” aos “negócios”, etc. Abordou-se também as muitas micro alternativas sociais e econômicas onde os libertários em particular, ou com outros, testam a autogestão (Amap, cooperativa, escola…).

Experiências e debates frutuosos para a ação militante, a enriquecer o que permanece, a popularizar, a desenvolver e, eventualmente, acabar por generalizar.

O nosso congresso constituiu também uma oportunidade de trabalhar nas comissões, onde falar em público é mais fácil do que em sessão plenária. Realizaram-se, este ano, reflexões em torno de três temas. Uma primeira comissão foi realizada na emergência de novas formas de protesto e de lutas sociais, tais como o movimento dos Indignados, os Occupy ou os coletivos de lutas (indocumentados, requisições de habitação, antirepressão, lutas contra os grandes trabalhos inúteis – tipo No-TAV [Não Trem de Alta Velocidade] -, antinuclear, anonymous…) que muitas vezes são ricas, mas muitas vezes sem conexão às lutas sindicais convencionais e, por vezes, demasiado enraizadas em combates corporativos ou setoriais. Daí a construção, a prazo, da convergência entre esses diferentes setores da contestação da ordem capitalista.

Como agir face a isto? Nós pensamos que era necessário, ou significativo, continuarmos a agir nesses movimentos, tomar aí o nosso lugar, enquanto anarquistas, e aí ter um papel que nos permitisse espetar o nosso ferrão, sem tentativa de recuperação e em total transparência, a fim de se alcançar a convergência de todos estes esforços, na perspectiva de uma revolução social emancipatória e não apenas no âmbito de um desenvolvimento ilusório da sociedade capitalista.

Uma segunda comissão abordou a necessidade de organizar uma coordenação interna dos anarcosindicalistas e dos anarquistas sindicalistas da Federação Anarquista, em conjunto com outras iniciativas deste tipo, a fim de produzir todas as análises, para organizar ações conjuntas e para compartilhar as nossas práticas, seja qual for a nossa filiação sindical (CNT, SUL, CGT, FSU, CGT-FO). Este debate levou-nos à conclusão de que o nosso papel, como anarquistas, foi essencial para estimular e ativar conflitos de confronto direto, para garantir que nas empresas as lutas são detidas e geridas diretamente pelos assalariados sem nenhuma recuperação partidária.

Mas também aparecer claramente como anarquistas, a fim de ser capaz de garantir o cumprimento da “democracia direta” e contribuir para a tomada de consciência da utilidade de uma luta global, interprofissional e autogerida, visando a destruição do sistema de exploração capitalista. É neste sentido que funcionará, durante o próximo ano, a coordenação dos militantes sindicais da Federação.

Uma terceira comissão analisou as formas e meios de propaganda da Federação Anarquista. Nesse sentido, interessou-se em particular pelo conteúdo das mensagens enquanto suporte para ampliá-las. Assim, foram abordados o destino e a forma do jornal Monde Libertaire e da Radio Libertaire, o uso das redes sociais ou ainda do YouTube. Houve também a discussão dos problemas da natureza das mensagens, da tentativa de definir se devem permanecer globais ou gerais (autogestão) ou se devem aproximar-se ou fazer parte dos interesses mais limitados e imediatos (transportes gratuitos). As duas opções, foram escolhidas, dependendo das circunstâncias, quanto aos princípios porque não são contraditórios.

Por fim, o 70º Congresso da Federação Anarquista abordou a realização de dois encontros essenciais à vida e ao desenvolvimento do movimento e das ideias libertárias. Primeiramente os Encontros Internacionais do Anarquismo de Saint- Imier (Suíça), que se realizarão no início de agosto de 2012. Os congressistas tiveram em conta a organização financeira e material do evento (milhares de pessoas são esperadas) e o seu programa político e cultural (www.anarchisme2012.ch) e deram-lhe o seu aval. Aval tanto mais importante pois no mesmo local e nas mesmas datas será realizado o Congresso da Internacional das Federações Anarquistas (IFA), onde a Federação Anarquista se propõe a ser o secretariado.

Em suma, apesar de algumas controvérsias inevitáveis e tantas vezes úteis nestas circunstâncias, um congresso frutuoso, o confronto de ideias permite depois de se debater, a procura do consenso. O 71º Congresso¹ será em 2013, e provavelmente acontecerá em Marselha, será também o dos sessenta anos da Federação Anarquista e a oportunidade de analisar as novas perspectivas que se abrem ao movimento libertário, tanto ao nível hexagonal como internacional.

Fifi, Secretário Geral

Hugues Lenoir, ex-Secretário Geral

[1] 71º Congresso dos sessenta anos, como congresso extraordinário, explica-se devido a algumas circunstâncias, como a decisão, em meados dos anos setenta, de transformar o jornal Le Monde Libertaire mensal, em semanal, e no final de 2011, de lançar um Le Monde Libertaire gratuito.

Tradução > Liberdade à Solta

agência de notícias anarquistas-ana

No céu enfeitado,

papagaio de papel:

também vou no vôo.

Anibal Beça

[Colômbia] Mural em memória do anarquista Nicolás Neira é sabotado

Thursday, May 17th, 2012

mural-93O silêncio de nossos mortos grita liberdade

Mil colegas quedan tiraos por el camino

¿Y cuantos mas van a quedar?, ¿cuanto viviremos?

¿Cuanto tiempo moriremos?

En esta absurda derrota sin final…

La polla records

Nicolás Neira foi um jovem anarquista brutalmente assassinado pela tropa de choque móvel ESMAD, da polícia nacional. Na manifestação do 1º de maio de 2005 na cidade de Bogotá, este jovem foi brutalmente agredido na cabeça, os golpes lhe ocasionaram ferimentos graves, causando sua morte cinco dias depois. Nico é uma das muitas vítimas da violência estatal, que desde a formação deste corpo repressivo (ESMAD) em 2002, já matou mais de 50 pessoas e um incontável número de agressões e maus-tratos físicos a pessoas e comunidades que se manifestaram diante de leis injustas (embora não vemos nenhuma lei justa) ou simplesmente por terem protestado por alguma inconformidade e contra atos que ameaçam a vida, a Terra, a dignidade ou a integridade coletiva.

O Centro Social e Cultural Libertário [de Medellín] desde a Campanha Contra a Criminalização do Protesto e da Luta Popular tem vindo a visibilizar casos de violência do Estado e gerado ação, mobilização e denúncia contra esta realidade que não podemos ignorar nem tolerar. Em 13 de maio passado realizamos um evento, com um mural em memória de Nicolás Neira, que morreu em 6 de maio de 2005 por um traumatismo craniano causado por golpes da ESMAD.

Por nenhum motivo devemos permanecer em silêncio, ou ficar parado. Se protestamos é porque estamos lutando por uma mudança social, se saímos às ruas é porque queremos agitar o cotidiano, tocar a sensibilidade e a consciência de uma sociedade alienada que luta individualmente para sobreviver. A ESMAD e a polícia existem para materializar uma estratégia de repressão contra o povo, contra as pessoas, num sistema capitalista favorável as empresas e a propriedade privada. Devemos denunciar, relembrar, recuperar os sonhos, construir, não permitir que outros governem nossas vidas para o seu benefício. A ação direta é o nosso ás debaixo da manga, neste jogo onde nos jogamos a vida. Todas e todos aqueles que caíram sob a mão do poder, não morreram, viverão em cada um de nós, em cada ato, em cada recordação, em cada passo.

Sem perdão nem esquecimento, por que para lutar há que se recordar, Nico Vive! Assim como Oscar Salas, Simón Torres, Johnny Silva, Diego Becerra e muitos outros que caíram ante a brutalidade do Estado, nas mãos da polícia nacional e seu esquadrão da morte.

Porque a memória é a nossa arma, porque a solidariedade é mais do que palavras escritas agora quando o silêncio de nossos mortos grita liberdade.

Centro Social e Cultural Libertário

Campanha Contra a Criminalização do Protesto e da Luta Popular

Nota:

Cabe registrar que sem ter passado 24 horas da elaboração do mural, este sofreu uma intervenção e foi sabotado com tinta espirrada, por isso não é possível ler o que ali se denunciava. Sabemos e está claro que quando as pessoas falam e se manifestam, eles só querem silenciar, manter impune suas atrocidades e assassinatos. Este é um exemplo de como é criminalizado o protesto e a luta popular, como lhes dói quando a verdade é dita e como eles temem que as pessoas vejam o que eles realmente são. E deixar claro também que não vamos claudicar, contra a brutalidade policial nem um passo atrás, contra eles memória, arte e ação! Porque para lutar há que se recordar…

Galeria de imagens do mural antes e depois da sabotagem:

http://centrosocialyculturallibertario.wordpress.com/2012/05/15/el-silencio-de-nuestros-muertos-grita-libertad-2/#wpcom-carousel-559

agência de notícias anarquistas-ana

Pardas gotas de mel

voando em torno de uma rosa

Abelhas

Luís Aranha

[Itália] Passeata no 40º aniversário da morte do anarquista Franco Serantini reúne centenas de pessoas

Thursday, May 17th, 2012

locandina_piazza_lowUma passeata reuniu centenas de pessoas na região central de Pisa, neste sábado, 12 de maio, para recordar Franco Serantini, anarquista que morreu 40 anos atrás numa prisão de Pisa depois de ser espancado pela polícia durante uma manifestação contra o fascismo. Serantini tinha apenas 20 anos e fazia parte do Grupo Anárquico Pinelli de Pisa.

A passeata, com os manifestantes carregando faixas e entoando palavras de ordem, percorreu as principais ruas do centro da cidade até chegar à Praça San Silvestro, apelidada há décadas de “Praça Serantini”, em uma das margens do rio Arno, exatamente onde Serantini foi preso.

“Hoje, mais do que nunca, temos que recuperar as praças e ruas das cidades para defender as ideias que Serantini estava lutando. Reiterar que espancamentos, torturas e assassinatos ainda são uma prática comum do Estado contra os opositores políticos, movimentos sociais e, especialmente, imigrantes, pobres, sem abrigo, toxicodependentes… nas ruas, nas prisões, nos campos de refugiados”, disse um manifestante.

A história de Franco Serantini marcou profundamente toda a cidade de Pisa e a história de todo o país. Ao longo dos anos muitos eventos e iniciativas são levadas a cabo em diversas cidades da Itália para manter viva a memória de Franco e suas ideias.

Vídeo:

http://iltirreno.gelocal.it/foto-e-video/pisa-manifestazione-per-la-memoria-di-serantini-1.4498692

Para não esquecer uma história trágica e continuar a luta

Já no sábado retrasado, 5 de maio, ocorreu um outro evento em Pisa, na “Praça Serantini”, para recordar o jovem anarquista morto pela polícia há quarenta anos e dar voz a muitas histórias de repressão cotidiana. Um dia cheio de atividades, com jantar, exposições, corais com canções sociais, uma mesa-redonda intitulada “Homicídio de Estado, abuso de poder e repressão na Itália: casos Serantini, Giuliani e Mastrogiovanni – a repressão e a violência do Estado hoje em resposta às manifestações da dissidência política”, que contou com a participação da mãe de Carlo Giuliani, Heidi Giuliani, e um concerto à noite na Praça dos Mártires da Liberdade dedicado a Franco Serantini.

Galeria de imagens:

http://pisanotizie.it/gallery/news_20120506_quarantanni_morte_serantini_dibattito_morti_carcere.html

Vídeo:

http://www.youtube.com/watch?v=vDr3N-FIkmM

agência de notícias anarquistas-ana

“O pintor ao meu lado

reclama:

Quando serei falsificado?”

Érico Veríssimo

[EUA] Anarquia Musical

Tuesday, May 8th, 2012

[Estreou nos Estados Unidos neste último fim de semana o musical “Beautiful Radiant Things”, que fala sobre a anarquista Emma Goldman. A peça centra-se no 50º aniversário de Emma, quando ela se encontrava detida numa penitenciária do Missouri. A seguir uma reportagem com Marty Durlin, autora do musical.]

A grande tarefa de colocar a vida e filosofia de Emma Goldman na música

O nome de Emma Goldman foi outrora sinônimo de anarquia, amor livre e violência. Nas primeiras décadas do século XX, ela fez discursos para multidões de mais de 25 mil pessoas com títulos como “Monogamia ou variedade, o quê?”. Em uma de suas falas supostamente inspirou o assassinato do Presidente William McKinley.

Que melhor assunto para um musical?

Este é o pensamento da residente de Paonia [Colorado], Marty Durlin, e seu trabalho, “Beautiful Radiant Things”, que virá para Boulder no dia 28 de abril, e Denver no dia 29. É um musical baseado na vida anarquista, que se passa em um período de dois anos numa prisão de Missouri onde Goldman esteve após se opor ao recrutamento para a Primeira Guerra Mundial. Durlin admite que a maior parte das pessoas vê o teatro musical como algo leve e descontraído, o que faz com que a opção por escrever um musical sobre Goldman se torne algo estranho.

“É verdade”, ela diz, mas complementa: “As pessoas têm escrito musicais sobre tudo neste momento. Não é tão estranho quanto parece, mas foi um pouco estranho. Nós pensamos em musicais como sendo algo como South Pacific ou My Fair Lady ou algum tipo de clássico, mas realmente, qualquer coisa funciona. Esta é a maior diversão que eu tinha em fazer qualquer coisa assim.

Esta não é a primeira tentativa de Durlin, a ex-gerente da KGNU. Ela tem escrito musicais e peças desde os anos 70, e escreveu o livro, a música e as letras para este trabalho. É uma produção teatral comunitária com um elenco todo de mulheres, com a diretora da KVNF (uma estação de rádio comunitária no oeste do Colorado), Sally Kane, no papel de Goldman.

Goldman é uma figura polarizadora na história americana. Ela deixou a Rússia para os Estados Unidos ainda adolescente, e se envolveu no movimento anarquista após mudar-se de Rochester, NY, para a cidade de Nova Iorque. Para alguns, ela foi uma heroína, para outros, uma vilã perigosa. Ela foi uma anarquista, é claro, mas ela foi algo de anarquista dentro do próprio movimento. Há um escrito de Goldman em uma de suas memórias sobre ser advertida por se divertir em uma festa, tendo dito que “não convém a um agitador dançar”.

“Eu não acredito que uma Causa que se baseia em um belo ideal, em anarquismo, por libertação e liberdade das convenções e preconceitos, deva exigir a negação da vida e alegria”, escreveu Goldman. “Eu insisto que nossa Causa não poderia esperar que eu me tornasse uma freira e que o movimento não pode ser tornado um claustro. Se significa isso, eu não o quero”.

Este sentimento foi depois parafraseado em algo como “Se não posso dançar, não quero ser parte de sua revolução”. Este sentimento foi a primeira exposição de Durlin para Goldman, e após pesquisá-la de forma mais completa, admirou a coragem e ousadia que permitiu que ela fizesse tal afirmação.

“Ela foi incrivelmente corajosa por toda a sua vida, e realmente iria pisar onde outros temem ir”, diz Durlin. “E ela dizia coisas que não estavam sendo ditas publicamente”.

“A sociedade realmente não a compreendeu. Ela estava falando sobre os direitos dos trabalhadores, amor livre e contracepção, e isto está realmente vindo à tona novamente. Incrível. Alguém da época disse que ela estava uns 8 mil anos à frente de seu tempo”.

Durlin diz que se focou no tempo de Goldman na prisão por uma espécie de capricho. Ela tinha uma ideia anterior focada na prisão que desistiu, mas enquanto ela lia sobre seu período no Missouri, a inspiração a atingiu.

“Conforme pesquisei mais, era um rico tesouro, historicamente”, diz Durlin. “Quando fui a Penitenciária do Estado de Missouri, tive os registros históricos e os nomes de outros prisioneiros, isto excitou minha imaginação, como Lulu lbbs e Lottie Funk. Eles apenas apareceram diante de mim como pessoas, foi inspirador, e eu fui embora”.

Por David Accomazzo

Tradução > Marina Knup

agência de notícias anarquistas-ana

Boneca se aquece

com o meu chapéu de lã.

Eu visto saudades.

Teruko Oda

Reunião especial da Europol contra atividades anarquistas

Thursday, April 12th, 2012

Desde 2002, a Europol, ou Serviço Europeu de Polícia, tem seguido os passos de eco-anarquistas e de ativistas da ALF (Frente de Libertação Animal). Recentemente, esta agência organizou uma conferência com a presença de serviços secretos europeus, exigindo mais recursos para a luta contra o terrorismo libertário: antiracismo, libertação animal e ambiental, antinuclear… O pedido partiu da seção italiana da Europol que quer encontrar os remetentes das cartas-bomba enviadas pela FAI (Federação Anarquista Informal) a diversas autoridades europeias nos últimos anos.

A reunião será realizada em 25 de abril em um lugar não-divulgado, provavelmente na sede da Europol, em Haia, na Holanda, com o objetivo de encontrar formas mais eficientes de lutar contra as redes transnacionais anarquistas europeias e uma maior cooperação internacional entre as agências de inteligência e segurança do continente.

Além dos insurgentes gregos, três grupos, em especial, estão na mira das autoridades: a FAI (de acordo com a Europol, o maior grupo da rede seria na Itália), a rede No Border (Sem Fronteiras) e os adversários da construção de uma linha de trens de alta velocidade entre Lyon e Turim no Vale de Susa (norte da Itália).

Fonte: agências internacionais de notícias

agência de notícias anarquistas-ana

o tempo ainda não passou

canta no galho mais alto

o sabiá-laranjeira

João Angelo Salvadori

Comunicado comum dos anarquistas russos e sírios: às massas, aos oprimidos e aos revolucionários da Federação Russa e da Síria

Thursday, February 16th, 2012

Nós, anarquistas russos e sírios, constatamos a colaboração medonha entre os dois regimes repressivos sírio e russo, e o apoio ao regime dirigente sírio em sua repressão sangrenta que exerce o governo do presidente Bashar Assad contra as massas sírias em revolta, ao mesmo tempo que mune em provisões e armamentos as forças de Assad e fornece uma proteção diplomática aos massacres de Assad. Nós a vemos como o resultado lógico da similitude quanto à natureza repressiva e exploratória dos dois regimes, e como uma parte da guerra que eles conduzem contra os oprimidos do seio de seus povos.

Como anarquistas e antiautoritários, nós condenamos essa colaboração medonha e as práticas repressivas dos dois regimes, e apelamos a uma forte e fraternal solidariedade entre as massas reprimidas, os revolucionários e os anarquistas dos dois países, na sua luta contra as elites repressivas dos dois países.

Ação Autônoma – Rússia

Movimento Anarquista Feminista Sírio

Anarquistas Sírios

Tradução > Tio TAZ

 

agência de notícias anarquistas-ana

Da flor branquinha

Nasce a negra bolinha —

Doce jabuticaba

Vera Vilela

[Espanha] Crônica das I Jornadas de Economia Alternativa CNT

Wednesday, December 28th, 2011

Mais de una centena de pessoas passaram pela sede da CNT em Villaverde Alto (Madri), onde foram expostas cerca de vinte iniciativas de âmbito libertário e autogestionário durante o fim de semana de 9 a 11 de dezembro, celebrando-se assim as I Jornadas-Conferência de Economia Libertária organizadas pela Confederação.

Projetos de Produção-Consumo- Distribuição, Cooperativas Integradas, Coletividades, Grupos de Consumo, Okupação Rural e uma quinzena de sindicatos da CNT participaram do encontro. As conclusões das mesas/áreas de debate e da Conferência de Sindicatos são o resultado das análises que desde o coletivo caracterizaram este encontro.

As Jornadas foram inauguradas por José Luis Corrales, Secretário de Ação Social do Comitê Confederal da CNT, Qoliya e Gonzalo P., membros do Grupo de Trabalho de Economia Alternativa.

Com o auditório lotado com mais de uma centena de pessoas, José L. Corrales, explicou as razões que levaram a anarcosindical a organizar tal encontro, aberto a uma multiplicidade de pontos de vista e formas de autogestão, que permitiram aos participantes e aos próprios filiados o intercâmbio de propostas alternativas às habituais relações de trabalho do capitalismo. Ressaltou a importância da Conferência Confederal de Sindicatos realizada na manhã de domingo, 11 de novembro, como primeiro passo para a articulação e coordenação dos sindicatos da CNT em torno dos acordos do X Congresso (Córdoba, dezembro 2010).

Da mesma forma, desde o Comitê Confederal agradeceu a presença e a participação de todo/ as o/as militantes que trabalharam na organização dos atos, especialmente a Federação Comarcal Sul de Villaverde pela organização do encontro nas suas instalações. Finalmente, enviou-se uma saudação de solidariedade e se dedicou estas jornadas ao pessoal da S. Sindical da CNT em ABB, em greve por tempo indeterminado desde 30 de novembro em defesa dos seus postos de trabalho.

Gonzalo Palomo apresentou os projetos inscritos nas Jornadas. O trabalho associado e a produção esteve representado pela S. Coop. Vulcano de Cáceres, S. Coop. Yérel e o jornal Diagonal de Madri e a Coop. Audiovisual de Hervás e Barcelona. O campo e as redes de produção-distribuição-consumo também estiveram presente com os/as companheiro/as da Federação de Coletividades Rurais, La Verde (Cádiz), BAH!-Valladolid, a Federação de Projetos Autogestionados (Madri), o Coletivo Café Liberdade (Hamburgo-Alemanha), Grupo de Consumo Autogestionado de Jaén (GCAJ). A Rede de Apoio Mútuo de Asturias (RAMAS), a Cooperativa Integral Catalã, Terra Viva (Porto-Portugal), Can Masdeu (Barcelona) e a Coletividade de Manzanares (Soria) constituíram a área das coletividades, de okupação rural e cooperativismo integral.

Finalmente, o companheiro Qoliya da CNT-Valladolid apresentou brevemente aos presentes o processo que a organização iniciou em dezembro passado no seu X Congresso (Córdoba), no âmbito do coletivismo e autogestão, atualizando, ampliando e reforçando os seus acordos sobre economia alternativa. Também deu uma visão geral das infra-estruturais e das redes que a CNT tem hoje em mãos para melhorar, não apenas as necessidades mais prementes da filiação, mas para usar também essas possibilidades como motor de mudança, criando projetos, acumulando experiências, investigando para criar alternativas econômicas para uma sociedade sem classes nem Estado, o comunismo libertário.

A presença internacional destacou e redimensionou a difusão e as expectativas destas I Jornadas de Economia Alternativa, contando nestes dias com a companhia e a participação ativa de companheiro/as da AIT; FAU (Berlim-Alemanha) e da Seção Portuguesa (Porto).

Posteriormente, José Luis Carretero, do Instituto de Ciências Econômicas e da Autogestão (ICEA), em sua palestra, apresentou a questão da crise em um contexto no qual a primeira frente de luta devia ser a luta contra os cortes devido a um declínio da organização obreira. “O capitalismo direciona ao econômico uma relação de poder mediante a extração de mais valia à classe trabalhadora”. Apontou também para a perda de modos de sociabilidade em geral e em particular em todo o espectro político das esquerdas, como outra das causas desta preponderância das direitas ao nível político e econômico, sugerindo que num futuro próximo se apresentará uma clara dicotomia da sociedade perante dois paradigmas em conflito: cooperação versus comando. Seguiu-se um interessante debate com intervenções que chamaram a atenção para o decrescimento, o fim do petróleo, a capacidade do capitalismo para a mutação ou sobre a crise ecológica que agrava as conseqüências do impacto do colapso financeiro de 2007 a um nível superior ao do Crack de 1929.

O primeiro dia terminou com uma performance pelas “máquinas” de Carlos e Elia, Rustuf Vegan Electric. De acordo com a filosofia vegan do grupo de música eletrônica serviu-se um lanche sem sofrimento animal, assim como o almoço e o jantar no sábado.

Na manhã de sábado começou-se com a apresentação dos coletivos inscritos antes de dar lugar às primeiras três mesas redondas em que participaram também os outros participantes: 1. Produção; 2. Consumo, habitação, finanças e moeda social; 3. Projetos de produção-distribuição-consumo: coletividades e cooperativas integradas. Destaque para as iniciativas do tipo integradas (6 de um total de 19) embora estivessem representadas em todos os setores de produção, com uma grande variedade de atividades: agricultura, metalurgia, distribuição de alimentos, informação e audiovisuais, educação social…

Após a apresentação de trabalhos e apresentações de todos os projetos deu-se lugar à 1ª Sessão dos Grupos de Trabalho e Debate. Cerca de trinta a quarenta pessoas estiveram envolvidas nas Mesas das áreas 1 e 3 e cerca de vinte na área 2. Após o almoço, também organizado no local, prosseguiu a 2ª Sessão. Os debates foram ricos na abordagem de análises autocríticas das experiências dos próprios participantes, as expectativas tiveram um lugar importante em todas as mesas, com resultados muito positivos, a satisfação e a viabilidade política e econômica de todos os projetos; do mesmo modo, a necessidade de reforçar as redes existentes foi uma constante, durante todas as sessões. Desmonetarização, moeda social, coletividade, agroecologia, autogestão e apoio mútuo foram palavras apoiadas por fatos, que tiveram um papel especial como eixos fundamentais para todo/as o/as presentes.

O exercício de reflexão coletiva e troca de pontos de vista e opiniões, resultou na resolução de conclusões a partir do consenso, destacando a afinidade coletiva nos aspectos mais importantes da definição e prática, da auto-gestão nos espaços políticos, coletivos e econômicos.

No plenário da tarde, a maioria dos porta-vozes coincidiram ao destaque a boa acolhida deste tipo de eventos como meio de troca de conhecimentos e ampliação de contatos. Além disso, nas conclusões enfatizou-se a necessidade de aumentar os laços entre os projetos autogeridos da economia alternativa, criando redes e fortalecendo as já existentes.

A cafeteria atendendo aos pedidos dos participantes,a tertúlia em todos os cantos, a troca e a aquisição de material na Feira de Projetos e Idéias, até que começou o espetáculo a cargo de Poupées Electriques, que conseguiram envolver o público na área de sons industriais e eletrônicos, ao piano, ventos e reproduções de interlúdios musicais criados pelas vanguarda musicais do início do século passado na Europa, imagens do movimento operário e do período revolucionário da CNT projetadas neste espetáculo concebido para o Centenário da Confederação.

No domingo estava programado uma palestra sobre bases da economia alternativa de acordo com o X Congresso da CNT (Córdoba, 2010), por José Angel de Valladolid, que contou com a presença de uma vintena de pessoas, enquanto dois pisos mais acima se celebrava a Conferência Confederal de Sindicatos e Filiados da CNT.

Havia representantes de quase todas as Regionais, especialmente Aragon-Rioja, Centro e Extremadura, com um total de 15 sindicatos e meia centena de anarcosindicalistas. A reunião começou com a saudação do/as companheiro/as presentes da AIT, FAU e da Seção Portuguesa. Houve discussão em torno de dois eixos principais: contatos da CNT com outras iniciativas e criação de uma rede de economia alternativa para relacionar com os vários projetos já criados no seio da Confederação por filiado/as a esta.

Apontaram-se diversas propostas, algumas já implementadas pelos sindicatos a nível local ou territorial e discutidos em profundidade os trabalhos apresentados pelos sindicatos, bem como a forma de estruturar uma rede especifica da Confederação, integrando projetos que coincidem nas questões mais básicas e importantes com os nossos princípios e táticas. O debate estava servido, o X Congresso Confederal da CNT adotou acordos sobre Economia Coletivista e Projetos Autogestionados, que sintetizando, virão definir o tom, direção e orientação dos sindicatos e da filiação no desenvolvimento e promoção de fórmulas coletivistas autogeridas que materializem uma sólida alternativa ofensiva ao capitalismo, o mercado de trabalho e o consumo. Agora é o momento para enfrentar este desafio coletivo e a Confederação tem que estar, como de costume, no momento e no lugar que lhe corresponde, criando um novo modelo social baseado e fundamentado na filosofia e prática libertária, combatendo o capitalismo a partir das suas entranhas; isto é, a partir dos centros de produção e construindo paralelamente espaços e modelos sociais que nos possibilitem quebrar a dependência ao capitalismo e às suas instituições sócio-políticas.

Toda a documentação, tanto as conferências e comunicações dos projetos, como as conclusões das mesas, irão ser editados como Memória destas I Jornadas de Economia Alternativa e dado o sucesso já se fala das do próximo ano.

Secretaria Ação Social, SP do Comitê Confederal

Grupo de Trabalho Economia Alternativa

Comissão de Imprensa e Audiovisuais

Projetos participantes

Produção

• La Verde (Cádiz). Cooperativa agroecológica.

• Vulcano S. Coop. (Cáceres). Estufas artesanais.

• Café Liberdade (Alemanha). Comércio solidário.

• Diagonal (Madrid, Santander). Jornal de atualidade crítica.

• Coop. Audiovisuais. Em criação por companheiros de Hervás (Cáceres) e Catalunha.

• Terra Viva (Portugal). Animação e educação juvenil.

• Yerel (Madri). Educação social.

• Federação de Projetos Autogestionados (Madri).

Produção-distribuição-consumo

• Rede de Apoio Mutuo das Asturias (RAMAS).

• Federação de Coletividades Rurais (Escanda, Astúrias).

• Can Masdeu (Barcelona).

• Debaixo do Asfalto está a Horta (BAH! Valladolid).

• Cooperativa Integral (Catalunha).

• Coletividade de Manzanares (Soria).

Consumo, habitação, finanças e moeda social

• Grupo de consumo autogestionado (Jaén).

• GAC de CNT (Cáceres).

• MediaHackLab Mangurria CNT (Cáceres).

• Goteo.org, crowdfunding (financiado por multitudes).

Sindicatos da CNT participantes:

Teruel, Logroño, Salamanca, Ciudad Real, Valladolid, Villaverde-Madrid, Gráficas, Espetáculos e Comunicação-Madri, Cáceres, Cáceres-Norte, Badajoz, Jaén, Córdoba, Transportes-Madri, Santander, Ofícios Vários Madri e Palma de Mallorca.

Tradução > Liberdade à Solta

agência de notícias anarquistas-ana

Flores no jardim.

Uma abelha pousa aqui

e depois se vai.

Sérgio Francisco Pichorim

Novos grupos anarquistas na Grã-Bretanha

Wednesday, December 28th, 2011

[Novos grupos radicais - North East Anarchists (Anarquistas do Nordeste), Three Counties Anti-fascist Alliance (Aliança Anti-fascista de Three Counties), London Anarchist Black Cross (Cruz Negra Anarquista de Londres), Bedford Bypass (Atalho de Bedford) e Wharf Chambers Social Centre (Centro Social Wharf Chambers).]

Talvez seja um indicativo da saúde geral do movimento anarquista quando novos grupos autônomos começam a emergir e se tornam ativos em sua área. Nós sempre ficamos felizes de ver novas iniciativas se desenvolvendo e ainda mais felizes de promovê-las no jornal. Se você está envolvido em uma organização, iniciativa ou evento anarquista, entre em contato e nos comunique sobre suas propostas.

Os Anarquistas do Nordeste são um grupo de anarquistas classistas se organizando com a modesta intenção de colocar o mundo de cabeça pra baixo. Como eles dizem: Tudo está errado e nós queremos arrumar este todo! Se juntaram no início deste ano em uma tentativa de criar uma presença anarquista no nordeste da Inglaterra e desde então o grupo tem se encontrado regularmente, tomando parte em atividades políticas na região, incluindo o carnaval de Sunderland contra os cortes (contra as medidas de austeridade), a Festa dos Mineiros de Durham, e a gestão de um serviço de memória para aqueles que perderam suas vidas combatendo o fascismo na Espanha. Eles encorajam todos os anarquistas do nordeste para entrar em contato através do site: http://neanarchists.com.

Atalho de Bedford é uma nova grande proeza de agitação online. Começou como uma tentativa de controlar as faturas dos seus representantes locais eleitos, e agora está atacando enquanto um blog que desfralda muitas características da tradição anarquista; a crença no apoio mútuo e que, compartilhando informação e apoiando um ao outro podemos ser impactantes fazendo a diferença. O grupo até agora levantou algumas questões no jornal local e mira para o crescimento da sua presença na região. Qualquer pessoa na área de Bedford/Cambridge que quer se tornar ativo e agitar sua raiva, dê um grito pra eles. Website: http://bedfordbypass.wordpress.com.

A Aliança Anti-fascista de Three Counties é uma nova iniciativa nos arredores de Gloucestershire, Herefordshire e Worcestershire. Eles existem para confrontar a atividade e organização fascista aonde quer que ocorra na região, utilizando uma ampla diversidade tática, incluindo o recolhimento de informações e panfletagem através de piquetes e ação direta, o que quer que seja mais apropriado para se opor ao fascismo a qualquer hora. Ao contrário de outros grupos “anti-fascistas”, eles são não-hierárquicos e acreditam em uma organização popular, e não trabalha nem trabalhará com qualquer grupo filiado ao Estado. Não estão de nenhuma forma associados com Searchlight/Hope not Hate (Esperança, não Ódio) ou Unite Against Fascism (Unidos Contra o Fascismo). Se você tem algo a dizer, contate-os através do e-mail: [email protected] ou visite o site: http://3cafa.wordpress.com/about/.

Com manifestantes recebendo penas de prisão desproporcionais massivamente, o Estado mirando em atividades anti-fascistas de rua e aprisionamentos em massa de ativistas contra as medidas de austeridade e ativistas ambientalistas, o suporte aos prisioneiros está mais uma vez se tornando uma atividade essencial e uma necessidade política. O que faz da nova Cruz Negra de Londres ainda mais vital. Já ocorreu um evento beneficente com a lenda do folk David Rovics para angariar dinheiro para o grupo começar a dar suporte aos presos com maior profundidade e continuidade. Para se envolver, contate-os neste e-mail: [email protected]. Website: https://network23.org/londonabc/.

Das ruínas do muito amado Common Place (Lugar Comum) centro social radical, que deixa muitas saudades na cidade de Leeds, nasce Wharf Chambers para revigorar a cena social radical da cidade. Ocupando o mesmo prédio que o Common Place ocupava, o novo projeto opera como uma cooperativa de trabalhadores sem fins lucrativos. Todos os eventos licenciados serão administrados pelos membros do clube (o custo para se tornar membro é de apenas £1) e os membros terão o controle democrático do grêmio, podendo participar em uma gama de decisões que vão desde quais tipos de eventos gostariam de fazer acontecer, até que cervejas que gostariam de estocar no bar. Se alguém quiser se envolver, entre em contato: [email protected].

Wharf Chambers

23 Wharf Street

Leeds LS2 7EQ

Website: http://www.wharfchambers.org/

Fonte: jornal Freedom, Outubro de 2011

Tradução > Malobeo

agência de notícias anarquistas-ana

o vento frio

leva a andorinha

ao ninho novo

Rose Ruas"

(http://anarcopunk.org/noticias/category/anarquistas/)