0

Luiz Filho de Oliveira

Se Manuel hasteou a bandeira depois que Frederico já tinha afundado os navios negreiros; então, não posso deixar de seguir atrás deles: minha pelota (que não tem nada a ver com essa bola murcha que nossos compatriotas jogam) atravessa, dum rio (pequeno!), essa água turva de preconceito, que ainda, vivíssimo, vive entre nós, brasileiros.

Por isso, não pude resistir, ao assistir à entrevista que Chico Buarque deu a um canal de TV, e escrevi uns versos contra uma parte podre do Rio de Janeiro, a qual se acha acima de qualquer sujeito, ainda mais ele sendo um negro. Já faz um tempo isso, mas não vamos esquecer; vamos, de novo, ressuscitar as palavras de Peter Tosh: We don’t want no peace, we need equal rigths and justice!

Fala, poema!

 

Ex-Klu-Klux-Klu-Ídos

Isto quase ninguém viu, ouviu;

dito, entre vistas ou vidas, por Chico,

depois de 120 anos do “fim” do conflito,

que Carlinhos e sua Filha com o Filho

foram considerados, sem ambiguidades,

pelos podres de rico do condomínio chic

(com tanta grana quanto!), non grata persona!

E eles só vinham da Bahia, tipo férias,

e o Rio dessa gente burra e perversa

desaguou rios de preconceito-fera,

cópia mascarada dum país mais velho

nesse mau exemplo de quem pensa

ser tope de linha, mora?

Repito (perito!):

Foi no domínio de feras;

condomínio, férias, vindos da Bahia

os três, sem Rio de Janeiro.

Foi no Rio de Janeiro,

vindos (férias!) os três da Bahia;

condomínio de feras – sem domínio?