CADÊ O CENTRO?

Miguel Carqueija

 

 

            Quando eu era novo — vamos dizer, na década de 70 — não se falava só em esquerda e direita, mas também no centro. Este seria o ponto de equilíbrio, onde estariam as pessoas mais “centradas” — vejam o adjetivo — ou seja as mais sensatas ou refletidas.

            Curiosamente não se fala mais nisso há tempos — perceberam? Há quanto tempo vocês não ouvem falar, ou sequer se lembram?

            Hoje todo mundo é rotulado em direita ou esquerda. Eu não gosto desses rótulos mesmo quando incluem o centro, pois na minha opinião o ser humano é em si mais rico em suas nuances (e isso inclui posições políticas, filosóficas, morais e religiosas) que simples posições geométricas. Mesmo porém que a gente siga esses rótulos, por que só manter o extremos?

            O que houve afinal com o centro? Que fim levaram os centristas?

 

 

Rio de Janeiro, 5 de abril de 2016.