[Flávio Bittencourt]

Boletim Quinzenal da Associação RECORTE, Ano I, nº 12

Associação de estudos de Comunicação e Semiótica, cidade Formosa/GO - Primeira quinzena de setembro de 2013

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"A certeza implícita de que o conhecimento é redenção coletiva nos inspira a busca de hipóteses que possam ser representações verdadeiras. O saber envolve todos os seres humanos."

(Eduardo de Castro Neiva Jr.)

 

 

 

 

 

 

 

O Racionalismo Critico de Popper



Autor: Eduardo Neiva

Editora: Francisco Alves

Estante: Filosofia

Ano: 1999

Encardenação: Brochura

Data de cadastro: 22/07/2013 17:37

Idioma: Portugues

ISBN: Não informado

Páginas: 272 (...)

 

 

(http://www.livronauta.com.br/livro-Eduardo_Neiva-O_Racionalismo_Critico_de_Popper-Francisco_Alves-Villela_Livros-Santo_Andre-22088729)

 

 

 

KARL POPPER:

http://img827.imageshack.us/img827/3650/popperh.jpg

 

 

 

 

 

Karl Popper

28 July 1902 – 17 September 1994

 

(http://tresnormale.com/t-shirts/philosophers/karl-popper/)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Título: COMUNICAçãO NA ERA PóS-MODERNA

 
Autores: Eduardo Neiva & Monica Rector 
ISBN-10: 853261907X 
ISBN-13: 9788532619075 
Categoria: Comunicação 
Editora: Vozes 
Edição: 2 
Idioma: Português 
Ano de publicação: 1995 
Número de páginas: 387 
 
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O livro colige uma série de estudos sobre o fenômeno da comunicação na era pós-moderna. Trata de temas controversos como: O que é comunicação? e pós-modernidade? Partes do livro: I. Cultura, comunicação e significação; II. Aspectos históricos e evolutivos da comunicação; III. Ética e didática da comunicação; IV. Modelos comunicacionais; V. Comunicação na América Latina. Ótimo instrumento de trabalho, para professores e comunicadores, para estudo individual e em grupo!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

MONICA RECTOR

 

 

Monica Rector é professora aposentada da Universidade Federal Fluminense e da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente leciona Estudos Luso-brasileiros na University of North Carolina, em Chapel Hill, EUA. Tem publicado, nacional e internacionalmente, nas áreas de Linguística, Semiótica, Comunicação não-verbal e atualmente Literatura Portuguesa. Entre seus livros destacam-se:

 

Dictionary of Literary Biography. Portuguese Writers (com Fred Clark). Farmington Hills, MI: The Gale Group, 2004.

Gestures: Meaning and Use (com Isabella Poggi e Nadine Trigo). Porto: Edições Fernando Pessoa, 2003.

Gestos: uso e significado (com Isabella Poggi e Nadine Trigo). Porto: Edições Fernando Pessoa, 2003. 113 pp.

Working Portuguese (com Regina Santos e Marco Silva). Chapel Hill: North Carolina Global Center, 2003. 211 pp.

Comunicação do corpo (com Aluízio R. Trinta). São Paulo: Ática, 1990, 4a ed. 2003, 88 pp.

“Los gestos: sentidos y prácticas. DeSignis 3. Barcelona: Gedisa, 2002. Editor.

Comunicação e modernidade: um estudo discursivo (com Joaquim Nepomuceno e Eduardo Neiva). Belém: Universidade Federal do Pará/CLA/ML, 2000, 191 pp.

Mulher, sujeito e objecto da literatura portuguesaPorto: Edições Fernando Pessoa, 1999, 387 pp.

Comunicação na era pós-moderna (com Eduardo Neiva). Petrópolis: Vozes, 1997, 387 pp.; 2a. ed. 1998.

A fala dos jovensPetrópolis: Vozes, 1994, 222 pp.

Comunicação não-verbal, a gestualidade brasileira (com Aluízio Trinta). Petrópolis: Vozes, 1985, 183 pp.

 

(http://www.vidaslusofonas.pt/monica_rector.htm

 

 

 

 

 

 

12.9.2013 -    F.

 


BOLETIM DA ASSOCIAÇÃO RECORTE / CIDADE DE FORMOSA / GOIÁS / BRASIL, ANO I, Nº 12 - PERIODICIDADE: QUINZENAL - 1ª quinzena de SETEMBRO de 2013, 12.9.2013 - Editor responsável: Cláudio Ramalho / e-mail: [email protected], endereço: R. 1, Cs. 952, Pq. Laranjeiras, 73.805-610 - Formosa-GO, Brasil - Editor da RECORTE (Revista anual de Teoria da Literatura, Comunicação e Semiótica): Rogel Samuel - Redator: Cláudio Ramalho - Revisor e copidesque: Flávio Bittencourt - Orientador editorial (in memoriam): Reynaldo Jardim - Diretor Honorário da Associação Recorte de Comunicação, Media e Semiótica: Umberto Eco. 

Sócios-correspondentes da Associação Recorte:

Varsóvia (Polônia): Jerzy Pelc

Helsínque (Finlândia): Eero Tarasti

Paris (França): Rafael Mário Hime

Perpignan (França) [in memoriam]: Gérard Deledalle

Lafayette, Indiana (EUA): Floyd Merrell

Brasília/início Asa N: Cleber José Coimbra
 
Brasília/meio Asa N: Adrino Aragão

Brasília/ponta Asa N: Herondes Cezar

Brasília/início Asa S: Athos Cardoso

Brasília/ponta Asa S: Sandro Machado

Brasília (in memoriam): Profª. Regina (SQN 216 [Dona Helena, pseudônimo literário])

Brasília/Condomínios do Lago (SHDB): Sílvio Rocha

Sobradinho/DF: Geraldo Lima

Teresina: Dílson Lages Monteiro

Fortaleza: Jorge Tufic

Recife: Eduardo Henrique Accioly Campos

Manaus: Jair Jaqmont Cantanhede

Boa Vista:  Maurício Zouein

Campos dos Goytacases: Frederico Schwerin Secco

Rio de Janeiro/Copacabana: Frank Fragoso Willye

Rio de Janeiro/Urca: Rogel Samuel

Rio de Janeiro/Vila Isabel: Luiz Cesar Saraiva Feijó

Rio de Janeiro/Tijuca: Miguel Carqueija 

São Paulo: Norval Baitello Júnior
 
Agradecimento: Este Boletim não poderia ter sido produzido sem o apoio logístico de Mais Diesel Ltda., uma empresa de venda de autopeças e acessórios para veículos automotivos (Rodovia BR-020, Formosa, estado de Goiás, Brasil). C. Ramalho
 
 
 
 
REVISTA RECORTE / EDIÇÃO ELETRÔNICA - 2014
O SEU ARTIGO DEVE SER MANDADO, POR FAVOR,
AOS CUIDADOS DE CLÁUDIO RAMALHO, PARA:
(até 28.2.2014; os nomes dos integrantes
do CONSELHO EDITORIAL da RECORTE / 2014 serão
informados em JAN / 2014 [membros com nomes confirmados:
Luiz Veríssimo, PhD, Flávio Bittencourt, MSc; Athos Cardoso, MSc,
Frank Willye, Bel. em Design; Karol Mello, MSc], editor: Rogel Samuel, PhD,
secretário: Cláudio Ramalho, editor honorário: Gillo Dorfles; Diretor Honorário
da Assoc. RECORTE de Comunic. e Semiótica: Umberto Eco; Diretor Perpétuo:
Décio Pignatari [1927 -2012])
 
 
 
 
 

  

 
 
 
 
Centennial Congress
Posted on June 30, 2013 by priborges
Peirce 2014
2nd Call for Papers, Short Contributions and Posters
The Charles S. Peirce 2014 International Centennial Congress
The Charles S. Peirce Society and the Peirce Foundation invite the submission of new papers, short contributions, and posters for the Charles S. Peirce International Centennial Congress, to be held at the University of Massachusetts Lowell (July 16-19, 2014).
The theme of the Congress is Invigorating Philosophy for the 21st Century. The aim of this conference is to advance scholarship on all aspects of Peirce’s philosophy and biography, and on the influence and contemporary relevance of his thought. Interdisciplinary submissions, and contributions from researchers in disciplines other than philosophy, are welcome.
Confirmed plenary speakers include: Douglas Anderson, Vincent Colapietro, Susan Haack, Christopher Hookway, Nathan Houser, Ivo Ibri, Cheryl Misak, Nicholas Rescher, Claudine Tiercelin, and Fernando Zalamea.
Deadline for paper, short contribution, and poster submissions: September 1, 2013.
Complete submission guidelines: http://peirce-foundation.org/2014cfp.html
 
 
 
"Ivo Assad Ibri
1. Perspectivas teóricas
Concentra-se no estudo da Semiótica e do Pragmatismo de Charles S. Peirce como bases teóricas para a epistemologia da comunicação, a saber, entendendo-se o fenômeno da comunicação como um intercâmbio de signos cuja significação manifesta-se na conduta humana. A conduta ou o modo como se dispõe a agir é expressão existencial do pensamento e esta relação pragmática entre os mundos externo e interno é fundamentalmente semiótico-comunicativa.
1.1. Autores
Trabalho basicamente centrado na obra de Peirce, seus comentaristas, e suas raízes na história do pensamento ocidental, a exemplo do idealismo e romantismo alemães.
2. Temáticas
Epistemologia da comunicação;
Heurística em geral: fundamentos comunicativos da criação e invenção;
3. Objetos de estudo
 As Ciências como sistemas comunicativos – o intercâmbio de signos entre objeto e pensamento. O fenômeno da descoberta como inteligir comunicativo. 
 As Artes como sistemas comunicativos – o intercâmbio de signos no universo do possível. O fenômeno da invenção visto pela sua ontologia. É a arte semioticamente cognitiva?",http://www4.pucsp.br/cos/docentes/ivo_assad.html]
 
 
 
 

Francisco Miguel de Moura [AUTOR DA RESENHA QUE SE SEGUE]


 

 Eduardo Neiva [AUTOR DO LIVRO RESENHADO] - Introdução a Popper

 

Finalmente, temos em mão o livro que fazia falta: O Racionalismo Crítico de Popper, de Eduardo Neiva Júnior, Editora Francisco Alves, Rio, 1999. Seu autor é piauiense e leciona na Universidade de Alabama at Birmingham, nos Estados Unidos, onde também dirige o Centro para Pesquisa em Comunicação. E pasmem os que não foram vê-lo e ouvi-lo, na Academia Piauiense de Letras, no dia 5 de setembro do corrente ano, onde ministrou uma magna aula de filosofia sobre assuntos ligados à comunicação, baseando-se especialmente no filósofo K. Popper, seu autor preferido: – Simples, claro, ameno, agradável é o seu discurso falado, tal como o escrito, no livro.

Longe de mim a pretensão de querer resumir o pensamento de Eduardo Neiva, ao interpretar Karl Popper. Muito menos a teoria desse filósofo, um dos mais importantes e profundos do século, senão o mais. E não só isto: que, certamente, será o filósofo do próximo século XXI, como Marx o foi deste século. O popperismo é uma cosmologia onde cabem tanto a "propensidade" – uma nova interpretação objetiva da probabilidade – quanto o estudo sobre a liberdade e a sociedade aberta. "Popper entende que as questões de teoria do conhecimento carregam consigo os problemas centrais de tudo que nos cerca. A teoria do conhecimento não é apenas parte da filosofia. Posições tomadas face à questão do conhecimento repercutem por toda parte, atingindo horizontes cada vez mais amplos, tais como a ética e a política. A obra de Popper reflete esses pressupostos, já que se origina no exame do método das ciências empíricas, mas acaba por oferecer teses influentes a propósito da vida social, da consciência dos indivíduos, de seus corpos e do cosmos ao redor." (p.83).

Pensava eu que, dentre os piauienses, apenas o Prof. Raimundo Nonato Monteiro de Santa era popperiano – este mestre da filosofia da ciência e divulgador do método de Popper, conhecido de todos nós. Eis que nos surge esse sábio moço, Prof. Eduardo Neiva, para nossa alegria e, melhor dizendo, para nosso proveito.

O leitor de Eduardo Neiva logo vê, no primeiro capítulo do livro, uma clara introdução ao pensamento de Popper, desde a condenação do método indutivo ("a indução inexiste e não pode servir como critério demarcador do conhecimento", p.15) à confirmação da dedução como excelência para a filosofia da ciência ("o conhecimento científico é hipotético e dedutivo; o cientista introduz uma hipótese que é, então, testada empiricamente", p. 15).

E daí segue Eduardo Neiva descrevendo, historiando, interpretando o filósofo: "Já há meio século Popper percebera afinidades entre o fascismo e as revoluções comunistas" (p. 18). Não é que Popper condene in limine a tradição, tudo o que passou, sem consideração e detido exame. Mesmo porque, procedendo dessa forma, condenaria sua própria teoria da inexistência de verdades a priori. Assim, algumas vezes mostra-se admirador de contribuições localizadas de Sócrates, Hume, Kant, Marx e de seu contemporâneos Alfred Tarski e Charles Sanders Peirce. Mas em Marx, por exemplo, critica a inevitabilidade histórica e a defesa da ação condutora do Estado, as quais em última análise conduzem à desqualificação da democracia.

Portanto, o livro de Eduardo Neiva não se limita a uma descrição do popperismo, muito menos constrói uma paráfrase da teoria. A finalidade de divulgar o mestre, como muito se tem visto por aí, é claro que existe. Mas extrapola essa primeira intenção e, com um jovem filósofo, Eduardo Neiva acrescenta sua crítica, levemente, em alguns pontos, como esta, só para dar um exemplo: "Popper julga Aristóteles como sendo subserviente a Platão, o que me parece um exagero" (p. 63), provando que recebeu bem a lição do mestre, quando repete com ele que "nesse mundo, deve-se refutar mais do que aceitar" (p.58), tal como as afirmações de que "qualquer suposição pode em princípio ser criticada. E o fato de todos poderem criticar constitui a objetividade científica." (p. 88).

Entrementes, é a partir do capítulo 2, quando discorre sobre "linguagem e verdade", que encontraremos o escritor e filósofo piauiense/norteamericano mais solto, comentando, interpretando e criticando os antepassados que trataram do mesmo problema, especialmente Sócrates, Platão e Aristóteles, num "chou" de conhecimento e percuciência. Essa performance de Eduardo Neiva prossegue nos capítulos seguintes, sobre "conhecimento" e "sociedade, indivíduo e universo", onde critica severamente o psicologismo e a psicanálise, portanto o velho Freud, e mostra a parte teórica de Popper aplicável ao social.

Em sua palestra, na APL, numa espécie de "boutade" conta que leu a seguinte inscrição, num banheiro público: "Marx morreu, Freud morreu! Estou-me sentindo mal."

Realmente, após da imensidade dos conhecimentos que Popper nos indica e nos sugere, criticando o passado filosófico da humanidade, vemo-nos diante de um mundo novo e diferente, apontado para a sociedade aberta, a liberdade e a democracia, diferente daquele em que as ideologias fizeram tantos estragos. É bom que a verdade que ele já pôde nos mostrar, livre de determinismos, positivismos e outras ficções, seja o caminho para a sociedade futura, racional e crítica, sem utopia. Essa sociedade aberta ao indivíduo, à crítica e à participação democrática, com todos os seus percalços, perigos e enganos, e que se renova numa velocidade impressionante e nos deixa tontos, embora nos faça sentir mal por algum tempo, por falta de referentes, é melhor do que a sociedade do passado, cheia de ódios, guerras e destruições coletivas, inúteis. E avaliam os otimistas que o mundo de hoje está produzindo melhores condições de vida para os chamados "excluídos" que todas as utopias e dogmatismos juntos, religiosos ou não.

O livro de Eduardo Neiva termina com um capítulo sobre a vida de Karl Popper e um glossário filosófico precioso, indispensável.

Mais não tenho condições intelectuais para dizer nem espaço para usar. Portanto, é ler e comprovar. O livro é imperdível Pois, como diz Eduardo Neiva: "A certeza implícita de que o conhecimento é redenção coletiva nos inspira a busca de hipóteses que possam ser representações verdadeiras. O saber envolve todos os seres humanos."

"Meio Norte", 29-9-2000

 

http://www.jornaldepoesia.jor.br/@fma21.html