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[Flávio Bittencourt]

Blindagem das palavras?

Daniel Bushatsky, do Digestivo Cultural, produziu esse salutar e descomplicante texto.

 

 

 

 

 

 

 

(http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2011/07/04/armaduras-celada-1430-390017.asp)

 

 

 

 

"D. Palmira não está  fazendo tricô.

D. Palmira não está fazendo croché.

D. Palmira faz, agora, frivolité.

Mas o que é isso?

Veja, no Caldas Aulete, se tiver paciência para

olhar ali: tem na certa, explica até o que é punja,

que você também não sabe o que é."

(C R...)

 

 

 

 

 

(http://www.cimarronartgallery.com/Antelope.html)

 


 

 

 

 

HAICAI DO DIA

[em memória de Francisco Júlio de Caldas Aulete (Lisboa1826 — Lisboa, 23 de Maio de 1878),

que talvez soubesse o que era 'punja' (pode a palavra ter entrado em seu dicionário depois de seu falecimento, já que a menção ao livro que menciona essa gazela é do séc. XX); necessária é, por conseguinte, a conferência na primeira edição dessa alentada obra de referência, o que não foi aqui, por enquanto, realizada]:

 

Tempo outonal.

Chamo gazela de punja:

ninguém m'entende!

 

(Flávio Bittencourt,

hoje;

MATÉRIA NOSSA SOBRE A PUNJA (GAZELA ANGOLANA),

SEGUIDA DE COMENTÁRIO PERTINENTE, DE ====

DE M. CARQUEIRA:     ===)

 

 

 

 

 

 

                                         EM MEMÓRIA DA QUERIDA DINDINHA PALMIRA (PRIMA EM 2° GRAU),

                                         Dª. PALMIRA FERREIRA UCHÔA, CUJO PAI FALECERA EM

                                         HORRÍVEL NAUFRÁGIO NO RIO AMAZONAS

                                         (QUANDO ELA ERA MENINA) E QUE APRENDEU A FAZER

                                         BELÍSSIMOS CENTROS DE MESA, DE FRIVOLITÉ (tatting),

                                         EM MANAUS, NO INÍCIO DO SÉCULO XX

 

 

29.1.2013 - Estamos no século XXI - "Blindagem das palavras?", por Daniel Bushatsky.  F. A. L. B

 

 

"COLUNAS

Segunda-feira, 7/1/2013
Blindagem das palavras?
Daniel Bushatsky 



A forma mais interessante de se homenagear alguém morto, certamente é lembrar de seus grandes feitos e, se possível, implementá-los na realidade.

Todos os grandes meios de comunicação prestaram suas homenagens ao repórter econômico Joelmir Beting, relembrando sua trajetória, o início no jornalismo esportivo, a transição para a economia, e sua melhor característica profissional: traduzir o economês.

Mas e sobre a parte de implementar os grandes feitos? Se não vejo os grandes meios de comunicação tentando traduzir a linguagem dos negócios a todos, lembrando que não é só a economia que precisa ser entendida, surgem algumas iniciativas para deixar o conteúdo mais próximo da população.

Destaco três que me chamaram a atenção, seja pela possibilidade de escrever compreensível, seja pela nova forma de ensinar, seja pela linha de negócio.

O primeiro é a série de livros sobre temas diversos, sempre com um mesmo sub-título "Para Leigos", tradução mais educada, dos livros da origem desta franquia de mídia, que no título em inglês traz o famigerado "For Dummies". A série, que começou em 1991, em resposta à pouca literatura sobre o "sistema informático DOS", hoje já vendeu milhões de exemplares, nos mais diversos países, o que prova que, não obstante a internet, muitos não possuem informação técnica e precisa de forma acessível, mas anseiam por aprender algo novo. O próprio título, divertido, faz com que vistamos o manto da humildade e possamos, sem vergonha, confessar que temos interesses por assuntos dos quais não temos facilidade em compreender.

Falando em facilidade de compreender, não posso deixar de citar Salman Khan, o professor admirado por Bill Gates. Khan defende uma escola menos chata, com o professor ensinando as matérias com uma linguagem próxima a dos alunos, mas, ao mesmo tempo - e isto é possível -, assertiva e técnica (mais uma vez esta palavra).

Por último, uma coincidência, se é que ela existe. A propaganda colada à reportagem da revista Veja, de 5 de dezembro de 2012, que fala da morte de Beting, traz a nova experiência da agência de publicidade NBS, que abriu um escritório na favela Santa Marta, no Rio de Janeiro. O objetivo é claro e está bem descrito na propaganda de página inteira, escrita, diga-se de passagem, em linguagem coloquial: "E pra assumir nosso papel nesta transformação: o de ser uma ponte entre as marcas/empresas e as milhares de pessoas que vivem em comunidades pacificadas". Veja-se que a própria agência diz que não é filantropia e sim negócio. Mas que negócio? Certamente o de descomplicar ainda mais a linguagem da propaganda, para que inclusive esta possa alcançar os mais de 630 mil moradores de áreas antes ocupadas pelo tráfico.

Pelo jeito, a palavra de ordem em vários setores da economia, porque não, veja-se os exemplos - editoras, escolas e agências de publicidade -, é descomplicar o complicado, é traduzir o introduzível, é deixar, portanto, acessível, a informação a todos; é, basicamente, wikipedizar o conhecimento.

A concentração de informação, que sempre existirá, para a proteção de segredos industriais ou estratégias de defesas militares, é importante. O que não se pode permitir é que em outros assuntos de interesse geral e que logicamente fazem com que as comunidades se desenvolvam o conhecimento seja restrito a poucos. Blindar conhecimento diminui a chance de nos desenvolvermos, como nação, como país.

Se fazemos isto, escrevendo difícil, com palavras do século XIX, de duas, uma: ou estamos nos protegendo, pois não temos o conhecimento necessário para escrever fácil, ou temos vergonha de expor nossas verdadeiras opiniões (talvez, por não considerá-las tão boas).

Blindagem das palavras?

Chega disto: vamos ser coloquiais e assertivos!

Se a função da forma é a beleza, já homenageando o grande arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, e já implementando seus ensinamentos, a beleza da palavra é ser compreendida!

Para leigos: chega de blindá-las!


Daniel Bushatsky 
São Paulo, 7/1/2013"

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BLOG DO (COMPETENTÍSSIMO JORNALISTA)

RICARDO NOBLAT:

 
"Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa -
04.07.2011 - 12h00m
Obra-Prima do Dia (Semana dos Armeiros)

Armaduras: Celada (1430)

 

O termo armadura nasceu no século XV para designar o conjunto de proteções em ferro ou aço usado nas guerras ou nas justas. Armadura, pois, é termo que define a vestidura militar em geral, especialmente a que constituía proteção direta do corpo.

O homem de armas compreendeu desde que o mundo é mundo que se defender durante o combate era tão importante quanto golpear o inimigo. Desse modo, ao mesmo tempo em que desenvolvia armas ofensivas, também criava armas defensivas, dentre as quais o escudo foi sem dúvida a primeira.

Em seguida, sentiu necessidade de proteger sua parte mais vulnerável, a cabeça, antes mesmo de pensar em proteger o resto do corpo.

Pouco a pouco aos armeiros eram feitos pedidos de armas e armaduras tão poderosas quanto belas. Ao longo destes dias veremos peças curiosas e que demonstram a criatividade e o cuidado na confecção de peças que hoje são guardadas em grandes museus. Conhecer a evolução das armaduras além de um passeio pela História, é também conhecer o homem que a usou.

“Celada” ou “Salade” (capacete) é o nome dado a esse elmo em ferro, de forma arredondada. O nome vem do latim vulgar “caelum”, ou céu, cúpola, que originou a palavra italiana hoje em desuso “celata”, que por sua vez deu lugar ao francês “salade” e ao português “Celada”.

A proteção do celada se alonga para o pescoço. Alguns tinham viseiras, outros apenas uma fenda na parte da frente. Outro tipo deixava o rosto inteiramente livre, com apenas uma proteção para o queixo que podia ser usada ou não, mas que dificultava a respiração e logo caiu em desuso.

O tipo celada foi o mais difundido e o mais comum dos elmos durante todo o século XV, usado tanto pelos cavaleiros quanto pelos soldados da infantaria.

Acervo Musée de l Armée, Hôtel des Invalides, Paris"

(http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2011/07/04/armaduras-celada-1430-390017.asp)

 

 

 

 

 

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LIVRO EM QUE, SEGUNDO O CALDAS AULETE,

É UTILIIZADO O VOCÁBULO LUSO-AFRICANO 'PUNJA'

Punja não é punga


(http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/punja-nao-e-punga,236,8383.html)