Bilac era um conhecido patriota, fazia conferências, incentivava o serviço militar obrigatório, escreveu o Hino à bandeira do Brasil e era o Patrono do Serviço Militar,
o divulgador do Tiro de Guerra, escreveu obras como “Através do Brasil”, sobre o Brasil.
Mas principalmente era um poeta forte, circulando no cerne do país, latejando nele, no seu lenho, como perfume, e sombra, e sol, e orvalho, e seiva, e voz possante.
Amazônico, fala dos liquens, cipós, fronde, ninhos, frutos.
O poema, apesar de tudo, é erótico, um tanto feminino, "em teu seio se esconde, rebento em luz e em cânticos me espalho!"
Leiamos: "Pátria"
Pátria, latejo em ti, no teu lenho, por onde
Circulo! e sou perfume, e sombra, e sol, e orvalho!
E, em seiva, ao teu clamor a minha voz responde,
E subo do teu cerne ao céu de galho em galho!
Dos teus liquens, dos teus cipós, da tua fronde,
Do ninho que gorjeia em teu doce agasalho,
Do fruto a amadurar que em teu seio se esconde,
De ti, - rebento em luz e em cânticos me espalho!
Vivo, choro em teu pranto; e, em teus dias felizes,
No alto, como uma flor, em ti, pompeio e exulto!
E eu, morto, - sendo tu cheia de cicatrizes,
Tu golpeada e insultada, - eu tremerei sepulto:
E os meus ossos no chão, como as tuas raízes,
Se estorcerão de dor, sofrendo o golpe e o insulto!