Barras do Marataoã se despede do médico e líder político José do Rêgo Lages
Em: 14/12/2006, às 15H04
Sob forte comoção popular, o médico e líder político José do Rego Lages foi sepultado na manhã de ontem, no Cemitério São José, em Barras. Dr. José Lages faleceu na tarde de quarta-feira, em sua residência, aos 86 anos. Líder político em sua terra natal, desde a juventude, foi, principalmente, no exercício da medicina que se notabilizou entre seus conterrâneos, em função de seu senso humanitário e do amor pela gente e pelas causas de Barras.
Formado em Medicina pela Faculdade da Bahia, firmou-se com ânimo definitivo em Barras em 1949. Em época de parcos recursos tecnológicos e de grande escassez de médicos, Dr. José Lages viveu o permanente desafio de superar as limitações técnicas, utilizado-se da medicina preventiva e doando-se diuturnamente ao seu ofício, cuja preocupação exclusiva era o bem-estar do paciente. A qualquer hora se fizesse necessária a presença dele, lá estaria, disposto a amenizar a dor.
Teve participação fundamental na implementação e gestão dos serviços de saúde no município. Através de seus esforços vieram o posto de puericultura, o SESP, o Hospital Leônidas Melo e a Regional de Saúde. A participação dele também foi decisiva em diversas conquistas de caráter educacional e cultural. Foi, a propósito, um dos fundadores do Ginásio Nossa Senhora da Conceição, da Academia de Letras do Vale do Longá, dentre outras instituições.
Na política, a convite do governador Leônidas Melo, candidatou-se em 1950 a prefeitura de Barras, sendo derrotado em pleito, cuja licitude do processo eleitoral deixou dúvidas. Em 1988, candidatou-se novamente ao Palácio Municipal, mas não obteve sucesso. Após o insucesso nas urnas, liderança política de peso em Barras por várias décadas, Dr José do Rego Lages se afastou da política da mesmo modo em que ingressou: com ética e com honestidade. Em discurso em 1995, assim se pronunciou sobre sua abdicação da política partidária: “Cumprimos com o nosso dever de cidadão sem pregarmos a discórdia, sem fomentarmos o ódio e muito menos sem agredirmos moralmente nossos adversários”.