Especial para Entre-textos

O ano está chegando ao fim, esvai-se na ampulheta do tempo. Um novo já surge, altaneiro, no horizonte.
 Este, que dá seus últimos suspiros, reservou-nos, como é de praxe, grandes experiências, algumas provações, momentos agradáveis, lúdicos, deliciosos, saudáveis, e outros, nem tanto: tristes, soturnos, sorumbáticos, melancólicos. Todos, no entanto, ricos e prolíficos em ensinamentos.
 Vivemo-lo como nos foi possível, da melhor maneira que pudemos. Aproveitamos determinadas oportunidades que nos foram dadas e lamentamos por conta daquelas que desperdiçamos.
Quando nos desesperamos, não raro, pedimos ajuda a amigos, mas, quase sempre, era a Deus a quem, de fato, recorríamos, ainda que por meio dos primeiros. E fomos, em incontáveis situações, atendidos e ajudados por Um e pelos outros.
A felicidade bateu em nossa porta e nós a deixamos entrar em muitos casos; noutros, não a reconhecemos e ela se foi, deixando-nos infelizes.
Se nesse ano que nos mostra sua aurora resplandecente pudermos compreender que a luz que nos envolve deve brilhar para todos; que a solidariedade precisa estar sempre na nossa ordem do dia; que o afeto tem que ser compartilhado entre todos os irmãos; que não podemos transigir em relação à paz, certamente, só por isso, ele já será dos mais proveitosos e, provavelmente, dos mais felizes.
 Se a esperança não se constituir na última remanescente dos que buscam a felicidade, se o bem-estar e a tranqüilidade garantirem seu espaço em nossas vidas ao lado da boa saúde, não restará alternativa que não seja a de que viveremos um ano inigualável.
 Diz um brocardo popular que não devemos chorar pelo leite derramado. Parece perfeito, principalmente, se conjugado com o conselho divino que nos exorta a não nos preocuparmos com o dia de amanhã. Portanto, do que aconteceu nos últimos doze meses, se nos parecer interessante e conveniente, talvez somente as boas lembranças possam ser consideradas; as verdadeiras vitórias, aquelas conseguidas sem termos pisado nos derrotados; enfim, apenas aquilo que, de alguma forma, nos haja dado satisfação, conforto, alegria ou nos tenha feito grandes quando dele participamos.
 Não tenho o dom da onisciência nem da clarividência, contudo sou um entusiasmado pela vida e, em razão disso, sinto-me em condições de fazer, não vaticínios, mas de expressar alguns dos meus mais honestos desejos: que todos aqueles que, verdadeiramente, o quiserem tenham um Natal especial e um Ano Novo repleto de boas novas. Trabalho, lazer, alegria, saúde, felicidade, paz e amor, assim espero, sejam contumazes eventos no transcurso de seu dia-a-dia durante muitos e muitos anos.
 Antônio Francisco Sousa