IV

DEDICATÓRIA

É importante que se diga que a narradora em questão,
digladiadora feroz em um mundo de homens em ação,
mundo de guerras inglórias
e indesejáveis vitórias,
possuía ― naquele momento’anormal ―
consciência total
de que, sem a Dedicatória
Com Glória
ao Presidente’Atuante
do Brasil Verdejante,
o seu Neo-Cantar Incessante,
exaltando o destemor e carisma de Mulher Atuante,
em um Mundo de Homens da Força Imperante,
somatório a Dianna de várias mulheres brilhantes,
mulheres que lutam
e labutam
em trabalhos desgastantes,
pois então!,
entendia, a tal narradora em questão,
que, para o desenrolar bem pomposo
de um narrar suntuoso,
uma dedicatória
com glória
ao Governante Popular,
de acordo com as normas da Antiguidade Exemplar,
ao Presidente’Afamado
de seu Brasil Adorado,
o Luís Comandante
da Nação Triunfante,
ela teria de, com orgulho, ofertar.
E foi esta a dedicatória,
com glória!,
da Narradora em Ação
ao Luís Ignácio da Nova Nação,
naquele Anno da Vitória ou Segunda Gestão:

A Vós, óh! Luís! Meu Presidente Presente!
Oferto o meu cantar insistente,
Aqui exaltando o caminhar de uma Brasileira Altaneira,
uma laboriosa guerreira,
a Dianna Valente
Quiromante Influente,
mulher bemmenada,
de vid’agitada,
mulher destemida,
labutante na vida,
âncora segura da família querida,
somatório das outras,
as incansáveis mulheres que passam na Estrada,
do nascer
ao morrer,
sem medo de nada.

A oferta, óh! Luís! é bem validada!
Uma Mulher Importante,
bella e atuante!,
de temperamento vibrante,
é o Porto Seguro de vossa caminhada,
vossa esposa Marisa,
Primeira Dama Glorificada,
Muitíssimo Admirada
per muitos brasileiros da Nação Dilatada,
Primeira Dama Por Certo! Invejada
per as anteriores Consortes da Grandiosa Esplanada,

por ser Dona Marisa per Vós bem amada.

E a tal Narradora
Implexora,
dos Antigos Escribas incansável Leitora,
buscando as Arribas da Canção Precursora,
habitante de um Mundo Por Demais Conflitante,
um Mundo Indomável
e Neo-Guerreante,
da Pós-Modernidad’Envolvente,
do Imigo Intrigante,
da Praga Latente
matando Gigante,
da Aids Inclemente
exterminando o Amante,
do Sexo Premente
com Vírus Inflamante,
Pós-Modernidade Doente
com Bactéria Voante,
Mundinho, o tal, de Narrador’Atuante,
redigo o já dito,
num tom mais bonito,
a tal Narradora
Urdidora
de Narrativa Implexora,
depois do pedido ao deus tutelar,
o Júpiter Troante
de Vozeirão Trilenar,
vozeirão imperante
na serra e no ar,
e da dedicatória com glória
ao Luís Exemplar,
o Luís Comandante
do Brasil Gran Gigante,
a história
com glória
da Dianna Valente,
Mulher Singular,
Notável Vidente,
a tal Narradora,
redigo, Assessora!,
retomou o cantar.

E era um brilhante dia!
A Dianna Quiromante
quis visitar a Abadia
de Amadeus Pivotante,
na Serra da Ventania,
perto de Novo Horizonte,
e buscou a companhia
de Charreteiro Inflamante,
o Toinzão da Nova Via
que vai ao Monte Distante,
filho de Apolo da Guia,
um músico itinerante,
parente de Odisséia Maria,
heterônimo da Adamante,
a mesma Dianna Sem-Guia,
a filha de Jane Du Monte,
que, num dia de magia,
partiu para o Monte Distante.

O motivo do Enduro,
por certo!, Espetacular!,
era conhecer o Futuro
de seu Brasil Exemplar,
que, por ocasião da jornada
ao Monte Pré-Milenar,
vivia uma fas’elevada
em sua História Sem-Par,
pois saía da indigência
de País Sem Numeral,
para a nobre revivência
de seu Dinheirinho Real,
graças à notável regência
do Presidente Maioral,
que, em segunda bel gerência,
e em Campanha Sem-Igual,
conquistara a permanência
no Palácio Principal.

No primeiro de janeiro
do 2007 em questão,
o nosso Bom Brasileiro,
o Luís Real Ação,
aclamado pioneiro
em sua primeira gestão,
iniciou neo-roteiro
como Chefe da Nação,
pois, triste com o Ex-Timoneiro
da direita ocupação
― aquele que dirigiu o Terreiro
sem muita preocupação ―,
digladiou com ardor
em prol de segunda gestão,
e, mesmo sem o favor
dos ricos, sem proteção,
sem o apoio e o calor
de quem se dizia irmão,
lutou com sublime ardor,
carregado em novo andor
pelo pobre sofredor
que não tem sequer um tostão,
e viu no Luís Salvador
a chance de ter casa e pão,
então?!,
no primeiro de janeiro,
o nosso Luís Grande Irmão
recomeçou, pioneiro,
a defender o Povão
do Brasil Hospitaleiro,
o meu querido Rincão,
que, em passado roteiro,
nas mãos de brasileiro-estrangeiro,
quase perdeu a direção,
e, se não fosse o Altaneiro,
o Luís Bom Coração,
o Grande Solo Brasileiro
seria de outra Nação.