António Torrado conta a estória do dia
Mestre António Torrado é uma espécie de Vovô Felício de Portugal.
(http://kids.sapo.pt/brincar/historias/historia_do_dia/artigo/quem_caca_quer_caca)
Homenageando o eminente professor e escritor António Torrado
[licenciado em Filosofia pela Universidade de Coimbra],
todos os profissionais da equipe de História do dia,
especialmente o menino Diogo Pacheco (locução), e
Sua Excelência o Prof. Dr. Aníbal António Cavaco Silva,
Catedrático da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa,
também professor da Universidade Católica Portuguesa,
19º Presidente de Portugal [posse: 9.3.2006], cuja tese, de 1971,
"A Contribution to the Theory of the Macroeconomic Effects of Public Debt",
foi apresentada à Universidade de Iorque, Inglaterra
13.10.2010 - O contadores de estórias que trabalham no portal História do dia merecem o nobre apoio do atual Presidente da República Portuguesa - Temos, por conseguinte, um dos melhores sítios da Web, que só leva alegria e sadia fabulação às crianças da lusofonia universal! F. A. L. Bittencourt ([email protected])
"QUEM CAÇA QUER CAÇA
António Torrado
Eram três caçadores. Um vinha à frente, outro no meio e o terceiro atrás. Percorriam terras e terras à procura de caça. Que caçavam eles? Tudo o que lhes passasse diante do cano das espingardas. Tudo o que cheirasse a bicho. Javalis, búfalos, panteras, tigres, elefantes, hipopótamos, crocodilos, hienas, lobos, lebres, coelhos, galinholas, perdizes, rolas, patos, pardais.
Mas pela região por onde se tinham metido, nada encontravam que se caçasse. Nem pulgas.
Dizia o primeiro caçador:
- Isto parece um deserto, colegas.
- Uma tristeza? Melhor seria desistirmos - dizia o segundo.
- Persistência, colegas! Onde está o vosso brio de caçadores? - perguntava o terceiro.
Eles não sabiam. Só sabiam que andavam naquela teima, há muitas e muitas horas, com a sacola às costas, os cartuchos pendurados e a espingarda aos ombros.
- E se nós déssemos uns tiros para o ar? - propôs o primeiro caçador.
O segundo apoiou:
- Boa ideia, colega. Sempre era uma forma de nos distrairmos.
O terceiro caçador cortou-lhes o entusiasmo:
- Não façam isso, que gastam cartuchos?
Os outros dois caçadores calaram-se. Tinham em muito respeito o terceiro caçador, o que vinha atrás de todos.
Andaram, andaram, até encontrarem à beira da estrada, muito sossegado, a ver quem passava, um coelhinho pequenino e inocente.
- Mata-se! - disseram os três ao mesmo tempo.
- Mas qual de nós? - perguntou um deles a medo.
- Eu.
- Eu.
- Eu.
Discutiram. Perderam o respeito uns pelos outros.
- Eu vi-o primeiro.
- Eu sou o chefe.
- Eu sou o mais velho.
Entretanto, o coelhinho pequenino e inocente desapareceu.
Onde está? Onde se meteu?
Olharam-se, desesperados, e como estavam furiosos, começaram a dar tiros para o ar, tiros ao desbarato. Pum! Pum! E mais Pum! Pum!
Quando tinham consumido o último cartucho, o coelhinho pequenino e inocente apareceu de novo, muito interessado em saber qual a razão de toda aquela barulheira". (ANTÓNIO TORRADO)
(http://kids.sapo.pt/brincar/historias/historia_do_dia/artigo/quem_caca_quer_caca)
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VERBETE 'António Torrado', WIKIPÉDIA
"António Torrado
António Torrado (Lisboa, 1939) é um escritor português voltado para a literatura infanto-juvenil.
António Torrado nasceu em Lisboa em 1939. Licenciou-se em Filosofia pela Universidade de Coimbra.
Dedicou-se à escrita desde muito novo, tendo começado a publicar aos 18 anos. A sua actividade profissional foi é diversa: escritor, pedagogo, jornalista, editor, produtor e argumentista para televisão.
Tem trabalhado em parceria com Maria Alberta Menéres em diversos livros e programas de televisão. Actualmente, é Coordenador do Curso Anual de Expressão Poética e Narrativa no Centro de Arte Infantil da Fundação Calouste Gulbenkian. É o professor responsável pela disciplina de Escrita Dramatúrgica na Escola Superior de Teatro e Cinema. É dramaturgo residente na Companhia de Teatro Comuna em Lisboa. Sendo consensualmente considerado um dos autores mais importantes na literatura infantil portuguesa, possui uma obra bastante extensa e diversificada, que integra textos de raiz popular e tradicional, mas também poesia e sobretudo contos. Reconhece a importância fundamental da literatura infantil enquanto veículo de mensagens, elegendo como valores a promover a liberdade de expressão e o respeito pela diferença. António Torrado utiliza com frequência o humor em algumas das suas histórias.
Por outro lado, em alguns textos de carácter alegórico ou de ambiente oriental, é o registo poético que predomina. De resto, os valores poéticos assumem para o autor uma posição central em qualquer projecto educativo. Recentemente, começou também a trabalhar novelas e romances para a infância e juventude, mas a vertente mais marcada da sua actividade nos últimos tempos é, sem dúvida, o teatro.
Obras para a infância
- A Chave do Castelo Azul (Lisboa: Plátano, 1969; 2ªed., 1981);
- A Nuvem e o Caracol (Lisboa: Edições Afrodite, 1971; 4ª ed., Porto: Asa, 1990);
- O Veado Florido (Lisboa: Ed. O Século, 1972; 5ª ed., Porto: Civilização, 1994);
- Pinguim em Fundo Branco (Lisboa: Ed. Afrodite, 1973; 2ª ed., Plátano Ed., 1979);
- O Rato que Rói (Lisboa: Plátano, 1974); O Jardim Zoológico em Casa (Lisboa: Plátano, 1975; 3ª ed., 1980);
- O Manequim e o Rouxinol (Porto: Asa, 1975; 3ª ed., 1987);
- Cadeira que Sabe Música (Lisboa: Plátano, 1976);
- Hoje Há Palhaços (com Maria Alberta Menéres; Lisboa: Plátano, 1977, 2ª ed., 1978);
- Joaninha à Janela (Lisboa: Livros Horizonte, 1977; 2ª ed., 1980);
- Há Coisas Assim (Lisboa: Plátano, 1977);
- O Trono do Rei Escamiro (Lisboa: Plátano, 1977);
- A Escada de Caracol (Lisboa: Plátano, 1978; 2ª ed.,1984);
- História Com Grilo Dentro (Porto: Afrontamento, 1979; 2ª ed., 1984);
- Como se Faz Cor-de-Laranja (Porto: Asa, 1979; 5ª ed., 1993);
- Vasos de Pé Folgado (Lisboa: Caminho, 1979);
- O Tambor-Mor (Lisboa: Livros Horizonte, 1980);
- O Tabuleiro das Surpresas (Lisboa: Plátano, 1981);
- O Pajem Não se Cala (Porto: Civilização, 1981; 2ª ed.,1992);
- O Mercador de Coisa Nenhuma (Porto: Civilização, 1983; 2ª ed., 1994);
- O Livro das Sete Cores (com Maria Alberta Menéres; Lisboa: Momos, 1983);
- Caidé (Porto: Afrontamento, 1983);
- Os Meus Amigos (Porto: Asa, 1983; 3ª ed.,1990);
- História em Ponto de Contar (com Maria Alberta Menéres; Lisboa: Comunicação, 1984; 2ª ed., 1989);
- O Adorável Homem das Neves (Lisboa: Caminho, 1984; 3ª ed.,1995);
- O Elefante Não Entra na Jogada (Porto: Asa, 1985; 3ª ed., 1990);
- O Vizinho de Cima (Lisboa: Livros Horizonte, 1985);
- A Janela do Meu Relógio (Lisboa: Livros Horizonte, 1985);
- O Rei Menino (Lisboa: Livros Horizonte, 1986);
- Dez Dedos de Conversa (Lisboa: O Jornal, 1987);
- Como se Vence um Gigante (Lisboa: Livros Horizonte, 1987);
- Devagar ou a Correr (Lisboa: Livros Horizonte, 1987);
- Zaca-Zaca (teatro; Lisboa: Rolim, 1987);
- Uma História em Quadradinhos (com Maria Alberta Menéres; Porto: Asa, 1989; 2ª ed., 1992);
- Dez Contos de Reis (Lisboa: O Jornal, 1990);
- Da Rua do Contador para a Rua do Ouvidor (Porto: Desabrochar, 1990);
- André Topa-Tudo no País dos Gigantes (Porto: Civilização, 1990);
- Toca e Foge ou a flauta sem Mágica (Lisboa: Caminho, 1992);
- Vamos Contar um Segredo (Porto: Civilização, 1993);
- Conto Contigo (Porto: Civilização, 1994 (Lisboa: Plátano, 1976);
- Teatro às Três Pancadas (teatro; Porto: Civilização, 1995);
- A Donzela Guerreira (teatro; (Porto: Civilização, 1996);
- As Estrelas – quando os Reis Magos eram príncipes (Porto: Civilização, 1996);
- Vassourinha - Entre Abril e Maio (ilustrações de João Abel Manta, Campo das Letras, 2001);
- Ler, Ouvir e Contar (ilustrações de Zé Paulo e Vítor Paiva, Campo das Letras, 2002; 4ª ed. 2006);
- Verdes São os Campos (Campo das Letras, 2002);
- Este Rapaz Vai Longe - Fernando Lopes-Graça quando jovem (ilustrações de Cristina Malaquias, Campo das Letras, 2006);
- Corre, Corre, Cabacinha (ilustrações de Nelson Maia, Campo das Letras, 2007);
- A Casa da Lenha - No centenário do nascimento do compositor Fernando Lopes-Graça (Campo das Letras, 2007).
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Portal Biblioteca Diamantina Negrão (PORTUGAL)
"António Torrado encantou jovens de todas as idade
Direcção Executiva, Prof. Lola Flores, Professora Bibliotecária, Sofia Labisa e Assistente da BE, Teresa Guerreiro, recebem António Torrado na Biblioteca da Escola Sede.
Curso CEF de Mesa, com apoio do Prof. Coord. António Paiva, transformam essa recepção num momento mais agradável.
Alunos de 2º Ciclo preparam entrevista.
Cada autógrafo foi uma dedicatória.
IMAGENS DOS ENCONTROS COM O AUTOR NAS 5 ESCOLAS DO AGRUPAMENTO".
(http://diamantinatekas.blogspot.com/2009/12/antonio-torrado-encantou-jovens-de.html)