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[Flávio Bittencourt]

Animação: Morte e Vida Severina (2011)

Animação do grande poema sobre morte e vida severina, por Afonso Serpa e equipe [2005, os quadrinhos de Miguel Falcão].

 

 

 

 

 

 

ILUSTRAÇÃO CLÁSSICA DO CARTAZ E

DISCO DE VINIL DE MONTAGEM ANTERIOR,

INTERNACIONALMENTE PREMIADA,

POÉTICO-MUSICAL-TEATRAL DO IMORTAL

TEXTO [DE VIDA E MORTE] MORTE E VIDA

SEVERINA, DE JOÃO CABRAL DE MELO NETO

 

 

 

 

E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).   

Morte e Vida Severina, 1956

 

 

 

 

JOÃO CABRAL DE MELO NETO,

caricatura:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

31.3.2013 -    F.

 

 

http://tvescola.mec.gov.br/index.php?option=com_zoo&view=item&item_id=5251

(MORTE E VIDA SEVERINA - MAKING OF,

veja o vídeo, por favor, clicando no link

acima indicado)

 

O DESENHO ANIMADO (BRASIL, 2011):

http://www.kawek.com.br/pedrocaroca-61652

 

Releitura visual/sequencial (de Miguel Falcão,

sem recriação do maravilhoso e longo poema de JCMN)

que quadrinizou Morte e Vida Severina (1956):


 

  • "Sinopse
    Morte e Vida Severina em Desenho Animado é uma versão audiovisual da obra prima de João Cabral de Melo Neto. A animação narra a dura trajetória de um migrante nordestino em busca de uma vida mais favorável no litoral pernambucano.

    O Making of do filme conta detalhes dos bastidores da produção, dublagem e animação em 3D. Com depoimentos da equipe de animação, do cartunista pernambucano Miguel Falcão, que adaptou a obra para os quadrinhos, e de Gero Camilo, ator que interpreta Severino.
     
  • Duração
    14 minutos
     
  • Série
    MORTE E VIDA SEVERINA"

 

(http://tvescola.mec.gov.br/index.php?option=com_zoo&view=item&item_id=5251)

 

 

 

 

 

===

 

 

 

 

 

PRA LER!,

NOV. / 2011:

 

 

 

Última entrevista [João Cabral de Melo Neto]

 

 

 

Ele se dizia ateu. Mas morreu de mãos dadas com a mulher, enquanto rezavam um pai-nosso. Não adiantaram os dois meses de orações diárias. O poeta João Cabral de Melo Neto partiu em seu apartamento na zona nobre carioca – depois de peregrinar de Recife até a Espanha.

O escritor pernambucano sofria com a depressão:  “…poema é coisa que se faz vendo, como imaginar Picasso cego?”. Depois de perder a visão, deixou de lado a literatura e assumiu as superstições . Segundo a esposa Marly de Oliveira, jamais ficava deitado depois de acordar. Isso é coisa de quem já está esperando pelo fim.

Cabral jogava a culpa da fixação que tinha pela morte na formação cristã. “A indesejada das gentes”, como ele mesmo batizou, chegou para ele em outubro de 1999. Por coincidência, foi justamente um auto de Natal com ‘morte’ no nome o seu texto mais famoso.

Sua poesia era forte, crítica, até cerebral. Talvez pela quantidade de aspirina – ele passou boa parte da vida com enxaqueca. No inventário, tem 18 livros de poemas, dois autos dramáticos e passaporte carimbado em mais de 10 países. A carreira de diplomata deixou muitas histórias pra contar. Tentava esconder que era de esquerda, mas os próprios textos já denunciavam. Morreu velho, mas bem depois dos trinta, como nem tantos Severinos.

E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).   

Morte e Vida Severina, 1956

Confira a última e maior entrevista de João Cabral de Melo Neto.

Aproveite para saber mais sobre a peça Morte e Vida Severina, do diretor Pedro Paulo Cava, que [ESTEVE, EM 2011], nos palcos de BH aqui e aqui.

 

[NO MESMO LINK]:

 

 

 

 

 

 

"Quando a pauta vai pro palco…

 

 

 

 

 

_ Esse personagem é novo. Na peça original não tinha ele, não.

Disse-me isso baixinho, apontando para um ator encaveirado que cantava no palco.

_ Como você sabe? Você assistiu a original?

_ Não. É que o diretor da peça me contou na entrevista.

Assistir a uma peça de teatro depois de fazer uma matéria sobre ela é isso: saber de algumas coisas antes de vê-las no palco. Pode parecer sem graça, mas não é, acredite. Eu me explico. Quando essas coisas acontecem a gente entende o quanto uma narrativa jornalística pode ser mesmo incompleta. Afinal, o que nós vimos ali se parecia em muita coisa com a entrevista que vocês vão ouvir na próxima quinta-feira. Mas apenas se parecia. O real é bem maior, e dança no palco.

Ontem [EM 2011], eu e o Victor Vieira batemos ponto no Teatro da Cidade, às 20:30h, para assistir à peça “Morte e Vida Severina”, dirigida por Pedro Paulo Cava. O grande detalhe dessa história é que o Victor tinha entrevistado o Pedro há poucos dias, exatamente sobre a peça em cartaz. E quem fez a apuração inicial e o roteiro da entrevista fui eu.

Ficamos sabendo como Pedro Paulo Cava estava se preparando para apresentar o texto Morte e Vida Severina nos palcos de BH. O auto de João Cabral de Melo Neto já virou peça de teatro muito antes, mas, na entrevista, Pedro nos explicou que dessa vez ia trazer algumas novidades nos personagens, músicas e cenários. Falou também de como é apresentar um texto literário no teatro e misturar isso tudo com música. Fomos assistir com essas informações na cabeça e algumas expectativas sobre a peça.

Saber que o que vira matéria no rádio não dá conta de nem 1% do que acontece ali, na hora, é fundamental para reduzir o nosso nível de angústia. Se a gente tivesse a pretensão de falar de tudo no mundo, passaríamos aperto pra colocar no Pra Ler as expressões dos atores, a interpretação do texto e a sensação de estar ali. A experiência se sobressai, ainda bem.

E o real nos atravessou mais uma vez na saída. O diretor da peça estava lá. Dessa vez, não só uma voz apressada ao telefone. De carne e osso, Pedro Paulo Cava andava pelos corredores do teatro. Passamos despercebidos por ele, gozando a ampla vantagem do anonimato no rádio. E atravessamos a porta de saída do Teatro da Cidade com um tanto mais de Morte e Vida Severina em nós.

O convite a essa experiência está feito. A ordem dos fatores, como vocês viram, pode alterar o produto, mas garantimos que, de qualquer forma, ele é muito bom. Então, ouça a entrevista com o diretor Pedro Paulo Cava, sobre a peça Morte e Vida Severina, no programa 19, que vai ao ar nessa quinta-feira às 16:15h na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) e também é disponibilizado na íntegra aqui no blog.

Assista à peça [VC PODERIA TER ASSISTIDO], em cartaz até 11 de dezembro no Teatro da Cidade, em Belo Horizonte. Ah, e, depois volte aqui [VC PODERIA TER VOLTADO (já saiu de cartaz)], pra contar o que você achou!"

(http://praler.wordpress.com/tag/morte-e-vida-severina/)