Amarante - 137 anos de memória
Por Euzeni Dantas
Amarante teve sua origem em um aldeamento dos índios Acaroás e  Guegueses fundado pelo 2º Governador da Província do Piauí Gonçalo Lourenço Botelho de Castro em 1771/72 perto das nascentes do riacho mulato, no lugar onde hoje é a cidade de Regeneração, dando a essa "missão" o nome de São Gonçalo de Amarante, em homenagem ao santo de seu nome.

Com opressão, massacres impiedosos e conflitos entre indígenas e colonizador  - tendo à frente o sanguinário Cel. João Rego, uma das figuras mais sinistras da "conquista" do Piauí; figura que conseguiu "a ferro e fogo" manter uma relativa paz - por volta de 1789, a aldeia já era um povoado e tinha ao centro uma capela para impor com força brutal o catolicismo.

Pela Provisão Regia de 07 de setembro de 1801, foi criado o distrito e depois a freguesia, por provisão do Bispo Diocesano, D. Luis de Brito Homem, de 12 de julho de 1805 e instalada em 1806, tendo como orago, São Gonçalo de Amarante.

O município cujo território foi desmembrado de Jerumenha e Valença, criou-se pelo Decreto de 06 de julho de 1832, sendo instalado em 10 de novembro de 1833, com o nome de São Gonçalo.

Pouco a pouco às margens do rio Parnaíba, entre a barra do riacho Mulato e do rio Canindé, foi formando um pequeno povoado, que passaram a chamar de "Porto de São Gonçalo" por ser o lugar em que as barcas, botes e canoas aportavam, trazendo mercadorias (algodão, babaçu, couro, peles, etc.), que eram transportadas para a vila de São Gonçalo em lombos de animais distante do porto 22 quilômetros.

Em 16 de julho de 1861, a vila de São Gonçalo e sede de sua Freguesia, obedecendo à Resolução nº 506, de 16 de agosto de 1860, foi transferida para o Porto que passou a se chamar Vila de São Gonçalo ou São Gonçalo de Amarante e o lugar do aldeamento, hoje Regeneração, foi reduzido a uma povoação que ficaria conhecido como São Gonçalo Velho.

A vila, que foi transferida para a margem do rio Parnaíba cresceu rapidamente em decorrência da navegação a vapor para o estabelecimento de seu comércio de importação e exportação e se transformou em grande empório comercial do centro-sul do Estado.

Pela Resolução Provincial nº 734, de 04 de agosto de 1871, a vila ou Porto de São Gonçalo, teve, sua elevação à categoria de cidade com o nome de Amarante em homenagem à cidade portuguesa.

Amarante passaria a ostentar assim condição de entreposto comercial em região estratégica do Estado.

Amarante berço do grande Poeta "Da Costa e Silva" celeiro de reservas Culturais como: Clóvis Moura, Cunha e Silva, Odilon Nunes, Antonio Freire e Coronel Chico Lira.

A arte e a cultura revelam-se em manifestações de danças Folclóricas, como Bumba-meu-Boi, Cavalo Piancó, Pagode, Danças Portuguesas e Sarrupiá do Sertão.

No apogeu do desenvolvimento Comercial Amarante edificou um importante conjunto arquitetônico (herança portuguesa) com 72 imóveis da categoria oficial que orgulham o povo amarantino.

O Quilombo Mimbó, Comunidade remanescentes de negros fugitivos, uma das mais preciosidades da cultura afro-brasileira com manifestações culturais e religiosas trazidas pelos escravos.

Assim é Amarante

Parabéns nesses 137 anos de cultura e memória.

(*) Euzeni Dantas é historiadora Professora da UESPI, produtora Cultural e membro da União Brasileira de Escritores - UBE - PI.

Veja fotos de Amarante (fonte www.meionorte.com)

FOTOS - AMARANTE HOJE:
[Denison Duarte]