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[M. T. Piacentini]

Amadeo de Souza-Cardoso é seguramente um dos maiores pintores portugueses de todos os tempos; diz quem sabe que, se tivesse nascido noutro país, teria tido um reconhecimento inequivocamente maior do que o que lhe calhou na rifa por ser português. Talvez; mas agora o Grand Palais mostra-o aos franceses numa exposição retrospectiva da sua obra, patente até 11 de Julho, no âmbito das comemorações dos 50 anos da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) na Cidade das Luzes – o que faz, aliás, todo o sentido, uma vez que Amadeo viveu ali e que a capital francesa deu, segundo o director da delegação em Franca da FCG, João Caraça, «um contributo inestimável para a sua obra». Nós podemos, porém, conhecer esta figura de uma outra forma: falo do romance Amadeo, de Mário Cláudio, vencedor do prémio da Associação Portuguesa de Escritores no ano da sua publicação, e que agora se encontra disponível em várias edições (uma delas em bolso) e também num precioso 3 em 1 que é Trilogia da Mão, o volume que reúne, além desta obra majestosa, outras duas novelas biográficas, a saberGuilhermina (sobre a violoncelista Guilhermina Suggia) e Rosa (a escultora Rosa Ramalha, uma analfabeta que fazia alguns dos Cristos mais fascinantes que já vi). Aproveite.