Ainda o mar
Por Flávio Bittencourt Em: 17/07/2011, às 08H50
[Flávio Bittencourt]
Ainda o mar
O poeta capixaba Sílvio Rocha escreveu o poema O mar.
PINTURA DE PENHA DO VALE:
MARINHA COM BARCOS (1985):
Autor: PEVALE
Data: 1985 (assinatura no canto inferior esquerdo)
Titulo da Obra: Sem titulo
Técnica: Óleo sobre tela
Dimensões s/ Moldura (altura x largura): 30 x 40 cm
Local de Guarda: Assessoria de Imprensa / Palácio Anchieta
Patrimônio: SEG 5501844
Descrição da Obra: Marinha com barcos.
(http://www.secult.es.gov.br/?id=/patrimonio_cultural/bens_moveis)
MAR DA MEMÓRIA
Sebastião Norões (1915 - 1972)
Eu quero é o meu mar, o mar azul.
Essa incógnita de anil que se destrança
em ânsias de infinito e me circunda
em grave tom de inquietude langue.
O mar de quando eu era, não agora.
Quando as retinas fixavam tredas
a incompreensível mole líquida e convulsa.
E o pensamento convidava longes,
delimitava imprevisíveis rumos
viagens de herói e de mancebo guapo.
Quando as distâncias fomentavam sonhos.
Rebenta em mim essa aspersão tamanha
que a imagem imatura concebeu
de quando o mar era meu, o mar azul.
(http://www.portalentretextos.com.br/noticias/o-mar-azul,1223.html)
(http://www.portalescolar.net/)
BALDINHO DE PRAIA:
(http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-182627737-13-kits-baldinho-de-praia-lembrancinha-_JM)
(http://www.achetudoeregiao.com.br/animais/estreladomar.htm)
Mar
(http://www.melhorpapeldeparede.com/images/mar-1218.htm)
(http://animationreview.wordpress.com/2010/09/09/king-neptune/)
http://www.guia.heu.nom.br/netuno.htm)
(http://www.rvforsaleguide.com/virginia-beach.htm)
PARA O AMIGO
ANTONIO MIRANDA
17.7.2011 - Lendo o poema de Sebastião Norões que Rogel Samuel transcreveu neste Entretextos, lembrei-me que Sílvio Rocha, poeta nascido do Estado do Espírito Santo e radicado em Brasília, tem poemas sobre mar - Um deles é "O MAR", adiante transcrito. (LEMBREI-ME DE OUTRO POEMA - também inédito - QUE FALA DE UMA CERTA ESTRELA DO MAR; ESSA PRODUÇÃO POÉTICA DE S. ROCHA AQUI TAMBÉM SERÁ DEVIDAMENTE LIDA E ILUSTRADA, SE TUDO CORRER COMO SE ESPERA QUE ACONTEÇA.) F. A. L. Bittencourt ([email protected])
O MAR
Sílvio Rocha
Olho... o mar
Vejo... sinto... o pulsar
... das ondas
O vai e vem
Trazendo... paz
Levando... saudade
Sinto o calor... o frio
A vontade... mergulhar
Coração... transbordante
Brotando... emoção
Vejo... ao longe
O início... o fim
O desejo... maior
O calor do seu corpo
O frio... a inundar
A minha existência
Volto ao mar... vejo
A beleza das cores
A natureza... a pulsar
O quebrar... das ondas
Fica... a paz
A emoção maior... amor
A saudade... da presença
Um minuto... somente
Deixo... que o mar leve
A saudade...
Deixe... a paz... o amor
O pulsar do coração... por você
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ABERTURA DO ROMANCE POLICIAL
CHARLIE CHAN E O CAMELO PRETO,
DE EARL DERR BIGGERS
[TRADUÇÃO BRASILEIRA:
Rio de Janeiro, Newton Compton Brasil, 1994,
impresso por Newton Compton Editori, Roma (Itália)]:
"O Pacífico é o mais solitário dos oceanos, tanto que os navegantes que sulcam aquele deserto ondulante têm a sensação de que seu navio ande perdido numa eternidade de céu e de água. Mas se estiverem viajando entre os atóis dos Mares do Sul e a costa da Califórnia, de repente encontram-se na metade do caminho. Foi isto o que aconteceu aos passageiros do Oceanic, logo após o alvorecer, numa manhã silenciosa de julho.
Picos escuros e envolvidos por neblina erguiam-se sobre as águas irreais, tornando-se mais concretos enquanto o navio se aproximava. Enfim, os passageiros, debruçados na amurada, experimentaram a emoção de distinguir a verdíssima ilha de Oahu, com seus escuros vales.
O Oceanic aproximou-se da entrada do porto, lá onde ergue-se a Diamond Head, como um leão enorme, se quisermos citar um animal ainda existente, agachado e pronto para pular. Um leão agachado, sim, esta é uma definição plausível. Mas no que diz respeito ao pular... isto não é possível, nem de longe. Diamond Head é um kamaaina das ilhas, o símbolo da inutilidade da ação impulsiva, isto é, da ação em absoluto. (...)". (TRADUÇÃO: MYRIAM DE FILIPPIS; REVISÃO: MARIO FONDELLI / TAISA LUCCHESI)
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TRECHO DE MATÉRIA PRODUZIDA
POR ROGEL SAMUEL
A RESPEITO DO POETA AMAZONENSE
SEBASTIÃO NORÕES (1915 - 1972)
"(...) Desconhecido embora, um poeta amazonense, Sebastião Norões, escreveu, há décadas, em 1956, um soneto perfeito, exemplar, único, sobre o mar. Seu título, «Mar da memória»:
Eu quero é o meu mar, o mar azul.
Essa incógnita de anil que se destrança
em ânsias de infinito e me circunda
em grave tom de inquietude langue.
O mar de quando eu era, não agora.
Quando as retinas fixavam tredas
a incompreensível mole líquida e convulsa.
E o pensamento convidava longes,
delimitava imprevisíveis rumos
viagens de herói e de mancebo guapo.
Quando as distâncias fomentavam sonhos.
Rebenta em mim essa aspersão tamanha
que a imagem imatura concebeu
de quando o mar era meu, o mar azul.
No verão, o brilho intenso, os ares claros, as nuvens brancas. O calor é pegajoso, pecaminoso.
Quando jovem, morava perto do Arpoador. Domingos de sol, festivos, de verão extremo.
O sol ficando forte, vem a vida, as canções. O metalizado brilho do passado estandartiza, nos ares, as claras visões dos cânticos do sol. É o verão do mar, que para o amor se vai abrir. Quando amar se espera. E o mar, o mar azul, «essa incógnita de anil que se destrança / em ânsias de infinito e me circunda / em grave tom de inquietude langue».
É langue todo verão, e assim esqueço, me esqueço, penso que ainda jovem. Me lembro dos dias de verão do Pier. Quem tem sonhos não morre. «O mar de quando eu era, não agora. / Quando as retinas fixavam tredas / a incompreensível mole líquida e convulsa. / E o pensamento convidava longes.»
O mar convida longes. Atravessa o longe, a linha, o afastado horizonte. Delimitando «imprevisíveis rumos / viagens de herói e de mancebo guapo.»
Naquele tempo, acampávamos nas praias desertas, e em desertas praias amávamos.
Um dia, em Búzios, um grande e luxuoso barco ancorou na praia onde acampávamos, na noite de Reveillon. De longe podíamos ver mulheres elegantes, os garçons, as champanhas. Fogos de artifícios. Ao nascer do sol, alguns vieram, num bote menor, até a praia. Algumas mulheres, de vestidos longos e brancos, ainda com as jóias, jogaram-se no mar. Outras, completamente nuas. Era a Era de 60, onde tudo se permitia, mesmo o ser feliz, nas « marítimas águas consagradas, / que do gado de Próteo são cortadas. »
E «nossos corpos também no pranto aflito, / E ventos vindos pela popa nos / Impeliam adiante, velas cheias». Sim, sim. « Por artifício de Circe, / A deusa benecomata.»
Norões nasceu no dia 7 de março de 1915, em Humaitá, Rio Madeira, Amazonas. Mas estudou em Fortaleza, daí sua fixação no Mar. Aos 18 anos voltou para Manaus, fez Faculdade de Direito. Foi meu professor no Colégio Estadual. Chefe de Polícia do Estado, onde protegeu o comunista Jorge Amado. Era professor de Geografia.
A geografia do Mar.
Quando éramos jovens, Norões foi nosso professor e Mestre. Posso vê-lo, atrás das baforadas de cigarro. As lentes grossas. Norões impressionava, carismático, culto. Nunca pensei que faria sua “apresentação”, anos mais tarde, quando escrevi um prefácio para a segunda edição de seu livro «Poesia Freqüentemente», de 1956. E é uma surpresa sempre que releio seu livro, sua poesia está mais viva ali, sua poesia é azul, lá onde o horizonte mergulha. E desponta.
O mar azul."
(ROGEL SAMUEL,
http://www.portalentretextos.com.br/noticias/o-mar-azul,1223.html)
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O POETA SEBASTIÃO NORÕES,
POR DONALDO MELLO (pesquisa) E
INÊS SARMET (webdesign e ilustrações), no
PORTAL DE ANTONIO MIRANDA
(poeta, tradutor, dramaturgo, escultor,
escritor, professor universitário,
atual diretor da Biblioteca de Brasília):
Fotoarte Inês Sarmet
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SEBASTIÃO NORÕES
Sebastião Norões nasceu em Humaitá-Am, em 1915. A partir dos 18 anos passou a viver em Manaus, após ter feito seus estudos iniciais no Ceará. Foi professor de Geografia de várias gerações, tendo falecido em 1972. Na década de 90, a Editora Valer, de Manaus, publicou seus poemas em Poesia freqüentemente, livro inserido na Coleção Resgate.
“Publicado em 1956, no mesmo ano de Varanda de Pássaros, de Jorge Tufic, o livro Poesia freqüentemente, de Sebastião Norões, tem, antes de qualquer julgamento literário, o mérito histórico de ser das primeiras obras a apresentar a estética do Clube da Madrugada. Esta, por sua vez, seguia as tendências neo-simbolistas da Geração de 45, que anunciavam a superação do Modernismo e se caracterizavam por novo culto à forma”. MARCOS-FREDERICO KRÜGER
Quando éramos jovens, Norões foi nosso professor e Mestre. Posso vê-Io, atrás das baforadas de cigarro e lentes grossas. Norões impressionava, carismático e culto. (...). E é uma surpresa sempre que releio seu livro, sua poesia está mais viva ali, sua poesia é azul, lá onde o horizonte mergulha. E desponta.
ROGEL SAMUEL
Premonitório, mestre da navegação de longo curso, nosso professor de Geografia era respeitável. Discretamente elegante, sem ser janota, esteta pelo olhar do menino ginasiano humilde. Austero a ponto de não deixar seus alunos perceberem que escrevia versos, paradoxalmente os invadia de poesia quando nos levava a “conhecer o mundo” e a fazer tantas viagens, que por outra via seriam então impossíveis àquela gente de tão parcos recursos. Inestimável contribuição, talvez só devidamente avaliada por aqueles que, morando na Ilha-Manaus, dali só poderíamos sair se pudéssemos arcar com os altos custos de viagens de navio ou de avião. Obrigado, poeta Sebastião Norões!
Só na minha maturidade vim a conhecer a beleza mostrada no livro Poesia freqüentemente, seu único livro publicado. Venturosamente conseguiu plantar nos jovens que foram seus alunos o saudável vírus do idealismo e, por conseguinte, conquistou o sonho pessoal de espalhar seus versos. Assim, abrigou a poesia em corações que permanecem afeiçoados a um tempo que não se há de perder pelas atribulações mundanas: a infância e a juventude, construídas sob o sonho amazônico de meninos lutadores e sensíveis. Fez-se a esperança do velho mestre da circunavegação. DONALDO MELLO , 23 de março de 2006
(...)
Mar despovoado Mar despovoado. O coração em largas sensações.
Uma gaivota rasgando o espaço inutilmente.
Na profundeza das águas o incógnito
e no céu sempre o mesmo azul e as mesmas esperanças.
Peixe isolado mostrando à flor do líquido
a razão de viver.
A vastidão comendo tudo.
E o vácuo ainda maior.
O pensamento se desabotoa célere
mas a amplidão é infinita.
Alcançar a Austrália ou alcançar o Alaska
é coisa que fica na vontade.
Nem a amizade brotou verdadeira.
Agora só o repouso que não finda.
O afogamento para sempre de todas as ilusões
e a morte completa"
Um vôo de pássaro na tua sensibilidade incontida.
Um véu de fantasia para cobrir os teus olhos
sequiosos da verdade.
A verdade é dura. Dói. E não precisas
cansar teus passos de ave, através do caminho que vai muito longe.
Olha somente para o céu estrelado ou azul.
Entretém tua visão com a natureza verde do sonho.
Glória ao teu sexo que tem de sentir a vida
e contornar a dura verdade.
Goza o teu ser até a última gota
e passa na calçada sem ver o transtorno,
o malentendido, a luta.
Seca a tua vontade de pecar.
Espalha messes de laivos sensuais de teus olhos
e da tua carnadura moça veludo.
A natureza e o teu corpo
precisam de liberdade e de esquecimento do mundo,
para que a vida pareça plena e boa.
Eu olho para o futuro
como quem olha para um fruto em sazão.
Não importa o que vai por aqui.
Nem importa o que vai pelo mundo.
Guerra. Assassinato. Raiva. Massacre.
Chefes que desaparecem. Soldados que mandam.
Governadores esticados no poste de iluminação pública.
Condottieres desenterrados. Pintores mandando nações.
Países engolidos febrilmente por outros países.
Mapa-múndi que não se pode mais mostrar ao aluno.
Revoluções. Baixa de câmbio. E câmbio negro.
O poder do ouro passando de um lado do Atlântico para o outro.
Alta de preço. Miséria campeando alto.
Disso tudo há de sair alguma coisa. Forçosamente.
Ele olhará para isso tudo.
Olhará sim. Olhará.
o mundo se abate em sete quedas de
acontecimentos controversos.
Há tumulto e a confusão procura canto
nos redutos da terra.
Tudo para o caminho da desagregação. Fim.
O sangue de Lorca ainda escorre nas veias estuantes da Espanha.
E no mundo igual.
Midzenty abala os nervos de todos
com a sua vida de mártir e o seu processo, vergonha de um tribunal.
Onde a tua pregação, Neruda?
Onde o teu verbo, Maritain?
Onde ficou tua vontade de paz na terra, Roosevelt?
Gaitan está estendido nas ruas da cidade, esperando. . .
A igreja católica faz a cruzada contra Sartre.
E Sartre vem tirar a roupa do mundo
para que exista a verdade.
Homem, que a tua inteligência bem orientada
e o poder do Alto
se congreguem para que exista a rosa no mundo.
A vida morna vai caindo aos poucos.
O pensamento enorme esbarrou na distância.
É um fato líquido o declínio do sonho.
Mágoa.
Descontentamento.
Desilusão.
Tristeza.
Decepção do que vai rolando na terra.
Mas não poderei concertar o que errado
penetra em tudo, até nas profundezas de mim.
Nunca farei o mundo à minha boa feição.
Nunca.
Mas continuarei a espalhar meus versos,
plenos de minha revolta,
todos arranjados num clima de justiça e de fé.
Promoverei o impossível
para determinar a esperança.
Não morrerei, porém, sem que o meu canto
penetre o mundo
e consiga nalgum homem de boa vontade
a acomodação desejada e perfeita."
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(http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/amazonas/sebastiao_noroes.html)
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O POETA SÍLVIO ROCHA É CASADO
HÁ 42 ANOS COM A ARTISTA PLÁSTICA
PENHA DO VALE, AUTORA DO QUADRO
A SEGUIR REPRODUZIDO:
(http://www.galeriaerrolflynn.com.br/oportunidades/oportunidade03.html,
onde se pode ler:
"Penha do Vale
Flores
80 x 100 cm – OSE [ÓLEO SOBRE EUCATEX]
Ass. CID [A ASSINATURA DA ARTISTA ESTÁ APOSTA
NO CANTO INFERIOR DIREITO]")
Serviço:
CONTATO DA ARTISTA:
e-mail: [email protected]
COMPRE UM QUADRO DA PINTORA
PENHA DO VALE!