A violência contra mulheres


A mídia anda preocupada porque as agressões a mulheres têm crescido no Brasil, após a promulgação da Lei Maria da Penha, que devia fazer diminuí-las.
Mas, essa mesma mídia cultua a violência. Então o que mais querem?
Nas novelas de tv, por exemplo, as mulheres são muito maltratadas ou são vistas como criaturas iradas e rancorosas. Pratica-se a tolerância zero. Não, eu não assisto novelas. Mas elas são "noticiadas" (como se seus "acontecimentos" guardassem alguma importância) em revistas especializadas, cujas manchetes ressaltam nas bancas, e nos jornais comuns, e na internet. Impossível ignorar de todo. E uma coisa salta aos olhos: há excesso de violência nesse tipo de programa, com mulheres sendo sequestradas a toda hora, e traídas, e torturadas e por aí a fora. Nos últimos anos surgiu a moda, nas novelas, de mulher bater em mulher. Parece ter-se tornado uma espécie de fetiche dos autores de novelas.
Essas coisas instilam agressividade nas pessoas, quando elas se acostumam a assistir religiosamente. Há coisas mais úteis para ocupar o tempo.
Aconselho os pais a orientarem suas meninas em crescimento da seguinte maneira:
- que elas aprendam defesa pessoal. Não podem esperar proteção total desse sistema que está aí.
Mesmo um homem violento vai pensar duas vezes antes de querer bater numa carateca.
- que aprendam critérios de bom senso para não se envolverem com os "homens maus". Para que uma garota de 15 anos, prendada, vai se envolver com um sujeito de 25 que não trabalha e vive às custas dos pais, que bebe, consome drogas, é desbocado, não tem religião nem formação moral, que é frio com crianças, que maltrata animais?
Mesmo que não faça tudo isso, reparem em cada sintoma. E que os pais, contaminados pelo ambiente moral (ou amoral) do século, não fiquem achando normal que suas filhas de 13 ou 14 anos já transem com namorados quando muitas, nessa idade, ainda brincam com bonecas. Por que precipitar as coisas da vida adulta?
Miguel Carqueija