(Miguel Carqueija)

A SAGA XINTOÍSTA APROXIMA-SE DO DESFECHO


Tremendas revelações agitam o universo Ga-Rei.


“As sacerdotisas Yin e Yang foram escolhidas automaticamente para servirem de juízas finais para o início do extermínio.” (...) “Se existe alguém que pode adiar um pouco esse fim é você... sacerdotisa branca.”

(Mitogawa)


    No volume 11 de “Ga-Rei” — que há pouco saiu no Brasil pela JBC (edição original japonesa da Kadokawa Shoten, 2009) — Hajime Segawa leva a saga das bestas espirituais a um clima de insuportável suspense, com as forças cósmicas envolvidas empurrando a situação para o que parece, será o confronto final entre a sacerdotisa negra (Isayama Yomi) e a sacerdotisa branca (Tsuchimiya Kagura). As duas irmãs de criação parecem destinadas a se oporem, fato que ocorre em três fases diferentes da história.
    Para complicar, elementos do Escritório de Prevenção contra Acidentes Sobrenaturais resolvem perseguir mortalmente Kagura e Yomi, que consideram responsáveis pelo ressurgir da Raposa de Nove Caudas e do aparecimento do Naraku, ou aglomerado de espíritos malignos que ameaça o mundo de destruição. Por conta disso, todos os que estão com Kagura correm perigo, e trágicos acontecimentos se sucedem num ritmo alucinante. A certa altura o clima lembra o “Arquivo X”, com a brutalidade e o obscurantismo daqueles que julgam poder impor a sua lei de arbítrio, terror e abafamento da verdade.
    Mas não será possível assassinar Kagura, pois dela dependerá o destino do mundo, conforme está ficando cada vez mais claro na epopéia “Ga-Rei”.

NOTA: as expressões “sacerdotisa branca” e “sacerdotisa negra” não têm nada a ver com etnia ou cor da pele, já que Kagura e Yomi não são brancas nem negras, mas amarelas, japonesas. É uma referência aos poderes ligados à luz ou às trevas, da mesma forma que “magia branca” e “magia negra”.

Rio de Janeiro, 31 de janeiro de 2012.