[Flávio Bittencourt]

A saga do sultão Suleiman, o Legislador

Conduzidos por Suleiman, os turcos otomanos conquistaram Budapeste, capital da atual Hungria, e chegaram às portas de Viena (MATÉRIA ESPECIAL DE 125 ANOS DA ASSINATURA DA LEI ÁUREA E DO ANIVERSÁRIO [42 ANOS] DO APRESENTADOR GERALDO LUÍS, DA TV RECORD).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://tuca-cantinhoeducativo.blogspot.com.br/2012/05/abolicao-dos-escravos.html)

 

 

 

 

 

 

EM 2008 (Rio):

 

"A CAIXA Cultural Rio de Janeiro apresenta, de 9 a 11 de setembro, o espetáculo de bonecos “Chico Rei”, que conta a história de uma personagem que se torna um herói político e habilidoso, quando reconstrói, simbolicamente, seu reino em meio à repressão e ao preconceito, numa época em que nada era mais valioso que o ouro.

Apropriando-se da estatuária africana e do barroco mineiro, mais especificamente do Antônio Francisco Lisboa – o Aleijadinho, o espetáculo propõe um confronto entre estas duas estéticas tão diferentes, que ao mesmo tempo refletem a produção de imagens dos negros do Congo e dos mestiços brasileiros do século XVIII, ressaltando a importância dessa confluência para a formação da arte e do povo brasileiro.

Dentre as inúmeras histórias geradas pela conflituosa relação entre os escravos e os colonos brasileiros, a de Chico Rei é uma das mais fascinantes, pelo fato de, habilidosamente e envolto a um grande carisma, ter não só sobrevivido, como prosperado em meio a tamanha repressão. As histórias contam como Chico Rei construiu a Igreja do Alto da Cruz e teria introduzido o Congado no estado de Minas Gerais, com o Reisado do Rosário.

Sua história alimenta a memória, a tradição e desdobra a ambigüidade das festas, o significado de preservação da celebração das congadas e a importância do imaginário popular. A história do Rei do Congo não evoca só a história da resistência do negro sobre as condições do século XVIII, mas alude às situações vividas, atualmente, no país, como o racismo não declarado."

 

(http://portal.baixadaon.com.br/agenda-cultura/caixa-cultural-rj-apresenta-chico-rei-teatro-de-bonecos/index.html)

 

 

 

"(...) A história oral 

Chico Rei, nascido no Reino do Congo, chamava-se originalmente Galanga.2 Era monarca guerreiro e sumo sacerdote do deus Zambi-Apungo e foi capturado com toda a corte por comerciantes portugueses traficantes de escravos. Chegou ao Brasil em 1740,2 no navio negreiro "Madalena", mas, entre os membros da família, somente ele e seu filho sobreviveram à viagem. A rainha Djalô e a filha, a princesa Itulo, foram jogadas no Oceano pelos marujos do navio negreiro "Madalena" para aplacar a ira dos deuses da tempestade, que quase o afundou1 .

Todo o lote de escravos foi comprado pelo Major Augusto, proprietário da mina da Encardideira,2 e foi levado para Vila Rica como escravo, juntamente com seu filho. Trabalhando como escravo conseguiu comprar sua liberdade e a de seu filho. Adquiriu a mina da Encardideira.2 Aos poucos, foi comprando a alforria de seus compatriotas. Os escravos libertos consideravam-no "rei".2

Carlos Julião. Cortejo da Rainha Negra. na Festa de Reis. Aquarela colorida do livro Riscos illuminados de figurinos de brancos e negros dos uzos do Rio de Janeiro e Serro Frio.
Congado em litografia de Rugendas.

Este grupo associou-se em uma irmandade em honra de Santa Ifigênia, que teria sido a primeira irmandade de negros livres de Vila Rica. Ergueram a Igreja de Nossa Senhora do Rosário1 .

Chico Rei virou monarca em Ouro Preto, antiga Vila Rica em Minas Gerais no século XVIII, com a anuência do governador-geral Gomes Freire de Andrada, o conde de Bobadela1 .

No dia de Nossa Senhora do Rosário, ocorriam as solenidades da irmandade, denominadas Reinado de Nossa Senhora do Rosário.3 Durante estas solenidades, Chico, coroado como rei, aparece com a rainha e a corte, em ricas indumentárias, seguido por músicos e dançarinos, ao som de caxambuspandeirosmarimbas e ganzás. Este cortejo antecedia a missa4 . Diversos grupos de congado evocam Chico Rei como origem do congado, embora estudiosos contestem esta visão5 

(...)".

[http://pt.wikipedia.org/wiki/Chico_Rei]

 

 

 

 

 

 

 

"Copa do Mundo FIFA de 2010
África do Sul 2010
2010 FIFA World Cup logo.jpg
Logotipo oficial da competição
Dados
Participantes 32
Anfitrião  África do Sul
Período 11 de junho – 11 de julho
Gol(o)s 145
Jogos 64
Média 2,27 gol(o)s por partida
Campeão Flag of Spain.svg Espanha
Vice-campeão Países Baixos Países Baixos
3º colocado Bandeira da Alemanha Alemanha
Melhor marcador 5 gols:
Melhor ataque (fase inicial) 7 gols:
Melhor defesa (fase inicial) Nenhum gol:
Maior goleada
(diferença)
Portugal Flag of Portugal.svg 7 – 0 Flag of North Korea.svg Coreia do Norte
Green Point StadiumCidade do Cabo
21 de junhoGrupo G
Público 3 178 856
Média 49 669,6 pessoas por partida
Premiações
Melhor jogador
Uruguai Diego Forlán
Melhor jogador jovem
Alemanha Thomas Müller
Fair play
Flag of Spain.svg Espanha

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_FIFA_de_2010)

 

 

 

 

 

 

13 DE MAIO: ANIVERSÁRIO DO APRESENTADOR GERALDO LUÍS, DA TV RECORD:

 

MATÉRIA DO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2010 (ANTERIOR À COPA DO MUNDO DA

ÁFRICA DO SUL):

 

Balanço Geral


  • Geraldo Luís apresentador do Balanço GeralGeraldo Luís apresentador do
    Balanço Geral
"Balanço Geral

O Balanço Geral, em breve, voltará na [TV] Record. Geraldo Luís volta a apresentar o programa de maior sucesso em todo Brasil e ele já começou a gravar as matérias por todo o país. 

Geraldo já apresentava o Balanço em São Paulo e agora voltará com força total. A Record está apenas esperando a melhor data para a estréia, o que deve ocorrer depois da Copa do Mundo 2010. A equipe já foi toda montada e as gravações estão aceleradas. Geraldo já gravou em Belo Horizonte, Belém do Pará e duas vezes na semana fica em São Paulo para gravações locais. A próxima parada será Pernambuco, revela sua produção.

As velhas histórias de mistériooooo estão de volta. Tem cada matéria louca, até um cachorro que anda de ré, isto mesmo!

Para os fãs do Balanço é só esperar que o Geraldo vem aí cheio de novidades para gritar na sua hora do almoço: Balançaaaaaaaa meu povo."

42 ANOS, HOJE (13.5.2013):

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FELICIDADES E VIDA LONGA, GERALDO LUÍS, 

COM MUITA SAÚDE E SUCESSO!

 

 

 

 

 

 

13 DE MAIO DE 2013:

125 ANOS DA ASSINATURA DA LEI QUE ABOLIU A ESCRAVATURA NO BRASIL

 princesa Isabel 

 

 

 

Princesa Isabel: assinou a Lei Áurea em 13 de maio de 1888

(http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/abolicao.htm

 

 

 

 

 


"Chico rei", 1985, direção Walter Lima Junior. Desembarque de escravos no Brasil,

Youtube: 

Publicado em 07/01/2013  -João Carlos Rodrigues·

 

 

 

 

 

 

 

CARTAZ DE CHICO REI -

UM FILME SOBRE A LIBERDADE:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"Em meados do século 18, Galanga, rei do Congo, é aprisionado e vendido como escravo. Trazido da África num navio negreiro, recebe o cognome de Chico Rei e vai trabalhar nas minas de ouro de um desafeto do governador de Vila Rica. Escondendo pepitas no corpo e nos cabelos, Galanga habilita-se a comprar sua alforria e, após a desgraça do seu ex-senhor, adquire a mina Encardideira, tornando-se o primeiro negro proprietário. Ele associa-se a uma irmandade para ajudar outros negros a comprarem sua liberdade.

Ficha Técnica

Título original: Chico Rei
Gênero: Drama
Duração: 115 min.
Lançamento (Brasil): 1985
Distribuição: Embrafilme
Direção: Walter Lima Jr
Roteiro: Walter Lima Jr
Música: Wagner Tiso, Naná Vasconcelos
Fotografia: José Antonio Ventura e Mário Carneiro
Cenografia: Luiz Carlos da Silva, Carlos Liuzzi e Manoel Godinho Mendes Filho 
Figurino: Laonte Klawa, Júlio Paraty e Jacque Monteiro
Edição: Mário Carneiro e Walter Lima Jr.

Elenco

Severo d’Acelino (Chico Rei)
Antonio Pitanga (Bené)
Cosme dos Santos (Muzinga)
Carlos Kroeber (Governador)
Anselmo Vasconcelos (Pascoal)
Cláudio Marzo (Felipe dos Santos)
Marcus Vinicius (Mestre Antonio)
Maria Fernanda (Nenzica)
Mauricio do Valle (Mercador)
Othon Bastos (Paranhos)
Rainer Rudolf (padre)
Zaira Zambelli (Dorinha)
Alexander Allerson (Seixas)
Chico Diaz
Claudia Reschel
Delanir Dias
Eduardo Machado
Haroldo de Oliveira
João Acaiabe
Luiza Maranhão
Manfredo Colasanti
Marcio Alexandre
Mario Gusmão
Nelson Dantas
Paulo Augusto
Renato Coutinho
Sergio Maia

Wilson (Macalé) dos Santos
Zenaide Zenah
Zora Santos"

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://www.meucinemabrasileiro.com/filmes/chico-rei/chico-rei.asp)

 

 

 

 

 

 

PASSANDO DE REI A BEI

[bei = governador de província muçulmana]

(SULTÃO SULEIMAN):












 

 

(http://reinosepovosturcos.blogspot.com.br/2009/11/saga-do-sultao-suleiman_01.html)

 

 

 

 

 

 

Aladdin - Trailer de 1993,

Youtube:

Enviado em 20/06/2009

Esse foi o trailer do primeiro lançamento do filme Aladdin em video de 1993. Trailer extraído de fita VHS.

 

 

 

 

 

 

 

"EM PORTUGUÊS, O SULTÃO SULEIMAN, O MAGNÍFICO,

TAMBÉM É CONHECIDO COMO SOLIMÃO (prestando-se tal

nome próprio a incontáveis charadas, quando se ouvem formulações

surradas, do tipo 'apenas azedo é o sultão, uma sílaba e duas'

[SÓ - LI-MÃO]), homem privilegiado que tinha um harém de fazer

inveja a marajás indianos, grão-vizires e até beis [ATENÇÃO,

POR FAVOR, SR. REVISOR: AQUI, NÃO É REIS!] da Tunísia e

do Marrocos"

 

[C R...]

 

 

 

 

 

 

 


(http://www.arte.tv/fr/maroc-le-crabe-aux-pinces-d-or/3284196,CmC=3283710.html)

 

 

 

 

 

 

FRANCISCO S. DA COSTA ESCREVEU

E APROPRIADAMENTE ILUSTROU:

"TERÇA-FEIRA, 2 DE ABRIL DE 2013

O Bei de Tunis

 
O Bei de Tunis era o nome do governador otomano da Tunísia, instituído no século XVI. Eça de Queiroz escolheu-o como figura de referência em algumas das suas crónicas para a "Gazeta de Notícias", do Rio de Janeiro. Quando não tinha assunto ou quando queria apontar alguém como culpado pelas malfeitorias da política caseira, Eça "desancava" o Bei de Tunis, personalidade que, por essa razão, é, ainda hoje, recorrentemente chamada à colação na literatura e na escrita jornalística no Brasil.
 
Agora que, entre nós, o Bei de Tunis já regressou, cheguei eu a Tunis. Há poucas horas.
 

(http://duas-ou-tres.blogspot.com.br/2013/04/o-bei-de-tunis.html

 

 

 

 

 

Diária mais cara da Europa e Ásia - Hotel Mardan Palace

 

Publicado em 

Criado por Azerbaijani Mountain Telman Ismailov, empresário judeu, Mardan Palace é considerado na Eurásia o resort de luxo mais caro. Foram gastos 1,4 bilhões de dólares em sua construção e a obra foi inspirada no Dolmabahce Palace em Istambul, símbolo máximo do Império Otomano, contendo 560 quartos e duas suites Royal. Ele está localizado em Antalya , na Riviera turca:

[http://www.copastur.com.br/blog/diaria-mais-cara-da-europa-e-asia-hotel-mardan-palace/]

 

 

 

 

 

 

HAICAI DO DIA:

 

o Legislador

toma certa decisão:

fica no Mardan

 

(F. B.,

hoje) 

 

 

 

 

 

FANTASIA INFANTIL DE SULTÃO:

 

(http://www.maxfesta.com.br/ecommerce_site/produto_26531_5519_Fantasia-Sultao-Infantil

 

 

 

 

 

 

HARÉM COM LINDAS MULHERES SERVIDAS POR

UM EUNUCO (QUE NÃO "DAVA EM CIMA" DELAS, PARA

QUE ELAS FICASSEM APENAS PARA O SULTÃO):

 Ficheiro:HaremPool.jpg

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Har%C3%A9m

 

 

 

 

 

 

 

(http://publicadosbrasil.blogspot.com.br/2012/01/saga-do-sultao-suleiman.html)

 

 

 

 

 

 

"(...)  O luxo de que fazia rodear os desfiles militares abismava os cristãos: vestido de cetim branco com botões que eram na realidade grandes pérolas, ele encabeçava as tropas, trazendo no turbante uma rosa de ouro e um enorme rubi. Da orelha direita pendia uma pérola em forma de pêra.

Não menos requintados eram os rituais no Palácio Topkapi, a residência oficial do sultão. O cerimonial das refeições, por exemplo, era extravagante: das portas das cozinhas ao salão, os pratos passavam de mão em mão por uma cadeia de duzentos servidores até chegar ao provador oficial que experimentava qualquer iguaria antes do sultão. A dieta de Suleiman era simples, porém: frutas, saladas, cereais e aves, sobretudo pombos, tudo regado a água perfumada. O vinho, proibido pela religião, jamais era consumido em público. No fim da vida, Suleiman suprimiu-o completamente, da mesma forma como mandou trocar o serviço de porcelana chinesa por pratos comuns de cerâmica."

[PEDRO DE SOUZA,

TRECHO FINAL DO ARTIGO ADIANTE INTEGRALMENTE REPRODUZIDO,

http://super.abril.com.br/cotidiano/saga-sultao-suleiman-438627.shtml

 

 

 

 

 

 

FANTASIA DE ODALISCA SEXY:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://www.storemundial.com/moda-intima/173-fantasia-de-odalisca-sexy.html)

 

 

 

 

 

 

O Império Otomano,

Youtube: 

"Publicado em 28/04/2012

A história do Grande Império Otomano..."

 

 

 

 

 

 

ELEMENTOS PARA A COMPREENSÃO

DOS COMPLEXOS PROBLEMAS DO

ORIENTE MÉDIO, HOJE

(as opiniões a seguir expressas não

são compartilhadas pelo responsável

da presente Coluna, a quem interessa,

contudo, o mapa do Império Otomano

que ilustra o texto, de J. H. Manzano, a

seguir transcrito):

  

 

 

 

 

A intervenção

 

 

 

 

 José Horta Manzano

Quem examinar um mapa do Oriente Médio atual, com seus países bem delimitados e desenhados em diferentes cores, dificilmente se dará conta de que aquela partilha territorial é criação totalmente artificial.

Desde tempos imemoriais, a extremidade leste do Mediterrâneo foi habitada. Para lá convergiram populações vindas de horizontes diversos, cada qual com sua língua, seus costumes, suas tradições, sua religião.

Seja pela fertilidade de alguns de seus vales, seja por razões religiosas, seja ainda por sede de poder econômico, muitos se interessaram por aquelas terras ― tanto gente miúda, quanto poderosos. Desde os sumérios e os hititas, muitos povos habitaram a região. Até mesmo os romanos estenderam seus domínios até lá, ao conquistarem a orla mediterrânea do Oriente Médio.

Após a débâcle de Roma, Constantinopla, a atual Istambul, tornou-se o centro de gravidade. Dali saíam as ordens e ali chegavam os impostos, que é o que mais interessava.

A partir do século X, levas de população turcomana provenientes da Ásia Central arribaram e fincaram pé no extremo leste da Anatólia, a península onde se assenta a Turquia atual. Era um povo aguerrido. Seus chefes tinham sede de expansão.

Em cinco séculos, conquistaram toda a Anatólia, tomaram Constantinopla, desbancaram o Império Romano do Oriente, subjugaram a península balcânica e chegaram às portas de Viena. O Oriente Médio, do Mar Negro ao Egito, da Arábia Saudita à Tunísia foi submetido a uma dominação turca que duraria 400 anos. Formou-se o longevo Império Otomano.

Império Otomano

Mas o mundo gira. Quando estourou a Grande Guerra, em 1914, o sultão de Constantinopla tomou uma decisão que levaria ao desaparecimento do império: aliou-se à Alemanha. Perderam a guerra. O Tratado de Sèvres (1920) e o Tratado de Lausanne (1923) sacramentaram o esfacelamento da velha potência e sua partilha entre os vencedores.

A região foi retalhada na prancheta pelos vencedores. Inglaterra e França, potências dominantes à época, decidiram quem ficaria com o quê. E desenharam o contorno dos novos países. Raças, religiões, costumes, línguas e tradições não foram a preocupação maior dos novos mandatários.

O resultado foi a criação de países artificiais. A Síria, o Iraque, a Jordânia, o Líbano abrigam populações heterogêneas, que pouco têm a ver entre si.

[NOTA DESTA COLUNA DO PORTAL ENTRETEXTOS: O GRIFO É NOSSO E SERVE PARA MOSTRAR O TRECHO DO TEXTO QUE É POLÊMICO, NÃO OBTENDO A NOSSA INTEGRAL CONCORDÂNCIA, UMA VEZ QUE PARECE EXAGERADA A AFIRMAÇÃO DE QUE, SEGUNDO J. H. MANZANO, NOS PAÍSES CITADOS HÁ POVOS QUE "POUCO TÊM A VER ENTRE SI". C R...] Dentro das fronteiras nacionais coabitam inimigos históricos.

Se um simulacro de coesão subsistiu até nossos dias, foi porque cada um dos novos países foi governado com mão de ferro por ditaduras ou governos pra lá de autoritários. Foi uma calma de aparência, como a que se viu na  Iugoslávia de Tito, na Espanha de Franco, na Tchecoslováquia comunista.

Nós outros, que vivemos em nações mais uniformes e que desconhecemos tensões étnicas ou religiosas, temos dificuldade em entender a realidade daquela região. Em palavras mais chãs, temos a impressão de que todos são meio malucos por ali, que se agridem sem real motivo.

É um pouco mais complicado que isso. A Síria, como o Iraque e os vizinhos, abriga nações díspares. Um curdo da Síria deve sentir-se tão sírio quanto um escocês se sente inglês. Certos xiitas de Basra consideram-se tão iraquianos quanto certos bascos se consideram espanhóis. A região é uma verdadeira colcha de retalhos.

Estes dias, o presidente da França e o primeiro-ministro britânico ameaçaram fornecer armas aos oponentes do mandachuva sírio. À primeira vista, parece uma decisão justa. Se a ditadura pode, impunemente, massacrar seu próprio povo, por que razão não auxiliar os pequeninos a se defenderem?

Desgraçadamente, o problema não é assim tão simples. Se, por hipótese, o ditador for apeado do poder, quem tomará seu lugar? Qual das minorias sobrepujará as demais? Vamos simplesmente trocar uma ditadura por outra?

Longe de mim aprovar que velhos, mulheres e crianças sejam trucidados nessa guerra sem fim. Que o ditador abandone seu trono e vá curtir o resto de seus dias nalgum paraíso ― há sempre gente interessada em acolher endinheirados. Mas como ficará depois?

Não tenho a resposta, muito menos o poder de interferir. Não tenho muita fé, mas sempre resta um fio de esperança de que os grandes deste mundo estejam pensando nisso.

Como em 1918, são justamente a França e a Grã-Bretanha as potências que se dizem prontas a intervir. Que intervenham, pois, e que ponham fim ao massacre. E que redesenhem o mapa da região levando em conta, desta vez, o interesse das populações. Não será tarefa fácil."

(http://brasildelonge.com/tag/franca/)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: Dependencias del harén
Autora: Marta Leonor Vidal


Topkapı fue desde la época de Suleimán el Magnífico sinónimo de grandeza, de opulencia, de lujo. El palacio es el símbolo de una época, la de la edad de oro del imperio otomano

 

(http://eldiwan2010.blogspot.com.br/2010/01/cronicas-de-estambul-iii-sultanahmet-ii.html)

 

 

 

 

 

 

ENQUANTO ISSO,

NA EUROPA CRISTÃ-FEUDAL,

QUANDO OS PAPAS COMEÇARAM A

TRATAR DE ASSUNTOS INTERNACIONAIS E

A CRUZADA DOS CAVALEIROS ORGANIZOU-SE:

 

14 - O Sacro-Império Romano-Germânico e o Cristianismo Feudal,

Youtube:

Publicado em 27/10/2012

Feudalismo é o tema da teleaula 14. Você entenderá por que, durante esse modo de organização social, a Europa perdeu a noção de Estado, se dividindo em muitos reinos. Além disso, aprenderá que, na Idade Média, a Igreja Católica era o maior poder organizado que existia e que as Cruzadas foram expedições militares organizadas pelos papas para conquistar a Terra Santa: a Palestina.

 

 

 

 

 

 

 

 

"Há muitos e muitos anos viviam num distante reino da China a viúva de um pobre alfaiate e seu filho Aladim.

 

Um dia, quando este brincava na praça, um estrangei-ro aproximou-se dele e lhe disse:

- Meu menino, você não e filho do alfaiate Mustafá?

- Sou, sim, respondeu Aladim, mas meu pai já morreu ha muito tempo.

- Pois então eu sou seu tio, meu querido sobrinho! Há muitos anos estou viajando; desejava tanto rever meu irmão, e agora estou sabendo que ele esta morto! Quanto sofrimento para mim!

0 estrangeiro tomou a mão de Aladim e pediu-lhe que o levasse a casa de sua mãe.

Lá entregou a boa senhora uma bolsa cheia de ouro, dizendo-lhe que fosse comprar uma comida saborosa para o jantar. Na refeição ele contou que estava via-jando ha muito tempo, e descreveu todos os países por ele visitados.

No dia seguinte ele saiu com Aladim e comprou-lhe roupas riquíssimas. Depois visitaram juntos a cidade, dirigindo-se por fim aos magníficos jardins que a cer- cavam. Pouco a pouco foram-se afastando da cidade, chegando assim ao sopé de uma montanha.

- Paremos aqui, disse o estrangeiro, pois aqui neste lugar lhe vou mostrar coisas maravilhosas! Enquanto eu faço um fogo com gravetos, você vai buscar lenha para fazermos uma grande fogueira.

Aladim logo reuniu uma pilha de galhos secos. 0 es- trangeiro acendeu então a fogueira, pronunciando palavras magicas. No mesmo instante dali levantou- se uma fumaça espessa. A terra tremeu um pouco, depois abriu-se, deixando aparecer uma pedra na qual estava presa uma argola de ferro.

0 estrangeiro suspendeu a pedra e uma escada íngre- me apareceu.

- Desça esta escada, disse o estrangeiro, e quando você chegar em baixo achara um salão. Atravesse-o sem parar um instante. No meio desse salão ha uma porta que da para um jardim. No meio desse jardim, sobre um pedestal, esta uma lâmpada acesa. Pegue a lâmpada e traga-a para mim. Se os frutos do jardim lhe apetecerem, pode colhê-los à vontade.

Em seguida ele colocou um anel no dedo de Aladim, dizendo-lhe que este o protegeria contra qualquer perigo.

Aladim desceu ao subterrâneo e, sem se deter, foi e apanhou a lâmpada- Já de volta, ele parou para olhar o jardim e viu que ali havia frutas muito diferentes das outras. Colheu algumas julgando que fossem de vidro colorido, quando na realidade eram pérolas, ru- bis, diamantes e esmeraldas.

0 estrangeiro aguardava com impaciência.

- Meu tio, disse Aladim, ajude-me a subir, por favor.

- Pois não, querido sobrinho, mas então você primeiro tem que me dar a lâmpada, pois ela lhe pode atrapa- lhar para subir.

- Não atrapalha não, meu tio; assim que estiver em cima, eu lhe entrego a lâmpada.

E continuaram a teimar sem que nenhum cedesse, até que por fim o estrangeiro teve um acesso de raiva pavoroso e pronunciou urnas palavras mágicas. A pe- dra então fechou-se sobre si mesma, e Aladim ficou prisioneiro no subterrâneo.

0 estrangeiro era um grande feiticeiro africano que por meio de suas mágicas descobrira a existência da lâmpada cuja posse poderia torna-lo mais poderoso que todos os reis da terra. Porem ele próprio não po- dia ir busca-la, por isso recorrera a Aladim.

Vendo que não poderia obtê-la, voltou para a África no mesmo dia.

Aladim ia estava fechado no subterrâneo há três dias, quando, juntando as mãos para implorar ao céu mise- ricórdia, sem querer esfregou o anel que o magico lhe dera. Imediatamente um em o medonho apareceu e disse estas palavras:

- Que desejas ? Estamos prontos a te obedecer, eu e todos os escravos do anel.

Aladim gritou :

- Sejas quem for, tira-me deste lugar!

Mal acabara de pronunciar estas palavras e logo viu- se fora do subterrâneo. Assim que chegou a casa, contou a sua mãe o que lhe acontecera, e pediu-lhe um pouco de comida.

- Ali ! meu filho! Que tristeza! eu não tenho nem um pedaço de pão para lhe dar !

- Pois então, minha mãe, dê-me a lâmpada que eu trouxe, e eu irei vende-la.

- Esta aqui, meu filho, mas esta muito suja.

Vou areá- la; assim talvez dêem. mais dinheiro por ela. Assim que começou a esfrega-la, apareceu um gênio pavoroso que disse com uma voz cavernosa:

- Que desejas? Sou teu escravo, e estou pronto a te obedecer, assim como todos os outros escravos da lâmpada.

A mãe de Aladim. desmaiou de susto.

Aladim. pegou a lâmpada e respondeu:

- Estou com fome, traz alguma coisa para eu comer!

0 gênio desapareceu e voltou trazendo em enorme bandeja de prata 12 pratos cheios de coisas delicio-sas, pão e duas garrafas de um vinho finíssimo, colo-cando tudo sobre a mesa; depois desapareceu.

Muitos dias se passaram durante os quais Aladim e sua mãe recorreram uma porção de vezes a lâmpada.

Uma manhã, enquanto passeava, Aladim ouviu publicar uma ordem do rei obrigando o povo a fechar todas as portas e janelas das casas, porque a princesa sua filha ia sair do palácio e não devia ser vista por ninguém.

Esta proclamação despertou em Aladim grande curiosidade de conhecer a princesa; tendo-a visto, ficou grandemente impressionado por sua extraordinária beleza.

Voltando para casa, ele não pode conter seu entusiasmo e disse a sua mãe:

- Eu vi a princesa Badrulbudur. Amo-a e resolvi pedi-la em casamento.

A mãe de Aladim não pode reprimir gargalhada :

- Ora veja, meu filho ! e está sonhando !

- Não, minha mãe, não estou. E vou-lhe pedir um favor. Pegue um vaso de bom tamanho, encha-o com as frutas que eu trouxe do jardim da lâmpada, e leve-o ao rei.

A mãe de Aladim fez tudo o que lhe pedira Aladim.

0 rei maravilhou-se com as pedras preciosas que ela lhe ofereceu e disse-lhe:

- Vá, boa mulher, volte para a sua casa. Diga a seu filho que eu aceito a sua proposta, e que lhe concede-rei minha filha quando ele me enviar 40 bandejas de ouro maciço cheias de pedras preciosas trazidas por 40 escravos negros acompanhados por 40 escravos brancos, todos vestidos luxuosamente.

Logo que sua mãe lhe contou o que se passara, Aladim chamou o gênio, e exprimiu-lhe seu desejo.

Pouco tempo depois o gênio lhe trazia os tesouros pedidos.

Aladim apresentou-se ao rei com todo seu séquito, no meio das aclamações de toda a cidade, e as núpcias se realizaram algum tempo depois com grandes festas.

Aladim mandou construir pelo gênio um palácio digno da princesa, sua esposa. 0 palácio maravilhoso ficou pronto em uma única noite. Era feito com madeiras preciosas e mármore do mais fino.

No centro, debaixo de uma cúpula maciça de ouro e prata, havia um salão com 24 janelas incrustadas com as mais belas pedras preciosas. Os jovens esposos viveram felizes alguns anos ate o dia em que o magico, que nunca esquecia Aladim e não perdia a esperança de reaver a lâmpada maravilhosa, soube por suas feitiçarias tudo o que acontecera.

No dia seguinte ele retomou o caminho da China e chegou logo a cidade de Aladim.

Dirigiu-se imediatamente a casa de um negociante de lâmpadas e comprou-lhe uma dúzia delas. Colocando- as numa cesta, tomou o caminho do palácio maravilhoso, gritando:

- Quem quer trocar lâmpadas; velhas por A princesa Badrulbudur ouviu-o.

- Boa idéia, disse ela as suas aias, neste canto lia uma lâmpada velha, troquem-na por uma nova !

Uma das aias logo foi e trocou a lâmpada velha pela nova.

0 mágico saiu imediatamente da cidade. Assim que ele chegou ao campo, pegou a lâmpada, esfregou-a e disse ao gênio:

- Eu ordeno que retires o palácio de onde ele esta e que o transportes para a África.

0 gênio executou imediatamente a ordem recebida.

Aladim estava caçando.

Quando voltou, qual não foi o seu desespero não en-contrando seu palácio nem sua esposa.

0 rei, seu sogro, estava louco de raiva, e ameaçou mata-lo se antes de 40 dias não encontrasse sua filha.

Felizmente Aladim possuía ainda o anel do magico. Esfregou-o e o gênio apareceu.

- Que desejas ? perguntou o gênio.

- Gênio, leva-me para junto da princesa, minha esposa.

Com a rapidez de um relâmpago, achou-se ele na África, bem debaixo da janela do quarto de Badrulbudur. Uma aia avistou-o e preveniu a princesa., que o reconheceu e ir até junto dela.

Não tiveram dificuldade em se apoderar novamente da lâmpada maravilhosa dando um narcótico ao magico, que a trazia escondida dentro de suas roupas.

0 gênio da lâmpada logo foi chamado para transportar o palácio para o lugar onde estava antes e o pai de Badrulbudur ficou radiante, encontrando sua filha.

0 mágico foi acorrentado e jogado para servir de pas-to aos animais ferozes.

Grandes festas celebraram a volta da princesa e de seu esposo. Os dois viveram muito felizes.

Aladim subiu ao trono depois da morte de seu sogro.

Reinou sabiamente com Badrulbudur durante longos e longos anos e deixaram filhos ilustres.

Fonte: virtualbooks.com.br"

(http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/literatura-infantil-classicos-infantis/aladim-e-a-lampada-maravilhosa.php)

 

 

 

 

 

 

                    HOMENAGEANDO OS PROFESSORES, TÉCNICOS, PEDAGOGOS E ADMINISTRADORES

                    QUE ELABORAM FENOMENAIS TELEAULAS, E AGRADECENDO A 

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                    PEDRO DE SOUZA,

                    OS PESQUISADORES DE Archipielagonoticias,

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                    POR ELES GENEROSAMENTE DIVULGADAS E OS

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13.5.2013 -     F.

 

 

REVISTA SUPERINTERESSANTE,

JUNHO DE 1988:

História

"A saga do sultão Suleiman

Em 46 anos de mando, no século XVI, ele estende as fronteiras do Império Otomano desde a Hungria até o litoral da Índia. Criou leis, estimulou as artes, mas também foi duro e cruel no jogo do poder

 

 

por Pedro de Souza

 

No domingo, 30 de setembro de 1520, Suleiman foi entronizado sultão do Império Otomano, na capital, Constantinopla, hoje Istambul. Quarenta e seis anos ele ficaria no poder: sob seu comando os turcos otomanos viveriam um período inigualável da sua história. Conduzidos por Suleiman — o Magnífico, para os ocidentais, e Kanuni, o Legislador, para seus súditos —, eles conquistaram Budapeste, capital da atual Hungria, e chegaram às portas de Viena no que hoje é a Áustria. De Argel, na África do Norte, a Bahrein no golfo Pérsico, de Áden, na Arábia, a Diu, na Índia, as tropas de Suleiman expandiram as fronteiras do império e a fé em Alá.

Os otomanos, assim chamados por causa de seu primeiro sultão, Osman, eram de fato um povo guerreiro. E foi como guerreiros que irromperam na história do mundo ao aniquilar o Império Romano do Oriente. Originários dos remotos montes Altai, ao sul do lago Baikal, quase onde a Rússia e a Mongólia se encontram—portanto sem parentesco étnico com os povos árabes do Oriente Médio—, os turcos durante séculos travaram intermináveis batalhas por todo o vasto mundo das estepes russas, chegando às fronteiras da China. No século XIII aparecem às portas do decadente Império Romano do Oriente velho de 1 100 anos. Em 1453 chefiados por Mehmed II, bisavô de Suleiman, conquistam Constantinopla e transformam em mesquita a imponente catedral de Santa Sofia.

O progresso otomano pode ser medido pela própria Constantinopla: no ano da ascensão de Suleiman, com seus 400 mil habitantes, era uma das maiores metrópoles do planeta. Suleiman nasceu provavelmente a 6 de novembro de 1494 em Trebizonda. atual Trabzom, na costa nordeste da Turquia, no mar Negro. Era um importante porto por onde circulava boa parte do comércio entre o mundo mediterrâneo e o Oriente. Seu pai, que passaria à história como Selim, o Severo, então ainda herdeiro do sultanato, governava a rica província. A mãe, Hafsa, descendia do khan dos tártaros da Criméia, de onde se supõe que o sangue de Gengis Khan corria nas veias do fabuloso chefe militar que viria a ser Suleiman.

E certo, em todo caso, que ele foi educado na estrita observância da lei muçulmana, segundo a qual a primeira obrigação de um soberano é combater os infiéis Suleiman tratou de cumprir esse mandamento sem perda de tempo. A 6 de fevereiro de 1521, com menos de cinco meses no poder, partiu em campanha rumo ao norte. Importante ponto de travessia do Danúbio, nos Bálcãs, Belgrado. hoje capital da Iugoslávia, resistiu três semanas antes de cair nas mãos dos turcos. A noticia dessa primeira proeza de Suleiman espalhou rapidamente o medo nos reinos cristãos da Europa central: a porta para a conquista da Transilvânia de Budapeste e Viena, estava aberta.

A Europa que os otomanos avinham ameaçar era um mundo em conflito. Tanto que as profundas rivalidades dinásticas, territoriais, comerciais e religiosas entre os cristãos impediriam que o Ocidente enfrentasse unido o avanço dos soldados do islamismo. Em 1509 tinha chegado ao poder na Inglaterra Henrique VIII, que em breve romperia com o papa e criaria a religião anglicana. Em 1515, é coroado na França Francisco I, que tentará, por todos os meios, sem excluir uma aliança com o próprio Suleiman, resistir ao poder da vizinha Espanha. Em 1516 é a vez de Carlos V subir ao trono da Espanha recentemente unificada. Quatro anos depois — e 22 dias após a posse de Suleiman, - ele será eleito imperador do Sacro Império Romano-Germânico, reunindo sob sua autoridade desde os até então dispersos principados alemães e grande parte da península italiana.

Ao mesmo tempo, a Europa vivia também uma fase de rápidas transformações econômicas, fruto da expansão comercial gerada pelos descobrimentos. Em 1498 o português Vasco da Gama chega a Calcutá, na Índia.

Rapidamente os portugueses instalariam fortalezas não só na costa indiana, mas também na entrada do golfo Pérsico e no mar Vermelho, tentando controlar o comércio de especiarias que por ali transitava. Isso iria abrir uma nova frente de batalha para os otomanos, cuja hegemonia em toda essa região já era disputada pelos persas, do ramo xiita do islamismo.

Como bom muçulmano sunita, Suleiman provavelmente detestava os xiitas mais que os próprios cristãos, mas o seu grande inimigo político era o espanhol Carlos V, cujo título de imperador Suleiman, não reconhecia. “Eu sou o sultão dos sultões, o soberano dos soberanos, o distribuidor das coroas aos monarcas do globo a sombra de Deus sobre a Terra..." escrevia ele numa carta a Francisco I da França. Assim, ao longo do seu reinado, Suleiman, ou a Espada do Islã. ano após ano dirigiu seus exércitos para o norte, sempre com o objetivo de atrair Carlos V à luta direta.

As suas vitórias foram muitas — embora o alvo maior não fosse alcançado: em 1526, na batalha de Mohács, derrotou os húngaros; logo depois invadiu a cidade de Buda (atual Budapeste). Em 1529, cercou Viena e por pouco não a ocupa. Três anos depois, de novo na Áustria, chega às portas de Graz. Em 1541 volta a submeter a Hungria, então formalmente anexada ao Império Otomano. Na realidade. as únicas forças que se opunham ao avanço do exército de Suleiman, eram as da natureza, especialmente o frio. e as distancias. Para vencer, por exemplo os 1500 quilômetros entre Constantinopla e Belgrado, os turcos chegavam a gastar dois meses.

De qualquer forma, o exército otomano era o instrumento militar mais poderoso que o mundo tinha; conhecido até então. Artilheiros, especialistas em minas, morteiros, bombas davam às tropas de Suleiman um poder bélico incomparável. Somavam-se a isso a agilidade e a ferocidade dos janízaros, a elite combatente formada por ex-escravos, a maioria deles, por sinal, de origem cristã. Convertidos ao islamismo, o janízaros cultivavam uma lealdade cega ao sultão. O temível poder ofensivo desse exército era garantido por uma disciplina de ferro, que nunca deixou de surpreender os cristãos.

No seu apogeu, o Império Otomano abrangia os territórios onde hoje se encontram mais de 25 países. Neles, viviam povos de etnias, costumes e religiões muito diversas. Sobre os Estados vassalos o domínio turco tomava formas brandas, limitando-se em muitos casos à cobrança de impostos, desde que a paz fosse preservada. Geralmente, mantinha intacta a organização social anterior à conquista. Quando a modificava, por vezes trazia até certas vantagens para a população Sob os turcos, os camponeses eram homens livres, ao contrário do que acontecia na Europa Oriental cristã onde subsistiam a servidão e as arbitrariedades dos senhores feudais.

Os cristãos ortodoxos, aliás muita numerosos no império, tinham completa liberdade religiosa—desde que não desrespeitassem o islamismo. E os judeus, mais que tolerados, foram até encorajados a se instalar no império; sua presença era considerada extremamente benéfica para a economia otomana.

Se esse mosaico de povos se manteve unido ao longo dos séculos, apesar das periódicas rebeliões, aliás implacavelmente castigadas, isso se devia certamente a uma organização econômica, social e jurídica extremamente complexa. Um ditado turco exprime essa idéia com clareza: `Não há Estado sem exército, não há exército sem dinheiro, não há dinheiro sem bons súditos, não há bons súditos sem justiça—e sem justiça não há Estado".

A mais perfeita expressão da civilização turca forjada na era Suleiman foi sem dúvida a justiça—mas na política as arbitrariedades eram muitas. Suleiman, que detinha o poder de vida e morte sobre seus súditos, era duro e cruel quando seu mando pessoal estava em causa ou quando se deixava envolver pelas intrigas da corte. Por volta de 1530, ele recebeu de presente para seu harém de trezentas mulheres uma jovem chamada Roxelana, de origem rutena, povo dos confins do império, entre a Hungria e a Moldávia. Como numa lenda das mil e uma noites, ela encantou o sultão, apaixonado pelos seus "olhos de antílope". Em breve Roxelana se viu na condição de favorita.

Sem perder tempo, afastou de Suleiman sua primeira esposa e instalou-se no próprio Palácio Topkapi—uma verdadeira cidade dentro de Constantinopla, com seus 3 mil residentes, a começar do sultão, e onde funcionava o Divan, órgão central do poder (de onde vem a palavra divã). Transformado em museu, o Topkapi é atualmente uma das maiores atrações de Istambul.

A influência política de Roxelana custaria a vida ao grão-vizir Ibrahim, uma espécie de vice-sultão. De origem grega e extremamente humilde—ao que tudo indica era um escravo capturado na infância—, subiu todos os degraus do poder, graças a seus méritos pessoais e à intima amizade que o ligava desde a juventude ao sultão.

Ibrahim apareceu morto na cama, na manhã de 15 de março de 1556, sem que se conheçam as razões que teriam levado Suleiman a mandar assassiná-lo. Mas a mão de Roxelana, a cujo poder ele fazia sombra, não deve ter andado longe das pontas da corda de seda que o estrangulou. Ela voltaria a agir mais adiante, com conseqüências não menos terríveis. No começo da década de 1550, quatro dos oito filhos de Suleiman ainda viviam: Mustafa, da primeira esposa; e Selim, Bayazid e Cihangir, de Roxelana. Suleiman tinha perto de 60 anos, para a época uma idade avançada— era, portanto, necessário resolver logo o problema da sucessão.

O direito turco, ao contrário do que prevalecia nas monarquias ocidentais, não assegurava a primazia absoluta do primogênito. Por isso, as sucessões eram extremamente tumultuadas. Para evitar a dispersão do poder, o sultão Mehmed II, bisavô de Suleiman, havia legitimado o assassínio dos irmãos entre os herdeiros do sultões. Roxelana sabia que, se o primogênito Mustafa tomasse o poder após a morte do pai, os filhos dela seriam assassinados e ela mesma, no melhor dos casos, exilada. Então a brutal máquina sucessória entrou em funcionamento.

Em 1552, o próprio Suleiman manda assassinar Mustafa e o filho dele, Murad. Pouco depois morreria Cihangir, ao que parece de morte natural. Em 1558, morre Roxelana; seus dois filhos ainda vivos se envolvem numa luta sem perdão. Três anos depois, Bayazid e quatro dos seus cinco filhos são estrangulados por ordem de Suleiman. O Quinto, de três anos, sucumbirá pouco depois nas mãos de um eunuco. Selim seria o sucessor de Suleiman com o nome de Selim II. Como tão primitiva violência podia coexistir com o requinte e o luxo da estranha civilização otomana? Durante o sultanato de Suleiman, de fato, a arte e a cultura atingiram ali o auge.

Os turcos, povo de origem nômade, nunca haviam desenvolvido a arquitetura civil. Mas nas cidades do império ergueram magníficas mesquitas, muitas delas assinadas por um grande arquiteto protegido de Suleiman, Sinan. As mais notáveis são sem dúvida a de Suieymaniye. em Constantinopla, e a de Selimiye, em Edirna, também na Turquia A época de Suleiman é também a do apogeu de uma arte maior entre os turcos: a cerâmica. Os objetos de uso cotidiano e os "azulejos" de revestimento, utilizando predominantemente motivos florais, atingem uma perfeição e uma delicadeza de traço e colorido incomparáveis. Enfim, calígrafos, ourives, tapeceiros, miniaturistas, pintores e poetas fizeram do longo reinado de Suleiman a idade de ouro da civilização otomano.

No dia 1 de maio de 1566, Suleiman sai de Constantinopla à frente do exército, na sua décima terceira incursão rumo ao norte. Em meados de agosto, é alcançado um dos objetivos da campanha, a destruição da cidade húngara de Szigetvár, onde um conde havia assassinado um dos governadores de Suleiman. Então, durante 43 dias, só alguns próximos do sultão são autorizados a penetrar na sua tenda. Oficialmente, Suleiman estava doente. Depois, instalado numa liteira fechada, é conduzido de volta a Constantinopla, via Belgrado, aonde acorreria Selim. Na realidade era um corpo embalsamado que seguia viagem. Suleiman, o Magnifico, morrera na noite de 5 para 6 de setembro, dois meses antes de completar 72 anos. O império lhe sobreviveria por mais três séculos.

 

Pequeno grande homem

Assim que se tornou sultão, Suleiman mandou libertar 1500 pessoas encarceradas por ordem do pai. O povo comentou: "Uma ovelha mansa está no lugar do leão feroz". Num dos muitos poemas que escreveu em persa com esmerada caligrafia, ele se definiu: "Sou o sultão do amor". Os poemas eram assinados Muhibi, amigo gentil. Ao conquistar a fortaleza cristã de Rodes, autorizou seus defensores a partir, sem lhes fazer mal. Suleiman vinha de Salomão, o sábio rei dos hebreus—e os otomanos diziam que ele fazia jus ao nome. Era um homem pequeno e magro —o oposto do sultão de caricatura —, mas a fragilidade era enganadora: o rosto exprimia um rigor que nunca o abandonou, provavelmente herança do temperamento da mãe e do convívio com o pai.

Foi educado para ser muçulmano e exercer o poder. Sultão, orava cinco vezes por dia na mesquita particular do palácio— menos às sextas-feiras, quando, cercado de pompa, ia rezar na grande mesquita de Constantinopla, a antiga catedral de Santa Sofia. Mas a tolerância de que fez prova diante de outras religiões e o gosto pelas discussões teológicas levam a crer que não era um fanático. Ainda jovem aprendeu tudo que a tradição recomendava: ourivesaria e História, religião e esgrima, governo e equitação, ciência e astrologia, poesia e arco e flecha. Falava fluentemente, além do turco, persa, árabe—e chegava a conversar com dignitários das terras conquistadas nos Bálcãs nos dialetos deles.

Culto—sem dúvida mais culto do que os reis cristãos do Ocidente —e sensível à beleza das artes, Suleiman tinha, porém, uma personalidade inescrutável, que não se dava a conhecer. Fazia questão de produzir relatos impessoais das campanhas que comandava, cavalgando sua montaria negra selada em ouro: seus diários de guerra eram escritos sempre na terceira pessoa. O luxo de que fazia rodear os desfiles militares abismava os cristãos: vestido de cetim branco com botões que eram na realidade grandes pérolas, ele encabeçava as tropas, trazendo no turbante uma rosa de ouro e um enorme rubi. Da orelha direita pendia uma pérola em forma de pêra.

Não menos requintados eram os rituais no Palácio Topkapi, a residência oficial do sultão. O cerimonial das refeições, por exemplo, era extravagante: das portas das cozinhas ao salão, os pratos passavam de mão em mão por uma cadeia de duzentos servidores até chegar ao provador oficial que experimentava qualquer iguaria antes do sultão. A dieta de Suleiman era simples, porém: frutas, saladas, cereais e aves, sobretudo pombos, tudo regado a água perfumada. O vinho, proibido pela religião, jamais era consumido em público. No fim da vida, Suleiman suprimiu-o completamente, da mesma forma como mandou trocar o serviço de porcelana chinesa por pratos comuns de cerâmica."

(http://super.abril.com.br/cotidiano/saga-sultao-suleiman-438627.shtml)

 

 

 

 

 

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"SÁBADO, 16 DE ENERO DE 2010

Crónicas de Estambul (III): Sultanahmet (II). El Palacio Topkapı

 
(esta entrada fue publicada en archipielagonoticias el 03 de julio de 2008 y forma parte de una serie dedicada a una estancia de 8 días en Estambul en mayo de 2008)

Después de la información general de Estambul y la primera entrega de Sultanahmet me quedé pendiente de hablar de una de las visitas “estrella” de este barrio y de Estambul, el Palacio Topkapı.

El Palacio, ubicado entre la confluencia del Bósforo y el Cuerno de Oro, en el que vivieron y gobernaron los sultanes otomanos y su corte, es una de las visitas más impactantes de Sultanahmet a la que hay que dedicar una mañana o una tarde entera.
 
 

 

Foto: Dependencias del harén
Autora: Marta Leonor Vidal

Topkapı fue desde la época de Suleimán el Magnífico sinónimo de grandeza, de opulencia, de lujo. El palacio es el símbolo de una época, la de la edad de oro del imperio otomano
 
Portal web del palacio Topkapı (tienen opción en inglés)
 
En esta otra web sobre el palacio en inglés en la parte de la izquierda pueden ir accediendo a secciones del palacio, fotografías de sus colecciones y mucha información interesante.
 
HORARIOS
 
El Palacio está abierto todos los días de 9.00 a 17.00 excepto los martes. La entrada general cuesta 10 liras y la del harén se compra aparte una vez dentro en la taquilla delante de la entrada. Cuesta también 10 liras.
 
DISTRIBUCIÓN
 
El Primer Patio
 
Al primer patio se accede por la puerta llamada Bab−i Hümayun (la Puerta Imperial). Comprende el parque Gülhane, la Iglesia de Santa Irene, construcción bizantina del siglo VI (cerrada al público salvo eventos especiales como conciertos), y el Museo Arqueológico. En torno a este primer patio se situaban las panaderías, la casa de moneda, el cuerpo de guardia, las leñeras y, en la explanada un poco más abajo, los huertos del palacio. En esta zona es donde se adquieren la entrada general en las taquillas a la derecha.
 
El Segundo Patio
 
Aquí comienza propiamente el palacio en la puerta llamada Bab−üs Selam (la Puerta de los Saludos) seguida de la puerta llamada Orta Kapi (la Puerta Medianera) que comunica con el segundo patio, en el que estaba situado el Consejo Imperial (Divan), el departamento administrativo del Estado, se recibía a los embajadores extranjeros y tenían lugar ceremonias oficiales.
 
 
 
Foto: Puerta del Divan
Autora: Marta Leonor Vidal
 
El Harén
 
El Harén del Palacio, ubicado a la izquierda del recinto del segundo patio y para el que hay que comprar entrada independiente (recomiendo hacerlo nada mas llegar, porque se entra en grupo en turnos y a veces se agotan rápido las entradas) consta de unas 400 habitaciones situadas alrededor de pequeños patios recónditos y de largos y estrechos pasillos.
 
 
Foto: Dependencias del harén
Autora: Marta Leonor Vidal
 

 
El harén era un dominio privado, organizado como una sociedad jerarquizada casi autónoma, en el que la vida debía ser bastante aburrida, rutinaria y claustrofóbica y mucho menos fascinante y “desenfrenada” de lo que lo representaban las fantasías occidentales de odaliscas y harenes en la literatura y el arte europeo del XIX.
 
 
 
 
Foto: Dependencias del harén
Autora: Marta Leonor Vidal
 
Alojaba a la madre del Sultán ("Valide Sultan"), a sus hermanas e hijas, las esposas (con diferentes rangos jerarquizados según fueran la madre del heredero, madres de hijos o hijas) así como a las concubinas (“Cariyes”), las esclavas (no musulmanas) y a los eunucos negros que custodiaban el harén. La administración de todo el harén estaba en manos de la madre del Sultán y era un buen hervidero de intrigas y conspiraciones para ganar influencia. En el declive del imperio el harén se fue superpoblando llegando a albergar a 800 mujeres.



Foto: Patio de las favoritas
Autora: Marta Leonor Vidal

Las normas sucesorias de la dinastía otomana instauradas por Mehmet el Conquistador (un sultán de soluciones maximalistas) obligaban al fratricidio de los hermanos del heredero, una vez nombrado, para evitar disputas dinásticas, hasta que se sustituyó por el método menos “drástico” de la “kafes” o jaula dorada, que consistía en tener bajo “arresto domiciliario de lujo” a los herederos sobrantes, entretenidos con ocio y concubinas estériles. Los efectos de este encierro tuvieron consecuencias sobre la salud mental de algunos sultanes que terminaron con sus facultades mentales bastante deterioradas.

Las Cocinas
 
A la derecha del segundo patio, se encuentran las cocinas del palacio, donde hoy se expone la colección imperial de cristal, plata y porcelana china. Unas 2.500 piezas de porcelanas chinas y japonesas. Enfrente de las cocinas hay una exposición de objetos de plata.

El Tercer Patio 

Al tercer patio, reservado para el Sultán, se accede por la puerta llamada Bab−üs Saade (la puerta de la Felicidad).




Foto: Puerta de la Felicidad
Autora: Marta Leonor Vidal

Se encuentran en este patio el centro imperial de enseñanza superior, el Salón del Trono (Arz Odasi) para audiencias privadas, la Biblioteca de Ahmet III, el Tesoro privado del Sultán (con una impresionante colección de joyas, de las más ricas del mundo,entre las que destaca la Daga Tokpapi y el Diamante del Cucharero, de 84 kilates, el quinto mayor del mundo) y la Sala de las Sagradas reliquias (Hirka-i Saadet), que contiene diversas reliquias del mundo islámico traídas a comienzos del siglo XVI, desde Egipto: pertenencias personales del Profeta, uno de los primeros coranes escritos a mano y las llaves de la Kaaba.
 
 
Foto: Salón del trono
Autora: Marta Leonor Vidal
 
 
El Cuarto Patio
 
En él se encuentran hermosos ejemplos de arquitectura otomana.
 
El pabellón Revan, con mármoles de colores y azulejos del s. XVII y uno de los últimos ejemplos de la arquitectura otomana clásica.
 
 
Foto: Pabellón Revan
Autora: Marta Leonor Vidal
 
El pabellón de Bagdad, el único edificio de madera del palacio, decorado ricamente con adornos y azulejos, que data del siglo XVII (estaba en restauración).
 
El Pabellón del bajá Mustafá (Sofa Köshkü).
 
El salón de la circuncisión (Sünnet Odasi) con especies de azulejos muy singulares.


 
 
Foto: Salón de la circuncisión
Autora: Marta Leonor Vidal
 
 
El pabellón Iftariye, una terraza de mármol.

 

 
 
Foto: Fuente en el pabellón Iftariye
Autora: Marta Leonor Vidal
 
El Mecidiye Köshku, la última estructura es hoy un restaurante con vistas panorámicas."

(http://eldiwan2010.blogspot.com.br/2010/01/cronicas-de-estambul-iii-sultanahmet-ii.html)

 

 

 

 

 

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"Harém

 
Hammam: "les bains du harem"
(pintura de Jean-Léon Gérôme)

Harém é, para a cultura árabe, a parte da casa proibida a homens de fora. Em outras culturas, porém, o termo significa o conjunto das mulheres de um matrimônio poligâmico. O harém tradicionalmente era cuidado por um eunucodo sexo masculino, ou seja, um homem castrado pela mulher mais velha do sultão justamente para não se envolver com as mulheres de seu patrão. Em contrapartida, alguns ou muitos eunucos desfrutavam de famadinheiro e poder. Os reis persas possuíam harém e eunucos já no século VII a.C. Ainda há haréns em países muçulmanos, bem como eunucos, mas ambos são relativamente raros. A poligamia, que geralmente é a condição necessária para ter-se um harém, requer posses, porque o marido tem de prover às necessidades de todas as esposas, filhos e agregados, bem como manter numerosa criadagem.

 

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Har%C3%A9m)

 

 

 

 

 

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"29 DE JANEIRO DE 2012 · 5:31 PM

 

Guerra Junqueiro (O Fato Novo do Sultão)

 

Era uma vez um sultão, que despendia em vestuário todo o seu rendimento. 

Quando passava revista ao exército, quando ia aos passeios ou ao teatro, não tinha outro fim senão mostrar os seus fatos novos. Mudava de traje a todos os instantes, e como se diz de um rei: Está no conselho, dizia-se dele: está-se a vestir. A capital do seu reino era uma cidade muito alegre, graças à quantidade de estrangeiros que por ali passavam; mas chegaram lá um dia dois larápios, que, dando-se por tecelões, disseram que sabiam fabricar o estofo mais rico que havia no mundo. Não eram só extraordinariamente ricos os desenhos e as cores, mas além disso, os vestuários, feitos com esse estofo, possuíam uma qualidade maravilhosa: tornavam-se invisíveis para os idiotas e para todos aqueles que não exercessem bem o seu emprego. 

– São vestuários impagáveis, disse consigo o sultão; graças a eles, saberei distinguir os inteligentes dos tolos, e reconhecer a capacidade dos ministros. Preciso desse estufo. 

E mandou em seguida adiantar aos dois charlatães uma quantia avultada, para. que pudessem começar os trabalhos imediatamente. 

Os homens levantaram com efeito dois teares, e fingiram que trabalhavam, apesar de não haver absolutamente nada nas lançadeiras. 

Requisitavam seda e ouro fino a todo o instante; mas guardavam tudo isto muito bem guardado, trabalhando até à meia-noite com os teares vazios. 

– Necessito saber se a obra vai adiantada. 

Mas tremia de medo, lembrando-se de que o estofo não podia ser visto pelos idiotas. E por mais que confiasse na sua inteligência, achou em todo o caso prudente mandar alguém adiante. 

Todos os habitantes da cidade conheciam a propriedade maravilhosa do estofo, e ardiam em desejos de verificar se seria exato. 

– Vou mandar aos tecelões o meu velho ministro, pensou o sultão; tem um grande talento; ninguém melhor do que ele pode avaliar o estofo. 

Entrou o honrado ministro na sala em que os dois impostores trabalhavam com os teares vazios. 

– Meu Deus! disse ele para si arregalando os olhos, não vejo absolutamente nada! Mas no entanto calou-se. Os dois tecelões convidaram-no a aproximar-se, pedindo-lhe a opinião sobre os desenhos e as cores. Mostraram-lhe tudo, e o velho ministro olhava, olhava, mas não via nada, pela razão simplíssima de nada lá existir… 

– Meu Deus! pensou ele, serei realmente estúpido? É necessário que ninguém o saiba!… Ora esta! pois serei tolo realmente! Mas lá confessar que não vejo nada, isso é que eu não confesso. 

– Então que lhe parece? perguntou um dos tecelões. 

– Encantador, admirável! respondeu o ministro, pondo os óculos. Este desenho… estas cores.., magnífico!… Direi ao sultão que fiquei completamente satisfeito. 

– Muito agradecido, muito agradecido, disseram os tecelões, e mostraram-lhe de novo as cores e desenhos imaginários, fazendo-lhe deles uma descrição minuciosa. O ministro ouviu atentamente, para ir depois repetir tudo ao sultão. 

Os impostores requisitavam cada vez mais seda, mais prata, e mais ouro; precisavam-se quantidades enormes para este tecido. Metiam tudo no bolso, é claro; o tear continuava vazio, e apesar disso, trabalhavam sempre. 

Passado algum tempo, mandou o sultão um novo funcionário, homem honrado, a examinar o estofo, e ver quando estaria pronto. Aconteceu a este enviado o que tinha acontecido ao ministro: olhava, olhava e não via nada. 

– Não acha um tecido admirável? perguntaram os tratantes, mostrando o magnífico desenho e as belas cores, que tinham apenas o inconveniente de não existir. 

– Mas que diabo! Eu não sou tolo! dizia o homem consigo. Pois não serei eu capaz de desempenhar o meu lugar? É esquisito! mas deixá-lo, não o deixo eu. 

Em seguida elogiou o estofo, significando-lhes toda a sua admiração pelo desenho e o bem combinado das cores. 

– É de uma magnificência incomparável, disse ele ao sultão. 

E toda a cidade começou a falar desse tecido extraordinário. 

Enfim, o próprio sultão quis vê-lo enquanto estava no tear. Com um grande acompanhamento de pessoas distintas, entre as quais se contavam os dois honrados magnatas, dirigiu-se para as oficinas, em que os dois velhacos teciam continuamente, mas sem fios de seda, nem de ouro, nem de espécie alguma. 

– Não acha magnífico? disseram os dois honrados funcionários. O desenho e as cores são dignos de Vossa Alteza. 

E apontaram para o tear vazio, como se as outras pessoas que ali estavam pudessem ver alguma coisa. 

– Que é isto! disse consigo mesmo o sultão, não vejo nada! É horrível! serei eu tolo, incapaz de governar os meus estados? Que desgraça que me acontece! Depois, de repente, exclamou: É magnífico! Testemunho-vos a minha real satisfação. 

E meneou a cabeça com um ar prazenteiro, e olhou para o tear, sem se atrever a declarar a verdade, Todas as pessoas do séquito olharam do mesmo modo, uns atrás dos outros, mas sem verem coisa alguma, e no entanto repetiam como o sultão: 

«É magnífico!» Deram-lhe de conselho que se apresentasse com o fato novo no dia da grande procissão. «É magnífico! é encantador! é admirável!» exclamavam todas as bocas; e a satisfação era geral. 

Os dois impostores foram condecorados e receberam o título de fidalgos tecelões. 

Na véspera do dia da procissão passaram a noite em claro, trabalhando à luz de dezasseis velas. Finalmente fingiram tirar o estofo do tear, cortaram-no com umas grandes tesouras, coseram-no com uma agulha sem fio, e declaram, ao cabo, que estava o vestuário concluído. 

O sultão com os seus ajudantes de campo foi examiná-lo, e os impostores levantando um braço, como para sustentar alguma coisa, disseram: 

– Eis as calças, eis a casaca, eis o manto. Leve como uma teia de aranha; é a principal virtude deste tecido. 

– Decerto, respondiam os ajudantes de campo, sem ver coisa alguma. 

– Se Vossa Alteza se dignasse despir-se, disseram os larápios, provar-lhe-íamos o fato diante do espelho. 

O sultão despiu-se, e os tratantes fingiram apresentar-lhe as calças, depois a casaca, depois o manto. O sultão tudo era voltar-se defronte do espelho. 

– Como lhe fica bem! que talhe elegante! exclamaram todos os cortesãos. Que desenho! que cores! que vestuário incomparável! 

Nisto entrou o grão-mestre de cerimónias: 

– Está à porta o dossel sob o qual Vossa Alteza deve assistir à procissão, disse ele. 

– Bom! estou pronto, respondeu o sultão. Parece-me que não vou mal. 

E voltou-se ainda uma vez diante do espelho, para ver bem o efeito do seu esplendor. Os camaristas que deviam levar a cauda do manto, não querendo confessar que não viam absolutamente nada, fingiam arregaçá-la. 

É, enquanto o sultão caminhava altivo sob um dossel deslumbrante, toda a gente na rua e às janelas exclamava: «Que vestuário magnífico! Que cauda tão graciosa! Que talhe elegante!» Ninguém queria dar a perceber que não via nada, porque isso equivalia a confessar que era tolo. Nunca os fatos do sultão tinham sido tão admirados. 

– Mas parece que vai em cuecas, observou um pequerrucho, ao colo do pai. 

– É a voz da inocência, disse o pai. 

– Há ali uma criança que diz que o sultão vai em cuecas. 

«Vai em cuecas! vai em cuecas!» exclamou o povo finalmente. 

O sultão ficou muito aflito, porque lhe pareceu que realmente era verdade. Entretanto tomou a enérgica resolução de ir até ao fim e os camaristas submissos continuaram a levar com o máximo respeito a cauda imaginária. 

Fonte: 
Guerra Junqueiro. Contos para a infância."

 

(http://vendavaldasletras.wordpress.com/2012/01/29/guerra-junqueiro-o-fato-novo-do-sultao/)

 

 

 

 

 

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"Geraldo Luís
Geraldo Luís, apresentador da Rede Record.
Nome completo Geraldo Luís do Sacramento
Nascimento 13 de Maio de1971 (42 anos)
LimeiraSP
 Brasil
Nacionalidade BrasilBrasileiro
Ocupação apresentador e jornalista"

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Geraldo_Lu%C3%ADs)