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 Miguel Carqueija

Você é a eleita, Minako. Você é a mulher entre as mulheres. Tem o poder de se tranformar na mulher mais forte e bonita que existe no mundo.”
(Artêmis)

“Aquele é o seu astro-mãe... o planeta do calor intenso, Vênus.”
(Artêmis)

“O Castelo Magellan. Ele flutua sobre o continente de Afrodite. É o seu castelo.”
(Artêmis)

“Sou a graciosa guerreira da justiça com uniforme de marinheiro. Sailor Vênus! Pronta para a ação!!”
(Minako Aino, a Sailor Vênus)

“Pois eu aceito o desafio porque a minha paciência já tá pra ficar negativa!”
(Sailor V para a inimiga virtual Luga)



Resenha do volume 1 do mangá “Codinome Sailor V”, de Naoko Takeushi. Editora JBC, São Paulo, 2015. Editora Kodansha, Tóquio, 2004 (Codename wa Sailor V). Tradução de Arnaldo Massato Oka.


Naoko Takeushi, nascida em 1967, já era uma mangaká premiada quando, com apenas 23 anos, em 1991, lançou na revista Run-Run a série intitulada “Codename Sailor V” que introduzia uma heroína adolescente e mascarada, dotada de poderes sobrenaturais, acompanhada por um gato falante, Artêmis. O sucesso foi grande mas, em vez de se concentrar na personagem Aino Minako, a Sailor V ou Sailor Vênus, Naoko desenvolveu aquele universo ficcional, ampliando-o, e em 1992 lançou Sailor Moon (Usagi Tsukino) que estava destinada a se tornar a líder inconteste das sailors, as marinheiras-guerreiras da Lua, herdeiras do reino mágico do passado, o Milênio de Prata.
Naoko se inspirou na mitologia greco-romana e também na japonesa: o reino lunar existe nas duas. Sailor Vênus incorpora-se na equipe de Sailor Moon, mas antes viveu suas aventuras solo, agindo sozinha ou só com a ajuda do gato e de um misterioso chefe que a orienta através de uma caneta que é também um transmissor-receptor.
A saga de Sailor V começa de forma misteriosa. Sailor V não sabe de fato quem ela é, qual a sua verdadeira origem além de sua vida terrestre, onde mora com os pais e é filha única. Não sabe o que são os seus inimigos, pertencentes à misteriosa “Agência das Trevas”. No primeiro dos dois volumes (os volumes de mangá são compilações dos capítulos publicados separadamente em revistas) apenas fica sabendo que os inimigos “não são seres humanos”.
Na vida comum Minako já é fora do comum. Mora em Tóquio, tem 13 anos e se destaca no colégio como atleta, mas suas notas são baixas. O misterioso enviado da Lua, o gato branco Artêmis (que tem um sinal de meia-lua na testa), encarregado de despertar a guerreira com seus poderes místicos, chega a duvidar que se trate da pessoa certa. Afinal, Minako possui ótima coordenação muscular, perfeita sáude, como bem, dorme bastante (até na sala de aula), mas... o “mas” vai por conta das notas, da pouca atenção aos estudos, das birutices da garota. Mas Sailor V é ela mesma: Minako Aino, por mais desmiolada que pareça, é uma super-heroína destinada a proteger a humanidade das forças malignas que a ameaçam. E logo Minako mostra a que vem, com sua capacidade de dar chutes estonteantes e seus poderes místicos no uso do estojo mágico que lhe mostra a verdadeira aparência de inimigos demoníacos disfarçados e lhe fornece os raios energéticos que destroem tais seres.
A polícia tem seu papel na história também. O detetive Toshio Wakagi está uma arara porque a Sailor V passa à frente das autoridades e prende bandidos por conta própria. Ele deseja capturá-la mas a sua chefe, a superintendente do Departamento de Polícia Metropolitana, secretamente é fã da justiceira mascarada. E num quiproquó incrível, os policiais tentam segui-la até o Hawaí mas vai todo mundo parar na Grécia.
O mangá é engraçadíssimo mas deixa bem claro que a trama irá se adensar. Como uma curiosidade, numa ponta aparecem Usagi Tsukino (a futura Sailor Moon) e sua amiga Naru.

Rio de Janeiro, 1° de setembro de 2015.