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Atualmente existem mais autores que leitores, sabe quantos sites de literatura são abertos mensalmente? Um número assustador. São milhares de postagens de todos os tipos de textos. Quem lê o site? Os próprios participantes no início e depois, o público elege como favoritos. E muitos blogs e sites perdidos e com zero acessos.
 O grande problema é que a maioria dos jovens escritores, por mais talentosos que sejam, quando se deparam com um bom número de leituras e críticas favoráveis... Esquecem o principal: A ortografia e as regras.
Alguns dizem que não existe problema algum em escrever algumas ‘’ coisinhas’’ erradas. O importante é o conteúdo. Mas estas pequeninas pérolas doem aos olhos de quem está acostumado a ler. Sim. Quem escreve precisa ler muito, ler clássicos, modernos e estar sempre atualizado. Se em 1980 existiu um escritor que atravessou décadas e ainda hoje é apontado como precursor de um estilo... Desista. Este alguém tem valor e influência. Faz parte de leitura obrigatória.
Concordo que nem todos gostam de Machado de Assis, mas que tal escrever um texto após a leitura de um conto breve? Apenas ler , sentir e criar seu próprio conto, crônica ou prosa. Isto é apenas exercício literário, um dos pontos fortes que uma oficina oferece. Parece complicado? No início, depois é uma delícia descobrir o quanto podemos ser inventivos.
Críticas Negativas. Quem quer ser criticado? Ninguém gosta e quase sempre encaramos uma crítica negativa como picuinha. Aquele disse que escrevi tudo errado, mas é porque tem inveja...Ciúmes... Despeito. Quem criticou podia ter boa intenção, mas de boas intenções o inferno está lotado.
E a discórdia está montada. A verdade é que dificilmente as pessoas criticam com medo de criar atrito. Pior! Virar o malvado do site. Quem quer ser vilão?
Críticas Positivas. Ah! Que maravilha! Apenas a constatação da mais pura verdade, este é o pensamento normal. Somos humanos e a família e os amigos acham tudo lindo. Pode ser verdade mas ‘’tudo’’ perfeito é um pouco demais. Acredite, uma minoria nasce digitando Best Sellers. Resultado dos aplausos precipitados? Ego insuflado: Permanecemos errando, presos ao mesmo estilo e estagnados na cegueira da vaidade. Infelizmente continuo insistindo que somos humanos... E adoramos um bom afago.
O ponto principal de ambos os critérios de avaliação: Completa falta de conhecimento. Não sabemos ler um texto e apontar as falhas de forma didática. Podemos dizer que está faltando um acento se soubermos explicar a regra. E se o terceiro parágrafo está longo demais, há sugestões para aprimoramento do texto.
É um exercício comum, dentro de uma Oficina literária é permitido. O grupo avalia e é avaliado por todos. É uma troca. Sem ofensas e com respeito.
Lucramos todas as vezes que partilhamos informações. Se sou ótima em gramática, o colega é muito bom em desenvolver enredos e o outro é excelente em criar diálogos. É muito importante ressaltar o trabalho de um professor orientando o grupo. Montar uma oficina é desgastante, fazer parte é muito trabalhoso e com certeza algumas horas serão dedicadas aos exercícios. Penso no meu início na oficina que freqüento e tenho ganas de sair berrando. Escrevia mil vezes antes de enviar com medo dos colegas, não acreditava nada em meu trabalho, achava que era incapaz de escrever histórias infantis e jamais ousaria um soneto.
Finalizando. Hoje em dia ouso muitos em muitos estilos, continuo pensando um milhão de vezes antes de publicar qualquer coisa. Claro que descobri afinidades e adoro escrever contos de terror.
Ainda engulo algumas vírgulas, tenho medo de sonetos e eles são meu bicho papão. Encarei o poetrix e poemetos, amei os indrisos e apanho de ficção. Mas sei muito bem respeitar um prazo de entrega. Se estipularam 15 dias, não poderei entregar no vigésimo por falta de inspiração.
 O mais importante: Faço tudo isto porque aprendi com a oficina a ler, avaliar, aceitar ou não as críticas. Contestar uma opinião com critério e lógica e não movida pela emoção. Aprendi que não adianta ter imaginação e criatividade sem estudar. Afinal... João Ubaldo disse em uma entrevista : Diariamente, sento em frente ao computador e durante horas dou duro para compor um texto... Durmo um pouco após o almoço e retorno ao trabalho. Não existe mágica sem esforço, um bom escritor é a soma de dedicação e persistência.
 

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