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 A ENIGMÁTICA ETRÚRIA

Miguel Carqueija

 

Resenha do livro “A civilização dos etruscos”, de Philippe Aziz. Edition Ferni,Otto Pierre Editores, Rio de Janeiro-RJ, 1978, dentro da série “Grandes civilizações desaparecidas”. Edictions Fanot, Genèbre (Suíça), 1976.

 

            Interessante ensaio arqueológico sobre os misteriosos etruscos, povo que habitou o norte da Itália, antecedeu Roma, guerreou contra ela e por fim foi, aos poucos, absorvida pelo Império Romano.

            Embora útil para quem aprecia obras culturais o presente livro é um tanto seco, sem o estilo aliciante de C.W. Ceram em “Deuses, túmulos e sábios”. Aziz, outrossim, repete várias vezes que a língua etrusca permanece indecifrada, mas não fornece nenhuma imagem da mesma embora mostre fotos de esculturas; e não entra em maiores detalhes deste assunto — a meu ver uma falha do autor.

            Verificamos que técnicas de ourivesaria utilizadas na Etrúria só vieram a ser redescobertas no século 20: “Antes que os ourives alemães descubram, em 1964, os segredos dessas técnicas, indagou-se durante séculos de que modo os Etruscos podiam conseguir em seu granulado um tal rendilhado de ouro.”

            Aziz comenta o fato de que a Etrúria feneceu enquanto Roma, mais nova, cresceu: “No entanto, a posteridade reteve unicamente o nome glorioso de Roma, relegando ao esquecimento a civilização etrusca, mais antiga e, sob certos aspectos, mais rica por suas contribuições. Provavelmente porque a Etrúria foi incapaz de construir um Estado, em contraste com Roma, que dele fez sua obra-prima.”

            O autor também discute a origem do povo etrusco, discorrendo sobre as três hipóteses rivais: a nórdica ou indo-europeia, a asiática e a autóctone.

            Com certeza a obra é muito útil para quem quiser se aprofundar no conhecimento desta civilização importante do passado anterior a Cristo, e hoje tão esquecida.

 

Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 2016.