A crítica de Humberto de Campos sobre a ficção científica de Berilo Neves.

Marcos Antonio Maia Vilela

O artigo apresenta uma análise sobre a crítica literária que Humberto de Campos (1886-1934) produziu sobre os contos de Berilo Neves (1901-1974), publicados no livro A Costela de Adão, no ano de 1930. Campos é imortal da Academia Brasileira de Letras e foi o precursor, de acordo com Bráulio Tavares (1993), no exercício da crítica sobre livros que abordavam a ficção científica. Embora esta terminologia não tenha sido utilizada por Campos tampouco por Berilo Neves, há uma disposição do crítico em reconhecer uma escrita que reúna imagens da fantasia e da ciência. O pressuposto para esta análise se definiu a partir da ideia sobre a produção de narrativas sobre o passado que serviriam de base para a extrapolação da realidade empírica. Para alcançar este entendimento, o crítico trilha um percurso apresentando algumas definições e características sobre o romance histórico. É com base nesta proposta que o debate sobre os textos de Berilo Neves recorre aos usos da imaginação enquanto ferramenta capaz de constituir um universo narrativo convincente. A partir desta compreensão, é possível pensar em uma narrativa que apresente uma história do futuro, onde o escritor seja capaz de manipular as informações que domina sobre determinado campo de conhecimento. A iniciativa de Humberto de Campos abre um amplo horizonte de investigações que podem elucidar algumas questões sobre a literatura e o gênero que reúne temas da fantasia e ciência, desenvolvidas no Brasil desde meados do século dezenove.

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