19.08, às 19h, Hora H: irmãos siamesmos
Em: 17/08/2021, às 00H13
No próximo dia 19 de agosto, a Casa das Rosas realizará mais uma edição do HORA H, evento tradicional que comemora o aniversário de Haroldo de Campos, uma celebração anual de sua memória. Nesta edição, considerando a passagem do aniversário de 90 anos de Augusto de Campos, serão lembrados no evento algumas realizações conjuntas desses irmãos tão especiais – que Haroldo chamou de “irmãos siamesmos”: – traduções pioneiras e marcantes como as que fizeram de obras de Mallarmé, Pound e Maiakóvski e revisões de autores brasileiros como Sousândrade e Oswald de Andrade.
O evento contará com leituras de Daniel Minchoni, Dirceu Villa, Fabiano Calixto, Gustavo Reis Louro, Ivan de Campos, João Bandeira, Juliana Di Fiori Pondian, Julio Mendonça, Lúcio Agra, Marcelo Tápia, Marília Garcia, Natália Agra, Raquel Campos, Reynaldo Jimenez e Walter Silveira. Os textos escolhidos para as leituras nesta edição foram organizados em seções em torno de autores dos mais importantes que Augusto e Haroldo estudaram e traduziram ou que reviram na literatura brasileira; o fechamento da primeira parte com a “Ode (explícita) em defesa da poesia no dia de São Lukács”, de Haroldo, vale como uma revisão do percurso e lembra a expressão “irmãos siamesmos”, criada por Haroldo. No encerramento, Cid Campos e Péricles Cavalcanti cantarão canções que realizaram em parceria com Augusto e Haroldo.
Coordenação do programa e apresentação: Ivan de Campos, Julio Mendonça e Marcelo Tápia
O evento será transmitido na página da Casa das Rosas no YouTube.
Programa:
POUND
- Ezra Pound - Cantos,
– fragmentos do canto 81 (tradução de Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Décio Pignatari) e do canto 115 (tradução de Augusto de Campos e José Lino Grünewald) – por Dirceu Villa
Guido Cavalcanti
- - Donna mi prega – (tradução de Haroldo de Campos) – por Marília Garcia
Dante (tradução de Augusto de Campos)
- - tradução do Canto I (do Inferno) da Commedia – por Julio Mendonça
- - início da Máquina do Mundo Repensada, de Haroldo de Campos, do verso 1.1 até ́o 23.3; por Raquel Campos
- - trecho de "O Guesa", poema de Joaquim de Sousândrade revisto por Augusto e Haroldo. (Canto décimo – do verso "E do homem através de Deus se revela" ao verso "echoa eterna a glória triumphal"). – por Raquel Campos
Provençais (poemas em tradução de Augusto de Campos)
- “Aura amara” e “Canção”, ambos de Arnaut Daniel – por Fabiano Calixto
Metafísicos ingleses:
- John Donne - “Em despedida: proibindo o pranto” (A valediction: forbidding mourning). e
- Andrew Marvell - “A sua amada esquiva” (To his coy mistress) - (traduções de Augusto de Campos) – por Gustavo Reis Louro
John Keats:
- "Do Endymion"
- "Ode sobre a melancolia"
(traduções de Augusto de Campos) - por Marcelo Tápia
MALLARMÉ
Mallarmé (traduções de Augusto e de Haroldo de Campos)
- 1- Haroldo de Campos: montagem Lance de Dados (livro azul Mallarmé)
- 2- Augusto de Campos: montagem Herodiades (Linguaviagem)
– por Juliana Di Fiori Pondian
JAMES JOYCE
Do Finnegans Wake, no livro Panaroma do Finnegans Wake, fragmento 6 – “farejador de carniça, coveiro prematuro...”– por João Bandeira.
Galáxias, de Haroldo de Campos, em tradução para o espanhol
- - leitura do fragmento “empezaba a encadenarse un epos”– por Reynaldo Jimenez – tradutor
OSWALD DE ANDRADE
Oswald de Andrade – poemas:
- Poética da radicalidade: amor/humor; a poesia existe nos fatos; O capoeira; Bonde; América do Sul; Ditirambo; Relógio; Promontório; Levante; Erro de português; Escapulário; Cântico dos cânticos para flauta e violão (trecho) – por Daniel Minchoni
Patrícia Galvão (Pagú) – poemas
- Nothing, Canal, Um peixe , e um que começa assim: fósforos de segurança (do livro Pagu - Vida-obra, de Augusto de Campos).
– por Natália Agra
POESIA RUSSA MODERNA
Maiakóvski (traduções de Augusto e de Haroldo de Campos):
- “Noite” - Traduzido por Haroldo de Campos (HC) e Boris Schnaideman (BS) (1967)
- “Noite” - Traduzido por Augusto de Campos (AC) (2017)
(Aqui se trata menos de confrontar as duas traduções e mais homenagear os dois gigantes, SIAMESMOS, que bem caracteristicamente à suas poéticas, ergueram dois belos poemas em português a partir do russo. Nessa forma de leitura aproveito para evocar um terceiro gigante, Décio Pignatari, inventor da tridução, ao recriar três variantes para cada um dos versos de L’ après-midi dún faune de Mallarmé.)
- “Porto” (HC); “Não entendem nada” (AC); “A flauta-vértebra” (HC); “Nacos de nuvem” (AC); “Eu” (HC); “Come ananás” (AC)
– por Walter Silveira
Kliebnikov, Tzvietáieva e Vozniessiênski – traduções de Augusto e de Haroldo de Campos
para Khlébnikov, escolho "Eis-me levando em dorso elefantino". Da Marina Tzvietáieva, de 1924, "À vida", cuja tradução vem em 2 opções: a do Haroldo e a do Augusto. Acho que poderia ser interessante as duas versões... Vozniesiênski, "fachada" e "estruturas" do "Noturno do aeroporto de Nova York" (tradução de Haroldo de Campos). – por Lúcio Agra
DEFESA DA POESIA
“Ode (explícita) em defesa da poesia no dia de São Lukács” – por Ivan de Campos
Canções em parcerias com Augusto e Haroldo de Campos – por Cid Campos
“O pulso das palavras” (Cid Campos/Maiakóvski/tradução Augusto de Campos)
“Algo sobre Petersburgo” (Cid campos/Maiakóvski/tradução Augusto de Campos)
“Paraíso Terrestre” (Cid Campos/Leonid Martinov/tradução Haroldo de Campos)
Canções em parcerias com Augusto e Haroldo de Campos – por Péricles Cavalcante
“Elegia” (John Donne/ Augusto/ Péricles Cavalcanti),
“Ode primitiva” (Haroldo/Péricles) e
“Nuvoleta” (Joyce/Augusto/Péricles)
Imagem: foto de Bob Wolfenson / divulgação