Visita ao Lar das Flores de Maria

Elmar Carvalho

Meses atrás, quando meu filho João Miguel veio de férias a Teresina, fez uma visita, sem o nosso conhecimento prévio, ao Lar das Flores de Maria, que abriga várias anciãs, oportunidade em que lhes levou donativos. Desde então fiquei com desejo de visitá-lo, mas, por fracos motivos, quase injustificáveis, fui adiando essa promessa que fiz a mim mesmo.

Contudo, nesta segunda-feira (23/09/19), de manhã, em companhia de Fátima, fui visitar esse abrigo de mulheres idosas, cujas idades variam de 70 a 108 anos. Curiosamente, a mais do que centenária goza de boa saúde, e se mantém ativa e lúcida. Entretanto, outras sofrem de doenças graves, que não irei nomear, inclusive o mal de Alzheimer.

Fomos acolhidos pela irmã Aline, que nos revelou ser parnaibana, terra a que somos ligados por laços afetivos e sentimentais, e onde moramos por muitos anos. As velhinhas estavam num espaçoso e arejado alpendre, como se estivessem numa espécie de mitigado banho de sol e recreio, em que faziam uma leve refeição matinal.

Após os cumprimentos de praxe, uma das senhoras perguntou o meu nome. Em seguida, indagou sobre a origem de meu sobrenome Carvalho, tendo eu lhe respondido que foi legado pelos meus antepassados barrenses, por parte de meu pai. Ela passou a falar das agradáveis recordações que tinha de Barras, quando em sua mocidade ali passara algumas de suas férias, a convite de uma amiga. Acrescentou que na época ali se realizavam muitas festas. Eu, então, lhe respondi que Barras dera ao Piauí grandes poetas e músicos, e que lá, décadas atrás, existira a banda musical de sopro e percussão mais afamada da região.

A Irmã Aline nos convidou a conhecer o interior da casa. Vimos várias de suas dependências, entre as quais a sala principal e alguns dormitórios. Acho relevante dizer que eram limpos, arejados, higiênicos e bem cuidados. Contígua ao edifício principal existe uma pequena e simpática capela, na qual são celebradas três missas semanais.

Perguntei se o Lar era vinculado à Arquidiocese, e se recebia ajuda da ASA – Ação Social Arquidiocesana, criada por Dom Avelar Brandão Vilela, tendo ela me respondido que não. Assim, depreendi que o abrigo depende do auxílio que as irmãs da ordem das Virgens Consagradas recebem.

Eu havia levado uma pequena oferta, que entreguei logo ao chegar. Considerando a importância do Lar das Flores de Maria para aquele grupo de mulheres idosas, prometi que passaria a enviar, mensalmente, uma pequena ajuda financeira, pelo que pedi o número da agência e da conta do abrigo.

Na esperança de que meus parcos e eventuais leitores queiram ajudar essa instituição de amor ao próximo, deixo aqui o número de suas duas contas: Caixa Econômica Federal – CC-00000350-6 / Agência 3829 / Operação 003 e Banco do Brasil – CC-24746-4 / Agência 4708-2. Caso necessário, eis o CNPJ: 16.702.199/0001-30. Seu endereço é rua Dr. Francisco Almeida, 995 – Ininga, nesta capital.

Como o poeta Carlos Drummond de Andrade, “Não amei bastante meu semelhante, / não catei o verme nem curei a sarna. / Só proferi algumas palavras, / melodiosas, tarde, ao voltar da festa.” Por isso mesmo, esbocei esse pequeno gesto, que não estou contando para me exaltar, mas apenas para induzir outros a fazerem mais e melhor.

Tendo sido eu, basicamente, a vida toda um literato, perguntei se algumas das irmãs e velhinhas gostavam de ler. Recebendo resposta afirmativa, resolvi “castigá-las”, lhes deixando dois exemplares de livros de minha autoria, que talvez venham a ser o embrião de uma pequena biblioteca.