Vida, julgamento, morte e sucessão de Maria Antonieta
Por José Fortes Em: 16/10/2010, às 14H56

Maria Antonieta Josefa Joana de Habsburgo-Lorena (em francês: Marie Antoinette Josèphe Jeanne de Habsbourg-Lorraine; Viena, 2 de novembro 1755 - Paris, 16 de outubro 1793), arquiduquesa da Áustria e rainha consorte de França de 1774 até a Revolução Francesa, em 1789. Maria Antonieta era a filha mais nova de Maria Teresa de Habsburgo e de Francisco Estêvão de Lorena, respectivamente, imperadora e imperador do Sacro Império Romano-Germânico. Casou-se em 1770, aos catorze anos de idade, com o delfim francês Luís Augusto de Bourbon, que, em 1774, tornou-se o rei de França, com o nome de Luís XVI. Maria Antonieta era tia-avó da primeira imperatriz do Brasil Maria Leopoldina da Áustria.
O julgamento, morte e sucessão
Maria Antonieta sentou-se sobre um assento de madeira. Dois meses de Conciergerie haviam feito daquela rainha de 38 anos uma velha. Seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar, com hemorragia e os seus cabelos loiros ficaram brancos. O presidente procedeu o interrogatório. Quando lhe foi perguntado seu nome, a acusada respondeu, com voz alta e clara: "Maria Antonieta da Áustria e da Lorena, trinta e oito anos, viúva do rei da França."
As perguntas sucederam-se de modo desordenado, algumas sem a menor importância. De repente, houve o testemunho sensacional de um sapateiro, um certo Simon: Maria Antonieta, durante seu cativeiro, teria submetido seu jovem filho a atos incestuosos. A acusada ficou pálida e visivelmente emocionada: "A natureza se recusa a permitir tal acusação feita a uma mãe", gritou ela: "Eu apelo a todas as mães que porventura aqui estiverem". Esse tom sofrido produziu sobre todos uma forte impressão. As pessoas recusaram-se a acreditar em tamanha monstruosidade.
Em seguida, foi a vez das testemunhas. Quarenta e uma pessoas desfilaram por ali, sem fazer qualquer contribuição útil ao processo. No interrogatório, ela foi acusada de ser a instigadora da Guerra Civil. Depois veio a defesa e, então, Maria Antonieta foi condenada à morte e foi guilhotinada no dia 16 de outubro de 1793, em Paris, na praça, hoje denomidada, "Place de La Concorde". Ela foi ao suplício numa gaiola, (Luis XVI teve um carrossel). Seu corpo com a cabeça cortada foi levado sem cerimoniais para o cemitério da rue d'Anjou, onde Luis XVI fora enterrado nove meses e meio antes.
A reação do povo da França à morte da ex-rainha foi de êxtase, mas quando se espalhou pelas prisões a notícia da grandeza e coragem de Maria Antonieta em seu final, os monarquista se reconfortaram. Duas pessoas não souberam da morte da Rainha: Madame Isabel, sua cunhada e fiel companheira, só teve conhecimento momentos antes de sua própria execução, em 1794. E Maria Tereza, sua filha que após a morte da tia protetora ficou então sozinha na prisão, isolada e esquecida. Não viu mais o irmão proclamado pelos monarquistas como Luis XVII, até a morte dele em 1795, provavelmente de tuberculose.
O anúncio da morte do menino fez com que o Conde de Provença, no exílio pudesse finalmente reivindicar o título de Rei da França, como Luis XVIII. As negociações para libertar Maria Tereza em troca de prisioneiros revolucionário na Áustria tiveram êxito em dezembro de 1795, quando ela estava com dezessete anos. Com a libertação houve uma breve discussão entre os Bourbon e os Habsburgos sobre o possível noivo entre os primos-irmãos para a órfã da Torre. Luis XVIII ganhou e Maria Teresa se casou com o sobrinho dele, tornando-se Duquesa d' Angouleme. Ela não teve filhos, tornou-se uma pessoa infeliz e de aparência pouco atraente.
Com a morte de Luis XVIII, ascendeu ao trono o pai de Angouleme, como Carlos X. A abdicação dele em 1830 tornou seu filho Rei e Maria Tereza Rainha da França pelo tempo necessário para que ele também abdicasse. Os pretendentes franceses ao trono hoje em dia, encabeçados pelo Conde de Paris, não descendem de Maria Antonieta, e sim de sua irmã Maria Carolina através de sua filha Rainha Amelie. Ela tornou-se rainha quando Luis Felipe substitiui como monarca o Conde d'Artois, último irmão sobrevivente de Luis XVI, e tomou-lhe o título .