Veludoso coro
Desta ameixeira
Quando pomos d’ouro
Cobrem a cumeeira
Sobre todos nós
Sua eletricidade
Melodioso foro
De felicidade.
(Rogel Samuel)
Veludoso coro
Por Rogel Samuel Em: 06/03/2009, às 14H30
Veludoso coro
Aqui podemos sonhar com as coisas mais simples: um pouco de luz no chao da sala, um som vindo de alguma arvore distante, o sentido de nossa respiracao.
Um pouco de poesia. Quando um dia acaba, espero a noite. Não sonhamos apenas de noite. Sonhamos também de dia, embora não se investigue com igual energia o sonho diurno. Chega-se mesmo a reduzi-lo a um simples prelúdio do sonho noturno. Entre ambos há distinções consideráveis. No sonho diurno o eu não desaparece. Mantém-se até bem vivo e sem exercer nenhuma censura. A ponto de os desejos tanto mais funcionarem. Serem mais visíveis, do que no sonho noturno. Apresentarem-se sem máscara nem vergonha. Livres de inibições. Corajosamente. De peito aberto. As ruas vivem cheias de gente com sonhos diurnos. Os mostruários das lojas tocam seus acordes. Um sapato elegante. Um vestido “toillette”. A nova máquina de lavar. Uma cadeira de balanço. E tudo o mais que se mostra. Em primeiro lugar, a casa sonhada a que tudo isso vai pertencer. Todo um mundo de vento em popa, multiplicando os castelos no ar, onde o custo de vida não é tão alto." (Ernst Bloch).
Aqui podemos sonhar com as coisas mais simples: um pouco de luz no chao da sala, um som vindo de alguma arvore distante, o sentido de nossa respiracao.
Lembro-me dos versos de Camoes que cantam:
Oh, lavradores bem-aventurados,
Se conhecessem seu contentamento!
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tuas sensações
de luzes e mistérios
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desenhando o nome divinal:
Constança
("Asas que Deus lhe Deus").
a paixão levitando em versos
no peito no mesmo lugar
de imaginações infindas,
Mariana.
na casa de muitos filhos
na casa de luares
na casa mística
de melancolia
onde ressoam os sinos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
e os trilhos da história
para sempre
nas pontes da memória
de teus visitantes.
Dílson Lages Monteiro, escrito em janeiro de 2013.
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