VALEM AS DUAS: xérox ou xerox - Falta da preposição
Por M. T. Piacentini Em: 09/11/2007, às 10H39
As duas formas podem ser usadas: se você pronuncia como palavra oxítona, escreva xerox, sem o acento gráfico, a exemplo de outras marcas registradas que se tornaram nomes comuns, como pirex, gumex, perfex, durex etc. A opção é o vocábulo acentuado - xérox - de acordo com a norma ortográfica relativa às paroxítonas terminadas em x, tal qual fênix, ônix, látex e dúplex (também pronunciado duplex).
Quando existem alternativas de pronúncia e escrita, é bobagem ficar corrigindo as pessoas que falam ou escrevem diferente da gente. Deixando a escolha a cada um, vejamos outros casos de dupla grafia ou de uso optativo entre duas formas de se expressar:
- soalho e assoalho
- porcentagem e percentagem
- quatorze e catorze
- quota e cota
- quociente e cociente
- quadriênio e quatriênio
- mestria e maestria
- vitrina e vitrine
- nuança e nuance
- termelétrica e termoelétrica
- hidrelétrica e hidroelétrica
- garçom (pl. garçons) e garção (pl. garções)
- aluguel (pl. aluguéis) e aluguer (pl. alugueres)
- maquiagem e maquilagem
- abdome e abdômen
- germe e gérmen
- humo e húmus
- bile e bílis
- antisséptico e anti-séptico
- infarto e enfarte [mas não * infarte]
- destrinçar e destrinchar
- a maquinaria e o maquinário [mas não * a maquinária]
- aterrissar e aterrizar [formação vinda de ‘aterrar + sufixo izar’, eis uma forma conciliadora para quem prefere a pronúncia com som de z]
- de tarde e à tarde
- de pé e em pé [no sentido de estar ereto sobre os próprios pés, não sentado nem deitado, enquanto ‘ir a pé’ significa ‘deslocar-se sem veículo algum’].
FALTA DA PREPOSIÇÃO
* Sabe aquele lugar que você planejava viver no futuro? A inauguração é hoje.
Assim está escrito em recente lançamento, por jornal, de condomínio na capital catarinense. A construtora se preocupou com os "apartamentos totalmente mobiliados", mas a agência de propaganda falhou na redação do texto. O correto seria:
- Sabe aquele lugar em que você planejava viver no futuro?
Isso porque o verbo ‘viver’ reclama a preposição ‘em’ [você vive em um lugar], que deve aparecer nitidamente na frase. Neste caso, a preposição se desloca para a frente do pronome relativo ‘que’, complementando o sentido do substantivo ‘lugar’ [lugar no qual/em que V. planejava viver].
Exemplos com outros verbos:
- A marca em que você sempre confiou está de volta.
- Só faço as coisas de que gosto.
- Não publicou as notas mais importantes a que me referi.
- Ninguém precisou se perguntar a que pressões aludia o presidente.
Naturalmente é preciso ter conhecimento de regência verbal para saber a preposição adequada a cada situação. É fácil dizer "confiou na marca, gosto de coisas, eu me referi a notas importantes, ele aludia a pressões"; no entanto é preciso um bom ouvido para reconhecer a falta da preposição quando ela está distante do verbo. Por exemplo, nem todas as pessoas sentem que o slogan da Texaco [* O posto que você confia] fere as normas gramaticais. Mas seria uma enorme contribuição ao idioma a retificação da frase para "o posto em que você confia".
Na fala cotidiana a tendência é simplificar deixando de lado essas particularidades. Todavia, quem quer escrever de acordo com o padrão culto formal não pode omitir essa preposição que antecede o pronome relativo.
Quando existem alternativas de pronúncia e escrita, é bobagem ficar corrigindo as pessoas que falam ou escrevem diferente da gente. Deixando a escolha a cada um, vejamos outros casos de dupla grafia ou de uso optativo entre duas formas de se expressar:
- soalho e assoalho
- porcentagem e percentagem
- quatorze e catorze
- quota e cota
- quociente e cociente
- quadriênio e quatriênio
- mestria e maestria
- vitrina e vitrine
- nuança e nuance
- termelétrica e termoelétrica
- hidrelétrica e hidroelétrica
- garçom (pl. garçons) e garção (pl. garções)
- aluguel (pl. aluguéis) e aluguer (pl. alugueres)
- maquiagem e maquilagem
- abdome e abdômen
- germe e gérmen
- humo e húmus
- bile e bílis
- antisséptico e anti-séptico
- infarto e enfarte [mas não * infarte]
- destrinçar e destrinchar
- a maquinaria e o maquinário [mas não * a maquinária]
- aterrissar e aterrizar [formação vinda de ‘aterrar + sufixo izar’, eis uma forma conciliadora para quem prefere a pronúncia com som de z]
- de tarde e à tarde
- de pé e em pé [no sentido de estar ereto sobre os próprios pés, não sentado nem deitado, enquanto ‘ir a pé’ significa ‘deslocar-se sem veículo algum’].
FALTA DA PREPOSIÇÃO
* Sabe aquele lugar que você planejava viver no futuro? A inauguração é hoje.
Assim está escrito em recente lançamento, por jornal, de condomínio na capital catarinense. A construtora se preocupou com os "apartamentos totalmente mobiliados", mas a agência de propaganda falhou na redação do texto. O correto seria:
- Sabe aquele lugar em que você planejava viver no futuro?
Isso porque o verbo ‘viver’ reclama a preposição ‘em’ [você vive em um lugar], que deve aparecer nitidamente na frase. Neste caso, a preposição se desloca para a frente do pronome relativo ‘que’, complementando o sentido do substantivo ‘lugar’ [lugar no qual/em que V. planejava viver].
Exemplos com outros verbos:
- A marca em que você sempre confiou está de volta.
- Só faço as coisas de que gosto.
- Não publicou as notas mais importantes a que me referi.
- Ninguém precisou se perguntar a que pressões aludia o presidente.
Naturalmente é preciso ter conhecimento de regência verbal para saber a preposição adequada a cada situação. É fácil dizer "confiou na marca, gosto de coisas, eu me referi a notas importantes, ele aludia a pressões"; no entanto é preciso um bom ouvido para reconhecer a falta da preposição quando ela está distante do verbo. Por exemplo, nem todas as pessoas sentem que o slogan da Texaco [* O posto que você confia] fere as normas gramaticais. Mas seria uma enorme contribuição ao idioma a retificação da frase para "o posto em que você confia".
Na fala cotidiana a tendência é simplificar deixando de lado essas particularidades. Todavia, quem quer escrever de acordo com o padrão culto formal não pode omitir essa preposição que antecede o pronome relativo.