Uma personagem em dois espaços de amor: Omar romano (ANTIQUUS) e alto-longaense (novivíssimo)
Por Luiz Filho de Oliveira Em: 23/08/2010, às 10H09

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o amor de Omar
um ramo de mim – persona –
mora em Roma agora (longe!)
onde não o mar nem a garoa
oram entre nós a mor distância
aqui & ali chamada roam
Alto Longá no caminho dum poeta
Este alto lugar tem mangueiras
das quais nunca ele vai mangar,
pois que a manga é saborosa
e a terra, pomar para Omar.
Ao cantar, unindo o som
da sua voz à do povo de cá,
mais prazer encontra Omar.
Ah! Esta terra tem-lhe fervores
que amor a ele permite gozar.
Porque era tarde, havia, a tanto custo,
à copa das mangueiras, a lua;
ao copo dos brincantes, a cana,
o poeta fazia por isso gosto;
por isso, na carne do ar, ele canta:
– À voz do meu amor, meus passos movo,
onde o luar as folhas claro-escuram,
cobrindo os cimos do céu; no mimoso
tapiz de folhas líquidas, eu todo, ela nua.
(Luiz Filho de Oliveira)